Parte 5... Seria muito difícil fazer com que um juiz acreditasse em sua inocência, teria que contar com a sorte. E com dinheiro suficiente para pagar um ótimo advogado para defendê-la das acusações. — Você... Você não é... Pervertido, é? - ela perguntou com dificuldade. Ele riu e se aproximou, pegando sua mão e trançando os dedos. Com a outra mão segurou seu queixo. — Está perguntando se eu gosto de coisas estranhas no sexo... Como bater ou amarrar? - correu o dedo em seu lábio — E de transar em lugares esquisitos, como em cima da ponte? - ele brincou — Eu tenho muito fogo, adoro sexo, mas sou um homem normal, por assim dizer. Gosto de curtir a mulher que está comigo e não tenho prazer em machucar ou usar brinquedos sexuais. Está curiosa como eu faço amor? — Não... - ela respondeu ligeiro — Eu só não quero cair nas mãos de um louco que depois vai desovar meu corpo todo quebrado em algum barranco. Ele ficou surpreso com a declaração e gargalhou, jogando a cabeça para trás. — Não
Parte 1...Juliana olhou para a mão dele, apertando seu braço. Estava presa entre a cruz e a espada. Se não aceitasse ficar com ele estaria envolvida com a polícia em uma denúncia muito grave de desvio de dinheiro.E isso era algo que ela não teria como provar sua inocência, pois realmente tinha sido muito idiota em confiar no noivo. Começou a pensar em como Gutto passou a lhe dar atenção da noite para o dia, revivendo os momentos iniciais.Ela trabalhava como contadora no setor que ele gerencia e tinha acesso a vários documentos. Sempre foi muito organizada e não tinha faltado um único dia de trabalho. Até mesmo com gripe e febre ela foi ao escritório.— O que se passa em sua cabeça agora? - ele a questionou, curioso — Não está com uma cara muito boa.— Claro, o que acha? - ergueu o rosto para ele — Apesar de sua acusação, eu sou inocente em tudo isso e preciso dar um jeito de provar.— Não esquente sua linda cabecinha - ele deu um risinho malicioso — Basta que você me agrade na cama
Parte 2...Ou pelo menos fingia trabalhar, já que Gutto vivia enrolando suas obrigações na empresa e todos sabiam que realmente era Lorenzo quem comandava tudo. Ele apenas se aproveitava de sua posição na família.Ela começou a ligar as coisas na mente. Gutto era um canalha irresponsável, ela uma contadora que tinha acesso a muitos documentos e Anete apenas uma aproveitadora que queria se dar bem em tudo o que pudesse. Começou a respirar fundo, sua mente divagando pelas possibilidades que poderiam unir os dois e foi isso que chegou a concluir. Os dois já eram amantes e tinham armado tudo para que ela fosse a responsável, caso o desvio viesse a ser descoberto depois, mas não contavam que seria tão rápido.A equipe de Lorenzo deve ter feito a conferência em cima de todos os documentos que saíam do setor em que trabalhava e por isso não bateu no final os dados de um com outro. E claro que Lorenzo mandou investigar mais a fundo, chegando onde estava agora. Só que tudo estava sendo coloca
Parte 3...Como não era dada a ficar ouvindo fofocas sobre a vida dos outros, ela nunca parou nos grupinhos para saber do que se tratava e nem sobre os motivos da separação. Era algo muito particularPelas línguas dos funcionários conseguiu entender que houve traição da parte dela. Ou seja, ele não era tão bem sucedido assim em tudo na vida. Talvez pelo modo arrogante dele, quem sabe. Nunca chegou a observar e não conhecia a mulher.Lorenzo ficou na dúvida. A expressão dela era confusa. Ele sabia que estava agindo da forma errada e que não deveria focar na parte sexual, mas sua mente agora estava ligada naquela boca e sua curiosidade masculina o empurrava para um caminho até perigoso. O certo seria apenas chamar a polícia de vez, contar todo o ocorrido e deixar que eles resolvessem o caso.O irmão seria processado também, mas ele não estava mesmo se importando com isso agora. Por muitas vezes Gutto fez bobagens, não apenas com relação à empresa, até mesmo com a família, mas sempre aca
