Eu tentava evitar, Samuel também, mas as nossas discussões estavam cada vez piores e as crianças começaram a nos ver discutindo de vez em quando. A falta de carinho entre a gente também chamava a atenção e de vez em quando ouvíamos um “você não vai beijar a/o mamãe/papai?”.
Meu pai passou aqui mais vezes durante a semana, sempre contando histórias do quanto Samuel é maravilhoso, Dafine estava igualzinha. Os dois estavam em pânico pelo divórcio e avisei aos dois que foi só uma ideia que cogitei, mas que não iria me precipitar, o que deixou os dois visivelmente aliviados.
Mônica pegou algo no ar e foi me visitar na empresa uma vez. Como a mulher maravilhosa que é, ela teve muito tato, mas deixou bem claro para mim que não está feliz com tudo que está acontecendo entre Samuel e eu e que isto está afetando
- Benício!- Olá Annalucia! Que bom que se lembra de mim. – me encolho como sempre faço quando escuto a palavra lembrar, mas me recomponho, levanto e estendo a mão para ele.- Em que posso ajudá-lo? – Pergunto enquanto nos cumprimentamos. – Sente-se por favor.- Eu trabalho para a despegar.com, setor de marketing e propaganda e estamos precisando de um novo comercial – Benício começa falando.- Wow despegar maior agência de turismo da América Latina. Nada mal Benício. – Brinco com ele. – Mas vamos continue. O que está procurando?Benício começa a falar todas as suas ideias e começo a fazer anotações. O plano é bom. Minha mente enche de ideias e já passo para o papel. É um projeto grande, vou precisar da ajuda da Jazmin ainda não confio em mim.Embora tenha visto alguns
Annalucia Saio do trabalho e vou buscar as crianças na escola. Mônica não vai poder olhá-los hoje à tarde então limpei minha tarde no trabalho para ficar com eles. Silvana estava na minha cozinha fazendo comida, enquanto Meg está de férias ela se comprometeu em cozinhar no meu lugar, minhas incursões na cozinha nas últimas semanas não foram bem sucedidas.Almoçamos os cinco juntos e depois disso as crianças foram fazer as atividades, Silvana continuava cozinhando enquanto eu lavava os pratos. Nosso papo girava em torno das crianças. Repassei minha agenda na cabeça, As crianças tem natação as 17:00 então terei que sair de casa meia hora antes.- Annalucia. – Minha mãe fala. – Estou preocupada com você. Talvez devêssemos procurar outro médico.- Por que? – Perg
Samuel São 12:00 e estou saindo da minha segunda reunião. Estou perto da agência de Annalucia e como está no horário de almoço decido chamá-la para almoçar.- Olá Eva, como vai? A Annalucia está? – Pergunto a recepcionista da agência.- Olá Samuel. Quanto tempo não nos vemos. Estou ótima. E você? A Annalucia está em uma reunião com um cliente.Se quiser pode esperar lá dentro ou na sala dela eu libero a sua entrada. – Eva me respondeu.- Eu vou bem, poderia está melhor, mas as coisas estão se ajeitando. – Respondi. – Irei esperar lá dentro.Obrigado. – Falo indo em direção a porta de vidro que Eva havia desbloqueado.Caminho até a sala de Annalucia e encontro Ana, secretária dela sentada em sua mesa de trabalho.<
Annalucia Acordo no sábado com meu celular tocando. Tateio a mesa de cabeceira, pego e vejo o nome de Mônica brilhando em frente.- Alô. – Minha voz ainda sai rouca de sono.- Bom dia Annalucia. Te acordei? – A voz dela soa alegre do outro lado e afasto o telefone para saber que horas são.Merda 08:00, quem além de Mônica estaria feliz a uma hora dessas em um sábado?- Sem problemas. Bom dia. Aconteceu alguma coisa? – Falei com ela ontem à noite e estava tudo bem.- Não. Na verdade sim. Uma amiga me convidou para passar o final de semana em sua casa de praia e me falou que eu poderia levar os meninos. Queria saber se gostariam de ir. – Ela fala.- Claro Mônica. Vou falar com eles. Sônia e Josh com certeza vão querer ir, mas Harry será um pouco mais difícil.- O convença Annalucia. V
