Hunter deixa o celular no aparador ao lado da porta e coloca as mãos nos bolsos, andando lentamente pela sala em silêncio. Seu olhar permanece fixo no sofá, pousado sobre sua visita inesperada e indesejada, mas que, de alguma forma, fazia seu coração bater descompassado, mesmo que ele tentasse manter a calma exterior.— Já jantou? — Pergunta Hunter, quebrando finalmente o silêncio, a voz baixa, quase rouca, enquanto para a sua frente.— Não estou com fome. — Responde Hazel suavemente, levantando o rosto para encarar o olhar dele. Seus olhos se encontram, e naquele instante, o peso de tudo que ficou não dito, de toda a dor, a culpa, e o desejo contido, transborda. Hunter sorri, um sorriso leve, quase imperceptível, mas com um poder desarmante que Hazel não consegue resistir. Sem dizer uma palavra, ele estende a mão para ela, e, sem hesitar, ela a aceita. Ele a conduz pela sala, até a cozinha, em um silêncio que diz mais do que qualquer palavra poderia. Ao chegarem, ele indica um dos b
O silêncio que paira entre eles é denso e Hazel mantém a cabeça baixa, absorvendo cada palavra como se fossem um peso que se acumula em seus ombros. Ela sabia que esse momento chegaria, mas isso não diminui o medo que a consome. A incerteza do que está por vir é sufocante, e cada segundo parece prolongar a angústia que lateja em seu peito. Hunter a observa em silêncio, enquanto continua a preparar o jantar. Seus movimentos são metódicos, quase mecânicos, mas a mente dele está distante, fixada nela.Após colocar as batatas no fogo, ele não consegue mais resistir à necessidade de se aproximar. Com passos decididos, cruza a pequena distância que os separa e, com a suavidade de quem toca algo precioso, ele segura o queixo de Hazel entre os dedos, erguendo-o gentilmente. Os olhos dela, tristes e perdidos, encontram os dele, e naquele instante parece que o tempo para.— Tenho algumas questões para debater com você antes de ouvir a tua decisão. — Afirma Hunter, sua voz baixa, quase um murmúr
Hazel apoia uma das mãos nas costas dele, sentindo a firmeza dos músculos sob a camisa, e a outra ela leva ao rosto de Hunter, virando-o gentilmente em sua direção. Ela o puxa para mais perto, seus lábios se encontrando em um beijo profundo e apaixonado, um beijo que carrega tudo o que ela sente por ele, o amor que a preenche, o desejo que a consome, a admiração que a faz perder o fôlego e a vontade insaciável de estar com ele, de tê-lo em sua vida de todas as maneiras possíveis.Ela sente Hunter corresponder com a mesma intensidade, mesmo com as mãos ainda ocupadas no corte do filé, como se tudo ao redor deixasse de existir. Quando os lábios finalmente se afastam, Hazel encosta a testa na dele, os olhos fechados enquanto a respiração dela se mistura com a dele.— Eu te amo, Hunter. — Sussurra, a voz cheia de emoção. Ela segura o rosto dele com ambas as mãos, os polegares acariciando suavemente sua pele, querendo gravar cada detalhe daquele instante em sua memória. — Por favor, me pe.
