Parte 1...Nada disso estava certo. Ela não deveria estar ali naquele avião, ao lado dele, indo para outro país. Deveria ficar e brigar para limpar seu nome e mostrar a verdade do que tinha acontecido.Mas ao mesmo tempo, ela se sentia revoltada e perdida. Como poderia limpar o nome sozinha, se não havia ninguém ao lado dela para ajudá-la?Seus pais ficariam ao lado da irmã, que tudo indicava que sabia desse plano de Gutto para desviar dinheiro. Aliás, agora ela já tinha quase que total certeza de que os dois estavam juntos nisso e que Anete não iria se importar nem um pouco, se ela acabasse presa por algo que não fez, desde que tivesse vantagem em sua vida.E como não ter, se ela ficasse ao lado de Gutto? Um homem que tinha um comportamento idêntico ao dela. Os dois iriam apenas se aproveitar de cada pessoa e de cada situação que se apresentasse para eles, sempre indo em frente, deixando um rastro de perversidade atrás de si, contentes em conseguir tudo o que desejassem ter e fazer.
Parte 2...— Se você não procurar relaxar, vai acabar passando mal, Juliana - ele tirou o cinto — Eu não sou esse monstro pervertido que você está criando em sua mente.— Não, claro que não - ela sorriu de modo cínico — Eu vou relaxar no momento que eu quiser, Lorenzo. Não tente controlar meus sentimentos e emoções também - disse apertando os lábios.— Não tenho intenção de fazer isso.— Isso é o que você diz... Assim como meus pais e até mesmo aquele safado do seu irmão.— Você é uma surpresa atrás da outra - ele se mexeu na poltrona, se virando para ela — Está envolvida comigo, querendo ou não. Eu não vou liberar você até que esta confusão toda seja resolvida e o valor devolvido ao cofre da empresa.— Eu já sei disso - disse entre dentes.— Ótimo, é bom que saiba mesmo.Sem que ela esperasse, ele a segurou pelo pulso e a puxou para sentar em seu colo. Juliana se assustou e se debateu um instante, mas ficou quieta em seu colo quando ouviu a porta ser aberta e a comissária de bordo en
Parte 3...— Lorenzo - ela não sabia se estava pedindo ou protestando para que parasse. A boca dele continuou por seu pescoço e as mãos apertavam suas costas. Juliana estava sentindo que dessa vez não iria conseguir resistir, assim como fez com o irmão dele.Apesar dos avanços de Gutto, ela conseguiu se manter firme e até agora não tinham ido para a cama, coisa que Gutto fazia questão de reclamar sempre que podia. Só que agora era até cômico que ele exigisse sexo entre eles, se pelo jeito tinha a qualquer momento e em qualquer lugar com Anete.Talvez fosse um fetiche dele, ficar com as duas irmãs e quem sabe fazer comparações de quem seria melhor na cama.Nojento!Mas agora com Lorenzo, estava gostando muito das carícias que ele estava fazendo.— Sua pele é tão macia - ele provocou arrepios nela ao tocar seu pescoço com a ponta da língua — Me beija... Agora!Ele nem esperou pela resposta dela, apenas segurou sua nuca com uma das mãos e a puxou para um beijo. Juliana cedeu, sem querer
Parte 1...Chegar na Toscana era algo que apesar da situação, acabou animando-a um pouco. Tudo em volta era muito bonito, tinha uma beleza única, o clima gostoso que a recebeu com um sopro de vento frio, refrescando seu calor interno pela preocupação.Desceram em um lado da pista que era apenas para aeronaves de particulares. Logo que desceu ela viu como Lorenzo estava mal acostumado a ser sempre bajulado e servido.Dois homens os receberam. Foram educados com ela. Lorenzo falou com um deles por um momento enquanto o outro subiu no avião e recolheu as coisas dele e também a bolsa dela. A diferença na burocracia era enorme, quase um choque. Mas, talvez por ele ser quem era, já estava acima de muitos.Entraram em um dos carros parados ao lado do hangar e seguiram para a propriedade dele. O caminho era perfeito, quase que uma fotografia ou uma tela pintada à óleo. Pensou em ver como seria durante o dia. Agora já começava a ficar escuro.Demoraram meia hora até a entrada da propriedade, m
