Parte 4...Juliana continuou encarando o rosto bonito e seu coração deu uma leve disparada. Olhando bem, Lorenzo era muito mais atraente do que ela já tinha reparado antes. A boca grande era bem feita e atraente, parecia desenhada.Os olhos eram brilhantes e até mesmo a pequena cicatriz em seu queixo era algo atraente. Lhe dava um jeito mais sedutor, meio perigoso. O que talvez ele realmente fosse. Lorenzo era um homem muito forte, tinha um posicionamento de vencedor diante da vida. E isso chamava atenção de todos, não apenas das mulheres que pudessem ter algum interesse. Ele causava inveja.Lorenzo tinha trinta e seis anos, alguns anos a mais de experiência de vida além dela, com seus vinte e cinco. E a vida deles era bem diferente. Ele teve obrigações diferentes das dela, mas ambos eram organizados e trabalhadores. Nesse ponto ela sabia que Lorenzo não fugia das responsabilidades e que era exigente.Isso não era um defeito. Pelo menos não para ela. Gutto já era mais relaxado e ela a
Parte 1...Juliana não sabia o que pensar. O noivo traidor batendo e gritando seu nome a plenos pulmões e o irmão dele ali, a encarando e dizendo coisas que não deveria. Só podia ser uma brincadeira com ela.— Não fale essas coisas, Lorenzo.— E por que não, se é a verdade?Ela engoliu em seco e puxou o ar fundo, oxigenando o cérebro que deu uma pequena travada. Que confusão eles a tinham enfiado?Ela olhou em volta, se sentindo desolada. Não deveria estar ali, nem deveria ter sido envolvida nessa sujeira. Ela era uma pessoa comum, calma, que gostava de fazer as coisas corretas, que procurava tratar todos com respeito, mas ninguém parecia se importar com isso. Apenas exigiam dela.— Se quiser posso fazer com que ele vá embora.Ela só fez que sim com a cabeça.— Margarete! - ele chamou a empregada que veio rápido, de olhos bem abertos — Vá abrir a porta e deixe que ele entre.A mulher olhou de um para outro e piscando rápido foi logo fazer o que ele havia mandado. Juliana olhou para el
Parte 2...O celular de Lorenzo começou a tocar e com um som de insatisfação, ele verificou quem era. Não era o irmão, mas sua assistente pessoal. Ele atendeu e ergueu o dedo indicando a ela que aguardasse. — O que houve, Camila?Ele se afastou devagar indo para a varanda lá fora e puxou a porta de vidro um pouco para ter privacidade para falar. Juliana ficou sem jeito, mexendo no cabelo que tinha ficado desarrumado com o beijo e sentou de volta no sofá, mas na ponta, já esperando que ele voltasse para lhe dizer que iria embora sozinha.O viu caminhando de cabeça baixa, concentrado no assunto que falava. Ouviu que era Camila. Ela a conhecia um pouco. Era uma das três assistentes dele.Ficou balançando a perna nervosa, mordendo o lábio e pensando se Gutto estaria lá embaixo esperando por ela. Iria pedir a Lorenzo que chamasse um táxi para ela. Não poderia continuar ali.Após uns cinco minutos de espera ele retornou para perto dela e sua cara não era nada boa. Pelo contrário. Isso ativ
Parte 3...— E por que está me dizendo isso, Lorenzo?— É que se sua participação no golpe dado na empresa, for confirmada... - ele fez um som fino entre os dentes — Acho melhor você começar a se acostumar a ser apelidada, a não ser que seja boa de briga.Por um instante ela ficou boquiaberta, mas aos poucos sua mente começou a pegar de novo, raciocinando o que ele lhe dizia, ainda sem sentido, mas vindo dele, tudo era possível.— Espera... - ela ergueu a mão — Você está falando sobre o que, Lorenzo? Golpe na empresa? - mexeu a cabeça inquieta e agora curiosa — Que golpe é esse?Ele deu uma risadinha cínica, andou até o sofá e sentou no encosto de braço.— Não vá me dizer que você não sabe do que está acontecendo por lá? - ele cruzou os braços — Os funcionários estão todos a ponto de explodir de nervosismo, correndo de um lado para outro com pastas, gravações, documentos... E você não sabe de nada? - riu mexendo os ombros.— Se eu soubesse, não estaria lhe perguntando. Ele puxou o ar
