Após finalmente revelar toda a verdade para Kristen, assim como fez para Hunter, Hazel sente um peso imenso sair de seus ombros. É como se ela pudesse respirar novamente, como se a culpa e a angústia que a acompanhavam há tanto tempo tivessem finalmente dado lugar a uma paz, mesmo que frágil. E, naquele instante, percebe o quanto suas escolhas a trouxeram até ali. Se tivesse sido sincera desde o início, se tivesse confiado nas pessoas que mais amava, talvez sua vida não estivesse tão desordenada, talvez ela não tivesse ferido a si mesma e aos outros da forma que fez.Após uma longa conversa com os médicos, Hazel é liberada. As recomendações são claras, evitar situações de estresse e se cuidar, mantendo o corpo e a mente tranquilos. Kristen insiste para que ela vá direto para casa, e Hazel concorda, pelo menos por enquanto.De volta à casa da irmã, Hazel sente uma sensação de alívio, como se um peso invisível tivesse sido retirado de seus ombros. O carinho e a preocupação de Kristen a
Hunter abaixa o olhar, incapaz de esconder a dor que o corrói ao lembrar daquele episódio sombrio de sua vida. Ele odeia falar sobre isso, uma ferida que nunca cicatrizou. Mas, para Hazel entender a gravidade da situação e porque ele está tão ciente do que Liam fez a ela, ele precisa compartilhar tudo.— Porque ele já fez isso antes. — Declara Hunter, levantando o olhar para encará-la. A tristeza em sua expressão é inconfundível, como se as palavras fossem pedras esmagando seu peito. — A autópsia da minha irmã indicou que ela estava sob efeito de drogas, e o relatório toxicológico revelou doses altíssimas de ketamina. Hazel leva as mãos aos lábios, o choque estampado em seu rosto. O coração dela acelera ao ouvir a palavra que a fez reviver seu próprio pesadelo.— Ketamina? — Repete Hazel, incrédula. O tom de sua voz carrega uma mistura de surpresa e medo, ecoando o choque de descobrir que a mesma substância estava presente no seu próprio exame toxicológico.— Ketamina é um me… — Come
No escritório de Owen, Hazel anda de um lado para o outro, a ansiedade transparecendo em cada movimento. O advogado está sentado à mesa, os olhos atentos nos documentos que ela trouxe. A incredulidade é evidente em seu rosto enquanto lê cada linha do contrato.— Inacreditável. — Murmura Owen, ainda chocado ao perceber que Liam foi realmente capaz de assinar algo tão comprometedor. — Como você conseguiu que ele assinasse um contrato como esse? — Pergunta, a curiosidade em sua voz. Ele sabe o valor daquele documento e o poder que ele pode ter na situação de Hunter.— A ideia foi dele. — Responde Hazel, parando em frente à mesa e se apoiando, tentando conter o nervosismo. — Eu estava assustada, não queria decepcionar minha irmã, então acabei aceitando sem pensar muito. — Acrescenta, já antecipando a próxima pergunta que Owen faria. — Isso pode auxiliar o Hunter? — Pergunta, a voz carregada de ansiedade. Ela precisa de uma resposta, algo que a faça acreditar que estão no caminho certo.—
No conforto do apartamento, após um longo banho relaxante, Hunter está deitado no sofá com a cabeça no colo de Hazel, que acaricia seus cabelos com delicadeza, os dedos deslizando suavemente entre os fios, como se quisesse afastar qualquer vestígio de preocupação.— Qual o próximo passo agora? — Pergunta Hazel, em um tom suave, fazendo com que ele abra os olhos e a olhe com carinho.— Que tal passarmos o resto do dia na cama? — Sugere Hunter, com um sorriso sedutor e sugestivo, o olhar carregado de intenções.— Você é sempre tão pervertido. — Responde, com um sorriso terno, deslizando os dedos pelos lábios dele de maneira carinhosa. — Mas quero que você fale comigo. — Pede, os olhos cheios de ternura, querendo que ele se abra com ela.— Sinceramente, eu só quero ficar aqui com você. — Confessa, segurando o rosto dela com uma mão, os dedos acariciando a pele delicadamente. — Me deixa te mimar um pouquinho hoje, e amanhã a gente pensa em tudo. — Declara, com um sorriso doce, desejando a
