CAPÍTULO 70 Arthur Taylor Algo está me incomodando com essa viagem, desde o horário que eu soube que eu não poderia acompanhar a cabelo de fogo. Nem consegui dormir direito, e cancelei qualquer reunião que pudesse aparecer, queria ficar ligado nela. Ainda bem que o dia foi uma correria, e trabalho não me faltou, então isso acabou aliviando um pouco do meu stress. Não saí para almoçar, e pedi para a Mônica buscar o meu almoço, então foram mais coisas que consegui adiantar no trabalho, e amanhã vai me sobrar um tempinho para ficar com a minha ruivinha. Ontem quando nos despedimos, senti vontade de dizer que a amo, mas travei. Eu gostaria de ter dito, mas não disse, e fiquei incomodado com isso. Parecia que a minha voz não saía, fiquei paralisado, e acabei falando que sentiria a falta dela, que não era mentira, mas o principal não foi dito. Saí mais tarde da empresa, aproveitei para trabalhar até mais tarde também, e quando recebi uma
CAPÍTULO 71 Arthur Taylor Eu fui andando pelo hospital, mas se me perguntassem se eu sentia as minhas pernas, diria que não. Eu estava sentindo uma dor absurda no peito, e um desespero enorme me alcançou. Quando chegamos em frente dos quartos, já fui piorando quando percebi que a minha ruivinha estava mesmo na UTI. A porta de uma salinha foi aberta, e eu precisei colocar uma roupa especial para entrar lá dentro, toda esterilizada por eles, e nem os meus sapatos eu usei. A porta foi aberta e haviam duas camas lá, elas estavam uma do lado da outra, e nesse momento eu nem queria que a água de salsicha estivesse passando por isto, no fundo é da família. Olhei para uma de cada vez, e quando vi a primeira precisei me controlar, dar a volta e ir até a janela. — Senhor, o senhor está bem? Se achar que não consegue, podemos chamar algum outro familiar, alguém que já tenha visto as duas juntas... — Não é ela! Ela está... ela vai morrer? Me diga, pelo amor de Deus... o rosto dela
CAPÍTULO 72 Arthur Taylor — Filho, você precisa descansar, você nem dorme mais, fica aí nessa cadeira dia e noite... eu já falei para ir no hotel descansar, tomar um banho... — a minha mãe outra vez, tentando me tirar daqui. — Ela vai acordar hoje, mãe! Já tem cinco dias que está nessa cama e não melhora, eu preciso estar aqui, quero vê-la quando isso acontecer! — expliquei. — Eu tenho quase certeza que ela não acorda hoje, vai dormir, eu vou ficar aqui, prometo que não saio pra nada! — olhei outra vez para a minha ruivinha. — Ela perdeu peso, mãe... — É normal, filho! Assim que ela acordar, vai começar a se recuperar, você vai ver... agora vá! — Tudo bem... amanhã bem cedo estarei de volta... Os cortes do rosto dela estão cicatrizando, mas ficarão marcas. Ainda bem que ela nunca ligou para isso, e a sua perna pode não voltar completamente ao normal, também! Mas, nada disso me importa, eu quero ela do mesmo jeito que antes, e
CAPÍTULO 73 Arthur Taylor Durante a viagem ela estava calada por não poder falar e sem expressão no rosto, e isso estava acabando comigo. O Yuri comprou a cadeira de rodas que eu pedi, e com cuidado a tiramos do carro. — Ruivinha, assim que a gente subir você vai se sentir melhor, você vai ver! — ela negou. — Porquê não, Sophia? Você está bem melhor, e logo estará andando, não foi tão grave, vai ficar umas marcas, mas poderá andar, e isso que importa! — a minha mãe falou. Sophia ficou agitada, e parecia querer levantar, então nos apressamos para entrar no elevador e ela parou. — Filho, eu vou precisar voltar para a fazenda hoje, já acabaram as minhas férias, e já faltei por vários dias, será que a Margarida consegue cuidar dela? Eu posso levá-la comigo, se quiser! — Sophia olhou na mesma hora e confirmou. — Não, de jeito nenhum! Você quer ir com ela, ruivinha? — assentiu. — Se quiser... — Nem comecem, que a Sophia
