Sob o olhar perplexo do amigo, Hunter ergue-se e serve-se de mais uma dose de bebida, enquanto tenta entender a complexidade de seus sentimentos, lutando contra a culpa que parece sussurrar em seu ouvido o quanto ele está sendo um homem horrível.— Você continuará me julgando por muito tempo? — Questiona Hunter, apoiando-se no bar.— Continuo tentando assimilar tudo. — Responde Owen, buscando compreender a decisão do amigo. — Hunter, você parecia decidido a contratá-la. Então, por que escolheu dar esse projeto a ela?— Por que eu não daria, Owen? Ela foi contratada como gerente de Tecnologia, se não for ela a resolver, que oriente a equipe dela para fazê-lo.— Mas, Hunter, o antigo gerente foi demitido por não conseguir apresentar uma solução adequada para esse projeto.— E você está presumindo que a senhorita Lee também não será capaz? — Questiona, sentando-se em seu lugar e empurrando um papel em direção a Owen, que o pega e analisa. — Como você pode ver, ela é extremamente qualific
Ao deixar a empresa, Hazel prontamente solicita um táxi e segue diretamente para seu apartamento. Ao chegar ao seu andar, ela se depara com Cassie parada em frente ao elevador.— Hazel, que bom vê-la, como você está? — Pergunta Cassie, aproximando-se.— Com raiva. — Responde Hazel, abrindo a porta e adentrando seu apartamento com firmeza.— Estava prestes a sair, mas percebi que meu compromisso pode esperar. — Declara ao adentrar o apartamento e fechar a porta com firmeza. — O que aconteceu, minha amiga? Liam voltou a te importunar?— Como se ontem não tivesse sido assustador o suficiente, hoje me deparo com ele na casa da Kristen, tomando café com eles. — Murmura, deixando-se cair no sofá com um suspiro pesado. — E toda essa situação e as palavras de Liam, sobre mim, me fizeram questionar por que estou permitindo que ele me intimide e me machuque? Nunca me senti tão vulnerável como agora, é como se esse bebê aqui dentro estivesse roubando toda a minha força. — Comenta, pousando as mã
Ao adentrar o hospital, Hunter se dirige sem hesitar ao quarto de Audrey. Porém, ao entrar, é recebido por um olhar de reprovação de Brooke, deixando-o consciente de que ela continua chateada com ele.— Boa tarde. — Cumprimenta Hunter, inclinando-se para depositar um beijo na testa de Brooke, numa tentativa de suavizar o clima.— Quase noite. — Responde Brooke, sua irritação mal disfarçada. — E essa bolsa?— Esta bolsa é da Audrey, peguei no escritório dela. — Explica, soltando-a no suporte ao lado da cama. — Brooke, peço desculpas pela demora. Agradeço imensamente por você ficar aqui fazendo companhia para ela.— Não me venha com desculpas, Hunter. Você sabe muito bem que fiquei aqui para você descansar, e o que você fez? Claro que não descansou. Não sei por que ainda me surpreendo.— O pouco que dormi foi suficiente. Às vezes, manter-me ocupado é a melhor distração que tenho, Brooke.— Você sempre faz isso, Hunter. Sempre que tem um problema, mergulha no trabalho. O que você planeja
Hunter observa a tela do celular, um nó se formando em sua garganta diante da animação de Audrey. Ela desliza o dedo pela tela, revelando as várias montagens que fez, inclusive deles dois com o bebê no meio.— Nossa família é linda, não é? — Pergunta Audrey, se jogando nos braços dele com um sorriso radiante. — Em breve, nosso bebezinho estará conosco, Hunter. Meu filho será tão lindo quanto o pai.Hunter sente um aperto no peito ao ouvir as palavras de Audrey, seu coração pesado com a ilusão que ela criou. Com delicadeza, ele afasta-a de seus braços e levanta-se, encarando-a de cima com uma expressão que revela seu incômodo e angústia diante daquela conversa.— Audrey, nós não somos uma família. — Murmura Hunter, sua voz quase um sussurro carregado de tristeza. — Queria que as coisas fossem diferentes, principalmente por você, mas não são. Você não está grávida.— Como não, Hunter? Sinto o meu bebê aqui dentro. — Afirma, pousando as mãos sobre a barriga, seus olhos fixos nos dele, im
