Capítulo 76
Aquela palavra não era estranha para Zara.

Antes, quando ainda morava na Brisa do Mar, sempre que Orson precisava de algo, ele enviava exatamente aquela mesma palavra: venha.

Agora, enquanto encarava a mensagem no celular, algo inexplicável apertou seu peito, e seus olhos começaram a arder. Ela ficou ali, olhando fixamente para a tela, até que o toque do telefone sacudiu seus pensamentos. Era Paulinho, o motorista:

— Senhora, estou aqui na Avenida Julius. O carro não consegue entrar na viela. Pode sair até aqui, por favor?

Zara apertou os lábios, sem responder de imediato.

— Senhora? — Paulinho insistiu.

— Já estou indo.

Zara finalmente respondeu, levantando-se para trocar de roupa antes de sair.

— Senhora! — Paulinho a cumprimentou assim que a viu.

Ele estava com um carro diferente daquela vez. Um Porsche Panamera prateado que, naquelas ruas apertadas e escuras do bairro, chamava atenção como um peixe fora d'água.

Enquanto Zara entrava no carro, notou sua vizinha de cabelos amarelos.
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