StellaOlho para ela, sentindo uma mistura de raiva e compaixão. O que dizer diante de tanta dor e arrependimento?— Você não entende o que foi crescer sem saber da sua existência. — Minha voz treme, cheia de mágoa. — Tudo bem que temos nossa avó materna, mas nunca soubemos de você, e quando perguntávamos meu pai se transformava, uma vez chegou a bater em meu irmão, e sem aceitar entrei no meio e apanhei também… E agora descubro que a senhora sempre esteve lá, mas escondida.Ela abaixa a cabeça, lágrimas ainda escorrendo pelo rosto. Eu não estou muito diferente.— Eu sei… Eu sei que não posso mudar o passado. Mas quero estar presente agora, se você me permitir.— E como posso confiar em você? E meu avô não vai te punir? — Minha voz é um sussurro desesperado. — Como posso acreditar que não vai desaparecer novamente?Ela levanta os olhos, me encarando com uma intensidade que nunca vi antes.— Porque aprendi, tarde demais, o valor da família. E estou pouco me lixando para o que aquele ve
StellaEduardo segura minha mão enquanto caminhamos para o carro. Não consigo parar de sorrir. Ele está tão lindo.— Vamos, amor, o jatinho nos espera para voltarmos para casa — diz ele com um sorriso.Olho para ele, sentindo uma mistura de alegria e nostalgia.— Eu, na verdade, não conheci muito de Paris, fiquei todo esse tempo de repouso, devido à placenta que descolou.Já no carro, ele aperta minha mão com ternura.— Sinto muito meu amor! — Vejo sinceridade e ternura em seus olhos — Mas está bem agora, e nossos filhos também? — pergunta ele, com uma preocupação nos olhos.— Sim, meu amor, estamos bem graças a Deus. — Coloco a mão dele sobre minha barriga. — Sinta, eles estão agitados.Eduardo sorri, um sorriso tão lindo, chego a perder o fôlego.— Estão felizes por estarem aqui, com você. Eu também estou feliz. Obrigada por vir e me descul… — Ele me silencia com um dedo, depois sela meus lábios com um beijo doce.— Não é hora para falarmos disso, vamos apenas curtir o momento. — El
EduardoNem acredito que passei um dia perfeito com Stella. Agora, ela está com os pés sobre a mesinha da sala, apoiada em meu peito, enquanto faço carinho em seu cabelo e ela com uma tigela gigantesca de sorvete sobre a barriga.— Amor, isso vai te fazer mal. — Digo, fazendo careta para a mistura na tigela, onde ela colocou sorvete de chocolate, morango, pistache, fatias de melancia, chuchu, creme de avelã e nozes.— Está uma delícia, prove antes de reclamar. — Ela diz tentando me convencer. Faço uma careta e dispenso.— Muito obrigada, mas isso está com uma cara péssima e tenho alergia a nozes.— Jura amor? Que pena, amo nozes. — Ela diz, se lambuzando com sua mistura doida.— Então já sabe o que não colocar no nosso cardápio de casamento. — Brinco com ela.— Sim, e não vou te beijar até escovar os dentes. Não quero que fique mal.Eu estava provocando quando Matteo entra com tudo na sala, dizendo:— Stella, a vovó disse que você estava no hospital, você está… — Ele para de falar qua
StellaEstou no meu quarto, enquanto Edu ficou na sala conversando com Matteo, fico feliz que finalmente parece que os dois se entenderam.Mas não tinha como eu dar uma resposta concreta para ele, o que sinto ou quero sentir, pela senhora que diz ser minha avó é algo ainda desconhecido para mim.Quando estou com ela me sinto segura, e vejo amor em seus olhos, mas são tantos anos sem esse amor que não sei o que pensar, dizer ou sentir.E falar para ele que ainda não estou pronta, foi o certo a se fazer.Estar ao lado do Edu é mágico, mas ainda não tivemos a chance de conversar como eu gostaria. A visita do Matteo só bagunçou mais a minha cabeça. Ele pinta uma avó maravilhosa. Se metade do que ele e ela disse for verdade, é tudo ainda mais frustrante, porque isso significa que pela maldade e orgulho de um homem, eu perdi muito. Uma avó carinhosa, atenciosa…Aff, é melhor parar de pensar nisso.Escuto batidas suaves na porta, e logo Edu entra no quarto dizendo:— Amor, você está aí?— Si
