Assim que Hazel desaparece de vista, as instruções que ela havia dado parecem evaporar da mente de Hunter como se nunca tivessem sido ditas. Ele começa a andar de um lado para o outro em frente à escada, o celular na mão, tentando desesperadamente se lembrar de qualquer coisa útil. — Droga! — Murmura, batendo levemente o dedo indicador na testa, como se isso fosse milagrosamente fazer sua mente funcionar melhor. — Ligar para Eva. — Repete para si, abrindo a agenda de contatos, encontra finalmente o nome dela, e fazendo a ligação, andando de um lado para o outro. — Anda, atenda logo! — Resmunga, cada segundo de espera parece uma eternidade. Quando a ligação é finalmente atendida, ele praticamente grita. — Eva, a Hazel precisa da bolsa do bebê!— O quê? — Pergunta Eva, claramente pegando metade da informação. — Por quê? O que está acontecendo?— Eu, eu acho que o bebê está nascendo! — Dispara, apontando inutilmente para o topo da escada.— Você acha que o bebê está nascendo? — Indaga,
Enquanto Hunter acelera pela estrada, o silêncio entre eles é quebrado apenas pelo som constante do motor, mas dentro dele, um verdadeiro turbilhão de pensamentos e preocupações continua a crescer. Ele sabe que precisa estar à altura da situação, mas a pressão da responsabilidade parece pesar cada vez mais sobre seus ombros. A cada quilômetro, ele sente o nervosismo apertar como uma corda que não para de tensionar.— Hunter, conseguiu falar com a minha irmã? — Pergunta Hazel, a voz dela quebrando o silêncio, mais calma do que antes, como se a dor tivesse momentaneamente cedido.— Não, ela não atendeu. — Responde Hunter, o olhar ainda preso na estrada, seus músculos tensos enquanto continua dirigindo. Ele solta um suspiro leve e tira a mão do volante por um momento para pegar o celular no bolso. Com um movimento quase automático, ele entrega o aparelho a Hazel. — Tenta de novo. — Instrui, forçando-se a soar calmo, mesmo que a pressão ainda pese sobre ele. Hunter respira fundo, tentando
Assim que passaram pela recepção, Hazel foi rapidamente levada para a sala de atendimento. Vestida com a camisola hospitalar, ela se deita na cama, tentando encontrar um ritmo em sua respiração, que agora vem em ondas rápidas, acompanhando o fluxo incontrolável das contrações. Hunter está ao seu lado, segurando sua mão com uma firmeza que transmite muito mais que apoio, é como se, naquele gesto, ele estivesse tentando absorver parte da dor que ela sentia. Seus polegares desenham círculos suaves na pele dela, e, mesmo em meio à tempestade de dor, esse toque constante a faz sentir que não está sozinha.Hazel fecha os olhos por um momento, tentando bloquear tudo ao redor, concentrando-se em se preparar mentalmente para o que está por vir. A porta se abre com um rangido suave, e a enfermeira entra na sala com um sorriso acolhedor, seus movimentos rápidos e precisos. Ela ajeita os equipamentos com eficiência, enquanto sua presença tranquila tenta amenizar o ambiente carregado.— Vou monit
A sala muda, mas Hazel mal registra as luzes sendo ajustadas, ou os preparativos sendo feitos ao seu redor. O único som que consegue realmente ouvir é o ritmo irregular de sua respiração e os batimentos acelerados do próprio coração. A enfermeira se aproxima e ajuda Hazel a mudar de posição na cama, mas cada movimento traz uma nova onda de dor, mais aguda e dolorosa. Hazel grita mais uma vez, os músculos de seu corpo se contorcendo com a intensidade. Tudo parece apertar ao redor dela, como se estivesse presa dentro de seu próprio corpo.A médica se posiciona aos pés da cama, pronta para o momento do parto, mas Hazel sente o mundo à sua volta se dissolver. Cada segundo é um novo desafio para se manter consciente, para não sucumbir à dor esmagadora que parece não ter fim. O medo, a exaustão, e a sensação de estar completamente à beira do colapso a dominam, enquanto ela tenta desesperadamente encontrar forças dentro de si. O apoio de Hunter, as palavras da equipe médica, tudo parece dist
