Alexia enfim podia respirar aliviada, chegando na casa de Benício ela abraça a família que tanto a acolheu. Exausta por dias sem se alimentar direito e sem dormir, Vanusa preparou um enorme banquete para ela, eles queriam comemorar a liberdade da sua nora. A população da pequena cidade envergonhada foram até a casa pedir desculpas por julgar Alexia. O prefeito que nunca acreditou nas acusações comemorou com a família. Ela tomou um longo banho, se cuidou como à um mês não fazia e se juntou a todos com um olhar de admiração. Por algum motivo ela sabia que nunca havia tido tanto calor humano, Alexia por inúmeras vezes imaginou que antes de perder a memória era uma mulher amarga e sozinha. E estando com as pessoas que verdadeiramente gostam dela, nada mais importava.Dias se passaram Dafne fugiu sem deixar rastros. Mas nesse momento tudo que o casal queria era agilizar a adoção do pequeno Brayan. Com a guarda temporária do menino eles estavam organizando os preparativos do casamento.A p
Alexia acorda no banco de trás do carro, sua mente repassando cada lembrança como se estivesse assistindo a um documentário sobre sua vida. Tudo, absolutamente tudo, voltou; suas memórias eram vivas de tudo que passou. Ao lado dela, Fred estava visivelmente chocado ao ler a página da revista caída no chão. A reportagem detalhava como ela foi exposta, incluindo a traição de Lucas e até mesmo aspectos de seu temperamento, conforme Matheo descrevia.— Fred. — Ela sussuta sentando-se com um rosto frio, olhando para ele. Ele parece um pouco sem jeito, pois sabe que foi ele e seu irmão que deram início a toda essa confusão. — Como essa história começou? — ela pergunta, encarando-o.— Júlio e eu te vimos de mãos dadas com Benício e acreditamos que você seria a namorada dele... Alexia, eu juro que não fiz por mal. Alexia permanece séria, embora tudo ao seu redor pareça não fazer sentido.— Me fale do meu filho, onde ele está?— O bebê nasceu morto...— Meu Deus... — Ela sussurra, levando as m
A volta para França foi longa. Alexia saiu sem nada, somente com uma pequena bolsa com uma peça de roupa do Brayan. No chaveiro pendurado no retrovisor havia uma foto dela e do Benício. No calor do momento, ela pegou o carro dele e, quando se deu conta, já estava longe para voltar.Às vezes, seus olhos percorriam rapidamente o pequeno retrato em forma de coração. O silêncio no carro era insuportável. Lorena queria perguntar como ela estava, porém deixou-a ter o tempo dela.Alexia pensou em tudo que viveu nos últimos meses. O amor e a dedicação que Benício demonstrou por ela. As lembranças dos dois estavam a torturando. Ela já não sabia o que era realmente certo.Lágrimas escorriam sem parar. A saudade e a traição de Benício torturavam seu coração. Brayan dormia na sua cadeirinha. Ele estava triste por deixar Benício para trás, mas feliz por Alexia estar ao seu lado.As horas foram passando e Alexia estava chegando ao seu destino. Ela olhava a imensa cidade que nasceu, pessoas sorrindo
A noite era fria, o vento uivava lá fora. Alexia não conseguia dormir. Seu coração doía pensando em seu filho Issac, ela tinha tantos planos, tantos sonhos, mas por causa de um acidente ela teve sua vida mudada completamente e sem se dar conta perdeu tudo. Mas sua tristeza maior é por saber que o aniversário de quatro anos do seu filho se aproximava. Com o passar das horas ela revivia os anos de sofrimento, rodeados por mentiras e traições. No entanto, a perda do filho, a pessoa quem mais amava era o que realmente a consumia.Diante das grandes janelas, Alexia observava as gotas de chuva se juntarem, o reflexo das luzes da cidade dançando nas pequenas poças. Abraçando o próprio corpo, as lágrimas escorriam por seu rosto cansado, marcado pela noite sem dormir. A noite se arrastava e ela permanecia ali, imersa em seus pensamentos e sentimentos contraditórios. A vontade de buscar o amor que sempre desejou e a decepção que lhe foi infligida lutavam em sua alma.Sem conseguir mais suportar
