Hunter tenta olhar por cima do ombro na direção dela, o coração disparado, mas não consegue vê-la. O nervosismo cresce, transformando-se em pânico, e ele tenta se virar, o desespero estampado em cada movimento, mas o policial o segura com força, afastando-o cada vez mais. O medo de perdê-la o sufoca, cada respiração mais difícil do que a anterior.— Por favor, eu preciso saber se ela ficará bem! — Grita Hunter, a voz quebrada, o desespero transbordando enquanto luta para se soltar. Mas o policial o arrasta para longe, ignorando seus apelos, e tudo o que Hunter consegue pensar é que não pode deixá-la assim, que precisa estar ao lado dela, que ela precisa dele.O pânico toma conta e ele começa a se debater, movido por uma força irracional. Usando o ombro, empurra o policial com toda a força, derrubando-o. Sem pensar, ele corre na direção de Hazel, o coração acelerando no peito, mas antes que possa chegar perto dela, é derrubado no chão com violência. Os policiais o imobilizam rapidament
No hospital, Hazel está sentada na cama, as lágrimas escorrendo incessantemente por seu rosto. Kristen e Liang a observam, cada um com uma expressão de preocupação e impotência. Hazel sente o peso de tudo o que aconteceu, a necessidade de ajudar Hunter a sair daquela situação a atormenta, e ela sabe que não pode mais adiar. É hora de contar toda a verdade.— Liang, você pode nos deixar a sós? — Pede Hazel, a voz trêmula, mas determinada. Ela precisa desse momento com a irmã, precisa se abrir sem reservas.— Claro, estarei na recepção se precisarem de mim. — Responde Liang com compreensão, aproximando-se para dar um beijo carinhoso na testa de Kristen antes de sair. — Qualquer coisa, me chamem. — Acrescenta, lançando um último olhar preocupado para Hazel antes de deixar o quarto.Quando a porta se fecha, o silêncio na sala parece ainda mais pesado. Hazel desce da cama e se senta no sofá, observando Kristen se aproximar com a cadeira de rodas e parar bem à sua frente. O olhar da irmã é
Naquele instante de confissão, as lágrimas das irmãs se misturam em um pranto compartilhado, carregado de dor e culpa. Kristen tenta confortar Hazel, mas a impotência de não ter estado lá para protegê-la a corrói por dentro.— Como ele pôde fazer isso com você? — Questiona Kristen, a voz embargada pelo choque e pela raiva. — Ele não percebeu que você estava drogada? Como ele pôde se aproveitar de você assim? — Ela a segura com força, como se tentasse protegê-la de tudo o que já aconteceu, de uma dor que ela não pôde evitar.Hazel se afasta abruptamente, surpresa e confusa com a acusação. Desde aquela manhã em que fugiu do quarto de hotel, nunca havia visto a situação por esse ângulo. As palavras de Kristen a atingem como um soco, e ela sente um frio percorrer sua espinha ao pensar nisso.— Não, Kristen, ele não fez isso. — Murmura Hazel, a voz falhando enquanto os soluços dificultam continuar. Mas a pergunta de Kristen não sai de sua cabeça. Ela se lembra dos riscos que correu naquel
Após finalmente revelar toda a verdade para Kristen, assim como fez para Hunter, Hazel sente um peso imenso sair de seus ombros. É como se ela pudesse respirar novamente, como se a culpa e a angústia que a acompanhavam há tanto tempo tivessem finalmente dado lugar a uma paz, mesmo que frágil. E, naquele instante, percebe o quanto suas escolhas a trouxeram até ali. Se tivesse sido sincera desde o início, se tivesse confiado nas pessoas que mais amava, talvez sua vida não estivesse tão desordenada, talvez ela não tivesse ferido a si mesma e aos outros da forma que fez.Após uma longa conversa com os médicos, Hazel é liberada. As recomendações são claras, evitar situações de estresse e se cuidar, mantendo o corpo e a mente tranquilos. Kristen insiste para que ela vá direto para casa, e Hazel concorda, pelo menos por enquanto.De volta à casa da irmã, Hazel sente uma sensação de alívio, como se um peso invisível tivesse sido retirado de seus ombros. O carinho e a preocupação de Kristen a
