CAPÍTULO 68 Arthur Taylor Eu não acreditei quando vi que ela estava falando sério. Fiquei parado por um tempo, mas, precisei sair de lá quando percebi os primeiros pingos de chuva caindo sobre nós. — Arthur, vai querer se molhar? — quase gritou sorrindo, mas acho que mudei de ideia. — Tem sorte que hoje estou de bom humor, e não vou me estressar, mas, vai ter que aguentar a chuva, porquê preciso acalmar os ânimos! — parei em frente ao cavalo, e deixei a chuva molhar um pouco. A danada veio me beijar, mas precisei evitar, e tirar ela dali. — Nem vem! Preciso me acalmar! — ela sorriu. Montamos no cavalo e voltamos para a casa do Ricardo, mas chegamos encharcados. A minha mãe percebeu e logo veio com duas toalhas grandes na mão para nos ajudar, mas fiquei olhando o jeito dela que me entregou a toalha e estava ajudando a Sophia e não a mim. Qualquer filho que vê se isso poderia ter ficado com ciúme, mas eu não... fico feliz em ver
CAPÍTULO 69 Samantha Clark — Fica à vontade, me conta o que deseja contar, estou aqui só para te ouvir! — Cleiton estava outra vez sentado na sua belíssima cadeira daquela sala que nem parecia um consultório, e eu estava me concentrando para colocar na minha cabeça que ele não é um amigo, é o terapeuta. Ele já deixou bem claro sobre isso, mas o acho tão charmoso sentado ali, e pronto para me ouvir, quem me ouve além dele é só a minha mãe e a minha irmã, e eu consegui estragar tudo. — Eu... não acordei muito bem, hoje! — Conta mais... porquê não acordou bem? — Pensamentos que me atormentam... sabe quando a gente começa a pensar demais sobre as coisas, e parece que vamos ficar malucos? — Tem coisas que precisamos pensar, e outras não há necessidade! Pense em coisas que possam melhorar o seu futuro, e não no que já passou e só te trás dor... — Eu praticamente me vendi para a agência quando comecei. Eu juro que não queria, mas eu
CAPÍTULO 70 Arthur Taylor Algo está me incomodando com essa viagem, desde o horário que eu soube que eu não poderia acompanhar a cabelo de fogo. Nem consegui dormir direito, e cancelei qualquer reunião que pudesse aparecer, queria ficar ligado nela. Ainda bem que o dia foi uma correria, e trabalho não me faltou, então isso acabou aliviando um pouco do meu stress. Não saí para almoçar, e pedi para a Mônica buscar o meu almoço, então foram mais coisas que consegui adiantar no trabalho, e amanhã vai me sobrar um tempinho para ficar com a minha ruivinha. Ontem quando nos despedimos, senti vontade de dizer que a amo, mas travei. Eu gostaria de ter dito, mas não disse, e fiquei incomodado com isso. Parecia que a minha voz não saía, fiquei paralisado, e acabei falando que sentiria a falta dela, que não era mentira, mas o principal não foi dito. Saí mais tarde da empresa, aproveitei para trabalhar até mais tarde também, e quando recebi uma
CAPÍTULO 71 Arthur Taylor Eu fui andando pelo hospital, mas se me perguntassem se eu sentia as minhas pernas, diria que não. Eu estava sentindo uma dor absurda no peito, e um desespero enorme me alcançou. Quando chegamos em frente dos quartos, já fui piorando quando percebi que a minha ruivinha estava mesmo na UTI. A porta de uma salinha foi aberta, e eu precisei colocar uma roupa especial para entrar lá dentro, toda esterilizada por eles, e nem os meus sapatos eu usei. A porta foi aberta e haviam duas camas lá, elas estavam uma do lado da outra, e nesse momento eu nem queria que a água de salsicha estivesse passando por isto, no fundo é da família. Olhei para uma de cada vez, e quando vi a primeira precisei me controlar, dar a volta e ir até a janela. — Senhor, o senhor está bem? Se achar que não consegue, podemos chamar algum outro familiar, alguém que já tenha visto as duas juntas... — Não é ela! Ela está... ela vai morrer? Me diga, pelo amor de Deus... o rosto dela
