Parte 3...— Por que está sendo tão teimosa? Eu só quero resolver nossa situação - gesticulou agitado — Você era inocente, não tinha experiência e eu a forcei.Ela riu inclinando a cabeça de lado. Não ia negar que tinha começado dessa forma, mas depois ela quis também. O estresse foi o fator maior nessa confusão toda em que tinha se metido, mas não iria mais deixar que a dominasse. Já tinha compreendido bem toda a situação. Sabia e aceitava seu papel de vítima, mas porque foi confiante demais, mesmo sabendo que não deveria. Quantas vezes Anete e Gutto haviam lhe dado sinais de que não mereciam confiança e ainda assim ela fechou os olhos para sua intuição e continuou.Agora estava ali, não queria seu nome envolvido com a polícia. Isso não seria nada bom para seu futuro profissional. Aceitou ficar com ele como amante, mas estava interessada também e por isso decidiu que iria até o fim.— Não se preocupe, Lorenzo. Eu não tenho nenhuma intenção de acusar você de nada depois, se é esse o
Parte 1...Loreta estava contente, explicando sobre o bolo que havia preparado quando soube que Lorenzo estava chegando. Juliana já tinha comido duas fatias de tão bom que era.Até que o café da manhã foi tranquilo. Lorenzo estava relaxado e ela não entendia como ele podia fazer de conta que nada estava acontecendo, como se fosse um dia normal. Ele tinha insistido para que ela se casasse com ele, usando a velha desculpa da honra, como se isso valesse de algo hoje em dia, mas agora estava ali, sentado como se estivesse em um dia de rotina.Percebeu que Loreta gostava mesmo do patrão, como ela o chamou algumas vezes e ele ria. O marido e um dos filhos dela entrou na cozinha e Lorenzo a apresentou de novo como sua namorada. Os dois eram parecidos e tinham o mesmo sorriso. Lorenzo pediu licença e foi conversar com eles na parte de baixo, onde era o jardim. Estavam mostrando alguns papéis para ele e Loreta disse que era de um projeto de restauração que o marido e o filho estavam fazendo
Parte 2...Juliana olhou para ele que estava agora de cara fechada.— O que faz aqui, Lívia?— Eu vim atrás de você - balançou o corpo — Esqueceu que tinha um compromisso comigo ontem?Lorenzo franziu a testa e riu, sem acreditar nela.— Não é possível que seja tão louca assim, Lívia - soltou Juliana, mas segurou sua mão — Eu não tinha nada com você ontem. De onde tirou isso?— Nós tínhamos combinado de ir no evento do leilão, esqueceu? Foi ontem à tarde.— Criatura, eu não combinei com você - ele riu ironicamente — O leilão estava marcado há três meses. Eu tenho peças expostas nele e outras que queria adquirir. Não tem nada a ver com você - ele percebeu que Juliana ficou fechada — E se não percebeu, estou muito ocupado.A mulher olhou para Juliana de cima até embaixo, com um sorriso cínico e cara de poucos amigos. Depois começou a falar muito rápido, em italiano.Mas pela expressão dela, juntando com algumas palavras que conhecia, Juliana entendeu que falava dela. E não gostou nem um
Parte 3...A cara de Lívia foi de surpresa para irritada e depois para louca em um segundo. Ela deu um grito e avançou sobre Juliana, tentando agarrar seu cabelo. Juliana se assustou, mas jogou o corpo para trás evitando o ataque da mulher ensandecida e Lorenzo passou entre elas, protegendo Juliana.A mulher não parava de gritar e tentava arranhar Lorenzo, que segurou seus pulsos, mas ela começou a chutar e um dos chutes o acertou bem na canela com a ponta do sapato bicudo.Ele soltou um palavrão e então a prendeu, girando seu corpo e segurando seus braços para trás, mas ela não parava de gritar. Logo Loreta e o marido apareceram no quarto, afobados e nervosos. Juliana estava no canto do closet, afastada dos dois.Seu coração batia nervoso. Era uma situação que jamais iria se meter se não fosse por Lorenzo. Que loucura sua vida tinha se tornado em tão pouco tempo.— Oh, Dio mio... - Loreta segurou o rosto com as mãos.— Chame os seguranças, quero essa maluca fora daqui - ele disse com
