Março de 1604

Capítulo 1

“Nossas escolhas fazem nossa vida, e nossa vida reflete apenas nossas escolhas.”

-Autor Desconhecido-

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" Katherine Ashton Kutcher Viollence "

" Março de 1604 - Grosseto - Itália "

Corro pelos corredores da mansão atrás de meu pai e seu assistente, ambos indo em uma viagem à capital para entregar uma carta avisando sobre o possível casamento político entre duas famílias ducais, a minha e alguma outra desconhecida já que meu pai se recusa a me dizer qual é, ou até mesmo onde fica.

–Papai eu não quero me casar. Ainda mais com alguém ao qual nunca vi em toda minha existência. -digo sentindo meu rosto empalidecer pois sei que quando meu pai toma uma decisão é difícil tirar isso de sua cabeça, mas ao menos não é impossível, tenho que lutar pelo meu amor o meu final feliz.

–Kath, por favor escute o que seu pai tem a dizer antes de falar qualquer coisa. -o assistente diz calmo como sempre, Johnson sempre é calmo diferente de meu pai que se mantém estourado o tempo todo, mamãe diz que é por isso que papai o mantém por perto o tempo todo.

–Katherine, ontem pelo entardecer recebi pelo mensageiro um pedido formal para que eu o Duque de Viollence, fosse a um ducado próximo, prontamente atendi ao pedido, me dirigi até lá para uma conversa sobre o assunto. -faz uma pausa enquanto descemos as escadas da entrada, meu pai ainda é jovem mas sofre de um problema no joelho e por isso tem dificuldades em descer e subir escadas.

–Esse Duque tem um filho solteiro, pretende que este se case imediatamente, porém não quer que se ponha dentro de sua família uma mulher qualquer, como havia ouvido sobre nosso ducado e as lindas moças que temos solteiras, pediu a mão de minha filha mais velha em casamento para seu filho. -para na entrada antes de abrirmos as portas de saída e pegar seu casaco e chapéu com um empregado.

–Assim firmando uma união dos ducados. Tudo já foi arrumado se tu não queres tem suas irmãs. -diz meu pai calmo, uma coisa bem rara, como se fosse uma simples notícia a ser dada para sua filha de vinte anos que nem ao menos teve chance de escolha.

Olho rapidamente para o assistente em busca de apoio ou de alguma objeção, mas ele apenas acena com a cabeça e me olha com um sorriso contido em seus lábios, estreito os olhos em sua direção, o mesmo da risada saindo na frente para abrir a porta da carruagem, fica na porta esperando meu pai entrar, o mesmo sempre prestativo um servo de elite, mesmo com todas as dificuldades nunca deixou o ducado nem por um minuto sequer e segue meu pai diligentemente.

–Pai, sei que o senhor quer que eu me case, mas não tenho intensão de me casar com um desconhecido, por favor reconsidere sua decisão. -digo em expectativa, mas vejo quando meu pai suspira, da uma pausa em seu andar e para antes de entrar na carruagem se vira para mim pegando em ambos os meus ombros e olha em meus olhos com um olhar firme.

–Kate, sendo minha filha mais velha sabe da situação de nosso ducado e no momento não estamos em bom estado. Preciso me aliar a eles custe o que custar, para que saiba seu noivo não é um desconhecido, ele te conhece e você também o conhece. Sei que ambos iram ser felizes nessa relação, mesmo que seja somente como amigos, podem ficar juntos apoiando um ao outro, espero que entenda minha decisão. -me vi pensando em todos que tem riqueza suficiente para ajudar a reerguer nosso ducado, mas ninguém é tão rico assim, não que eu saiba. Não há um sequer que tenha tamanha fortuna para nos ajudar a sair do buraco em que estamos agora.

Olho uma última vez para o Johnson que havia ficado calado e de cabeça baixa esperando meu pai entrar na carruagem, me viro sem olhar para trás ou responder apenas saio correndo de volta para dentro deixando meu pai me chamando. Mas não acredito que ele tenha feito isso sem ao menos consultar a mim antes, sou sua filha mais velha e também posso ser racional. Como ele teve coragem de praticamente me vender á algum filho de Duque, minha mãe deve resolver isso, não irei me casar com ninguém que não seja Allan Dienbusth Azzurro.

Corro pelos corredores de minha casa em direção ao meu quarto, as lágrimas já inundam meus olhos, não sei o que pensar, meu coração já tem dono, só que talvez ele não compartilhe dos mesmos sentimentos que eu, mesmo assim não quero outra pessoa em seu lugar, não quero mais ninguém além dele. Chego em meu quarto entrando com tudo assustando Karina minha criada pessoal, assim que ela me vê arregala seus olhos parando a limpeza e mandando as outras criadas para fora, em seguida vem em minha direção me amparando em seus braços.

–O que houve Kate? Por que está assim? -diz com sua voz serena, Karina sempre esteve comigo, ela é filha de minha babá que é criada pessoal da minha mãe desde antes de ela se casar com meu pai, ou seja, ela já é praticamente da família.