CAPÍTULO 74 Arthur Taylor Com o afastamento da Sophia e o excesso de trabalho, eu tenho passado muito tempo isolado também. Até deixei o celular no silencioso para não incomodar o descanso dela, e deve ser por isso que a mãe dela não conseguiu contato, mas agora já deixei bem alto o volume para que eu escute, algo me diz que ela precisa de mim. Agora que a minha ruivinha já está melhor, resolvi preparar uma surpresa. Não posso me isolar ainda mais, que não vai resolver nada, e sem contar que da última vez que tentei surpreendê-la quem foi surpreendido foi eu, e passei quinze dias morando num hospital. Comprei os lanches preferidos dela, fugi um pouquinho a tarde e fui em uma loja comprar um vestido. Escolhi um modelo justo na cor clara, não tão curto, assim como ela escolheria, antes de me impor escolhendo as coisas que vestiria, inclusive hoje vou deixar bem claro que nada disso me importa mais, e ela é livre para usar o que bem entender. Ao
CAPÍTULO 75 Samantha Clark Eu não aguentei mais. Tentei falar e me expressar, tentei respeitar e nada adiantou. Então, quando ele trouxe aquele vestido e o entregou para a Margarida, muitas coisas me vieram na cabeça. — Senhora... olha só! Ele comprou esse vestido, e escolheu bem do seu gosto! Disse até ser bem parecido com um que você usou... ele quer te ver bem! Você gostou? — neguei. Apontei para os cabides, e insisti para que ela pegasse outro, negando e movendo o rosto. Então ela começou a olhar os modelos e me mostrar cada um deles. — Quer outro, senhora? Não gostou do novo? — neguei. — tudo bem, então vou te mostrando e você vai olhando para escolher, o importante é a senhora se sentir bem! — assenti. Ela foi me mostrando os modelos e eu optei pelo que mais se parecia com o meu gosto, e se diferenciasse do gosto da minha irmã. Hoje eu preciso mostrar para ele quem eu sou, não acho justo que ele continue iludido e sofrendo com
CAPÍTULO 76 Arthur Taylor Gostei da estrutura desse hospital, achei que nunca precisaria utilizar, pelo menos não tão cedo, mas o bom é que consegui comprar o povo e vão colocar a minha ruivinha num quarto separado, mas com a mesma UTI, e um sofá-cama para que eu não saia mais de perto dela. Depois que todos saíram, puxei uma poltrona ali pertinho dela, e verifiquei a temperatura que agora está perfeita, mandei trazerem várias cobertas que eu mesmo controlaria isso. Que raiva de deixarem ela gelada daquele jeito! — Volta pra mim, cabelo de fogo! Eu vou morrer contigo se eu não puder te ter mais, você trouxe vida pra mim, não faz isso! — segurei a sua mão e coloquei no meu rosto, segurando ela inteira em contato comigo. — Agora sim, eu sinto que é você... me sinto conectado, o coração mais quente... — respirei pesado, com o nó na garganta que se formava... — Só espero que me perdoe por não ter te reconhecido, sou mesmo um idiota! Mas... um idiota que te ama... — me assustei qua
CAPÍTULO 76 parte 2 Arthur Taylor E, assim os dias foram passando, todos os dias a história se repete... ela mexe algo quando converso com ela, e os médicos dizem que não é nada, mas eu não desisto! Ela ainda vai acordar. A mãe dela vem todos os dias, e deixei ela passar essa noite com ela, já que a Valéria veio cuidar da Samantha, e eu precisei de um banho e umas horas de sono para ficar melhor. Hoje trouxe as flores que naquele dia eu comprei e foram jogadas fora sem ela ver... faz um mês que tudo aconteceu e eu ainda não tive uma boa notícia. Comprei um vaso bonito, e arrumei as flores ali. Muitos quiseram me impedir de trazer, mas eu mostrei algumas notas de duzentos e resolvi o problema. Já até estou meio quadrado de ficar nessa poltrona dia e noite, mas estou firme. Acho que nunca conversei tanto na minha vida, e se a Sophia consegue me ouvir, já deve saber mais da minha vida do que eu, porquê todos os dias eu converso com ela contando das minhas histórias, da