Como sempre, Hunter instintivamente se coloca um passo à frente de Hazel, seu instinto protetor em alerta máximo. Ele observa Audrey, que sorri com uma normalidade desconcertante, ao lado do pai. Cada fibra do seu corpo se enrijece imediatamente, cada músculo respondendo ao desconforto que a presença de Audrey provoca.— Você está linda, Hazel. Queria estar assim também, com uma barriga bem redondinha. — Elogia Audrey, a voz suave, mas carregada de uma dor disfarçada. O comentário soa estranho, mas é sincero. Hunter sabe o quanto ela desejava estar na mesma condição, com o filho que perdeu.— O que você está fazendo aqui, Audrey? — Pergunta Hunter, tentando manter o tom controlado, mesmo que a simples presença dela o incomode profundamente.Audrey dá um passo à frente, como se quisesse se aproximar, mas Hunter recua imediatamente, o desconforto visível em cada movimento dele.— Podemos conversar? — Audrey tenta, a voz mais baixa agora, quase um apelo, mas Hunter mantém a postura firme
Alguns dias depois, Hazel caminha inquieta pela sala da casa da irmã. Os últimos dias têm sido desgastantes. Ela passou por um longo depoimento sobre Liam e ainda aguarda o resultado do exame de DNA, mesmo com Hunter insistindo que nada aconteceu entre eles naquela noite, a dúvida ainda a consome. E agora, está diante de Kristen, pronta para revelar o passado sombrio do homem com quem sua irmã foi casada por tantos anos.— Você está me deixando tonta, Hazel. — Adverte Kristen, impaciente, os olhos seguindo cada movimento da irmã pela sala.— Preciso te contar uma coisa. — Dispara Hazel, sentando-se na mesinha de centro, bem em frente à cadeira de rodas de Kristen. — Evan já era um canalha, um escroto, muito antes de tudo o que aconteceu nesses últimos meses. — Solta a revelação, observando atentamente a reação da irmã.Kristen permanece em silêncio, seu rosto sem expressão, mas o clima entre elas se torna mais pesado. Hazel sente a tensão crescer, como se suas palavras estivessem grad
No dia seguinte, Lucy se encara no espelho, vestida em sua melhor roupa, um conjunto social de uma das grifes mais famosas, presente de Evan. Durante os anos como amante dele, ela se acostumou a viver cercada pelas melhores coisas, mas seu verdadeiro desejo sempre foi ser a esposa rica e poderosa, ao lado de um empresário bem-sucedido. Agora, porém, ela tem plena consciência de que Evan nunca foi esse homem que ela imaginou.— Lucy, acho que isso não é uma boa ideia. — Adverte Evan, observando-a com inquietação. Ele claramente não gosta da ideia de sua amante ir até a casa de sua ex-esposa.— A idiota da sua ex-esposa não sabe de nada. — Rebate Lucy com um sorriso satisfeito no rosto. — Minha visita até a casa dela é só para descobrir o que elas realmente sabem sobre você. — Afirma com convicção, o sorriso dela agora refletido no rosto de Evan, que relaxa, encantado com a perspicácia dela.— Você é muito perspicaz. — Elogia, puxando-a para seus braços e a jogando na cama, subindo sobr
Na sala, Hunter e Liang permanecem em silêncio, atentos a cada palavra de Owen, que detalha a prisão da fisioterapeuta com precisão cirúrgica.— Ela pode alegar que não sabia que ele estava foragido. — Informa Owen, seus olhos afiados observando as reações dos dois homens à sua frente. As expressões deles refletem claramente o descontentamento com essa possibilidade. — Acredito que essa será a linha de defesa. No entanto, ela ainda será julgada pelo crime de falsa identidade. — Acrescenta, levando calmamente a xícara de café aos lábios, sua postura imperturbável.— Então existe a chance de ela não ser presa? — Questiona Liang, o incômodo evidente no tom da sua voz, quase imperceptível em seu comportamento usualmente controlado.— Sim, há uma grande chance de que ela tente barganhar. A localização do senhor Potter será sua moeda de troca para garantir a liberdade. — Responde, sem demonstrar preocupação, como se estivesse analisando uma jogada de xadrez. — O amor raramente sobrevive qua