Eu poderia ter dito não. Não sabia sequer para onde ele me levaria. Subiria naquela coisa assustadora e perigosa, que fazia um som horrível?
Mas em vez de negar, peguei a mão dele e levantei a perna, tentando alcançar o outro lado do banco.
Ele pôs o pé para trás, me mostrando uma espécie de pedal:
- Você coloca o pé aqui... Se equilibra e põe a outra perna para o lado de cá.
Subi no pedal, não conseguindo fazer o que ele explicou. Desci novamente, tentando entender como fazer aquilo.
Charles desligou o motor e desceu. Foi até uma porta e entrou, voltando com um capacete:
- Se importa se eu estragar o seu cabelo, senhorita? – O sorriso veio no canto dos lábios, debochado.
- Já estragou o vestido que custou uma fortuna, feito por um estilista que será o mais famoso do país futuramente. Um cabelo n&ati
De repente, a estrada acabou e Charles seguiu caminho, subindo com a moto como que escalando um caminho mais íngreme. Fiquei ainda mais amedrontada e segurei-me com força a ele, temendo cairmos. Vez ou outra ele tinha que usar os pés para evitar a queda, enquanto as rodas derrapavam no chão por ora liso, ora pedregoso.Eu sabia que estávamos na praia, pois sentia o cheiro do mar e a brisa fresca. Mas não exatamente onde era, devido à escuridão.O caminho não era tão íngreme, mas as subidas leves na espécie de pedra arenosa eram assustadoras. Para minha surpresa, Charles não era só um bom cantor, mas também um ótimo motorista de motocicleta... Além de outras “cositas” que ele “mandava bem”.Ele desligou a moto e avistei a enorme casa, construída na pedra, de frente para o mar. Não estava iluminada, mas dava para perceber o quanto era imponente.Charles desceu e retirou o capacete e em seguida auxiliou-me a descer da moto. Estiquei o corpo, cansada e com os músculos um pouco doloridos e
- Bem... Eles têm bom gosto. – Toquei o sofá macio.- E dinheiro... Afinal, estamos quase numa ilha.- Por que me trouxe para cá?- Porque eu queria ficar sozinho com você... Sem nenhuma interferência. Na verdade, desde ontem, quando nos conhecemos. Só não imaginei que isso pudesse acontecer... Afinal, era sua despedida de solteira. E agora, cá estou eu... Com a noiva.- Devo estar horrível... – Tentei inutilmente encontrar um espelho.- Eu acho que não é possível você ficar horrível, Sabrina. Você é a garota mais linda que eu já conheci.Eu ri ironicamente:- Jura? Você pode ser iniciante ou aspirante à cantor famoso, mas sua legião de fãs do sexo feminino é forte... E posso apostar que deve ter ficado com muitas delas, várias idades, nacionalidades... – Abaixei os olhos, lembrando das tantas que enfrentei só naquela noite.- Isso não tira o fato de eu achar você ainda a mais bela de todas.Encarei o olhar sério dele.- A propósito, não sou iniciante na música. Faz no mínimo uns quat
- Você... Realmente está me pedindo isso? – Ficou confuso.- Se não quiser ou não se sentir à vontade, tudo bem.- Não sei se isso é uma brincadeira... Mas se for, ainda assim minha resposta é sim, Sabrina. Se você se sente à vontade com isso... Vai fundo.Eu sorri, provocante:- Neste caso, quem vai fundo é você.Ficamos nos encarando um tempo, questão de segundos, como se aquela conexão fosse necessária e indispensável aos nossos olhos. Como eu poderia mal conhecer aquele homem e me sentir tão à vontade com ele? Era como se Charles conseguisse ver através dos meus olhos, da minha roupa, desnudar-me com um simples olhar.Talvez eu nunca entendesse de fato o que acontecia entre nós. Ainda assim não queria que aquilo acabasse nunca. Por mais que soubesse que mais cedo ou mais tarde teria que par
