Parte 4...— Vou chamar um táxi para vir me buscar. Depois vou ao aeroporto e nunca mais quero ver você - seu lábio tremeu — Só para lhe devolver a merda desse dinheiro que seu irmão canalha roubou e não eu - falou alto.— E você vai chamar o táxi como? - ele disse em tom de ironia — Você tem euros em sua bolsa, talvez dólares? E sabe falar bem o italiano? E como vai chamar o táxi se está sem o seu celular? Vai sair do país sem o passaporte, como? Me diga, estou curioso com isso.Ela tinha dinheiro, mas não era euro ou dólar. Ele falava assim de propósito, para que ficasse atormentada. Estava se divertindo às suas custas. Ela respirou hesitante. Lorenzo usava de lógica para causar mais constrangimento a ela.— E tem mais... Você acha mesmo que eu vou cair nessa conversa de que você vai embora e depois me devolve o dinheiro roubado? - balançou o indicador na frente dela — Não, minha querida. Não me tome por um tonto. E pare de fazer ceninha.— Não estou fazendo cena nenhuma.— É claro
Parte 5...Enquanto ele falava, ela apenas respondia com monólogos porque sua mente estava longe dali. O lugar era maravilhoso, não tinha o que reclamar. Se fosse uma outra situação estaria amando o passeio, mas na sua real situação não era nada agradável. Era só um paliativo para sua mente.No meio da tarde ela estava muito cansada. Fisicamente e mentalmente. Perguntou se poderiam voltar para a casa.— Não lhe agradou o passeio? Disse que queria sair e não ficar presa.— É tudo muito bonito - suspirou breve — Mas eu realmente estou cansada, Lorenzo. Quero voltar, tomar um banho e descansar. Acho que por hoje já chega pra mim.Ele ficou sério, mas não fez comentário. Apenas concordou e a levou pela mão até onde havia deixado o carro, que por sorte não era longe.E na volta ela quase não falou. Ficou sentada encostada na porta, olhando a bela paisagem que passava pela janela, distraindo seu pensamento. Ele notou que o comportamento dela estava mais diferente do que o habitual e sabia q
Parte 1...Juliana só acordou na manhã seguinte. O cansaço mental foi maior do que o físico, mas dormir assim por mais tempo a ajudou muito. Se sentia melhor. Piscou e esfregou os olhos. A luz do novo dia entrava pela janela grande aberta. As cortinas estavam afastadas. Se virou para o lado. Nem sinal de Lorenzo. Apenas havia uma marca no travesseiro onde sua cabeça descasara. Ela esticou a mão e alisou.Mordeu o lábio. Todos faziam o que queriam, menos ela. Sempre seguindo as regras. Com Anete e Gutto era assim. Eles queriam algo, iam lá e faziam. Não se importavam com os outros ou se era certo ou errado. Só faziam, sem remorsos.Com Lorenzo era assim também. Ele a desejou, a quis e a tomou para si. Ela apenas foi. Estava cheia de medo, de dúvidas e não sabia como agir. Não tinha experiência para lidar com uma situação como a que se apresentou de repente.Sentou na cama. Viu que estava com a mesma roupa do dia anterior. Esfregou o rosto e bocejou. Precisava de um banho para desperta
Parte 2...— Eu trouxe seu celular - ele enfiou a mão no bolso da camisa — Foi errado ter tirado de você. Peço desculpas.Ela não disse nada. Esticou a mão e pegou o aparelho. Torceu a boca de um lado para outro. Ligou e viu que havia mensagens de seus pais, da irmã e várias de Gutto. É claro.Suspirou e olhou para ele, que ainda a encarava. Esse pouco tempo havia forçado uma mudança nela. Com um certo prazer ela apenas pressionou a tela e mandou deletar todas as mensagens sem abrir nenhuma. Depois apenas largou de lado.Ela não viu que ele sorriu, aliviado com o que tinha feito. Comeram quase que calados, poucas palavras foram trocadas. Depois ele a informou que deveriam ir a um evento à noite.— Mas eu não comprei roupas para sair. Que lugar é?— É um dos salões de eventos de um amigo. Compre algo elegante, bonito, clássico - deu de ombro — Não vou poder ir com você hoje, tenho um compromisso.— Eu posso ir sozinha - torceu a boca — Já conheço um pouco do centro.— Vou mandar Cassiu
