Na grande casa que agora servia como centro de operações para a aliança dos lobos e vampiros, um silêncio denso e pesado pairava sobre os corredores, marcado apenas pelos ecos distantes de passos e o ocasional som abafado de vozes. Hellen, situada em uma das amplas janelas do corredor, contemplava o céu de Forks se tingir com os últimos raios do pôr do sol, cada tonalidade de laranja e vermelho pintando uma tapeçaria de beleza e melancolia. Enquanto observava, os pensamentos sobre as repercussões de suas ações recentes pesavam profundamente em sua consciência.Cada momento de reflexão trazia uma nova onda de realidade e culpa, revelando a ela a gravidade das consequências que suas escolhas impetuosas haviam desencadeado. Edgar, o rei vampiro, permanecia uma figura central em seus pensamentos conturbados. A morte de Ravena, uma vida perdida devido a uma cadeia de eventos que ela havia inadvertidamente posto em movimento; a dor e a perda que Edgar sofreu; e agora, Gloria, enredada em um
Depois de revelar as informações sobre Vanessa, Luke observava Hellen processar as implicações. Ela tinha reagido impulsivamente, uma característica que começava a lhe trazer problemas significativos em sua nova posição de liderança."Vanessa já te procurou e pediu desculpas," começou Luke, tentando mediar a situação com calma. "Ela disse que te superou e está focada em ser útil para a aliança. Inclusive, mencionou que tentou cumprimentar você, mas foi ignorada." A voz de Luke era suave, mas carregava uma severidade subjacente, refletindo a seriedade do assunto. "Ela até se ofereceu para deixar o cargo no conselho."Hellen, ainda dominada por um turbilhão de emoções e frustrações, respondeu quase sem pensar:"Ótimo, me sentiria melhor assim." As palavras saíram mais ríspidas do que pretendia, e ela podia sentir o peso de cada uma delas no ar.Luke, contudo, não deixou passar. Com um rosnado baixo, ele retorquiu:"Não é sobre você, Hellen. É sobre todos os que governamos." Sua expressã
Iluminados pelo luar, Hellen e Luke estavam sentados na beira da cachoeira, o som constante da água caindo criando uma melodia natural e hipnotizante. O brilho suave da lua refletia na superfície da água, lançando um véu prateado sobre o cenário ao redor. As árvores ao redor se inclinavam gentilmente, como se guardassem o segredo daquele encontro apaixonado.Luke e Hellen estavam próximos, tão próximos que podiam sentir a respiração um do outro. Seus olhos se encontraram, cheios de desejo e emoção. Luke levantou a mão para acariciar o rosto de Hellen, seus dedos roçando suavemente sua pele. Com um movimento lento, ele se inclinou e capturou os lábios dela em um beijo que começou suave, mas rapidamente se tornou mais intenso.Hellen correspondeu ao beijo, suas mãos encontrando o caminho até o pescoço de Luke, puxando-o para mais perto. O calor do beijo deles parecia competir com o frescor da brisa noturna, criando um contraste delicioso. Os lábios de Luke exploravam os dela com uma nec
Na solidão de sua morada temporária em Forks, Edgar, o rei dos vampiros, ficava diante da janela, contemplando a lua cheia que iluminava a paisagem noturna. A luz prateada refletia em seu rosto pálido, destacando a expressão sombria que marcava seus traços normalmente impassíveis. A cena mais cedo com Hellen havia revolvido emoções que Edgar preferia manter enterradas, trazendo à tona a dor e a culpa que tentava esconder até de si mesmo.No fundo, Edgar sabia que a reação explosiva de Hellen era um espelho do sofrimento de Gloria, sua companheira recém-descoberta. Ele não queria que ela sofresse; no entanto, a ideia de aceitá-la como sua nova companheira parecia uma traição à memória de Ravena. A culpa pela morte de Ravena pesava sobre ele — não tinha conseguido protegê-la, e sua decisão de não transformá-la em vampira naquela fatídica noite ainda o assombrava. Tentava transferir a culpa para Hellen, uma tentativa vã de aliviar a própria dor.Agora, porém, a culpa por fazer Gloria sof
