As pessoas ao redor desviam rapidamente o olhar, conscientes da aura de autoridade que acompanha Hunter. Seu olhar firme se fixa em Hazel, que dá um passo para trás, levando o segurança a recuar para evitar uma colisão iminente.— Afaste-se de mim. — Ordena Hazel com determinação, enquanto aponta o dedo na direção de Hunter. — O senhor não tem o direito de me manter aqui. Se persistir, deixarei a marca dos meus dedos do outro lado do seu rosto. — Sua ameaça é nítida, e ela recua ainda mais diante da aproximação de Hunter.— Senhorita Lee, por favor, mantenha a calma e me acompanhe. — Pede Hunter, sua voz mantendo-se serena, mas firme, sobrepondo-se à tensão no ambiente.— Não irei a lugar nenhum com você. — Reafirma, virando-se para o segurança com determinação. — E quanto a você, saia agora mesmo da minha frente. — Ordena, sua voz carregada de irritação.— Senhorita Lee, não torne as coisas mais difíceis do que já são. — Orienta Hunter, fazendo-a virar-se para encará-lo novamente. —
A pergunta de Hunter causa um enorme desconforto em Hazel. Num impulso, buscando conforto diante daquele dia caótico, ela envolve os braços na cintura dele e encosta o rosto em seu peito, permitindo que as lágrimas escorram livremente. Automaticamente, Hunter leva a mão aos cabelos dela e acaricia, buscando consolá-la, enquanto ele mesmo se sente confuso com o comportamento repentino dos dois. Hazel fecha os olhos ao sentir as carícias dele, mas bruscamente se afasta de seus braços.— Por favor, me desculpe. — Pede Hazel, envergonhada, enquanto enxuga as lágrimas.— Está tudo bem. — Responde, afastando-se e verificando o horário em seu relógio de pulso, percebendo que já se passaram algumas horas desde que saiu do hospital. — Não foi minha intenção ser indelicado, senhorita Lee. — Comenta, retomando seu lugar e indicando a cadeira para que ela se sente. — Como deve ter notado, não mantenho uma boa relação com seu ex-namorado. Por isso meu questionamento sobre a paternidade. Não tenho
Hazel observa-o com firmeza, examinando minuciosamente cada sutil alteração em seu humor, ao mesmo tempo, em que se ajeita na cadeira, determinada a não revelar nenhum indício de desconforto ou vulnerabilidade.“Será que ele é bipolar?” — Pensa Hazel, tentando decifrar as oscilações de comportamento dele. — “Um homem cebola, com suas múltiplas camadas, nunca sabemos o que esperar.” — Um sutil sorriso adorna seus lábios ao fazer essa analogia.— Eu disse algo engraçado, senhorita Lee? — Indaga Hunter, interrompendo seus devaneios e trazendo-a de volta à realidade com sua pergunta direta.— Não, claro que não. Me desculpe se passei essa impressão. — Pede Hazel, envergonhada, com as bochechas levemente coradas. — Darei o meu melhor nesse projeto, senhor Hill. Agradeço imensamente pela oportunidade. — Expressa, embora ainda indecisa sobre assumir a vaga.— Converse com os recursos humanos novamente, informe sobre a sua condição para eles. Eles vão te passar a data do seu primeiro dia.— J
Sob o olhar perplexo do amigo, Hunter ergue-se e serve-se de mais uma dose de bebida, enquanto tenta entender a complexidade de seus sentimentos, lutando contra a culpa que parece sussurrar em seu ouvido o quanto ele está sendo um homem horrível.— Você continuará me julgando por muito tempo? — Questiona Hunter, apoiando-se no bar.— Continuo tentando assimilar tudo. — Responde Owen, buscando compreender a decisão do amigo. — Hunter, você parecia decidido a contratá-la. Então, por que escolheu dar esse projeto a ela?— Por que eu não daria, Owen? Ela foi contratada como gerente de Tecnologia, se não for ela a resolver, que oriente a equipe dela para fazê-lo.— Mas, Hunter, o antigo gerente foi demitido por não conseguir apresentar uma solução adequada para esse projeto.— E você está presumindo que a senhorita Lee também não será capaz? — Questiona, sentando-se em seu lugar e empurrando um papel em direção a Owen, que o pega e analisa. — Como você pode ver, ela é extremamente qualific
