A noite era fria, o vento uivava lá fora. Alexia não conseguia dormir. Seu coração doía pensando em seu filho Issac, ela tinha tantos planos, tantos sonhos, mas por causa de um acidente ela teve sua vida mudada completamente e sem se dar conta perdeu tudo. Mas sua tristeza maior é por saber que o aniversário de quatro anos do seu filho se aproximava. Com o passar das horas ela revivia os anos de sofrimento, rodeados por mentiras e traições. No entanto, a perda do filho, a pessoa quem mais amava era o que realmente a consumia.Diante das grandes janelas, Alexia observava as gotas de chuva se juntarem, o reflexo das luzes da cidade dançando nas pequenas poças. Abraçando o próprio corpo, as lágrimas escorriam por seu rosto cansado, marcado pela noite sem dormir. A noite se arrastava e ela permanecia ali, imersa em seus pensamentos e sentimentos contraditórios. A vontade de buscar o amor que sempre desejou e a decepção que lhe foi infligida lutavam em sua alma.Sem conseguir mais suportar
Matheo fala, andando em passos largos e se aproximando dela.— Olha pra você... onde esteve esses qquatro anos que quase me matou de preocupação? Espero que tenha uma boa explicação.— Matheo a puxa para um forte abraço, Alexia se surpreende e logo retribuiu.— Sofri um acidente e perdi a memória.— Ela fala sem exitar demonstrando toda tristeza que sente. Matheo segura com as duas mãos em seu rosto e a olha com tristeza.— Meu Deus, mas agora, você está bem? E meu sobrinho, cadê ele?Alexia sente que um buraco se formou diante dela, ela estava tentando não desmoronar, mas Matheo conhece suas fraquezas, seus traumas e sem pensar duas vezes ela aperta seus braços em um forte abraço e chora.— Meu bebê morreu... eu... eu não pude nem enterra-lo, pois quando acordei não sabia que estava grávida.Matheo a abraça com mais força, sentindo a dor que ela carrega em seu peito. Ele a puxa para perto, acariciando seus cabelos e tentando confortá-la da melhor forma que pode.— Eu sinto muito, Alexia
Alexia fica surpresa com a notícia, mas no fundo ela já desconfiava que havia algum laço que unia os dois, porém ela acreditava que Matheo era seu irmão, não só por seu pai confiar tanto nele, mas também por tudo que Mael havia feito para manter Matheo sempre por perto e em segurança. A revelação a fez ficar paralisada por uns minutos, mas logo ela envolve ele num abraço carinhoso. — Confesso que já desconfiava de algo assim. Você sempre foi como um irmão para mim, Matheo. Você esteve ao meu lado, me apoiando e cuidando de mim. Isso nunca vai mudar. Agora sabendo dos laços que nos uni, sei que não estou mais sozinha.Matheo retribui o abraço, sentindo um alívio enorme por ter a compreensão e o carinho de Alexia.— Obrigado, Alexia. Não tem ideia do quanto isso significa para mim. — Então vou ter que passar a te chamar de tio?— ela provoca.— Nem vem!— Ele retruca e ela ri se divertindo com a situação.— Eu prometo estar ao seu lado em cada passo desse caminho, não importa o que acont
Atenção: esse capítulo contém temas delicados como agressão e aborto. Se você é sensível a esse tipo de leitura recomendo pular ele. Alexia organiza um jantar para o pessoal da empresa, ela liga no seu restaurante favorito, pois estava com vontade de comer a comida de lá. Com um espaço fechado somente para eles, Alexia e Matheo saem juntos para o consultório da Laila, porém chegando lá estava fechado, nesse momento Alexia se preocupa. — Ela nunca fecha seu consultório, nem quando aquele maldito do ex namorado dela a agredia, alguma coisa aconteceu, eu sei. — É estranho mesmo, ontem ela foi de manhã no hospital ver a Marcela, mas não me esperou como sempre fez. Os dois rapidamente vão em direção ao apartamento dela. Eles interfonam e quem atende deixa Alexia atordoada. — Fala logo! O que quer a essa hora?— Era Yure que atendeu. Alexia fica em silêncio e corre em direção a recepção. — Preciso ir para o apartamento de Laila Dubois, agora! — Senhora, desculpe, mas a ordem é de n
