A Catedral de Noriah Sul estava perfeitamente decorada com flores brancas para o casamento de Do-Yoon e Lianna. A noiva, filha de uma tradicional família católica, não pôde se livrar do casamento religioso.
Melody estava perfeita em seu vestido branco, com os cabelos lindamente soltos decorados com uma coroa de flores naturais. Vez ou outra eu tinha que chamar sua atenção porque ficava girando, para ver o efeito da saia do vestido, ficando tonta depois e andando para ter a sensação de quase cair.
Quando ela fazia coisas “de criança” eu até estranhava, porque ela sempre foi muito madura.
Alice mexeu-se no meu colo, ainda dormindo. Estava perfeita também.
- Ela está agitada. – Charles falou no meu ouvido, olhando para Melody.
- Já falei com ela várias vezes. Se cair, vai sujar o vestido.
Ele riu:
- Às vezes me parece
- Vou falar com uma pessoa.Levantei e me dirigi até a mesa dela. Quando percebeu, ela levantou-se, encontrando-me no meio do caminho. Reconheci outros professores da escola na mesma mesa.- Olá! – cumprimentei, um pouco sem jeito – É um prazer revê-la, Sibila.Ela olhou Alice no meu colo e exclamou:- Que perfeição!- Não é linda? – Sorri.Alice dormia. Sibila tocou seu rosto:- Parabéns, Sabrina.- Obrigada. E... Bem, eu gostaria de pedir desculpas pelo que ocorreu naquela formatura.- Não precisa fazer isso.- Sim, eu preciso. Não tive oportunidade de dizer o quanto senti pelo que houve. Você confiou em mim e tudo que fiz foi agir por impulso e não seguir as regras.- Eu... Vi sua entrevista para Rosy Strassbaum.- Então entende tudo que me aconteceu. Foi difícil chegar na Escol
Eu poderia dizer não. Mas a minha irmã não tinha culpa de nada... Nem Sabrina e os demais. Afinal, Charles tinha culpa de alguma coisa? Fiquei confuso e quando percebi, pegava a bebê dos braços dele.Observei-a e não pude evitar um sorriso bobo, que surgiu do nada. Ela era linda. Dormia feito um anjo. E trazia-me uma sensação de tranquilidade e amor que não lembro de sentir há anos.- Cheira ela, Gui! Ela tem cheiro de bebê. – Melody puxou meu casaco, enquanto falava.Como um idiota, fiz o que minha irmã me mandou. Cheirei nossa irmã caçula e senti o cheiro de bebê, misturado ao de Sabrina, deixando-me confuso.Afastei-a um pouco e percebi todos os olhares na minha direção. Entreguei-a nas mãos de Sabrina, que a amparou junto de seu peito, carinhosamente.- Que bom revê-lo, Gui! – Ela disse com sua voz doce e
- Guilherme, eu e Sabrina formamos uma família incrível – cortou o que eu ia dizer – E seu lugar está guardado. Quero que saiba que eu e suas irmãs sentimos sua falta.- E Sabrina? – provoquei – Ela também sente minha falta?Ele demorou um pouco para responder:- Eu acredito que sim. Porque você é um garoto especial e duvido que alguém que tenha convivido com você, por menos tempo que seja, não sinta saudade.- Não me trate como uma criança.- Não... Não mais. Porque vejo que você cresceu.Quando fui argumentar, ele saiu. Fiquei confuso, olhando-o andar no meio das pessoas, com passos firmes.Amor... Eu não sabia o que era amor. Então conheci Sabrina e pensei amá-la. Mas quando conheci Medy, eu quis imensamente fazer parte da vida delas, como nunca desejei tanto uma coisa na vida.Si
- Rachel! Rachel! – Eu a chamava, desesperado, mas ela seguia desacordada. - Será que ela está respirando? Olhei para cima e vi Charles. Ele a colocou no chão e tentou sentir a respiração dela. - Meu Deus! O que eu fiz? – Fiquei andando de um lado para o outro, em desespero, sentindo meu coração bater forte e o corpo tremer de forma brusca, que eu não conseguia controlar. - A respiração está fraca... Muito fraca. Passei a mão pelos cabelos, como se aquilo fosse me acalmar de alguma forma. Charles levantou e vi o sangue nas suas mãos. - Precisamos chamar uma ambulância. – Falou, enquanto andava, se afastando dali. - Não pode chamar ninguém... Vão me prender. - Vai deixar a garota morrer aqui? – Ele parou, alguns passos adiante, me perguntando seriamente. - Eu... Eu... Ele seguiu, se afastando cada vez mais. - Covarde! É isso que você é... Um covarde. Vai fugir de mim a única vez que precisei de você realmente. – Gritei, furioso. Charles seguiu até o final da piscina, andand