Ao deixar a empresa, Hazel prontamente solicita um táxi e segue diretamente para seu apartamento. Ao chegar ao seu andar, ela se depara com Cassie parada em frente ao elevador.— Hazel, que bom vê-la, como você está? — Pergunta Cassie, aproximando-se.— Com raiva. — Responde Hazel, abrindo a porta e adentrando seu apartamento com firmeza.— Estava prestes a sair, mas percebi que meu compromisso pode esperar. — Declara ao adentrar o apartamento e fechar a porta com firmeza. — O que aconteceu, minha amiga? Liam voltou a te importunar?— Como se ontem não tivesse sido assustador o suficiente, hoje me deparo com ele na casa da Kristen, tomando café com eles. — Murmura, deixando-se cair no sofá com um suspiro pesado. — E toda essa situação e as palavras de Liam, sobre mim, me fizeram questionar por que estou permitindo que ele me intimide e me machuque? Nunca me senti tão vulnerável como agora, é como se esse bebê aqui dentro estivesse roubando toda a minha força. — Comenta, pousando as mã
Ao adentrar o hospital, Hunter se dirige sem hesitar ao quarto de Audrey. Porém, ao entrar, é recebido por um olhar de reprovação de Brooke, deixando-o consciente de que ela continua chateada com ele.— Boa tarde. — Cumprimenta Hunter, inclinando-se para depositar um beijo na testa de Brooke, numa tentativa de suavizar o clima.— Quase noite. — Responde Brooke, sua irritação mal disfarçada. — E essa bolsa?— Esta bolsa é da Audrey, peguei no escritório dela. — Explica, soltando-a no suporte ao lado da cama. — Brooke, peço desculpas pela demora. Agradeço imensamente por você ficar aqui fazendo companhia para ela.— Não me venha com desculpas, Hunter. Você sabe muito bem que fiquei aqui para você descansar, e o que você fez? Claro que não descansou. Não sei por que ainda me surpreendo.— O pouco que dormi foi suficiente. Às vezes, manter-me ocupado é a melhor distração que tenho, Brooke.— Você sempre faz isso, Hunter. Sempre que tem um problema, mergulha no trabalho. O que você planeja
Hunter observa a tela do celular, um nó se formando em sua garganta diante da animação de Audrey. Ela desliza o dedo pela tela, revelando as várias montagens que fez, inclusive deles dois com o bebê no meio.— Nossa família é linda, não é? — Pergunta Audrey, se jogando nos braços dele com um sorriso radiante. — Em breve, nosso bebezinho estará conosco, Hunter. Meu filho será tão lindo quanto o pai.Hunter sente um aperto no peito ao ouvir as palavras de Audrey, seu coração pesado com a ilusão que ela criou. Com delicadeza, ele afasta-a de seus braços e levanta-se, encarando-a de cima com uma expressão que revela seu incômodo e angústia diante daquela conversa.— Audrey, nós não somos uma família. — Murmura Hunter, sua voz quase um sussurro carregado de tristeza. — Queria que as coisas fossem diferentes, principalmente por você, mas não são. Você não está grávida.— Como não, Hunter? Sinto o meu bebê aqui dentro. — Afirma, pousando as mãos sobre a barriga, seus olhos fixos nos dele, im
Hazel sente-se sufocada naquele pequeno espaço, principalmente na presença de Hunter, cujo olhar penetrante parece examiná-la em busca de uma resposta. Um suspiro de alívio escapa de seus lábios quando as portas se abrem, oferecendo uma fuga daquela situação.— Acredito que não, senhor Hill. — Responde Hazel, suas palavras soando um pouco trêmulas, enquanto ela sai apressada do elevador, buscando alívio na sensação de liberdade que o corredor lhe proporciona.Atordoada pela pergunta dele, ela caminha apressada, os passos ressoando pelo corredor até que, sem rumo certo, é obrigada a parar em frente à mesa da secretária.— Como você tem tanta certeza, senhorita Lee? — Sussurra Hunter próximo ao seu ouvido, provocando um leve sobressalto nela, que se vira rapidamente para encará-lo.— Eu me lembraria, sua presença com certeza não passaria despercebida. — Responde, enquanto se repreende mentalmente pela própria impulsividade. Observa o sorriso convencido nos lábios dele, uma mistura de ir