Terminei de lavar as louças e ali fiquei sentado à cadeira de metal da cozinha. Tudo estava em silêncio e eu fumava o meu cigarro. Olhei para a ponta do cigarro em brasa a que acabara de acender. A fumaça saia sem consentimento e inundava a casa com o odor. Por um pequeno impulso, meu pensamento foi até meu pulmão, acabava de pensar em como ele poderia estar por dentro. Aquele pensamento me assustou. Assim como via a fumaça saindo do cigarro, imaginei aquela mesma fumaça entrando em meus pulmões e fazendo-os ficarem negros e com aquele cheiro forte de nicotina e outras substâncias que nem mesmo sabemos o nome. Um enjoo apareceu e apaguei a ponta do cigarro na torneira da pia com uma sensação de que eu iria vomitar se desse mais um trago naquele cigarro. Não era de se espantar, pois, já há algum tempo que estava, sem perceber, diminuindo os cigarros que acendia. Era uma dependê
Os dias passaram, e chegou à hora de ir para a palestra sobre a informatização. Renata e eu estávamos animados e Sr. Fagundes estava também empolgado. Estávamos no pátio da empresa que servia de estacionamento e havia alguns quiosques com mesas e cadeiras que eram usadas para os lanches dos empregados quando não queriam ficar conversando na cozinha da empresa. Perto do carro de Renata conversávamos sobre coisas corriqueiras e Sr. Fagundes chegou.- Olá meus meninos de ouro! – disse primeiro dando um beijo terno em Renata e depois me cumprimentando com firmeza com aquele sorriso grande ao rosto. – Minha sobrinha querida e meu filho adotivo. Estão animados?- Sim tio! Estamos animados para melhorar tudo isso aqui! – respondeu Renata.- E eu, estou tendo a minha grande chance de ouro! – Falei. – Muito obrigado Sr. Fagundes!- Sim, meu rapaz! Vocês
Não ficamos conversando muito a respeito de coisas interessantes nas quais eu pudesse usá-las para colocar neste livro, mas, o telefone tocou, mudando tudo o que iria acontecer a partir daí. - Alô? – respondeu Renata atendendo ao telefone celular. - Oi? Renata? – disse a voz com o toque do telefone. - Sim, sou eu, quem está falando? – disse Renat
O tempo passou e aquilo tudo estava me cansando. Olhava ao espelho e não me via. Somente um rosto novo que me tornei. Nem mesmo lembrei que Renata iria voltar no fim desses seis meses.Por final, estavam todos satisfeitos comigo. Recebi premiações das empresas que eu ajudei a crescer com minhas pequenas ideias. Do banco, que entrou em outro tipo de atividade em exportação e de Fagundes, que viu sua fábrica antiga receber novos funcionários, o que o deixava extremamente satisfeito.Um belo dia sentei-me no banco da praça e fiquei a observar. Nesta data não estava fumando, nem mesmo cigarros de nicotina. Vi o movimento constante do centro da cidade. Pessoas caminhavam com suas marchas, cada qual com a sua pressa. Jovens sentados aos bancos, alguns encabulando aula, outros, somente por diversão ficavam ali conversando.Os universitários desfilavam com seus uniformes brancos, ou jaquetas de
Fagundes me olhou como quem não acredita em escutar aquela grande pergunta e recostou-se novamente ao sofá e fez seus lábios fazerem barulho de bexiga sendo esvaziada.- As rodas do tempo! Meu Deus! – disse ele. – Digamos que para encontrarmos um tempo, temos que esperar ciclos de tempos, ou anos, que se passam, para que algo novo aconteça. Quando nos deixamos ficar à mercê de tudo o que achamos ser interessante, mas, que de nada será de valia à nossa vida, estamos deixando o tempo ficar andando sem nos preocupar com as “rodas do tempo”. As rodas, nada mais são do que o tempo necessário para que ocorram as coisas que desejamos ou para que tenham um tempo certo para acontecer. Fatos e momentos têm que acontecer antes de se chegar ao fim, ao que imaginamos em nossa realidade interna, e quando deixamos essas rodas do tempo agir sobre nós, estamos esperando as coisas acontece