EduardoDeixo Stella na cama e desço para a sala. A avó dela está sentada no sofá, me encarando com um olhar afiado. Quando me aproximo, ela diz:— Sente aqui, garoto.— Garoto? — Pergunto, arqueando a sobrancelha.— É, você é bem mais novo que eu. Mas, admito, é mais velho do que imaginei.— Como assim? — questiono, desconfiado.— Digo ser mais velho que minha neta. Mas deixe isso para lá, ela te escolheu. Sente-se logo aqui. — Ela insiste, com uma autoridade que eu não queria contestar. Para não a desrespeitar, sento ao seu lado.Ela me observa por um momento, antes de continuar:— Meu neto me disse que seu relacionamento com a minha neta teve altos e baixos. Em um deles, ela até fugiu de você, o que nos leva aqui, no apartamento dele. — Engulo meu orgulho, para não ser desrespeitoso. — E que, na maior parte das vezes, a culpa era sua, por não se decidir. E agora, já se decidiu? Ou está com ela só por causa dos meus bisnetos?— O quê? — Sinto a raiva subir. Cortarei a língua do Ma
StellaAcordei com o cheiro suave de comida, e meus olhos, ainda pesados pelo sono, se abriram lentamente. Ao me espreguiçar, vi Edu encostado no batente da porta do banheiro, com os braços cruzados e um sorriso suave nos lábios.Ele usava uma camisa branca com os botões um pouco aberto, mostrando o seu peito, as mangas da camisa estavam dobradas, mostrando seus braços fortes, arfei com a vista, “Como pode ser tão lindo!”— Dormi muito? — perguntei, tentando afastar a preguiça da voz.Ele se aproximou com uma bandeja nas mãos, um olhar carinhoso, e disse:— Não, minha vida. Fica tranquila. Preparei isso para você. — Ele se inclinou e me deu um selinho.Fico surpresa e emocionada com o seu gesto. O cheiro delicioso faz meu estomago roncar e ambos sorrimos.— Você cozinhou para mim? Era difícil de acreditar, já que ele não era exatamente um mestre na cozinha.Ele riu, divertido e falou:— Sim, estive treinando para te surpreender. Confesso que queimei muitas panelas, deixei a cozinha
Eduardo Estou deitado ao lado de Stella, ela está deitada em meu peito, enquanto faço carinho em seu rosto e cabelo, sentir sua respiração tão próxima a mim, me enche de amor.Estar com ela novamente, é como um sonho realizado, ela me completa de todas as formas possíveis.Eu um CEO arrogante, palavras dela, sorrio, se vê completamente apaixonado por uma menina mulher, essa garota conseguiu me ressuscitar para a vida, me fez enxergar às cores da vida novamente.Sei que ela quer se desculpar por ter fugido ao ver a cena que não entendeu, mas eu acredito que para um relacionamento dar certo tem que ser uma via de mão dupla!Ela aceitou me amar quando eu nem sabia o que sentia por ela, quando eu ainda estava preso no relacionamento passado, onde a mulher nem está entre nós.Ela é nova, viu que errou, então isso é o que importa, hoje eu cedi, e sempre que puder farei isso. Como sei que ela também fará.Esse tempo que ficamos afastados, foi bom e ruim para ambas as partes.Sofremos? Sim e
Eduardo Entreguei o chá para elas depois me afastei para lhes dar privacidade.Decidi ligar para o Matteo:— O que foi agora Eduardo?— Seu avô acabou de sair daqui, sua avó ficou muito nervosa, Stella está acalmando-a.— Merda! Já estou indo para casa, obrigada por me ligar. Eduardo o que ele falou? Ele a ameaçou? — Deu para sentir um misto de preocupação, medo e raiva em sua voz.Conto tudo o que aconteceu, principalmente a parte que o expulsei.— Fez certo, ele precisa de um homem fora do ciclo dele para colocá-lo no lugar. Mas a vovó e a Stella estão bem?— Elas são duronas, o sangue não nega — nós dois sorrimos, então continuo — Sua prima e sua linguinha afiada também tocou o terror nele. Tenho orgulho da minha garota.— Agora posso elogiar minha prima, ou vai se retorcer de ciúmes? — Matteo pergunta rindo.— Não abusa da sorte, já dei o recado, até daqui a pouco.Desligo o telefone ainda ouvindo sua risada no fundo. Decidi ligar para o Léo. Que atendeu no primeiro toque.— Acont