Zara bateu levemente na janela do carro.— Senhora!Mesmo depois de tantas vezes pedindo para ele não chamá-la assim, Paulinho ainda mantinha o hábito. Naquele momento, Zara não se preocupou em corrigi-lo. Apenas assentiu com a cabeça:— O que você está fazendo aqui?— O Sr. Orson está em uma viagem de negócios. — Paulinho explicou com calma. — Ele foi para o exterior e deve voltar só daqui a uma semana. Antes de ir, pediu que eu entregasse isso para a senhora: um convite e uma passagem aérea.Zara ficou surpresa. Quando baixou os olhos, viu que Paulinho segurava o mesmo convite para o leilão que Orson havia lhe dado antes. Ela lembrava-se de tê-lo deixado no Condomínio Oásis antes de ir embora da última vez. Não esperava que Orson fosse se dar ao trabalho de enviá-lo novamente.Dessa vez, ele até havia reservado uma passagem para Cidade C.— Senhora?Enquanto Zara estava perdida em seus pensamentos, a voz de Paulinho a trouxe de volta. Ele a olhava com curiosidade.Zara balançou a cab
— Sr. Orson.No aeroporto de Cidade N, Michel percebeu imediatamente o semblante pesado de Orson. Mesmo assim, aproximou-se e entregou os documentos que carregava:— Aqui está o relatório de dados recém-enviado de Cidade Z. O senhor pediu que eu trouxesse.Orson deu uma olhada rápida no material e perguntou:— E o restante?— O restante?— Depois da estimativa de valor de mercado, o que mais? Qual é a estratégia deles para atrair investidores? Onde está o relatório de análise detalhada e o plano de divulgação na mídia?Além disso, Orson fez mais algumas perguntas diretas, uma após a outra, sem dar tempo para Michel reagir. Ele ficou completamente sem palavras, sem saber o que responder.Orson, que caminhava à frente, parou de repente. Virou-se para Michel, e sua expressão ficou ainda mais sombria:— Se eles não sabem o que fazer, tudo bem. Mas você? Quantos anos já trabalha comigo? E ainda não consegue antecipar algo tão básico?Michel tentou argumentar que o relatório era apenas uma a
Fiona já tinha tudo preparado. Para isso, ela até ensaiou uma coreografia especialmente para a noite. Mas agora… tudo estava arruinado. Tudo por causa da Zara!Embora Zara estivesse usando uma máscara e trajando roupas completamente diferentes do habitual, Fiona a reconheceu no mesmo instante.Naquele momento, Fiona sentiu uma vontade quase incontrolável de correr até ela, arrancar sua máscara ou simplesmente empurrá-la ao chão.Mas ela não fez nada disso.Afinal, se agisse assim, seria ela mesma quem destruiria a imagem impecável que havia cultivado com tanto esforço ao longo de anos.Fiona ficou parada ali, observando. Seus dentes rangiam de raiva, mas, além disso, ela... não podia fazer nada.Aquela cena trouxe à sua mente uma memória distante, de quando tinha apenas quatorze anos. Foi o dia em que ouviu pela primeira vez que Zara retornaria à família Garcia.Nos últimos dez anos, Fiona havia sido a queridinha da família Garcia. Acreditava que sua vida continuaria assim para sempre,
— Na sua direção às seis horas, está vendo o homem parado ali?Ivo perguntou enquanto conduzia Zara pela pista de dança. Os movimentos os aproximavam, e seus corpos estavam tão próximos que Zara podia sentir a respiração dele. Fazia muito tempo que ela não dançava assim. Sua própria respiração estava um pouco descompassada, e uma fina camada de suor se formava sob a máscara que cobria seu rosto.Com a pergunta, Zara rapidamente olhou na direção indicada:— Estou vendo. E daí?— Aquele é o filho do Sr. Arthur, do Grupo Surfing. Ele está te observando já há um bom tempo. Depois vou apresentá-lo a você. Que tal dançar com ele por alguns minutos?Zara soltou uma risada leve:— E por que eu faria isso?— Estou negociando uma parceria com o pai dele. — Ivo respondeu diretamente, sem rodeios. — Se você me ajudar dessa vez, posso garantir sua entrada como sócia no projeto dos direitos autorais. Quando a série explodir, você terá uma bela fatia nos lucros.Zara continuava sorrindo, mas sua expr