CAPÍTULO 72 Arthur Taylor — Filho, você precisa descansar, você nem dorme mais, fica aí nessa cadeira dia e noite... eu já falei para ir no hotel descansar, tomar um banho... — a minha mãe outra vez, tentando me tirar daqui. — Ela vai acordar hoje, mãe! Já tem cinco dias que está nessa cama e não melhora, eu preciso estar aqui, quero vê-la quando isso acontecer! — expliquei. — Eu tenho quase certeza que ela não acorda hoje, vai dormir, eu vou ficar aqui, prometo que não saio pra nada! — olhei outra vez para a minha ruivinha. — Ela perdeu peso, mãe... — É normal, filho! Assim que ela acordar, vai começar a se recuperar, você vai ver... agora vá! — Tudo bem... amanhã bem cedo estarei de volta... Os cortes do rosto dela estão cicatrizando, mas ficarão marcas. Ainda bem que ela nunca ligou para isso, e a sua perna pode não voltar completamente ao normal, também! Mas, nada disso me importa, eu quero ela do mesmo jeito que antes, e
CAPÍTULO 73 Arthur Taylor Durante a viagem ela estava calada por não poder falar e sem expressão no rosto, e isso estava acabando comigo. O Yuri comprou a cadeira de rodas que eu pedi, e com cuidado a tiramos do carro. — Ruivinha, assim que a gente subir você vai se sentir melhor, você vai ver! — ela negou. — Porquê não, Sophia? Você está bem melhor, e logo estará andando, não foi tão grave, vai ficar umas marcas, mas poderá andar, e isso que importa! — a minha mãe falou. Sophia ficou agitada, e parecia querer levantar, então nos apressamos para entrar no elevador e ela parou. — Filho, eu vou precisar voltar para a fazenda hoje, já acabaram as minhas férias, e já faltei por vários dias, será que a Margarida consegue cuidar dela? Eu posso levá-la comigo, se quiser! — Sophia olhou na mesma hora e confirmou. — Não, de jeito nenhum! Você quer ir com ela, ruivinha? — assentiu. — Se quiser... — Nem comecem, que a Sophia
CAPÍTULO 74 Arthur Taylor Com o afastamento da Sophia e o excesso de trabalho, eu tenho passado muito tempo isolado também. Até deixei o celular no silencioso para não incomodar o descanso dela, e deve ser por isso que a mãe dela não conseguiu contato, mas agora já deixei bem alto o volume para que eu escute, algo me diz que ela precisa de mim. Agora que a minha ruivinha já está melhor, resolvi preparar uma surpresa. Não posso me isolar ainda mais, que não vai resolver nada, e sem contar que da última vez que tentei surpreendê-la quem foi surpreendido foi eu, e passei quinze dias morando num hospital. Comprei os lanches preferidos dela, fugi um pouquinho a tarde e fui em uma loja comprar um vestido. Escolhi um modelo justo na cor clara, não tão curto, assim como ela escolheria, antes de me impor escolhendo as coisas que vestiria, inclusive hoje vou deixar bem claro que nada disso me importa mais, e ela é livre para usar o que bem entender. Ao
CAPÍTULO 75 Samantha Clark Eu não aguentei mais. Tentei falar e me expressar, tentei respeitar e nada adiantou. Então, quando ele trouxe aquele vestido e o entregou para a Margarida, muitas coisas me vieram na cabeça. — Senhora... olha só! Ele comprou esse vestido, e escolheu bem do seu gosto! Disse até ser bem parecido com um que você usou... ele quer te ver bem! Você gostou? — neguei. Apontei para os cabides, e insisti para que ela pegasse outro, negando e movendo o rosto. Então ela começou a olhar os modelos e me mostrar cada um deles. — Quer outro, senhora? Não gostou do novo? — neguei. — tudo bem, então vou te mostrando e você vai olhando para escolher, o importante é a senhora se sentir bem! — assenti. Ela foi me mostrando os modelos e eu optei pelo que mais se parecia com o meu gosto, e se diferenciasse do gosto da minha irmã. Hoje eu preciso mostrar para ele quem eu sou, não acho justo que ele continue iludido e sofrendo com