Os beijos repletos de amor continuam entre os dois, intensos e cheios de uma urgência quase desesperada, como se tentassem recuperar cada segundo perdido. Hazel sente o coração transbordar de felicidade e gratidão por estar ali, nos braços dele, por ser perdoada, mesmo que dentro de si ainda ache que não merece. As lágrimas escorrem por seu rosto, misturando-se aos beijos que eles compartilham, um reflexo do turbilhão de emoções que a domina.— Eu não mereço isso. — Sussurra, a voz quebrada pela emoção, enquanto as lágrimas caem, cada gota carregando um pouco da culpa e da dor que ela carrega. — Por que você me ama? — Pergunta, o coração batendo descompassado, como se precisasse de uma razão para acreditar que aquele amor era real, que aquele perdão era verdadeiro.Hunter segura o rosto de Hazel com firmeza, os olhos fixos nos dela, tão intensos que parecem enxergar diretamente sua alma. — Pare de se punir. — Ordena, a voz firme, mas carregada de um carinho que a faz tremer. — Eu tin
Após o clima romântico do jantar, Hunter se levanta e começa a recolher os pratos, os movimentos cuidadosos. Hazel se levanta também, com a intenção de ajudá-lo, mas é interrompida pelo toque gentil e firme das mãos dele sobre as suas.— Deixa que cuido disso. — Declara Hunter, a voz baixa, quase um sussurro cúmplice, enquanto seus olhos encontram os dela, cheios de uma ternura envolvente. Ele se inclina e deposita um beijo leve em seus lábios, um gesto que a faz fechar os olhos por um instante, saboreando o carinho inesperado. — Por que você não sobe e toma um banho para relaxar? — Sugere, voltando a atenção para a louça na bancada, mas mantendo um sorriso suave no rosto.— Posso cuidar disso, Hunter. Você já fez tanto. — Insiste Hazel, o olhar sincero mostrando seu desejo de ser útil, de participar, mas ele apenas balança a cabeça, um sorriso brincando em seus lábios.— Você me ajuda ao não discutir comigo. — Rebate, a voz carinhosa, mas carrega uma determinação tranquila que não de
Hazel se ajusta no colo dele, o corpo ainda trêmulo e as respirações ofegantes, ambos dominados pelo êxtase do momento que acabaram de compartilhar. Ela deita a cabeça no ombro de Hunter, buscando conforto na proximidade, como se precisasse se ancorar naquela conexão tão profunda. Com um suspiro suave, ela se vira devagar, encaixando-se entre as pernas dele e apoiando as costas em seu peito, até encontrar a posição perfeita. Hunter a envolve com seus braços fortes, os dedos deslizando suavemente pela pele dela, o toque gentil e carinhoso. Ele a puxa ainda mais para perto, como se quisesse protegê-la de qualquer sombra que pudesse ameaçá-la.Satisfeito e tranquilo, Hunter deposita um beijo delicado no topo da cabeça dela, um gesto cheio de ternura e cuidado. Seus dedos deslizam suavemente pela barriga de Hazel, explorando cada curva com carinho, movendo-se de forma suave e protetora. Então, de repente, sente um leve movimento, seguido por pequenos chutes que parecem responder à presenç
Hazel se afasta ligeiramente, ainda atordoada, mas mantém os olhos fixos nos dele, como se precisasse ver a verdade refletida ali para acreditar. As palavras de Hunter ecoam em sua mente, se repetindo enquanto ela tenta processar o que acabou de ouvir.— O qu… — Sua voz falha, as palavras se perdem em seus lábios trêmulos. A incredulidade e a confusão se misturam em seu olhar, como se o mundo estivesse girando e ela não conseguisse encontrar o equilíbrio.Hunter a puxa de volta para mais perto, envolvendo-a em um abraço protetor, seus braços firmes ao redor dela, num gesto de conforto e carinho. O calor do toque dele parece trazer um pouco de calma ao caos que se instalou dentro dela, mas seu coração ainda bate acelerado, cada batida ecoando sua dúvida e seu medo.— Podemos fazer o teste de DNA, Hazel. — Murmura, sua voz baixa e reconfortante, os lábios roçando o topo da cabeça dela. — O resultado será negativo. — As palavras saem com uma certeza inabalável, como se ele estivesse abso
Hazel balança a cabeça em negação, as lágrimas escorrendo sem controle, molhando seu rosto já marcado pela dor. Ela sabe que Hunter está certo, sabe que cada decisão foi tomada por Kristen, para dar à irmã o sonho de ser mãe. Mas o apego que desenvolveu por aquele bebê é como uma chama que a consome por dentro, dilacerando seu coração a cada batida. Ela tentou manter a distância emocional, tentou convencer a si mesma de que era apenas uma ligação temporária, mas falhou miseravelmente. Agora, diante da possibilidade de perder esse vínculo, tudo o que sente é um vazio avassalador.Ela não consegue evitar sentir-se assim, mesmo sabendo que, por boa parte da gestação, rezou em silêncio para que aquele bebê não fosse seu. O conflito entre o dever e o amor que cresceu dentro dela se tornou insuportável, e a culpa por, agora, desejar desesperadamente que aquele bebê seja dela, a sufoca. Hazel se sente perdida, esmagada entre o que era certo e o que seu coração agora anseia com todas as força