Samuel- Vamos lá, Annalucia. Acorde. Já passam das 11:00 e eu trouxe o seu café. – Falo dando um beijo em sua testa.- Wow. Café da manhã na cama. Que bom, estou morrendo de fome. – Ela fala se sentando. Quando percebe que não está vestindo nada ela cora e puxa o cobertor.O quarto está uma bagunça. As roupas que não terminei de dobrar ontem à noite estão por toda a parte, provavelmente vamos ter que lavá-las novamente. Cavo uma peça e entrego a Annalucia.- Sua camisola, madame. – Ela a pega a vestindo enquanto eu pego sua bandeja em cima da cômodo.- Vamos ver o que temos aqui... – Ela fala começando a comer. – Servido? – Ela pergunta, mas seus olhos me enviam mensagens para que eu não aceite.- Não obrigado. Eu já comi. Acordei meio com muita fome. &
A segunda-feira começou agitada. Acordamos atrasados, estava chovendo, foi uma luta para tirar as crianças da cama e ninguém teve tempo de fazer o café da manhã. Tivemos que comer no Mc Donalds e fui promovida a mãe do ano por isso. Para piorar esqueci que tenho uma reunião com as garotas e um cliente hoje em uma das suas cafeterias e fui para a agência, tive que dirigir tudo de novo e eu detestei dirigir na chuva.Quando chego no estacionamento da cafeteria, Dafine está descendo do seu carro e sei que não estou atrasada.Dafine nunca se atrasa, sempre falamos que ela iria chegar quinze minutos antes no dia do seu próprio casamento.- Bom dia. – Falo para Dafine enquanto ela segura a porta da cafeteria para que eu passe.- Bom dia. Estamos felizes essa manhã, não? – Maldita melhor amiga que me conhece a vida toda.- Estamos. Está uma linda m
Depois de tudo nós realmente nos atrasamos demais e nossa reserva foi cancelada, tivemos que pedir um delivery de comida Tailandesa e comemos sentados no chão da sala de estar conversando.- Lembra daquela vez que eu não estava conseguindo dormir por causa da chuva? – Falei com ele.FlashbackAcordei assustada com o barulho horrível de um trovão. Odeio tempestades, esses barulhos me deixam tão apavorada que tenho vontade de chorar. Maldito dia que resolvi dormir na casa da Liana, se estivesse em casa já teria me metido na cama dos meus pais. Não importa se eu estou velha demais, sempre tem espaço para mim lá. Resolvo tomar um copo de água e desço tentando fazer o mínimo de barulho possível. Os barulhos me faziam estremecer a cada passo que eu dava, as lágrimas escorriam pelo meu rosto livremente. Eu estava em pânico.-
Hoje está chovendo mais que ontem e rezo mentalmente para que Samuel se lembre do meu medo de trovões e me ofereça uma carona. Estamos um de frente para o outro e envio tantos avisos metais que ele parece me escutar.- Quer me perguntar alguma coisa? – Ele me pergunta enquanto pega outra torrada.- Por que? – Não quero ter que pedir. Não é ele quem me conhece tanto? Ele tem que me oferecer uma carona porque sabe que eu tenho medo.- Você está inquieta e me mandando olhares esperançosos que estão me assustando. Se você quer me levar para a cama agora eu sinto te dizer que eu tenho uma reunião importante às oito e você vai ter que esperar até a noite.– Ele fala se levantando. Droga. Ele não vai me oferecer carona nenhuma. Me ferrei.- Que pena. – Falo agindo como se fosse realmente isso. Levanto e coloco meu prato na p