Matheo fala, andando em passos largos e se aproximando dela.— Olha pra você... onde esteve esses qquatro anos que quase me matou de preocupação? Espero que tenha uma boa explicação.— Matheo a puxa para um forte abraço, Alexia se surpreende e logo retribuiu.— Sofri um acidente e perdi a memória.— Ela fala sem exitar demonstrando toda tristeza que sente. Matheo segura com as duas mãos em seu rosto e a olha com tristeza.— Meu Deus, mas agora, você está bem? E meu sobrinho, cadê ele?Alexia sente que um buraco se formou diante dela, ela estava tentando não desmoronar, mas Matheo conhece suas fraquezas, seus traumas e sem pensar duas vezes ela aperta seus braços em um forte abraço e chora.— Meu bebê morreu... eu... eu não pude nem enterra-lo, pois quando acordei não sabia que estava grávida.Matheo a abraça com mais força, sentindo a dor que ela carrega em seu peito. Ele a puxa para perto, acariciando seus cabelos e tentando confortá-la da melhor forma que pode.— Eu sinto muito, Alexia
Alexia fica surpresa com a notícia, mas no fundo ela já desconfiava que havia algum laço que unia os dois, porém ela acreditava que Matheo era seu irmão, não só por seu pai confiar tanto nele, mas também por tudo que Mael havia feito para manter Matheo sempre por perto e em segurança. A revelação a fez ficar paralisada por uns minutos, mas logo ela envolve ele num abraço carinhoso. — Confesso que já desconfiava de algo assim. Você sempre foi como um irmão para mim, Matheo. Você esteve ao meu lado, me apoiando e cuidando de mim. Isso nunca vai mudar. Agora sabendo dos laços que nos uni, sei que não estou mais sozinha.Matheo retribui o abraço, sentindo um alívio enorme por ter a compreensão e o carinho de Alexia.— Obrigado, Alexia. Não tem ideia do quanto isso significa para mim. — Então vou ter que passar a te chamar de tio?— ela provoca.— Nem vem!— Ele retruca e ela ri se divertindo com a situação.— Eu prometo estar ao seu lado em cada passo desse caminho, não importa o que acont
Atenção: esse capítulo contém temas delicados como agressão e aborto. Se você é sensível a esse tipo de leitura recomendo pular ele. Alexia organiza um jantar para o pessoal da empresa, ela liga no seu restaurante favorito, pois estava com vontade de comer a comida de lá. Com um espaço fechado somente para eles, Alexia e Matheo saem juntos para o consultório da Laila, porém chegando lá estava fechado, nesse momento Alexia se preocupa. — Ela nunca fecha seu consultório, nem quando aquele maldito do ex namorado dela a agredia, alguma coisa aconteceu, eu sei. — É estranho mesmo, ontem ela foi de manhã no hospital ver a Marcela, mas não me esperou como sempre fez. Os dois rapidamente vão em direção ao apartamento dela. Eles interfonam e quem atende deixa Alexia atordoada. — Fala logo! O que quer a essa hora?— Era Yure que atendeu. Alexia fica em silêncio e corre em direção a recepção. — Preciso ir para o apartamento de Laila Dubois, agora! — Senhora, desculpe, mas a ordem é de n
A noite passou se arrastando, e pela manhã Laila já havia recebido alta. Alexia e Matheo ajudam ela entrar no carro, sua amiga ainda estava em choque com tudo que aconteceu, a ideia de que perdeu seu bebê por que não conseguiu pedir ajuda era o que a atormentava.— Alexia olhou para Laila com o coração apertado, as lágrimas se sua amiga não parava de cair, uma sensação de imponência a abraçava.— Como você está se sentindo, Laila?— Eu estou melhor, Alexia. Obrigada por estar ao meu lado. Eu não sei o que teria feito sem você.— Laila sussurra de cabeça baixa. Ela queria comemorar que a amiga está viva e de volta, mas não conseguia.— Não precisa agradecer, Laila. Agora estou de volta e sempre estarei aqui com você, sempre!Alexia dirige para sua casa, Laila olha para ela e fica sem entender.— Amiga, por que estamos aqui?— Você vai morar comigo apartir de hoje!— Eu não posso, Alexia, eu não quero ser um fardo para você.— Você não é um fardo, Laila. Eu quero que esteja comigo, pois