Hunter abaixa o olhar, incapaz de esconder a dor que o corrói ao lembrar daquele episódio sombrio de sua vida. Ele odeia falar sobre isso, uma ferida que nunca cicatrizou. Mas, para Hazel entender a gravidade da situação e porque ele está tão ciente do que Liam fez a ela, ele precisa compartilhar tudo.— Porque ele já fez isso antes. — Declara Hunter, levantando o olhar para encará-la. A tristeza em sua expressão é inconfundível, como se as palavras fossem pedras esmagando seu peito. — A autópsia da minha irmã indicou que ela estava sob efeito de drogas, e o relatório toxicológico revelou doses altíssimas de ketamina. Hazel leva as mãos aos lábios, o choque estampado em seu rosto. O coração dela acelera ao ouvir a palavra que a fez reviver seu próprio pesadelo.— Ketamina? — Repete Hazel, incrédula. O tom de sua voz carrega uma mistura de surpresa e medo, ecoando o choque de descobrir que a mesma substância estava presente no seu próprio exame toxicológico.— Ketamina é um me… — Come
No escritório de Owen, Hazel anda de um lado para o outro, a ansiedade transparecendo em cada movimento. O advogado está sentado à mesa, os olhos atentos nos documentos que ela trouxe. A incredulidade é evidente em seu rosto enquanto lê cada linha do contrato.— Inacreditável. — Murmura Owen, ainda chocado ao perceber que Liam foi realmente capaz de assinar algo tão comprometedor. — Como você conseguiu que ele assinasse um contrato como esse? — Pergunta, a curiosidade em sua voz. Ele sabe o valor daquele documento e o poder que ele pode ter na situação de Hunter.— A ideia foi dele. — Responde Hazel, parando em frente à mesa e se apoiando, tentando conter o nervosismo. — Eu estava assustada, não queria decepcionar minha irmã, então acabei aceitando sem pensar muito. — Acrescenta, já antecipando a próxima pergunta que Owen faria. — Isso pode auxiliar o Hunter? — Pergunta, a voz carregada de ansiedade. Ela precisa de uma resposta, algo que a faça acreditar que estão no caminho certo.—
No conforto do apartamento, após um longo banho relaxante, Hunter está deitado no sofá com a cabeça no colo de Hazel, que acaricia seus cabelos com delicadeza, os dedos deslizando suavemente entre os fios, como se quisesse afastar qualquer vestígio de preocupação.— Qual o próximo passo agora? — Pergunta Hazel, em um tom suave, fazendo com que ele abra os olhos e a olhe com carinho.— Que tal passarmos o resto do dia na cama? — Sugere Hunter, com um sorriso sedutor e sugestivo, o olhar carregado de intenções.— Você é sempre tão pervertido. — Responde, com um sorriso terno, deslizando os dedos pelos lábios dele de maneira carinhosa. — Mas quero que você fale comigo. — Pede, os olhos cheios de ternura, querendo que ele se abra com ela.— Sinceramente, eu só quero ficar aqui com você. — Confessa, segurando o rosto dela com uma mão, os dedos acariciando a pele delicadamente. — Me deixa te mimar um pouquinho hoje, e amanhã a gente pensa em tudo. — Declara, com um sorriso doce, desejando a
Como sempre, Hunter instintivamente se coloca um passo à frente de Hazel, seu instinto protetor em alerta máximo. Ele observa Audrey, que sorri com uma normalidade desconcertante, ao lado do pai. Cada fibra do seu corpo se enrijece imediatamente, cada músculo respondendo ao desconforto que a presença de Audrey provoca.— Você está linda, Hazel. Queria estar assim também, com uma barriga bem redondinha. — Elogia Audrey, a voz suave, mas carregada de uma dor disfarçada. O comentário soa estranho, mas é sincero. Hunter sabe o quanto ela desejava estar na mesma condição, com o filho que perdeu.— O que você está fazendo aqui, Audrey? — Pergunta Hunter, tentando manter o tom controlado, mesmo que a simples presença dela o incomode profundamente.Audrey dá um passo à frente, como se quisesse se aproximar, mas Hunter recua imediatamente, o desconforto visível em cada movimento dele.— Podemos conversar? — Audrey tenta, a voz mais baixa agora, quase um apelo, mas Hunter mantém a postura firme