Parte 2...Ela ajeitou a bolsa pesada no ombro, mas ele pegou dela e indicou a porta. Ela fez um gesto com a cabeça e saiu. A mãe estava alisando a cabeça de Anete, deitada no sofá, encolhida e chorando. Lágrimas de crocodilo, é claro.— Eu vou viajar - ela parou em frente delas — Vocês precisam sair. E quero minha cópia da chave de volta, Anete.— Está vendo, mãe? - ela fez outra cena, levantando e esfregando os olhos — Eu disse que ela ia fazer isso - apontou para a irmã — A casa é minha - gritou aos prantos — Eu não vou sair!— Vai sim - Lorenzo afirmou categórico — O apartamento pertence apenas a Juliana e você agora é uma persona non grata- ergueu a sobrancelha — Como tanto, você deve ir embora.— E quem é você, para falar assim com a minha filha? - a mãe delas levantou ficando na frente de Anete — Minha filha é uma vítima da irmã...— Cale-se! - ele falou em um tom que não aceitava outra coisa, a não ser obediência — Sua filha é uma vadiazinha - a mãe dela ficou boquiaberta — E
Parte 3...— Eu juro, mamãe... - ela mentia com a voz chorosa e falsa — Ele me enganou, abusou de minha inocência...Juliana balançou a cabeça em desaprovação pelo que a irmã continuava a fazer. Não tinha o menor respeito e consideração pela mãe.Lorenzo soltou uma expressão de desprezo também.— Vamos também - ele esticou a mão.Ela olhou para a mão dele e sentiu uma raiva e uma mágoa profunda. Ele não era melhor do que as duas que só a culpavam de tudo, sem lhe dar o benefício da dúvida. Lhe deu um tapa com força na mão.— Não pense que vou lhe agradecer, Lorenzo - disse entre dentes — Assim que puder colocar as mãos nessa conta e retirar tudo, vou jogar na sua cara e nunca mais quero ver você de novo.— Isso vai ser um pouco difícil, querida - ele respondeu de modo cínico — Você trabalha na minha empresa.— Não! - ela balançou a cabeça — A partir de hoje estou fora da empresa - engoliu pesado — Não quero ter nada a ver com sua família, nunca mais - segurou a vontade de chorar — Só
Parte 4...Ela sabia falar italiano, mas há muito tempo que não praticava e precisava de um certo tempo para pegar de volta as palavras e frases. Por enquanto pegava a ponta de um assunto, mas não o todo realmente. Chegou a ouvir algumas palavras que não foram muito agradáveis.Ela preferiu ficar observando a paisagem da cidade passando enquanto o carro cortava as ruas andando rápido, em direção ao aeroporto, onde o avião os esperava. E isso a fazia ficar mais ansiosa e nervosa de novo. Tudo estava mudando agora, de uma forma que ela não tinha planejado. Isso gerava problemas.Por dentro estava se sentindo muito mal. Tentava imaginar o que a família estaria falando sobre ela agora. A essa hora seu pai já deveria estar sabendo também de tudo, mas da pior forma, do jeito que Anete deve ter lhe contado, dando uma de vítima.Isso a magoava muito. Não era de agora que a irmã tinha sempre a preferência, mas o pior que isso, era que ela não tinha o mesmo direito de ter uma chance de defesa.
Parte 1...Nada disso estava certo. Ela não deveria estar ali naquele avião, ao lado dele, indo para outro país. Deveria ficar e brigar para limpar seu nome e mostrar a verdade do que tinha acontecido.Mas ao mesmo tempo, ela se sentia revoltada e perdida. Como poderia limpar o nome sozinha, se não havia ninguém ao lado dela para ajudá-la?Seus pais ficariam ao lado da irmã, que tudo indicava que sabia desse plano de Gutto para desviar dinheiro. Aliás, agora ela já tinha quase que total certeza de que os dois estavam juntos nisso e que Anete não iria se importar nem um pouco, se ela acabasse presa por algo que não fez, desde que tivesse vantagem em sua vida.E como não ter, se ela ficasse ao lado de Gutto? Um homem que tinha um comportamento idêntico ao dela. Os dois iriam apenas se aproveitar de cada pessoa e de cada situação que se apresentasse para eles, sempre indo em frente, deixando um rastro de perversidade atrás de si, contentes em conseguir tudo o que desejassem ter e fazer.