Percebi um leve sorriso sacana enquanto ele ainda me chupava, intensificado a trilha que fazia com os dedos precisos, alcançando meu clitóris ao mesmo tempo que entrou em mim, sabendo usar habilidosamente a mão.Aquele homem parecia ter mais de dois braços e dez dedos. Porque mexia com todo meu corpo ao mesmo tempo, como se fosse me fazer gozar ali mesmo, sem sequer me tocar com seu pau.Meus gemidos aumentaram conforme a intensidade dos dedos dele. E sim, eu gozei neles, deixando-os completamente encharcados do meu orgasmo rápido e intenso.Habilidosamente fui posta na cama, sem nem dar tempo de perceber como aquilo aconteceu. Minhas pernas estavam na lateral do colchão, o corpo deitado confortavelmente. Charles pôs-se na minha frente e foi colocando os próprios dedos na boca, um a um, enquanto me encarava:- Seu gosto é perfeito... Como seu corpo, seu beijo, seu cheiro...- Me fa&ccedi
- Eu... Não tinha noção de onde ir.- E aleatoriamente escolheu um bar no qual nunca havia ido antes?Olhei para ele e senti meu coração bater mais forte. Eu já estava envolvida sentimentalmente, mesmo sabendo que aquilo poderia não ter um final bom para ambos. Embora uma pessoa contida, sempre fui aberta para falar sobre sentimentos. Foi eu que disse o “eu te amo” a primeira vez para Colin. No entanto agora eu já nem tinha certeza se realmente era aquilo que senti por ele um dia.Comparando Charles e meu ex noivo, Colin era realmente um “filho da puta” metido e cheio de manias idiotas.Eu não sabia o que dizer naquele momento para responder a pergunta de Charles. Ele era um homem mais velho e experiente e isso de alguma forma me fazia ir devagar e agir de forma cautelosa. Tudo bem que fui um pouco imprudente e leviana em ter saído de moto com ele para um lugar d
- O filho da puta poderia ter pego qualquer mulher, mas comeu a sua irmã. Isso é... Abominável. Isso que, na sua opinião, vocês se davam bem. Se não se dessem ele faria o que? Comeria a sua mãe?- Charles, podemos não falar mais sobre isso?- Sobre o que você quer falar?- Sobre você... Me deve algumas questões sobre sua vida, não acha?Ele deixou o box, pegando a toalha e se secando.- Está fugindo de mim, “el cantante”?- Eu? Não, claro que não.- Você é casado? – Olhei para os dedos dele, com alguns anéis que em nada lembravam aliança de compromisso ou casamento.- Claro que não. Eu estaria sendo tão cretino quanto o seu noivo. – Ele colocou a cueca e depois a calça.- Ex noivo. – Corrigi.- Ex... Espero que realmente leve adiante que
- Eu... Li a respeito. – Menti.Ele suspirou e me pôs de encontro ao peitoril de ferro, virada para ele, cercando-me com seus braços:- Qual cantor não sonha em ser famoso e ganhar dinheiro com sua música, não é mesmo?- Você compõe? – Perguntei, enlaçando seu pescoço com meus braços, sentindo-me protegida ali, junto dele, como se nada no mundo importasse além de nós dois e as coisas que confessávamos um ao outro naquele momento.- Sim... Já saiu alguma coisa da minha mente enlouquecida e convencida. – Recebi um sorriso mais tranquilo e menos tenso.- E já mostrou para alguém? Tocou alguma vez?- Ninguém quer ouvir minhas músicas no Cálice Efervescente. Querem cover.- Já tentou?- Algumas poucas vezes... Não foi bem aceito.- Por quê?- Tal
Deus, eu não queria pensar! Aquilo me dava dor de cabeça. Segui deitada e senti sono. E não queria dormir. Minha barriga roncou de fome.Levantei e me enrolei num dos lençóis brancos que estavam jogados no chão, vestígio da noite que passou. Peguei o vestido de noiva rasgado e desci a escadaria que dava para o andar térreo.Agora, a observar a casa melhor, percebia o quanto ela era aconchegante. Parecia ter sido feita para receber um cantor maduro sem fama e uma garota traída tentando se encontrar na vida.Usei uma outra porta para acessar a área externa. Abri com a chave que estava na fechadura e deparei-me com degraus esculpidos na própria pedra que abrigava a casa sobre ela, dando diretamente na beira do mar.O sol estava quente e convidativo. Embora o mar ali fosse um pouco violento, com ondas altas e fortes, a areia era fofa, grossa e quente.Segui andando, com os p&e