Na calada da noite, a floresta sob a lua cheia guardava segredos e sussurros entre suas árvores centenárias. Gloria, transformada em sua forma lupina de pelagem cinza, jazia ao lado de um lago tranquilo, seu olhar perdido nas profundezas prateadas do céu. O uivo que ela soltara era carregado de uma angústia profunda, uma lamentação que se espalhava pela noite, tocando o coração da floresta com sua melodia dolorosa.O lago refletia a luz da lua, criando um cenário quase etéreo, onde a água parecia uma extensão do céu. Gloria estava imersa em seus pensamentos, cada uivo uma liberação de sua dor e solidão. As estrelas acima brilhavam com intensidade, testemunhas silenciosas de sua angústia.Enquanto isso, Edgar, ainda em casa, foi arrebatado pelo som penetrante do uivo de Gloria. A urgência e o desespero naquele chamado o impeliram para fora, fazendo-o correr em direção à fonte, impulsionado por uma força que ele mal compreendia. Descalço e apenas vestido com uma calça de moletom, ele at
Edgar podia sentir o corpo nu de Glória pressionado contra o seu, a pele quente dela contrastando intensamente com a sua pele fria de vampiro. O cheiro dela invadia seus sentidos, uma mistura inebriante de desejo e medo, e a forma como ela o olhava, com olhos ardentes e cheios de expectativa, o enlouquecia. Soltando mais um palavrão, ele não conseguiu se conter e a beijou.No começo, o beijo foi lento, exploratório, como se ele quisesse memorizar cada detalhe dos lábios dela. Seus lábios moviam-se suavemente sobre os dela, saboreando o gosto doce e a textura macia. Mas a intensidade entre eles crescia rapidamente, e em pouco tempo, o beijo tornou-se urgente. Edgar envolveu Glória em seus braços, puxando-a para mais perto, suas mãos percorrendo o corpo dela com uma necessidade crescente.Ele traçou a linha do ombro de Glória, descendo pela curva de suas costas, sentindo cada músculo tenso sob seus dedos. As mãos dela, hesitantes no começo, começaram a se mover pelas costas largas de Ed
A floresta, com sua calma etérea sob o luar, tornou-se palco de uma reviravolta emocional avassaladora. Edgar, ainda sobre Gloria, sentiu uma compreensão abrupta e dolorosa atravessar sua mente como um raio cortante. Num instante, a tensão em seu corpo aumentou exponencialmente, e ele rapidamente se afastou dela, um olhar misturando raiva, desespero e uma culpa profunda emergindo em seu rosto.Enquanto se afastava, Edgar encarou, quase que com horror, a marca que agora adornava o pescoço de Gloria. Um gesto quase automático levou sua mão ao próprio pescoço, tocando a marca recíproca que ela havia deixado. Em um ato impensado e carregado de consequências, ele a havia marcado, traído a memória de Ravena, que ainda estava tão fresca em sua dor e luto. A culpa por não ter transformado Ravena, uma decisão que havia custado a vida dela, agora se entrelaçava com a culpa de ter marcado outra enquanto o luto ainda cobria seu coração.Gloria, observando a mudança drástica na expressão de Edgar,
Na calada da noite, enquanto a floresta ao redor parecia suspender a respiração, Gloria corria com o coração batendo descompassado, cada passo afastando-a do encontro tumultuado com Edgar. Chegando ao local onde havia escondido suas roupas antes de sua transformação, ela rapidamente voltava à forma humana, o processo ainda doloroso ressoando em cada músculo e osso de seu corpo.Vestindo-se às pressas, o tecido das roupas roçava de forma desconfortável contra a nova marca em seu pescoço, um lembrete constante da mudança irrevogável em sua vida. Ela reentrava em sua casa pela janela, o mesmo caminho secreto de sua fuga, movendo-se com uma cautela que contrastava com a corrida frenética de antes.O quarto de Gloria, mergulhado na escuridão da noite, refletia o turbilhão de emoções que ela sentia. Ela caminhava silenciosamente em direção ao banheiro, seus dedos trêmulos tocando a marca que Edgar havia deixado. A marca era linda, intricada, mas a lembrança da rejeição e desespero de Edgar