Parte 2...— Se você não procurar relaxar, vai acabar passando mal, Juliana - ele tirou o cinto — Eu não sou esse monstro pervertido que você está criando em sua mente.— Não, claro que não - ela sorriu de modo cínico — Eu vou relaxar no momento que eu quiser, Lorenzo. Não tente controlar meus sentimentos e emoções também - disse apertando os lábios.— Não tenho intenção de fazer isso.— Isso é o que você diz... Assim como meus pais e até mesmo aquele safado do seu irmão.— Você é uma surpresa atrás da outra - ele se mexeu na poltrona, se virando para ela — Está envolvida comigo, querendo ou não. Eu não vou liberar você até que esta confusão toda seja resolvida e o valor devolvido ao cofre da empresa.— Eu já sei disso - disse entre dentes.— Ótimo, é bom que saiba mesmo.Sem que ela esperasse, ele a segurou pelo pulso e a puxou para sentar em seu colo. Juliana se assustou e se debateu um instante, mas ficou quieta em seu colo quando ouviu a porta ser aberta e a comissária de bordo en
Parte 3...— Lorenzo - ela não sabia se estava pedindo ou protestando para que parasse. A boca dele continuou por seu pescoço e as mãos apertavam suas costas. Juliana estava sentindo que dessa vez não iria conseguir resistir, assim como fez com o irmão dele.Apesar dos avanços de Gutto, ela conseguiu se manter firme e até agora não tinham ido para a cama, coisa que Gutto fazia questão de reclamar sempre que podia. Só que agora era até cômico que ele exigisse sexo entre eles, se pelo jeito tinha a qualquer momento e em qualquer lugar com Anete.Talvez fosse um fetiche dele, ficar com as duas irmãs e quem sabe fazer comparações de quem seria melhor na cama.Nojento!Mas agora com Lorenzo, estava gostando muito das carícias que ele estava fazendo.— Sua pele é tão macia - ele provocou arrepios nela ao tocar seu pescoço com a ponta da língua — Me beija... Agora!Ele nem esperou pela resposta dela, apenas segurou sua nuca com uma das mãos e a puxou para um beijo. Juliana cedeu, sem querer
Parte 1...Chegar na Toscana era algo que apesar da situação, acabou animando-a um pouco. Tudo em volta era muito bonito, tinha uma beleza única, o clima gostoso que a recebeu com um sopro de vento frio, refrescando seu calor interno pela preocupação.Desceram em um lado da pista que era apenas para aeronaves de particulares. Logo que desceu ela viu como Lorenzo estava mal acostumado a ser sempre bajulado e servido.Dois homens os receberam. Foram educados com ela. Lorenzo falou com um deles por um momento enquanto o outro subiu no avião e recolheu as coisas dele e também a bolsa dela. A diferença na burocracia era enorme, quase um choque. Mas, talvez por ele ser quem era, já estava acima de muitos.Entraram em um dos carros parados ao lado do hangar e seguiram para a propriedade dele. O caminho era perfeito, quase que uma fotografia ou uma tela pintada à óleo. Pensou em ver como seria durante o dia. Agora já começava a ficar escuro.Demoraram meia hora até a entrada da propriedade, m
Parte 2...— Pelo menos não vai ser porque eu poderia fugir - comentou — Sendo assim eu aceito o segurança.Ele fez um movimento com a cabeça e riu.— Ah, você... Tão bonitinho esse seu jeito inocente - apertou o ombro dela de leve — Você não tem que aceitar, Juliana. Eu mando, você obedece.Ela parou e fez um bico de aborrecimento.— O que foi? É a sua verdade atual, querida.— Mas não precisa ficar passando na minha cara o tempo todo - disse chateada — Como você espera que eu vá relaxar e passar esse tempo com você, se fica me lembrando sempre?— Ok, tem razão - assentiu — Não vou comentar mais.— Você nem parece irmão de Gutto nesse...— Não me compare - ele a segurou pela mão — Odeio comparações e menos ainda com meu irmão egoísta e preguiçoso. Não faça mais isso.— Não ia comparar.— Ah, não? E não é sempre isso que faz? - se inclinou para ela — Você quer dizer que não faz parte do grupinho de mulheres que se deitam com Gutto e depois querem tirar a prova comigo? Nunca pensou qua