Luke ficou parado, a fúria ardendo em seus olhos enquanto confrontava Vanessa com uma pergunta carregada de suspeitas:“E posso saber como sua jaqueta tinha meu cheiro?” A sala estava tensa, todos os olhares fixos na interação.Vanessa, cujo coração batia freneticamente, sabia que qualquer erro poderia expor suas verdadeiras intenções. Mantendo a compostura, ela respondeu com a voz ainda embargada por lágrimas forjadas:“Eu esqueci ela no seu escritório quando fui procurar o brinco. Depois, voltei e peguei. Se ela tivesse me deixado explicar, teria dito isso a ela.”Um ancião, respeitado tanto entre os lobos quanto entre os vampiros, não conseguiu se conter e murmurou em desaprovação:“Ela é um perigo para si mesma e para todos nós.” Suas palavras aumentaram a tensão no ambiente.Luke, cujos olhos brilhavam um vermelho intenso de raiva, respondeu com um rosnado ameaçador:“Não se esqueça de que está falando da sua luna, velho.” O tom autoritário de sua voz deixava claro que ele não to
No coração da Itália, em uma série de noites misteriosas e silenciosas, um movimento incomum começou a tomar forma. Clãs inteiros de vampiros, que há séculos viviam discretamente entre os humanos, começaram a organizar suas mudanças. De norte a sul, de Veneza a Roma, os vampiros fechavam suas casas, mansões luxuosas e casas de campo isoladas. As cidades tranquilas que habitavam estavam começando a se perguntar sobre o que causou essa súbita partida em massa de seus residentes noturnos, tão discretos e enigmáticos.Os humanos especulavam em murmúrios nervosos, enquanto observavam ruas vazias e casas fechadas, tentando entender por que tantos indivíduos deixaram suas vidas para trás de uma só vez. As teorias variavam desde uma crise econômica até rumores de uma epidemia repentina, mas a verdade era muito mais obscura e sobrenatural.Os vampiros estavam obedecendo a um chamado antigo e poderoso. O Rei Vampiro Edgar, uma figura lendária entre seu povo, havia convocado todos os clãs para s
Nas profundezas dos escombros do castelo de Luminária, onde o silêncio era interrompido apenas pelo ocasional gotejar da água e o ruído distante de criaturas noturnas, Severus, Valesca e Hércules repousavam. Ali, eles apenas cochilavam, pois o verdadeiro sono era um luxo que não podiam se permitir. A constante presença ameaçadora de Herlon, o ser maligno que partilhava seu espaço, mantinha-os em um estado de alerta permanente. Cada vez que Herlon entrava em um de seus transes, aproveitavam a oportunidade para descansar, mas nunca completamente.De repente, o silêncio opressor foi quebrado por um grito pavoroso que ecoou pelas paredes frias do castelo. Herlon, preso em sua cela, rodopiava em êxtase, seu corpo monstruoso se contorcendo e batendo contra as paredes de sua prisão. O som de seu clamor era aterrorizante, reverberando pelo espaço e fazendo com que Severus, Valesca e Hércules se encolhessem ainda mais em seus cantos. Eles podiam sentir a fúria e a alegria insana que emanavam d
Herlon, ainda tremendo de fúria e frustração, girou lentamente em direção a seus três prisioneiros. Seus olhos, uma mistura de vermelho e preto, brilhavam com uma intensidade maligna. A sala parecia diminuir à medida que ele avançava, sua presença dominando o espaço.“Valesca,” ele chamou, sua voz tenebrosa ressoando como um eco sinistro. “Aproxime-se.”Valesca estremeceu, sabendo muito bem o que a esperava. Ela olhou para Hércules e Severus, buscando algum tipo de consolo, mas sabia que não havia escapatória. A obediência era sua única opção; recusar-se resultaria em algo muito pior. Com passos hesitantes, ela se aproximou de Herlon, a cabeça baixa, as lágrimas silenciosas escorrendo pelo rosto. Ela sabia que seria uma sessão de tortura onde ele a possuía com violência, um ritual que ela suportava com o desespero de quem não tem outra escolha.Severus e Hércules assistiam impotentes. Eles sabiam que não podiam fazer nada para ajudá-la. Herlon era pura escuridão e maldade, uma força c