Parte 4...— Vou chamar um táxi para vir me buscar. Depois vou ao aeroporto e nunca mais quero ver você - seu lábio tremeu — Só para lhe devolver a merda desse dinheiro que seu irmão canalha roubou e não eu - falou alto.— E você vai chamar o táxi como? - ele disse em tom de ironia — Você tem euros em sua bolsa, talvez dólares? E sabe falar bem o italiano? E como vai chamar o táxi se está sem o seu celular? Vai sair do país sem o passaporte, como? Me diga, estou curioso com isso.Ela tinha dinheiro, mas não era euro ou dólar. Ele falava assim de propósito, para que ficasse atormentada. Estava se divertindo às suas custas. Ela respirou hesitante. Lorenzo usava de lógica para causar mais constrangimento a ela.— E tem mais... Você acha mesmo que eu vou cair nessa conversa de que você vai embora e depois me devolve o dinheiro roubado? - balançou o indicador na frente dela — Não, minha querida. Não me tome por um tonto. E pare de fazer ceninha.— Não estou fazendo cena nenhuma.— É claro
Parte 5...Enquanto ele falava, ela apenas respondia com monólogos porque sua mente estava longe dali. O lugar era maravilhoso, não tinha o que reclamar. Se fosse uma outra situação estaria amando o passeio, mas na sua real situação não era nada agradável. Era só um paliativo para sua mente.No meio da tarde ela estava muito cansada. Fisicamente e mentalmente. Perguntou se poderiam voltar para a casa.— Não lhe agradou o passeio? Disse que queria sair e não ficar presa.— É tudo muito bonito - suspirou breve — Mas eu realmente estou cansada, Lorenzo. Quero voltar, tomar um banho e descansar. Acho que por hoje já chega pra mim.Ele ficou sério, mas não fez comentário. Apenas concordou e a levou pela mão até onde havia deixado o carro, que por sorte não era longe.E na volta ela quase não falou. Ficou sentada encostada na porta, olhando a bela paisagem que passava pela janela, distraindo seu pensamento. Ele notou que o comportamento dela estava mais diferente do que o habitual e sabia q
Parte 1...Juliana só acordou na manhã seguinte. O cansaço mental foi maior do que o físico, mas dormir assim por mais tempo a ajudou muito. Se sentia melhor. Piscou e esfregou os olhos. A luz do novo dia entrava pela janela grande aberta. As cortinas estavam afastadas. Se virou para o lado. Nem sinal de Lorenzo. Apenas havia uma marca no travesseiro onde sua cabeça descasara. Ela esticou a mão e alisou.Mordeu o lábio. Todos faziam o que queriam, menos ela. Sempre seguindo as regras. Com Anete e Gutto era assim. Eles queriam algo, iam lá e faziam. Não se importavam com os outros ou se era certo ou errado. Só faziam, sem remorsos.Com Lorenzo era assim também. Ele a desejou, a quis e a tomou para si. Ela apenas foi. Estava cheia de medo, de dúvidas e não sabia como agir. Não tinha experiência para lidar com uma situação como a que se apresentou de repente.Sentou na cama. Viu que estava com a mesma roupa do dia anterior. Esfregou o rosto e bocejou. Precisava de um banho para desperta
Parte 2...— Eu trouxe seu celular - ele enfiou a mão no bolso da camisa — Foi errado ter tirado de você. Peço desculpas.Ela não disse nada. Esticou a mão e pegou o aparelho. Torceu a boca de um lado para outro. Ligou e viu que havia mensagens de seus pais, da irmã e várias de Gutto. É claro.Suspirou e olhou para ele, que ainda a encarava. Esse pouco tempo havia forçado uma mudança nela. Com um certo prazer ela apenas pressionou a tela e mandou deletar todas as mensagens sem abrir nenhuma. Depois apenas largou de lado.Ela não viu que ele sorriu, aliviado com o que tinha feito. Comeram quase que calados, poucas palavras foram trocadas. Depois ele a informou que deveriam ir a um evento à noite.— Mas eu não comprei roupas para sair. Que lugar é?— É um dos salões de eventos de um amigo. Compre algo elegante, bonito, clássico - deu de ombro — Não vou poder ir com você hoje, tenho um compromisso.— Eu posso ir sozinha - torceu a boca — Já conheço um pouco do centro.— Vou mandar Cassiu