Alexia estava sozinha com Brayan, sentados na sala, ele pintava em seu livro de colorir. Alexia balançava o pé sem parar, apertando suas mãos trêmulas e um enorme nó na garganta. Ela mal podia acreditar que a cruel mentira se espalhou tão rapidamente pela cidade, as pessoas mais uma vez não quiseram a ouvir, dedos foram apontados, pessoas que ela tanto ajudou estavam querendo fazer justiça com as próprias mãos.Uma batida na porta a tira dos seus pensamentos. Ao abri-la, Alexia se deparou com dois policiais e uma representante do Conselho Tutelar, todos com expressões sérias e a postura rígida.— Você é Alexia?— perguntou a representante do Conselho Tutelar, com a voz firme sem emoção.— Sim, sou eu. — Alexia responde, com a voz trêmula e o coração quase saltando pela boca.— Por quê estão aqui?— Nós viemos buscar o menino, Brayan. — disse um dos policiais, com um olhar de desconfiança.— O que? Não, ninguém vai levar ele a lugar nenhum, o que está acontecendo?— Alexia fala com lágrim
Enfim o dia mais esperado chegou, o ambiente da sala do tribunal estava carregado de tensão. Alexia sentia o coração apertado, tentando manter a calma, enquanto seus olhos buscavam desesperadamente por uma esperança no semblante dos presentes. Com as mãos suadas e os olhos marejados, ela esperava o início do julgamento que decidiria o futuro da acusação absurda que ela está tendo que enfrentar.Lucy veio imediatamente ver a queda de Alexia, ela e Dafne mantinham um olhar satisfeito e triunfante, sentadas do outro lado da sala. Ambas trocavam olhares de cumplicidade, satisfeitas por terem criado uma calunia que em fim destruiria Alexia. Enquanto isso, Benício, Fred, Julio e Lorena observavam o desenrolar da situação com ansiedade.O juiz entrou na sala, e o murmúrio da multidão calou-se. Alexia prendeu o fôlego enquanto as acusações eram apresentadas. Ela escutava cada palavra com um nó na garganta, sentindo cada acusação ser uma punhalada em seu coração.“Abuso infantil”, “negligência
Sentada numa cela fria, estava Alexia, encolhida.— Alexia, visita!— Uma mulher com o rosto serio fala tirando a jovem com o semblante abatido dos seus torturantes pensamentos.— Anda, que é por pouco tempo.— Ok, obrigada.Alexia caminha como se estivesse pisando em cacos de vidros, tudo dentro dela doi. Ela estava com medo das mulheres que a encarava e gritavam palavras que a feriram amargamente.Ao chegar na sala de visitas, ela se depara com Benício, seu rosto cansado pela noite não dormida, assim que ela entra seus olhos se encontram com os dele.— Meu amor.— Benício fala se levantando rapidamente e a abraçando fortemente.— Você está bem, não está machucada?— Amor... estou bem. Como é bom te ver...— Alexia sussurra sentindo os braços do seu amado a envolver cada vez mais forte.— Me tira daqui, amor, por favor...— Ele sussura. Benício aperta ainda mais os seus abraços para tentar ao menos tirar a dor que eles estavam sentindo.Sentados um de frente para o outro eles conversam por
Dias antes.Enquanto Alexia pensava no por que a família do Benício e ele não iam visita-la na prisão, Benício estava determinado a descobrir a verdade e provar a inocência de sua amada. Ele sabia que precisava se distanciar de Alexia para que seu plano desse certo, e por isso sorrateiramente se aproximou de Dafne.— Dafne podemos conversar?— Benício fala assim que ela abre a porta do seu apartamento.— O que quer Benício, veio me ofender por causa daquele monstro?— Dafne fala se fazendo de ofendida.Benício suspirou e sem demonstrar qualquer vestígio de raiva que estava sentindo, ele sorri.— Jamais. Sei que está tarde, mas eu precisava vir aqui. Fiquei todo esse tempo pensando em tudo que Alexia fez, no começo foi difícil de acreditar, mas agora vejo o quanto estava enganado em relação a ela. E por isso, vim pedir perdão a você, Dafne, você é a única pessoa que eu posso confiar... — Benício fala calmamente, apertando os dedos dentro do bolso da calça, por falar tantas mentiras ao me