No escritório, Edgar observava Luke andar de um lado para o outro, claramente perturbado. A tensão era palpável. Edgar, em sua postura calma habitual, quebrava o silêncio com uma voz grave que carregava não só autoridade, mas uma urgência que raramente era ouvida em sua fala."Luke," começou Edgar, "quando os nossos estudiosos vampiros estavam investigando o que poderia libertar Herlon, eles esbarraram em uma antiga lenda dos lobos. Fala-se de uma tal Lyra, uma loba vermelha que nasceu de pais normais durante a lua de sangue."Luke parou abruptamente, virando-se para encarar Edgar. Seu olhar era intenso, e ele absorvia cada palavra. Edgar notou a mudança imediata na postura de Luke e continuou."Segundo a lenda, quando Lyra perdeu o controle de seus poderes, ela não apenas destruiu toda a sua vila e aqueles que amava, mas a liberação de seu poder na Terra foi tão devastadora que se diz ter criado vulcões e até o próprio Grand Canyon é tido como resultado da fúria dela," explicou Edgar
Nas profundezas escuras e opressivas do castelo de Luminária, Herlon mantinha o celular em suas mãos, um brilho maligno em seus olhos. Severus, Hércules e Valesca observavam, suas esperanças renovadas e seus temores amplificados. Eles sabiam que a chave para sua possível salvação estava naquela pequena peça de tecnologia, mas Herlon, em sua curiosidade perversa, não tinha intenção de deixá-lo de lado.Herlon, fascinado pelo dispositivo que não compreendia totalmente, virou-se para Valesca, um sorriso cruel brincando em seus lábios. "O que mais os humanos inventaram durante meu sono?" ele perguntou, sua voz grave e carregada de desprezo.Valesca, tremendo de medo, sabia que precisava responder. "Eles inventaram muitas coisas... carros, aviões, televisão," ela gaguejou, tentando manter a voz firme.Herlon riu desdenhosamente. "Humanos imbecis," murmurou, segurando o celular com mais firmeza. "Eles sempre tentam encontrar formas de se sentir importantes." Com um movimento abrupto, ele fe
Após sua conversa com Edgar, Luke sentia um peso enorme sobre seus ombros enquanto caminhava de volta para a cabana na floresta. Ele esperava encontrar Hellen lá, mas ao chegar, o silêncio e a ausência dela tornavam o ambiente ainda mais sombrio e solitário. Respirando fundo, ele tentou manter a calma e recorreu ao link dos companheiros, uma conexão profunda e íntima que eles compartilhavam."Hellen, por favor, volte. Precisamos conversar," Luke transmitiu através do link, injetando tanto cuidado e suavidade quanto possível em suas palavras. Ele sabia que poderia seguir seu cheiro, mas não queria forçá-la a nada. Depois do tumulto naquela noite, tudo que ele desejava era que ela voltasse por vontade própria, mostrando respeito pelo espaço e tempo dela.Enquanto isso, ainda na forma de loba, Hellen tocava o focinho no de seu pai, Santos, em uma despedida silenciosa. A loba dentro dela sabia que não podia continuar fugindo do confronto inevitável com Luke. Com um suspiro profundo que sa
O dia amanheceu longe da Itália, mas o clima pesado e a aglomeração das trevas se faziam sentir até mesmo em Forks. A cidade, normalmente pacífica e oculta dos olhos dos humanos, agora estava imersa em uma sensação de perigo iminente que pairava sobre todos os seus habitantes sobrenaturais.Vanessa acordou satisfeita, recordando com um sorriso seus atos recentes. Ela sentia que estava conseguindo o que queria, pouco a pouco. O que Vanessa não sabia era que estava sendo vigiada de perto por Igor, um lobo de aparência misteriosa, mas extremamente fiel a Santos. Santos havia instruído Igor a ficar de olho em Vanessa e descobrir o que ela estava tramando.Igor, com sua postura sempre atenta e movimentos silenciosos, acompanhou cada passo de Vanessa desde que ela saiu de casa naquela manhã. Ele viu quando ela caminhou em direção à floresta, e notou como todos que passavam por ela a cumprimentavam. Vanessa realmente havia conquistado a confiança de muitos em Forks, mas Igor sabia que havia