Dois dias depois, era o aniversário de Orson. Ele nunca foi muito ligado a essa data, mas, quando sua família decidiu organizar uma festa para ele este ano, também não fez questão de recusar.Zara, como era de se esperar, não estaria presente na festa. Orson apenas enviou uma mensagem para ela no final da tarde, pedindo que o esperasse no condomínio Oásis.A festa foi um sucesso. Quase todas as pessoas importantes do círculo social apareceram. Embora o evento não fosse público, alguns aspirantes a celebridades acabaram se infiltrando no meio dos convidados.O divórcio de Orson já tinha se tornado um assunto comentado, e as pessoas interessadas em se aproximar dele pareciam estar ainda mais determinadas. Suas intenções, aliás, estavam mais óbvias do que nunca.Durante a noite, Orson teve a roupa manchada três vezes. Na última vez que alguém esbarrou nele, ele nem se deu o trabalho de trocar o terno. Apenas afastou a mão que, de forma oportunista, tentava tocá-lo.— Sr. Orson, posso ajud
Zara não aguentou esperar muito tempo e acabou adormecendo no sofá. Ela sabia que não podia simplesmente ir até o quarto, então cedeu ao cansaço. Quando despertou, a primeira coisa que sentiu foi o peso de alguém sobre ela.Assustada, seu corpo reagiu imediatamente, e ela abriu a boca para gritar. Mas Orson foi mais rápido e cobriu seus lábios com a mão. Só quando sentiu o toque da palma dele é que reconheceu sua identidade, e toda a tensão em seu corpo se dissolveu num instante.Orson percebeu essa mudança e, sem hesitar, pressionou ainda mais seu corpo contra o dela, inclinando-se para capturar seus lábios em um beijo. Zara sentiu o cheiro forte de álcool vindo dele e, com uma expressão contrariada, tentou se esquivar. Porém, Orson segurou firmemente seu queixo e mordeu seus lábios, impedindo qualquer fuga.O sabor frutado do champanhe deslizou para a boca de Zara, envolvendo-a de forma inesperada.A excitação mal contida dele contagiava o ambiente, e Zara, incapaz de resistir, solto
Orson saiu do banheiro e parou por um instante ao perceber que o quarto estava vazio. Logo em seguida, caminhou para fora.Zara estava no hall de entrada, calçando os sapatos. Ao vê-la, os olhos de Orson imediatamente se estreitaram, assumindo um tom sombrio:— Aonde você vai?— Para casa.Zara nem sequer virou a cabeça.Os lábios de Orson se comprimiram em uma linha dura, e seu olhar ficou ainda mais frio. Mas Zara não se importou. Sem hesitar, abriu a porta e, logo em seguida, fechou-a atrás de si.A casa, tão grande, ficou rapidamente mergulhada no silêncio, com Orson como único ocupante. Virando-se, ele não conteve a raiva e chutou a lixeira ao lado, derrubando-a no chão.Zara, por outro lado, não tinha a menor ideia do que acontecia com ele dentro daquela casa. Aquele pequeno botão de punho, que agora estava em sua bolsa, quase foi parar no lixo. Quando ela passou por uma lixeira na rua, chegou a estender a mão para jogá-lo fora, mas parou no meio do movimento, hesitando por um lo
Celine tinha uma habilidade nata para socializar. Mesmo que, no começo, parecesse um pouco nervosa, não demorou muito para que começasse a se soltar, distribuindo cartões de visita por onde passava.— Ah! Sr. Edgar, que prazer encontrá-lo! — Finalmente, depois de muito tempo, Celine conseguiu localizar a pessoa que vinha procurando a noite inteira. Ela imediatamente estendeu a mão, sorrindo. — Sou Celine, da Sky Caricatura. Nós já conversamos antes!— Ah, claro. Muito prazer.O homem apertou a mão dela, mas em seguida seus olhos se voltaram para Zara. Ele a examinou de cima a baixo por alguns segundos, com evidente curiosidade.— Essa é a autora de “Segundo mais longo”, sobre quem falamos anteriormente. — Apresentou Celine.— Ah, espera... Nós já nos conhecemos? — Edgar arqueou uma sobrancelha, analisando Zara com um olhar intrigado. — Tenho a impressão de que você me parece familiar.— Acho que não. Não costumo sair muito. — Zara respondeu com um sorriso leve.Edgar ainda parecia desc
