- Eu... Li a respeito. – Menti.
Ele suspirou e me pôs de encontro ao peitoril de ferro, virada para ele, cercando-me com seus braços:
- Qual cantor não sonha em ser famoso e ganhar dinheiro com sua música, não é mesmo?
- Você compõe? – Perguntei, enlaçando seu pescoço com meus braços, sentindo-me protegida ali, junto dele, como se nada no mundo importasse além de nós dois e as coisas que confessávamos um ao outro naquele momento.
- Sim... Já saiu alguma coisa da minha mente enlouquecida e convencida. – Recebi um sorriso mais tranquilo e menos tenso.
- E já mostrou para alguém? Tocou alguma vez?
- Ninguém quer ouvir minhas músicas no Cálice Efervescente. Querem cover.
- Já tentou?
- Algumas poucas vezes... Não foi bem aceito.
- Por quê?
- Tal
Deus, eu não queria pensar! Aquilo me dava dor de cabeça. Segui deitada e senti sono. E não queria dormir. Minha barriga roncou de fome.Levantei e me enrolei num dos lençóis brancos que estavam jogados no chão, vestígio da noite que passou. Peguei o vestido de noiva rasgado e desci a escadaria que dava para o andar térreo.Agora, a observar a casa melhor, percebia o quanto ela era aconchegante. Parecia ter sido feita para receber um cantor maduro sem fama e uma garota traída tentando se encontrar na vida.Usei uma outra porta para acessar a área externa. Abri com a chave que estava na fechadura e deparei-me com degraus esculpidos na própria pedra que abrigava a casa sobre ela, dando diretamente na beira do mar.O sol estava quente e convidativo. Embora o mar ali fosse um pouco violento, com ondas altas e fortes, a areia era fofa, grossa e quente.Segui andando, com os p&e
Charles não só era lindo, dono de uma voz perfeita, mas também um ótimo cozinheiro. Fiquei a imaginar se havia alguma coisa na qual ele não fosse expert. E me peguei pensando no filho dele, pela primeira vez desde que soube de seu passado. Separar um filho do pai era uma tremenda crueldade. Me senti um pouco triste e impotente por não estar num estágio mais avançado na faculdade e poder ajudá-lo de alguma forma.Depois do almoço, transamos e dormimos por horas.Despertei sentindo um vento morno vindo de encontro ao meu corpo. Avistei de onde estava, na cama, a porta entreaberta e a lua cheia iluminando não só o céu e a noite, mas também o quarto. Pela primeira vez, eu, uma adoradora de estrelas, as vi e achei-as insignificantes frente ao espetáculo da lua.Eu conseguia ouvir as ondas quebrando na areia, como se estivesse dormindo na beira da praia.Vir
Sai de cima dele, sentindo o líquido viscoso escorrer pelas minhas pernas enquanto me encaminhava para o banheiro, confusa, tentando recobrar minha consciência.Assim que entrei no chuveiro, o vi me observando pelo vidro, completamente nu. Virei para o outro lado, porque olhá-lo daquele jeito fazia eu não pensar direito.- Falei algo errado? – Perguntou.Respirei fundo e me lavei rapidamente. Desliguei o chuveiro e abri a porta do box, pegando uma toalha:- Caramba, como acha que estou me sentindo com isso tudo, Charles? Eu... Estou confusa. Há vinte e quatro horas atrás eu estava quase casando com um homem que conheço há quatro anos. E agora estou aqui, com você, que conheço há... Quarenta e oito horas.- O que quer dizer com isso?- Que são 1460 dias comparados com 48 horas.- Que porra você quer dizer?- Que acho que estamos l
- Eu... Eu... Viajei.- Para onde, sua menina mimada e teimosa? Tem noção do que fez? Deixou seu noivo no altar e sumiu, como se não devesse satisfações para ninguém. – Ele gritava do outro lado da linha.- E eu realmente não devo... Sou maior de idade.- Sim, me deve satisfações. Depende de mim para tudo... Ou se acha independente, quando tudo que faz é viver às minhas custas, torrando meu dinheiro sem se preocupar com nada?Deus, o que estava havendo com ele? Nunca o vi tão furioso. E parecia querer me magoar de todas as formas possíveis. E eu queria entender errado, mas estava claro que J.R me culpava pelo casamento não ter acontecido.- Pai...- Volte para casa imediatamente. Com quem você está? Onde está?- Estou sozinha – menti – Precisava de um tempo para mim... Para pensar no que houve.