Parte 2...— Pelo menos não vai ser porque eu poderia fugir - comentou — Sendo assim eu aceito o segurança.Ele fez um movimento com a cabeça e riu.— Ah, você... Tão bonitinho esse seu jeito inocente - apertou o ombro dela de leve — Você não tem que aceitar, Juliana. Eu mando, você obedece.Ela parou e fez um bico de aborrecimento.— O que foi? É a sua verdade atual, querida.— Mas não precisa ficar passando na minha cara o tempo todo - disse chateada — Como você espera que eu vá relaxar e passar esse tempo com você, se fica me lembrando sempre?— Ok, tem razão - assentiu — Não vou comentar mais.— Você nem parece irmão de Gutto nesse...— Não me compare - ele a segurou pela mão — Odeio comparações e menos ainda com meu irmão egoísta e preguiçoso. Não faça mais isso.— Não ia comparar.— Ah, não? E não é sempre isso que faz? - se inclinou para ela — Você quer dizer que não faz parte do grupinho de mulheres que se deitam com Gutto e depois querem tirar a prova comigo? Nunca pensou qua
Parte 3...Loreta saiu. Ele a puxou de volta e continuou o beijo de onde pararam. Lorenzo era muito rápido em suas decisões, o que a deixava assustada. Seu jeito era mais calmo, tomava suas decisões com cuidado. Pelo menos a maioria delas, quando não fazia uma bobagem levada pelo mal julgamento, como no caso de Gutto. Agora ainda não tinha decidido se Lorenzo era ou não merecedor de sua total confiança. Ela não soube dizer quanto tempo durou o beijo, mas se deixou levar nessa promessa escondida por trás da urgência. Lorenzo sabia como quebrar suas defesas. E quando ele a largou, ela logo foi ajeitar a roupa e o cabelo. Ele riu descarado.— A dona certinha até que tem fogo.Ela sentiu um pouco de vergonha. Não muito antes disso ainda era noiva do irmão dele e agora estavam ali no meio da sala dele, se agarrando como se já fossem íntimos.— Não fale essas coisas, Lorenzo.— Por que não, se é verdade? - segurou o queixo dela.— Porque eu não gosto - abriu bem os olhos — Detesto apelido
Parte 1...Era muito estranho estar ali, naquele banheiro espaçoso, em outro país, junto com Lorenzo. Era a última pessoa que ela pensaria em fazer uma viagem junto. A água descia por seu corpo, relaxando seus músculos. Aproveitou para deixar sair também o choro que vinha prendendo desde antes. Era um alívio poder fazer isso sem que ninguém estivesse por perto. Sentiu até o coração ficar mais leve.Fez um retrospecto de sua situação, desde quando começou sua relação com Gutto até chegar ali. E tinha mesmo muitas pontas soltas que ela não havia prestado atenção e que só a levavam para uma única ideia.Anete e Gutto estavam juntos nessa armação toda. Mas o que ela não conseguia entender, era o motivo real disso. Os dois não precisavam aprontar algo tão sério e grave assim, como desviar dinheiro da empresa. E menos ainda ele, que era um dos herdeiros. Qual o sentido de roubar o que já é seu?Ela deu um pulinho dentro do box ao se assustar quando ouviu uma batida na porta.— Sim? - desli
Parte 2...A pequena cicatriz no rosto dele lhe dava um certo ar de malvado e talvez ele se aproveitasse disso, mas ela não tinha tanta certeza de que era malvado. Talvez fosse rígido e exigente demais, o que lhe dava um ar de cruel. Ela também achava isso, mas em pouco tempo ao lado dele começou a observar que uma pessoa cruel não trataria bem os que são inferiores a ele em posição financeira, assim como Lorenzo fez.A senhora que cuidava da casa parecia realmente contente em ver que ele tinha chegado. Os empregados que o seguiam também estavam relaxados ao falar com ele. Então não seria de todo um homem cruel. Ainda que ela sentisse um pouco de medo dele e do modo dominante que mostrava para cima dela.E ao mesmo tempo que tinha medo, gostava disso. O modo autoconfiante dele a fazia se sentir pequena e até frágil diante dessa energia forte. Ela sentia sua corrente sanguínea acelerar diante da sensação que seu corpo experimentava ao toque dele. Sem falar nos beijos. Só de pensar iss