A expressão de Zara era séria. Mas Ivo apenas sorriu levemente:— É verdade, me desculpe, fui indelicado.Sua atitude em admitir o erro foi exemplar, e, em comparação, Zara percebeu que sua reação anterior parecia um tanto hostil.Ela rapidamente se deu conta disso e respondeu com um pedido de desculpas:— Fui eu que exagerei. Me desculpe pela forma como reagi.— Não tem problema. Quando se trata da sua reputação, sua atitude é totalmente compreensível. O erro foi meu.Enquanto ele falava, as portas do elevador se abriram. Como Ivo havia mencionado, a vista do terraço era realmente impressionante. As luzes de néon que brilhavam à distância, combinadas com a brisa suave da noite, criavam um ambiente que acalmava a mente e o espírito.Ivo observou por um instante a reação de Zara, parecendo satisfeito ao ver que ela apreciava o lugar, antes de retomar a conversa:— Para ser sincero, não sou a favor do casamento do Evander com a Fiona. Ele é meu irmão, e, embora no passado eu não quisesse
Zara bateu levemente na janela do carro.— Senhora!Mesmo depois de tantas vezes pedindo para ele não chamá-la assim, Paulinho ainda mantinha o hábito. Naquele momento, Zara não se preocupou em corrigi-lo. Apenas assentiu com a cabeça:— O que você está fazendo aqui?— O Sr. Orson está em uma viagem de negócios. — Paulinho explicou com calma. — Ele foi para o exterior e deve voltar só daqui a uma semana. Antes de ir, pediu que eu entregasse isso para a senhora: um convite e uma passagem aérea.Zara ficou surpresa. Quando baixou os olhos, viu que Paulinho segurava o mesmo convite para o leilão que Orson havia lhe dado antes. Ela lembrava-se de tê-lo deixado no Condomínio Oásis antes de ir embora da última vez. Não esperava que Orson fosse se dar ao trabalho de enviá-lo novamente.Dessa vez, ele até havia reservado uma passagem para Cidade C.— Senhora?Enquanto Zara estava perdida em seus pensamentos, a voz de Paulinho a trouxe de volta. Ele a olhava com curiosidade.Zara balançou a cab
— Sr. Orson.No aeroporto de Cidade N, Michel percebeu imediatamente o semblante pesado de Orson. Mesmo assim, aproximou-se e entregou os documentos que carregava:— Aqui está o relatório de dados recém-enviado de Cidade Z. O senhor pediu que eu trouxesse.Orson deu uma olhada rápida no material e perguntou:— E o restante?— O restante?— Depois da estimativa de valor de mercado, o que mais? Qual é a estratégia deles para atrair investidores? Onde está o relatório de análise detalhada e o plano de divulgação na mídia?Além disso, Orson fez mais algumas perguntas diretas, uma após a outra, sem dar tempo para Michel reagir. Ele ficou completamente sem palavras, sem saber o que responder.Orson, que caminhava à frente, parou de repente. Virou-se para Michel, e sua expressão ficou ainda mais sombria:— Se eles não sabem o que fazer, tudo bem. Mas você? Quantos anos já trabalha comigo? E ainda não consegue antecipar algo tão básico?Michel tentou argumentar que o relatório era apenas uma a
Fiona já tinha tudo preparado. Para isso, ela até ensaiou uma coreografia especialmente para a noite. Mas agora… tudo estava arruinado. Tudo por causa da Zara!Embora Zara estivesse usando uma máscara e trajando roupas completamente diferentes do habitual, Fiona a reconheceu no mesmo instante.Naquele momento, Fiona sentiu uma vontade quase incontrolável de correr até ela, arrancar sua máscara ou simplesmente empurrá-la ao chão.Mas ela não fez nada disso.Afinal, se agisse assim, seria ela mesma quem destruiria a imagem impecável que havia cultivado com tanto esforço ao longo de anos.Fiona ficou parada ali, observando. Seus dentes rangiam de raiva, mas, além disso, ela... não podia fazer nada.Aquela cena trouxe à sua mente uma memória distante, de quando tinha apenas quatorze anos. Foi o dia em que ouviu pela primeira vez que Zara retornaria à família Garcia.Nos últimos dez anos, Fiona havia sido a queridinha da família Garcia. Acreditava que sua vida continuaria assim para sempre,