Capítulo 4
Ponto de Vista de Natalia

Quando abri meus olhos, me vi em uma cabine de hospital. A última coisa que me lembrava era de um desconforto no estômago. Apavorada, me sentei e coloquei a mão na barriga.

— Não se preocupe. — A voz do Dr. Reid chegou aos meus ouvidos. — Seus bebês estão totalmente bem.

Virei a cabeça para vê-lo analisando o que parecia ser relatórios.

— F-foi o Adrian quem me trouxe até aqui? — Perguntei sobre ele.

Ele colocou os papéis na pequena mesa ao lado da cama e se aproximou de mim. — Sim, mas ele já foi embora.

— Ele sabe? — Perguntei, tentando não deixar o pavor transparecer na minha voz.

— Não, se você não contou para ele.

Exalei, e meu corpo relaxou. No entanto, naquele momento, um pensamento me ocorreu.

O Dr. Reid era o médico-chefe do hospital da Matilha. Então, ele era próximo do Adrian de certa forma. No futuro, ele poderia compartilhar a notícia sobre meus filhos com Adrian em algum momento.

— Dr. Reid, posso pedir uma coisa?

— Claro.

— Por favor, não conte ao Adrian sobre meus bebês.

Seus olhos se ergueram. — Você ainda não contou nada a ele?

— Não, e nunca contarei.

— Mas, Natalia, eles são herdeiros do Adrian. O futuro desta mat...

— Não. Ele nunca os aceitará, o que significa que preciso protegê-los dele. Estou implorando, se você quer mantê-los seguros, por favor, não conte para ele.

Ele permaneceu em silêncio por um longo e perturbador momento, e não consegui ler sua expressão. Mas então ele assentiu com a testa franzida, parecendo preocupado comigo.

— Tudo bem. — Disse ele. — Mas ele vai acabar sabendo sobre eles algum dia.

Balancei a cabeça.

— Vou deixar a Matilha.

Seus olhos se arregalaram antes que ele contivesse o choque. — Mas isso significa que você se tornará uma forasteira. É arriscado fazer isso.

— Sim, mas eu não tenho escolha.

Ele balançou a cabeça.

— Natalia, dadas as circunstâncias atuais, você precisa proceder com extrema cautela.

— Eu sei. Mas é melhor do que ficar aqui em perigo e sofrimento.

Logo após minha conversa com o Dr. Reid, deixei o hospital da Matilha. Como Adrian foi quem me trouxe até ali, procurei pelo carro dele. Ele me deu o carro para usar ao longo dos anos. Mas não consegui encontrá-lo. Também não consegui chamar um táxi sem meu telefone. Felizmente, avistei um e acenei imediatamente.

Quando pedi ao motorista que me levasse até a casa da Matilha, notei um traço de medo em seus olhos.

— Casa da Matilha? — Ele questionou, cético, obviamente inseguro sobre alguém ter permissão para ir até lá.

Imperturbável, repeti meu pedido educadamente.

Quando o táxi chegou ao portão central da casa da Matilha, os seguranças pararam o veículo e começaram a inspecioná-lo. Para minha surpresa, eles se curvaram ao perceber que era eu. O taxista também ficou surpreso.

Um momento depois, eles abriram o portão central. Com um brilho de excitação nos olhos, o taxista dirigiu pela longa entrada até a casa da Matilha, que parecia um palácio, pertencente aos pais do Alfa Adrian. Eu sabia como ele se sentia. No começo, também me senti assim. Era o sonho de todo membro da Matilha visitar a casa da Matilha, que parecia um palácio, pelo menos uma vez. Eu não podia acreditar que logo deixaria aquele lugar dos sonhos.

Depois que o táxi parou, os seguranças que estavam ali correram até a entrada para abrir a porta do carro para mim. Só então percebi que estava sem dinheiro. Um dos guardas pagou a corrida, e eu agradeci antes de entrar na casa.

Lá dentro, os empregados olharam para mim e se curvaram, depois me ofereceram um assento na sala de estar.

— Onde está o Alfa Adrian? — Perguntei. — Por favor, chamem-no e digam que preciso falar com ele. É urgente.

Ela subiu para chamar o Alfa.

Enquanto eu esperava, o pai de Alfa Adrian, Alfa Lucas Miller, desceu as escadas com confiança. Um homem robusto, nos seus quarenta e poucos anos, ele parecia forte o suficiente para liderar a Matilha pelos próximos dez anos.

Levantei-me e fiz uma reverência. — Alfa.

Ele não era ninguém menos que Alfa Lucas Miller.

O Alfa Miller nunca falhou em me tratar com gentileza. Ele frequentemente expressava sua admiração pela minha generosidade e pelas habilidades excepcionais de administração que eu possuía. Na verdade, ele acreditava que eu seria a opção mais adequada para o Adrian se dependesse dele.

— Minha querida Natalia, por que você parece tão abatida? O Adrian a maltratou novamente? Hoje vou repreender aquele moleque. — Ele disse em um tom de indignação.

— Estamos nos divorciando, Alfa. — Disse, para evitar qualquer ação que ele pudesse tomar.

Seus olhos se arregalaram. Eu podia entender. Com certeza, essa não era uma notícia que ele esperava.

Os membros só precisavam ver tanto o Alfa quanto a Luna caso quisessem dissolver sua ligação com a Matilha, então eu disse:

— E eu preciso da Luna aqui também.

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