O coração de Kristen acelera ao avistar o pequeno bebê nos braços da enfermeira. A dor de não estar presente no parto ainda a atormenta, mas as dificuldades com o voo e a burocracia que enfrentaram pareciam distantes agora. Ela finalmente estava ali, guiada por Liang, vestida com roupas esterilizadas, observando o pequeno milagre nos braços da enfermeira, o bebê que veio para completar sua vida. A emoção a consome, e lágrimas de puro amor começam a escorrer, enchendo o quarto com seu choro suave e sincero.— Ela nasceu, irmã, sua bebê nasceu. — Dispara Hazel, a voz trêmula de emoção. Para Kristen, aquelas palavras soam como uma melodia de amor, mas é o som do choro de sua filha que a atinge no mais profundo, arrancando mais lágrimas de seus olhos.— Uma menininha? — Sussurra Kristen, quase sem acreditar, como se estivesse falando consigo mesma. Seu coração, agora completamente tomado de gratidão, agradece silenciosamente a Deus pela bênção de poder ser mãe novamente.Liang, com toda a
Após a comoção e a felicidade pelo nascimento, Akemi é levada para as avaliações iniciais. Kristen, com Liang ao seu lado, acompanha cada momento da filha, enquanto Hazel também recebe os cuidados necessários. Após constatar que tudo está bem, Hazel, com a ajuda da enfermeira, toma um banho relaxante, sendo levada para o quarto onde ficará pelos próximos dias. Ao entrar, seus olhos encontram Hunter, que já a espera. Seu olhar é cheio de carinho, alívio e admiração, como se ele ainda estivesse processando o quão forte e incrível ela foi. Ele se aproxima, auxiliando-a a se acomodar com todo o cuidado, sem tirar os olhos dela.— Você está bem? — Pergunta Hunter, a voz suave, enquanto ajusta os travesseiros atrás dela, preocupado em garantir que esteja o mais confortável possível. — Você foi absolutamente incrível, meu amor. — Elogia, acariciando o rosto dela com uma ternura que faz o coração de Hazel acelerar. Ele se inclina, dando-lhe um beijo leve, como se estivesse selando aquele mome
No dia seguinte, o amor continua a preencher o quarto, e logo o espaço se enche novamente de pessoas queridas. Rodeados por amigos e familiares, todos tão diferentes entre si, mas que aprenderam a se tornar uma grande família unida e feliz, o espaço é tomado por risos e conversas animadas. Apesar de todos os cuidados minuciosos para o bem-estar de Akemi, a emoção e a felicidade transbordam no ar.— Doeu muito? — Pergunta Brooke, com um toque suave em sua barriga, agora levemente saliente pela gravidez.— Não vou mentir, cunhada, é uma dor insuportável. — Responde Hazel, com um sorriso sincero, mas cheio de ternura, os olhos fixos em Hunter, que segura a sobrinha nos braços com tanto cuidado, quase como se estivesse carregando o bem mais precioso do mundo. — Mas, quando o choro do bebê preenche o ar, é como se toda a dor simplesmente desaparecesse, se tornando irrelevante. — Afirma, com os olhos marejados, a voz embargada de tanta emoção. — E ter o apoio de quem amamos faz toda a difer
Após três dias no hospital, Hazel e a pequena bebê finalmente recebem alta, prontas para ir para casa. Akemi está uma verdadeira gracinha, vestida com sua primeira roupinha rosa, presente que Liang escolheu com tanto carinho para a filha. As irmãs, empolgadas com o momento, também não resistem e se vestem de rosa para combinar com a bebê. Kristen, radiante, segue com Akemi no carro com Liang, enquanto Hazel embarca em outro carro ao lado de Hunter.Durante o trajeto, Hazel começa a notar algo estranho. O caminho não é o usual para a casa da irmã. Ela franze a testa, a curiosidade e a expectativa crescendo em seu peito.— Para onde estamos indo? — Pergunta Hazel, os olhos atentos ao rosto de Hunter, esperando uma resposta.Hunter, por um momento, permanece em silêncio, o sorriso suave no rosto, os olhos fixos na estrada. Ele parece estar saboreando o suspense, deixando Hazel ainda mais curiosa.— Hunter, para onde estamos indo? — Insiste, com uma pitada de curiosidade.Sem tirar os olh