Coiote conseguiu entender as rodas do tempo. Percebeu que tudo estava em sua mente, e, com isso, pôde notar que tudo o que passou fazia sentido, mas, ao mesmo tempo, não fazia sentido algum. Parou a pensar, sentado naquela mesma rodoviária, em que vira toda a sua vida transformar após a ajuda de um desconhecido.Olhou para Sr. Fagundes, que andava distante com Renata ao seu lado. A pequna garota iria se transformar em uma bela mulher.- Mas, e agora? - disse Coiote em voz alta. - Será que eu já vivi tudo aquilo? Será verdade de minha mente? O que faço agora? - terminou olhando para as palmas de suas mãos.As perguntas brotavam como se fossem ervas daninhas em sua mente. Sua mente tomou outra voz. Seu outro eu, voltou a falar consigo. Lógicamente agora Coiote sabia que se tratava dele mesmo.- Sem dúvida, o “conhecimento é poder” e lhe transforma em tudo o que go
A nossa mente produz ilusões tão grandes que chega a ser difícil apenas imaginá-las, quanto mais senti-las. Ou até, podemos senti-las, mesmo somente as imaginando. Temos muito que aprender com tal máquina, que desperta em nós, algo que não conseguimos distinguir, algo surreal. Será então tudo real? Ou será ilusão?Temos ainda algo a mais, que os cientistas “quebram a cabeça”, tentando entender seus significados. Somos seres invejáveis quanto à capacidade de raciocínio, dedução e junção de ideias. Mas, estamos ainda, usando menos do que realmente poderíamos usar e, usando para fins maléficos. Se assim pensarmos e conseguíssemos fazer com que pessoas parassem de fabricar bombas atômicas e transformassem, essas suas armas, em resultados de energias quase que inexpiráveis, sendo esse o se
Parecia um sonho! Era lindo ver aquele cenário! Tudo era de uma cor muito pura, parecia pintura em três dimensões. As cores vibravam, assim como o vento vibrava ao tocar meu rosto. Era um campo muito esverdeado e uma grama bonita e vistosa. Bem aparada. Podia-se até mesmo deitar-se sem nenhum receio de sujar-se, era densa como um tapete. As árvores, impunham-se de um verde causador de inveja a qualquer Pantanal. As frutas, eram grandes e pareciam ser mais puras do que as que costumava ver, ou as quais, achava estarem perfeitas. As pessoas, alegravam-se em pequenas rodas de amigos sempre com um sorriso verdadeiro ao rosto, dizendo coisas belas. Relatos bons. Esse sorriso puro em seus rostos contagiava a todos que ali estavam. Era, verdadeiramente, um cenário de pura alegria e tranquilidade. Vestiam-se uniformemente, com roupas dentro da tonalidade da cor bege e todos, todos, eram de uma beleza invejável.Uma bela garota de cabelo
Eu descia a rua de minha casa. A chuva molhava meus cabelos e meu rosto pingava algumas gotas. Alguns carros passavam ao meu lado e sempre olhava para o lado, conferindo se não iriam jogar água em mim. Vez ou outra parava debaixo de alguma marquise, olhava o tempo e pensava que até o clima conspirava contra mim naquele dia. Por fim, cheguei a um terminal de ônibus. Sentei-me numa cadeira e fiquei a pensar. Sem me dar conta, falei sozinho, como que resmungando em voz alta.- “O que faço agora? Sem dinheiro, sem casa, sem comida e sem rumo. Ainda para completar, essa chuva parece não querer me dar trégua.”Algumas poltronas ao meu lado um senhor de meia idade esperava alguém, lendo um jornal. Parecia ser muito dono de si, o que não percebi naquele dia e nem mesmo dei atenção a qual jornal ele lia. A minha visão agora, vendo-me de fora, foi que havia feito aquilo pretensiosament