— O senhor não sabe o que é ordem de chegada?Arthur virou-se, com um sorriso divertido, enquanto fazia a pergunta.Sem qualquer alteração na expressão, Orson respondeu:— Sei, mas acredito que a escolha deva ser da dama, não acha?Sua resposta deixou Arthur sem palavras. Não havia muito o que contestar.Orson, no entanto, não deu mais atenção a ele. Seus olhos estavam fixos em Zara. O olhar dela, sempre tão calmo e controlado, parecia agora esconder algo que borbulhava em suas profundezas, como uma corrente oculta prestes a transbordar.A mão de Zara, pendendo ao lado do corpo, fechou-se em um punho por um breve instante. Depois de um momento, ela sorriu. Então, calmamente, colocou a mão na palma de Arthur, aceitando o convite dele.O brilho nos olhos de Orson apagou-se instantaneamente. A mão que ele mantinha estendida fechou-se em um punho rígido. Ele tentou olhar para Zara novamente, mas ela já havia se virado e seguia ao lado de Arthur, sem hesitar.Assistindo os dois se afastarem
A conversa entre Zara e Arthur fluía com naturalidade. Após o término da primeira música, eles sequer deixaram a pista de dança e continuaram com a próxima.— Ainda não sei seu nome. — Arthur não resistiu e perguntou.Zara arqueou as sobrancelhas, com um leve sorriso:— Não acha que, em um baile de máscaras, trocar nomes é um pouco desnecessário?— Mas você sabe quem eu sou. Isso não parece muito justo, não acha?— Muitas pessoas aqui sabem quem é o Sr. Arthur. O senhor é tão famoso que é impossível não saber. — A voz de Zara carregava um tom de leve resignação.Arthur, no entanto, não se ofendeu. Apenas comentou, com um sorriso insinuante:— Então isso significa que, quando a noite acabar, eu não vou ter chance de convidá-la para jantar?— Claro que vai. — Zara respondeu com seriedade, assentindo levemente. — Desde que o senhor traga seu pai, e eu vá acompanhada do Sr. Ivo. Não seria perfeito?— Então, afinal, você trabalha para o Ivo? É sua assistente? Secretária? Ou talvez uma artis
Zara finalmente percebeu o que estava acontecendo. O pé que ainda pensava em chutar novamente foi lentamente recolhido. Orson continuava com a máscara perfeitamente posicionada no rosto, mas os olhos dele eram como lâminas gélidas, tão frios que pareciam querer despedaçá-la por completo.— Você… por que me trouxe aqui? — Perguntou Zara, depois de sustentar o olhar dele por alguns segundos.— O que foi? Está chateada porque atrapalhei a sua diversão? — Respondeu Orson.O tom de Orson ficou ainda mais áspero, enquanto os dedos dele apertavam com força o queixo de Zara.A rejeição ao convite para dançar e o chute que ela havia desferido antes claramente não haviam sido esquecidos. A pressão em seu queixo parecia determinada a esmagar os ossos.Zara franziu as sobrancelhas, sentindo a dor crescente, e estava prestes a afastar a mão dele quando Orson segurou seus dois pulsos de uma só vez. Com um movimento brusco, ele empurrou o joelho entre as pernas dela, reduzindo ainda mais a distância
— O que você está fazendo? — Zara ficou paralisada por um instante, mas logo começou a se debater. — Me solta! Orson, me larga agora!Suas pernas se moviam freneticamente, tentando chutá-lo. Um de seus saltos altos acabou saindo do pé e voando em direção ao chão. O corredor do hotel estava coberto por um carpete espesso, então o impacto do sapato não fez nenhum som.Quando chegaram ao elevador, Orson finalmente a colocou no chão. No entanto, ela mal teve tempo de reagir. Ele a encurralou contra o canto do elevador, e, no momento em que Zara tentou se mover, ele segurou seu rosto com firmeza e a beijou.Foi um beijo sem espaço para hesitação ou resistência. Orson não lhe deu qualquer chance. Assim que seus lábios tocaram os dela, sua língua invadiu sua boca com uma determinação avassaladora, rompendo qualquer barreira.O beijo era tão intenso e dominador que Zara sentiu o ar faltar. Suas mãos estavam presas pelos pulsos, sem qualquer possibilidade de empurrá-lo. Como se não bastasse, Or