Parte 3...O que ela mais gostou foi do cabelo e do destaque aos olhos que pareciam maiores. — E então, será que estou aprovada? - Magali perguntou parada atrás dela e mexendo no cabelo sedoso — O que achou do vestido?Ela girou o corpo de um lado para outro. O vestido era lindo e elegante, mas era o mais ousado que ela já tinha usado na vida. O vermelho grená deixava as curvas de seu corpo mais acentuadas. O decote na frente não era tão ousado, mas nas costas ele ia até o meio de sua coluna.Na perna direita uma fenda generosa que deixava ver sua coxa, que com os saltos altos finos, ficou mais alongada. Nem ela conseguia tirar os olhos. Pensou no que Lorenzo iria dizer.Um toque a mais de Magali foi colocar uma corrente delicada com um pingente em forma de flor dentro de um coração e que tinha uma outra corrente que descia da nuca até suas costas.— Eu acho que você está linda - Magali a elogiou.— Nossa... Eu nem me reconheço - ela tocou o pingente de coração — Obrigada, Magali. Vo
Parte 4...— Há muito tempo que eu deixei Lívia sozinha - ele respondeu — Não tenho nenhum interesse nela - passou o braço pelos ombros de Juliana — Até porque seria estranho, já que vou me casar com Juliana. Não tenho nenhum desejo de ter duas mulheres. Eu sou fiel quando estou apaixonado.Juliana engoliu em seco e sentiu a garganta doer. Lorenzo pegou sua mão e deu um beijo. Depois anunciou aos conhecidos em volta que em breve seria um homem casado. Alguns deram parabéns aos dois e outros ficaram apenas observando-a, tirando suas conclusões da novidade.Ela sentiu as pernas formigarem e estava pensando se deveria aproveitar o momento e dizer quem ela era realmente, o colocando em uma situação delicada, onde seria obrigado a mandá-la embora. Como sempre, ele parecia ler sua mente.Apertou sua mão e fez que não de modo disfarçado, com um sorriso falso, mas com o olhar frio para ela. Juliana desistiu.— Nossa... Mais um casamento? - a mulher voltou a falar, mas dessa vez menos agressiv
Parte 5...O beijo foi lento. Ela queria sentir o gosto dele. Já não estava em condições de brigar de novo e nem queria mais. Queria paz, queria sentir de novo o que ele lhe dava. Estava cansada de brigar e de qualquer forma, ele sempre conseguia que ela fizesse o que queria. Depois que voltou para a mesa ela só pensava em estar nesse quarto com ele.Ela nem estava mais se preocupando em obedecer seu comando. Era como se ela tivesse fios que a atavam a ele. Depois pensaria se estava errada ou não.— Eu não deveria deixar você fazer isso comigo - ela disse quando ele retirou seu vestido.— Acha que eu não sinto o mesmo que você? - ele murmurou entre beijos — Que eu não tenho raiva de sentir essa necessidade, essa vontade que não passa?Ele pegou a mão dela e colocou sobre seu peito, para que sentisse como seu coração estava acelerado.— Está sentindo? Eu só fico assim quando você está por perto - a beijou de novo — Meu corpo inteiro pede que me toque. Eu sinto falta do seu beijo, bela
Parte 6...— Está óbvio que eles quiseram sair na frente e contar o lado deles nessa história sórdida - ele sentou na cama — Se aproveitaram de nossa ausência para diminuir o problema. Quando eu for falar com meus pais, eles já vão estar com outra ideia na cabeça e provavelmente eu serei o culpado. Gutto talvez nem mesmo saia da empresa, está apenas jogando porque sabe que vou pedir seu afastamento.Em um impulso de mágoa, ela jogou o notebook no chão com força. Lorenzo olhou para ela assustado com a grosseria. Não era algo normal dela.— Porque ao invés de quebrar meu notebook, você não quebra a cara da sua irmã vadia? - ele disse pegando o notebook e colocando em cima da cadeira no canto.— E por que você não mandou prender o canalha do seu irmão, ao invés de me sequestrar e me fazer ir pra cama com você?Ele parou, pego de repente pela frieza dela ao falar. Seus olhos escureceram, mas ela não se preocupou se isso representava um perigo. Estava muito irritada.— Não desconte em mim