Hazel sente-se sufocada naquele pequeno espaço, principalmente na presença de Hunter, cujo olhar penetrante parece examiná-la em busca de uma resposta. Um suspiro de alívio escapa de seus lábios quando as portas se abrem, oferecendo uma fuga daquela situação.— Acredito que não, senhor Hill. — Responde Hazel, suas palavras soando um pouco trêmulas, enquanto ela sai apressada do elevador, buscando alívio na sensação de liberdade que o corredor lhe proporciona.Atordoada pela pergunta dele, ela caminha apressada, os passos ressoando pelo corredor até que, sem rumo certo, é obrigada a parar em frente à mesa da secretária.— Como você tem tanta certeza, senhorita Lee? — Sussurra Hunter próximo ao seu ouvido, provocando um leve sobressalto nela, que se vira rapidamente para encará-lo.— Eu me lembraria, sua presença com certeza não passaria despercebida. — Responde, enquanto se repreende mentalmente pela própria impulsividade. Observa o sorriso convencido nos lábios dele, uma mistura de ir
Hazel encara por um momento a foto de Hunter na ferramenta de conversa, antes de fechar rapidamente o notebook, sacudindo a cabeça para afastar os pensamentos que invadem sua mente. Enquanto atravessa o corredor, ela nota o olhar gentil de Georgina, que sorri instruindo-a a seguir em direção à sala de Hunter. Ao se aproximar da imponente porta, ela dá batidas leves.— Entre. — Ordena Hunter, seu olhar fixo na porta.— Com licença, senhor Hill. — Pede Hazel, ao adentrar a sala.— Por favor, sente-se. — Instrui, indicando o lugar à sua frente para ela.Hazel caminha pela sala com uma postura que tenta transmitir confiança, mas o olhar expressivo de Hunter, a deixa visivelmente nervosa. Ela se acomoda em silêncio, desviando o olhar dele.— Então, onde está? — Questiona, fazendo-a erguer o olhar e encará-lo com uma expressão confusa.— Onde está o quê? — Questiona, imediatamente arrependida ao notar o arquear de sobrancelhas dele e o sorriso sarcástico que se desenha em seus lábios.— Um
Hazel sente-se incomodada ao perceber que todas as empresas são iguais. Afinal, ela só compareceu ao evento que deseja esquecer, porque Liam a obrigou, e agora novamente se sente pressionada a fazer algo que não deseja.— Se no passado me dissessem que teria que lidar com pessoas o tempo todo, teria escolhido outra profissão, quem sabe alguma que lide com animais? Com certeza seriam muito melhores que as pessoas desse meio. — Resmunga, dando uma leve risada pela comparação.Com apenas uma opção plausível que não comprometa sua vaga, Hazel busca por Owen na ferramenta de conversas e envia uma mensagem para ele.“Senhor Smith, está bem, irei ao coquetel.”— Desta vez, eu mesma irei buscar minhas próprias bebidas. — Murmura, um suspiro amargo escapando de seus lábios.Voltando-se ao trabalho com renovada determinação para não falhar novamente. Próximo do meio-dia, faz uma pausa e pega o celular, franzindo a testa ao perceber as várias chamadas perdidas de Liam e Alexander.— Pelo visto,
Hazel ergue a taça com água, trazendo-a aos lábios com um tremor evidente, enquanto enfrenta o olhar de Hunter, que parece julgá-la antes mesmo de ouvir suas palavras. Suas mãos vacilantes denunciam o nervosismo que a consome, e o som sutil ao soltar a taça sobre a mesa ecoa no silêncio tenso que os envolve.— Se o senhor continuar a desconfiar de mim, com certeza este não é o meu lugar. — Declara Hazel, com um tom repreensivo, quebrando o silêncio constrangedor.— Ainda não expressei nenhuma opinião. — Responde Hunter, com seriedade, enquanto a encara.— Não é necessário dizer quando seu olhar já deixa claro o que pensa. — Rebate Hazel, tentando manter sua postura firme. — Não aprecio constantes julgamentos, especialmente quando estão equivocados.— Evite rodeios, senhorita Lee, e seja objetiva. Como obteve essa informação? — O senhor Wesker, mencionou os problemas com os parceiros da província de Sichuan ontem, durante minha visita ao grupo GreenWave. — Responde, notando os olhares