Parte 1...Juliana sentia que entrava em uma situação mais do que delicada, mas com relação a ele, não pelo desvio do dinheiro.Quando chegaram em frente ao apartamento onde ela mora, assim que desceu do carro Lorenzo pegou sua mão com força e os dois entraram no prédio. Seus dedos compridos se fechando em volta de sua mão que ficava pequena na dele. Ela sentiu um calor diferente que atravessou sua pele e fez seu corpo aquecer enquanto a conduzia pelo caminho.Eles passaram pelo porteiro que fez um gesto educado com a cabeça, mas não disse nada, apenas olhando para Lorenzo que parecia querer tomar conta de tudo, devido sua postura forte e altiva. Ele chamou o elevador e não soltava sua mão.— Não precisa subir comigo, Lorenzo. Eu não vou demorar - ela temia que a irmã estivesse em seu apartamento e isso provocasse um novo debate que puxasse para brigas — Tenho tudo guardado, sei onde está meu passaporte.— Eu vou com você - foi só o que disse e apertou o botão.Não foi nem mesmo um av
Parte 2...Ela ajeitou a bolsa pesada no ombro, mas ele pegou dela e indicou a porta. Ela fez um gesto com a cabeça e saiu. A mãe estava alisando a cabeça de Anete, deitada no sofá, encolhida e chorando. Lágrimas de crocodilo, é claro.— Eu vou viajar - ela parou em frente delas — Vocês precisam sair. E quero minha cópia da chave de volta, Anete.— Está vendo, mãe? - ela fez outra cena, levantando e esfregando os olhos — Eu disse que ela ia fazer isso - apontou para a irmã — A casa é minha - gritou aos prantos — Eu não vou sair!— Vai sim - Lorenzo afirmou categórico — O apartamento pertence apenas a Juliana e você agora é uma persona non grata- ergueu a sobrancelha — Como tanto, você deve ir embora.— E quem é você, para falar assim com a minha filha? - a mãe delas levantou ficando na frente de Anete — Minha filha é uma vítima da irmã...— Cale-se! - ele falou em um tom que não aceitava outra coisa, a não ser obediência — Sua filha é uma vadiazinha - a mãe dela ficou boquiaberta — E
Parte 3...— Eu juro, mamãe... - ela mentia com a voz chorosa e falsa — Ele me enganou, abusou de minha inocência...Juliana balançou a cabeça em desaprovação pelo que a irmã continuava a fazer. Não tinha o menor respeito e consideração pela mãe.Lorenzo soltou uma expressão de desprezo também.— Vamos também - ele esticou a mão.Ela olhou para a mão dele e sentiu uma raiva e uma mágoa profunda. Ele não era melhor do que as duas que só a culpavam de tudo, sem lhe dar o benefício da dúvida. Lhe deu um tapa com força na mão.— Não pense que vou lhe agradecer, Lorenzo - disse entre dentes — Assim que puder colocar as mãos nessa conta e retirar tudo, vou jogar na sua cara e nunca mais quero ver você de novo.— Isso vai ser um pouco difícil, querida - ele respondeu de modo cínico — Você trabalha na minha empresa.— Não! - ela balançou a cabeça — A partir de hoje estou fora da empresa - engoliu pesado — Não quero ter nada a ver com sua família, nunca mais - segurou a vontade de chorar — Só
Parte 4...Ela sabia falar italiano, mas há muito tempo que não praticava e precisava de um certo tempo para pegar de volta as palavras e frases. Por enquanto pegava a ponta de um assunto, mas não o todo realmente. Chegou a ouvir algumas palavras que não foram muito agradáveis.Ela preferiu ficar observando a paisagem da cidade passando enquanto o carro cortava as ruas andando rápido, em direção ao aeroporto, onde o avião os esperava. E isso a fazia ficar mais ansiosa e nervosa de novo. Tudo estava mudando agora, de uma forma que ela não tinha planejado. Isso gerava problemas.Por dentro estava se sentindo muito mal. Tentava imaginar o que a família estaria falando sobre ela agora. A essa hora seu pai já deveria estar sabendo também de tudo, mas da pior forma, do jeito que Anete deve ter lhe contado, dando uma de vítima.Isso a magoava muito. Não era de agora que a irmã tinha sempre a preferência, mas o pior que isso, era que ela não tinha o mesmo direito de ter uma chance de defesa.