Ela me apoia para que não escorregue e me sente no chão, me leva até a cama, sentamos lado a lado enquanto ela me consola, mas não consigo respondê-la. Com todo carinho ela me põem deitada na cama enquanto choro feito uma criança, logo sua voz suave invade meus ouvidos em uma canção que ela canta toda vez que choro, aos pouco vou me acalmando ao som de sua voz. Sem questionar ou fazer qualquer outro barulho além da música ela fecha as cortinas do quarto o deixando no escuros, minhas lágrimas ainda descem pelo meu rosto mas nem sei mais porque choro, talvez raiva, frustração, medo ou o sentimento de estar sendo traída pelo meu próprio pai.

–Durma um pouco Katherine, quando acordar se sentirá melhor. -Kari fala quando a música acaba e fecho meus olhos enquanto ela canta outra melodia, uma canção de ninar, sinto o peso em meu peito sumir e a escuridão me tomar conta de mim.

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Lentamente abro os olhos, as palavras de meu pai me vem a mente no mesmo instante me lembrando do porque da dor de cabeça e dos olhos inchados, me sento vendo o quarto escuro e uma única vela mas ao canto do quarto, minha cabeça lateja, jogo os pés para fora da cama sentindo o chão frio, suspiro pela ardência em meus olhos, me levanto mesmo descalça e vou em direção a janela puxando um ladinho da cortina para dar uma olhada. O tempo esta começando a ficar frio, olho o horizonte pela fresta da cortina que cobre a grande janela, deve estar por volta das cinco da manhã, ou mais cedo, minha cabeça ainda lateja como se tivesse bebido muito vinho antes de adormecer, volto para perto da cama pronta para puxar a cordinha para chamar Karina que não está por perto agora.

Quando começo a pensar em casamento, ai meu Deus, eu tenho que me casar com um estranho, sinto novamente o peso em meus ombros. Me sento na cama e pego na cordinha para chamar minha amiga, mas quando olho para o lado vejo Karina toda desajeitada na poltrona, ela dorme tranquilamente. Lembro de como minha criada ao longo dos anos se tornou minha melhor amiga, minha irmã de outra mãe e minha confidente mais confiável, agora somos bem mais que criada e mestre, até porque apesar da família de Kari trabalhar para nós eles também tem títulos de nobreza por seus méritos, sua família detém o título Barão, mesmo assim a mãe e pai de Kari continuaram a ser fiéis a minha família e por isso crescemos juntas.

–Kari acorde, acorde ou vai ficar toda dolorida. -chamo de leve e vejo ela abrindo os olhos e me encarando, depois de um tempo ela levanta rapidamente parecendo que se esqueceu de algo, quase como se tivesse que fazer algo super importante e está atrasada para isso.

–Kate está melhor? Se sente bem, como foi seu descanso? -pergunta preocupada.

–Eu estou bem, não se preocupe. -digo enquanto volto a deitar na cama colocando as mãos sobre a barriga.

–A se você está bem então porque chegou chorando horrores, depois dormiu agarrada a mim.- ela diz brava comigo e na hora começo a rir, já que ela está descabelada e horrível.

–Bem não é tão ruim assim. Eu vou me casar. -digo e isso me dói por dentro. Casar com alguém que não é Allan, alguém que eu não sei quem é, nem quantos anos tem. Algum filho de um dos seis duques. Aaah não quero mesmo me casar com nenhum dos possíveis candidatos, só quero Allan e mais ninguém.

–Mas desde quando? porque? -ela pula na cama ao meu lado e começa a me encher de perguntas, aleatórias que não sei responder.

–Ontem meu pai me comunicou junto com minha mãe. -começo a falar mas paro pensando no porquê de repete, melhor nem tentar pensar nisso. -Disseram que é para salvar o ducado e não tem como rejeitar, um casamento arranjado por duques só se desfaz se outro Duque ou o rei intervir.

Sorrio triste e me levanto, sigo até o banheiro com ela me seguindo, entramos e ela começa a preparar meu banho, enquanto eu penteio meus cabelos rebeldes. O que fazer antes desse tau casamento, talvez fugir, não fazer algo mais radical que isso. Mas o que? Entro na banheira que Kari preparou ainda pensando em uma forma de me livrar desse casamento estúpido, a água está morna e cheirosa.

Penso até quase chegar em uma decisão, eu irei ao ducado de Azzurro, visitar Allan e fazer tudo que quero com ele, também posso só sumir e nunca mais voltar, assim que não vai haver casamento algum. Claro que irei ver Allan, depois vou fugir, pegarei o máximo de joias que tenho, depois irei decidir um local bem longe e partir para não voltar. Sim esse é meu plano, que com toda certeza não irá falhar, porque eu sou Katherine Ashton Kutcher Viollence e não irei me casar sem amor.

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