- Eu... Nunca lhe pedi nada... A não ser os chocolates.- Me desculpe... – Ele pôs a mão livre sobre meus ombros.- Tudo bem... – Falei, ainda chateada.- Vendo você discutir com seu pai ao telefone me fez perceber que nosso tempo está passando, não é mesmo?Assenti, com um gesto de cabeça, as palavras morrendo nos meus lábios.- Que porra! – Ele praguejou alto.- Acha que vale a pena brigarmos por cerveja e espumante? Por que me julga, se nem me conhece?Ele tocou meu rosto com o polegar:- Porque eu sou um idiota e você me faz ficar completamente nervoso e confuso. Sei que somos diferentes e ainda tento entender como conseguimos criar uma conexão tão forte e um sentimento tão profundo, sendo que não temos quase nada em comum.- Se queremos fazer isto dar certo, é preciso começar por não
A pergunta me pegou de surpresa, mas eu sabia que precisava falar mais sobre mim.- Nós... Vamos tentar encontrar suas coisas? Ou voltar para casa?- Para casa? – ele riu sarcasticamente – Quem dera fosse “nossa casa”. Esta frase doeu pra caralho. Porque sei que amanhã estaremos separados e talvez nunca mais nos encontremos novamente.- Não... Isso não vai acontecer. Vamos voltar... E conversar... E aproveitar nossas últimas horas neste paraíso...- Em casa... – Ele balançou a cabeça e sorriu tristemente.- Em casa. – Repeti, tentando parecer confiante.Ele me ajudou a subir na moto e colocou nossos capacetes, desistindo oficialmente de encontrar seus pertences. Eu no lugar dele estaria mais preocupada, o que não parecia ser o caso de Charles.Sentindo o vento morno de encontro a nós, a estrada completamente deserta, tendo a lua cheia dando um espetáculo gratuito e as estrelas em volta, como se estivessem a aplaudir, senti as lágrimas descendo pelos meus olhos, sem serem convidadas, m
Gemi alto e tentei me concentrar para não gozar. Não sabia qual era a brincadeira, mas era difícil de cumprir a regra.- Posso gozar?- Mas... Eu nem comecei. Mudando as regras do jogo, garotinha! Você vai gozar três vezes. Agora... Quando eu enfiar minha língua na sua boceta gostosa... E depois com meu pau dentro de você.Sim, eu gozei só com as palavras safadas dele e seu dedo na minha boceta, sobre a calcinha. Arqueei o corpo trêmulo, sentindo cada centímetro do meu dele contrair-se de prazer.- “El cantante”... Você está acabando comigo. – Confessei, ofegante.Ele sorriu e desceu até a renda da minha calcinha, lambendo minha extensão sob o tecido. Peguei a tequila que estava ao meu lado e bebi, deixando o líquido escorrer pela minha boca.Charles abriu minhas pernas e a visão que eu tinha quando olhava para frente era simplesmente esplêndida: um par de olhos verdes me encarando enquanto a língua explorava cada centímetro da minha intimidade.- Tira esta porra logo! – Gritei, ansio
- Eu quero nadar no mar antes de partir. – Falei.- Seu pedido é uma ordem, minha garotinha! – Charles me pegou no colo, levando-me para dentro do quarto.- Vou ficar mal-acostumada, “el cantante”. Não sei se recebi tanto colo assim nem quando eu era bebê. – Exagerei.- Você é a minha garotinha... De mais ninguém, entendeu? Por isso só eu posso lhe dar colo... E beijos. – Me encheu de beijos pelo rosto, contemplando a boca, o nariz, a bochecha e os olhos.Ele ainda me segurava em seus braços e seu olhar era sério.- Eu entendi. E juro que não quero ninguém além de você, “el cantante”.Os lábios dele encontraram os meus, doces, suaves, nossas línguas dançando como uma canção romântica. Quando o beijo acabou, falei:- Vou acabar com as suas fãs que cruzare