- Vá atrás dela. – Calissa disse, abrindo a porta de trás e sentando com Melody e Alice. Corri até Sabrina e me pus na sua frente. Limpei a porra das lágrimas que me traíam e percebi que ela chorava. O sofrimento dela era visível e aquilo acabava comigo... Me destruía por dentro. Talvez eu sempre tenha sabido o quanto ela amava o meu pai. Mas naquele momento, justo ali, somente nós dois, eu percebi que os dois eram como ímãs. Se atraíam o tempo todo. Se olhavam o tempo todo. Sorriam um para o outro o tempo todo. Se preocupavam um com o outro o tempo todo. Se amaram separados, por anos... Todos os dias. Ela nunca me enganou. Me disse claramente que amava o pai de Melody. Talvez tenha sido a carência que fez com que deixasse que eu encostasse nela. Ainda assim, se manteve fiel a ele, mesmo não sabendo sequer se Charles estava vivo. - Me perdoe... – Foi a única coisa que consegui dizer, de tantas que vieram à minha mente, mas acabaram morrendo nos meus lábios. Ela me abraçou. Senti tan
Assim que entramos no hospital, Melody perguntou:- A sua amiga está muito doente?- Um pouquinho. Ela caiu... E bateu a cabeça.- Deve ter doído.- Eu creio que sim.Andei com Melody pelo corredor, de mãos dadas comigo, até encontrarmos o quarto de Rachel. Respirei fundo e bati na porta. A mãe dela atendeu:- Gui! Que bom que você veio. Eu não a avisei... Para fazer uma surpresa. – Sorriu.Porra, se ela tivesse avisado seria melhor. Agora eu não sabia como Rachel reagiria à minha presença. Mas precisava ser corajoso e entrar. Se ela quisesse dizer a verdade, foda-se. Eu pagaria pelo meu ato.A porta foi aberta e a vi deitada na cama, a cabeça levemente levantada com vários travesseiros.Ela me encarou e não disse nada. Entrei com Melody, que logo entregou as flores para ela:- Olá, eu sou Melody. –
- Agora nós precisamos ir, Medy. – Avisei, olhando no relógio. Já era quase meio-dia.- Ah, eu queria ficar mais um pouquinho. – Reclamou.- Eu vou embora hoje ainda. Que acha de trocarmos telefone e você ir na minha casa um dia destes? Eu tenho uma piscina enorme.- Eu não tenho piscina. Mas tenho uma praia. Quer conhecer minha praia?- Você tem uma praia?- Sim, ela tem o mar no próprio quintal. – Eu ri.- Gui, você pode pegar o número da Rachel?- Eu tenho o número dela, não se preocupe.- Rachel, eu gostei muito de você. – Deu um beijo na enferma.- Também gostei de você, Medy – Rachel sorriu, lhe dando outro beijo – Se eu tivesse uma irmã, eu gostaria que ela fosse igualzinha a você.- Obrigada.Fui até Rachel e peguei sua mão:- Obrigado. Re
O jantar naquela noite foi de comemoração. Estávamos esgotados, mas felizes. O fato de Guilherme finalmente estar conosco era simplesmente maravilhoso.Decidimos sair do tradicional e montamos uma mesa no nosso quintal, ou seja, na beira da praia. Um conjunto de lâmpadas redondas iluminou a mesa bem-posta, que vez ou outra tinha algumas coisas derrubadas com o vento.Brindamos com espumante e também havia vinho. Finalmente nossa família estava unida: eu, Charles, nossas filhas, Gui, minha mãe, Min-ji, Colin e Yuna.- Do-Yoon adoraria nosso jantar na praia. – Comentei.- Aposto que sim. Mas ele está aproveitando bastante a lua de mel esta hora. – Min-ji sorriu.- Eu fiz sobremesa – levantei – Vou buscar.- Você fez sobremesa? – Charles arqueou a sobrancelha.- Hum, vou surpreender você, amor.Levantei e Alice começou a resmung