Parte 4...Não era puritana, nem fresca. Apenas não queria ir para a cama sem estar mesmo sentindo que era o certo. Queria se entregar sentindo que não iria se arrepender depois, fosse quem fosse o escolhido para sua primeira vez.— Eu... - respirou fundo para se controlar — Se me der um tempo, vou verificar se essa informação procede e então...— Não vou lhe dar nada - disse alto — Camila já tem os dados e daqui a pouco vai chegar aqui com polícia. Vou fazer a denúncia diretamente ao departamento de fraudes.Ela arregalou os olhos. Não podia ser presa. Não tinha feito nada, não merecia isso. Ele tinha que dar a ela o benefício da dúvida antes de sujar seu nome.Quando ia falar ele se aproximou dela com uma expressão pesada, de modo agressivo e ela recuou de costas, batendo as pernas contra o sofá e caindo sentada de vez. Lorenzo continuou indo para cima dela, que por medo, ergueu as mãos e fez uma cara de dor, o que o fez parar.— O que é isso? - ele falou irritado — O que pensa faze
Parte 1...Juliana não tinha ideia do que estava se metendo, mas já que estava na lama, por assim dizer, que se afundasse logo de uma vez. Talvez viajar até que fosse bom agora, porque poderia se afastar da confusão que ainda iria aumentar.A essa altura a irmã já deveria estar em contato com os pais, inventando algo para sair de vítima como sempre fez, desde pequena. E não seria surpresa que os pais ficassem ao seu lado.Sua garganta estava travada. Até queria falar, mas não estava com ânimo para tal coisa. Só pensava em como iria se livrar e logo desse dinheiro em seu nome. Ficou sentada, apertando os dedos e repassando os últimos meses ao lado de Gutto. Realmente, ele lhe deu alguns documentos para assinar e ela deveria ler cada um, mas ele sempre estava presente, desviando sua atenção enquanto ela apenas ia passando de folha em folha.Isso foi um grande erro que se comprovava agora. Gutto tinha desviado dinheiro da empresa e pela conversa de Lorenzo ao telefone, estava tudo em um
Parte 2...— Quem tem que ter cuidado com o que diz e faz, é você - ele ergueu a sobrancelha debochado — Até que a polícia termine a investigação para chegar a mais culpados, você vai ficar comigo para evitar que fuja ou que avise aos seus cúmplices.— Lorenzo... - ela fechou os olhos irritada e respirou fundo duas vezes para se acalmar — Eu não tenho cúmplices de nada e nem pretendo fugir, já que sou inocente nas acusações.— Eh... - ele fez um gesto de pouco caso com a boca.— E eu não vou transar com você - ela disse quase gritando, depois lembrou da empregada por perto — Não ache que vou me prostituir, só porque você e seu irmão me envolveram em uma canalhice sem tamanho. Você que resolva com ele.— Ah, mas eu vou resolver mesmo - ele riu alto — E enquanto isso, nós vamos nos divertir - abriu os braços — Não é nada demais, é apenas sexo, em troca de não te colocar na cadeia.Juliana jamais imaginou que um homem pudesse ser tão canalha a esse ponto, mas via agora que estava enganad
Parte 3...— Não pode apenas me processar, vai precisar provar que estou envolvida nessa sujeira.— Ah, mas eu tenho provas, minha querida - ele foi até o barzinho e abriu o frigobar, pegando uma garrafinha — Agora mesmo, Camila está com dois oficiais que são da área de fraudes e outros tipos de golpes financeiros - abriu a garrafinha — Pelo que ela me disse, até agora já acharam cinco documentos de movimentação financeira em seu nome - virou o conteúdo todo de uma vez — Então, creio que isso já é prova suficiente de que você está envolvida até o pescoço... Além é claro, de que vocês são noivos e trabalham juntos - sorriu de modo frio — Você está bem encrencada, Juliana. Muito mesmo.Ouvir isso causou um arrepio frio em seu corpo e uma sensação enorme de abandono. Aí já foi demais para ela. Cobriu o rosto com as mãos e deixou que o choro preso viesse.Lorenzo odiava choro feminino. Sempre achou que nada mais era do que uma tática para atingir um objetivo e para se dar bem quando estiv