A noite passou se arrastando, e pela manhã Laila já havia recebido alta. Alexia e Matheo ajudam ela entrar no carro, sua amiga ainda estava em choque com tudo que aconteceu, a ideia de que perdeu seu bebê por que não conseguiu pedir ajuda era o que a atormentava.— Alexia olhou para Laila com o coração apertado, as lágrimas se sua amiga não parava de cair, uma sensação de imponência a abraçava.— Como você está se sentindo, Laila?— Eu estou melhor, Alexia. Obrigada por estar ao meu lado. Eu não sei o que teria feito sem você.— Laila sussurra de cabeça baixa. Ela queria comemorar que a amiga está viva e de volta, mas não conseguia.— Não precisa agradecer, Laila. Agora estou de volta e sempre estarei aqui com você, sempre!Alexia dirige para sua casa, Laila olha para ela e fica sem entender.— Amiga, por que estamos aqui?— Você vai morar comigo apartir de hoje!— Eu não posso, Alexia, eu não quero ser um fardo para você.— Você não é um fardo, Laila. Eu quero que esteja comigo, pois
Alexia não sabia como disfarçar o quanto saber que Benício está mal, a deixou nervosa. Brayan chega para abraçar os meninos onde o ar ficou um pouco mais leve. O jantar da empresa havia sido cancelado, e depois de um mês que Laila estava recuperada, Alexia marcou novamente, estavam todos lá, até mesmo o pessoal da limpeza que fizeram questão de comemorar a volta da Alexia. E ali no meio de todos ela percebeu que seu pai nunca a deixou sozinha realmente. — O jantar foi um sucesso, pessoal, pessoal. Obrigada a todos por virem e por todo o trabalho árduo que vocês sempre colocaram nos seus afazeres. Agora é hora de descansar e aproveitar o resto da noite. — Obrigada por tudo, Alexia. É sempre um prazer estar com você.— Uma das advogadas da empresa fala. — Antes de vocês irem, quero dizer que me arrependo muito não ter visto que estou rodeada de pessoas incríveis. Sei que fui rude com cada um de vocês... mas era o jeito que aprendi a me proteger. Me desculpem por isso. E hoje sei q
Ver Benício ir embora foi umas das piores dores que Alexia já sentiu, dentro dela raiva já havia passado, a dor das mentiras já estavam cicatrizando, porém tinha o medo de tudo voltar a ser como era antes. Ao voltar para casa, ela encontra seus amigos, Alexia para na porta e fica admirando eles, as gargalhadas de Brayan, a conversa alta de Fred e Júlio, a delicadeza de Lorena, o jeito divertido de Laila e as reclamações de Matheo, a fizeram sorri, a muito tempo que a antiga Alexia não presenciava tantos sorrisos, ela vivia num mundo escuro sem permitir ser amada e hoje ela se arrepende de ter criado aquela bolha de solidão. Apesar de somente Matheo ter seu sangue, todos que estavam presentes eram importantes para ela, como uma verdadeira família deve ser. Laila já consegue sorrir como antes, a dor ainda estava lá, mas com a ajuda de um pequeno anjo a dor era consolada todos os dias, Brayan sempre que a via triste corria lhe dar um abraço, isso foi o suficiente para que pouco a pou
No dia seguinte Alexia e Matheo saem em busca de respostas, apesar de parecer tranquila, Alexia esta muito nervosa, ela apertava a mão freneticamente na outra, seus olhos estavam fixamente na estrada e seus pensamentos parecia uma bomba relógio, não parava de martelar na sua cabeça. E também, dpois de tudo que passou, ter que voltar, está mexendo com ela. Ao chegar na pequena cidade, Alexia relembra de tudo que viveu, não era só momentos tristes que ela tinha dali, ela viveu e conheceu pessoas inesquecíveis. Ao descer do carro todos a olham com surpresa, desde que ela abandonou Benício no altar ninguém ficou sabendo mais nada sobre ela. Alexia quando encontra olhares conhecidos, sorri e eles fazem o mesmo. Não demora muito eles chegam na frente do hospital, de longe ela observava um rosto que parece ser conhecido. Era de uma enfermeira, Hellen, a mesma que ajudou no parto e no dia seguinte estava de férias, Alexia nunca mais tinha vista ela, pois logo depois do fim das suas férias f