Benício subiu os degraus da delegacia desesperado, a ansiedade era tanta que parecia que ele havia até esquecido de respirar. Ao ver a demora no atendimento, Benício respirou fundo e correu em direção da sala do delegado. Ele estava mais que determinado a fazer com que a verdade sobre Alexia fosse revelada, não importava o que acontecesse, os policiais tentava o impedir, porém com um olhar do seu superior o soltaram.O delegado o cumprimentou com um sorriso amigável, mas logo ficou sério ao perceber a ansiedade nos olhos de Benício.— Benício, o que o traz aqui hoje? Você sabe que temos um protocolo a seguir, não pode simplesmente entrar na minha sala sem ser anunciado. — disse o delegado Rodolfo, tentando manter a calma em sua voz.— Eu sei, peço perdão por isso, delegado, mas eu tenho provas que podem mudar todo o rumo do caso de Alexia. Eu preciso que você as analise e as encaminhe para o juiz o mais rápido possível.— respondeu Benício, sua voz cheia de urgência.O delegado assentiu
Alexia enfim podia respirar aliviada, chegando na casa de Benício ela abraça a família que tanto a acolheu. Exausta por dias sem se alimentar direito e sem dormir, Vanusa preparou um enorme banquete para ela, eles queriam comemorar a liberdade da sua nora. A população da pequena cidade envergonhada foram até a casa pedir desculpas por julgar Alexia. O prefeito que nunca acreditou nas acusações comemorou com a família. Ela tomou um longo banho, se cuidou como à um mês não fazia e se juntou a todos com um olhar de admiração. Por algum motivo ela sabia que nunca havia tido tanto calor humano, Alexia por inúmeras vezes imaginou que antes de perder a memória era uma mulher amarga e sozinha. E estando com as pessoas que verdadeiramente gostam dela, nada mais importava.Dias se passaram Dafne fugiu sem deixar rastros. Mas nesse momento tudo que o casal queria era agilizar a adoção do pequeno Brayan. Com a guarda temporária do menino eles estavam organizando os preparativos do casamento.A p
Alexia acorda no banco de trás do carro, sua mente repassando cada lembrança como se estivesse assistindo a um documentário sobre sua vida. Tudo, absolutamente tudo, voltou; suas memórias eram vivas de tudo que passou. Ao lado dela, Fred estava visivelmente chocado ao ler a página da revista caída no chão. A reportagem detalhava como ela foi exposta, incluindo a traição de Lucas e até mesmo aspectos de seu temperamento, conforme Matheo descrevia.— Fred. — Ela sussuta sentando-se com um rosto frio, olhando para ele. Ele parece um pouco sem jeito, pois sabe que foi ele e seu irmão que deram início a toda essa confusão. — Como essa história começou? — ela pergunta, encarando-o.— Júlio e eu te vimos de mãos dadas com Benício e acreditamos que você seria a namorada dele... Alexia, eu juro que não fiz por mal. Alexia permanece séria, embora tudo ao seu redor pareça não fazer sentido.— Me fale do meu filho, onde ele está?— O bebê nasceu morto...— Meu Deus... — Ela sussurra, levando as m
A volta para França foi longa. Alexia saiu sem nada, somente com uma pequena bolsa com uma peça de roupa do Brayan. No chaveiro pendurado no retrovisor havia uma foto dela e do Benício. No calor do momento, ela pegou o carro dele e, quando se deu conta, já estava longe para voltar.Às vezes, seus olhos percorriam rapidamente o pequeno retrato em forma de coração. O silêncio no carro era insuportável. Lorena queria perguntar como ela estava, porém deixou-a ter o tempo dela.Alexia pensou em tudo que viveu nos últimos meses. O amor e a dedicação que Benício demonstrou por ela. As lembranças dos dois estavam a torturando. Ela já não sabia o que era realmente certo.Lágrimas escorriam sem parar. A saudade e a traição de Benício torturavam seu coração. Brayan dormia na sua cadeirinha. Ele estava triste por deixar Benício para trás, mas feliz por Alexia estar ao seu lado.As horas foram passando e Alexia estava chegando ao seu destino. Ela olhava a imensa cidade que nasceu, pessoas sorrindo