O silêncio entre eles é sufocante, carregado de emoções que nenhum dos dois sabe como expressar. Então, de repente, Hunter pousa suas mãos sobre as de Hazel, desfazendo o abraço abruptamente. Ele se vira rapidamente, o rosto marcado por uma dor tão profunda que parece impossível de descrever. Seus olhos se fixam na barriga dela, como se toda a verdade estivesse ali, diante dele. Sem pensar, ele estende as mãos, hesitantes, e as coloca sobre a barriga de Hazel, os dedos trêmulos ao sentir os leves movimentos do bebê. O toque, tão sutil, traz consigo um peso devastador, como se todas as possíveis realidades para aquele momento se esmagassem em seu peito.Hunter sente o chute do bebê como um golpe direto no coração, uma mistura agridoce de alegria e tristeza o invade, arrebatando suas emoções por completo. As lágrimas, que já escorriam silenciosamente por seu rosto, agora caem com mais intensidade, carregadas de sentimentos que ele mal consegue entender. Naquele momento, algo dentro dele
Hunter caminha apressadamente em direção aos elevadores, seus dedos apertando os botões repetidamente, como se a força de sua ação pudesse trazer o elevador mais rápido. Cada segundo de espera parece uma eternidade. Enquanto aguarda, ele olha por sobre o ombro, de volta em direção à sala de Hazel, as palavras dela ainda reverberando em sua mente. A confissão que ela fez, misturada com o peso das suas próprias palavras, deixa uma dor aguda em seu peito. Ele sabe que a feriu, assim como ela o feriu, mas isso não torna a dor mais fácil de suportar. Seu coração bate freneticamente quando as portas do elevador finalmente se abrem, e ele entra apressado, querendo escapar da intensidade de suas emoções.Em sua sala, Hazel está sentada no chão, encostada na porta, os joelhos puxados contra o peito enquanto as lágrimas caem sem controle. Seu choro preenche o espaço, uma manifestação da dor que a atinge com crueldade. É uma dor que ela entende, uma dor que aceita, pois, em sua mente, cada palav
Brooke percebe a impulsividade de seus atos e, por um momento, hesita, tentando reunir seus pensamentos enquanto olha em direção à sala de Hazel. Ela caminha de volta lentamente, a cabeça cheia de emoções confusas, tentando encontrar as palavras certas. Ao abrir a porta, vê Hazel de pé, a bolsa pendurada no ombro, os olhos vermelhos, claramente pronta para ir embora. Com um movimento decidido, Brooke fecha a porta, deixando claro que essa conversa precisa acontecer.— Me desculpa pela minha reação. — Começa Brooke, a voz mais suave, mas ainda carregada de tensão. — Eu não estou aqui para te julgar, pois não sei o que te levou a fazer isso. — As palavras saem vacilantes, e a verdade é que ela está lutando contra o julgamento que tenta segurar. No fundo, a raiva pelo que Hunter está passando consome cada pedaço de calma que ela tenta demonstrar. — Só que eu precisava falar com o Hunter. Porque, conhecendo-o, eu sei o quanto ele deve estar destruído agora. — As palavras saem apressadas,
Após a longa e dolorosa conversa com Brooke, Hazel sente o peso do seu erro com uma clareza ainda mais cruel. O desejo de acabar com tudo a consome, mas ela sabe que não pode causar mais dor a Hunter. Com a alma ferida, decide esperar as próximas instruções dele, sufocando sua angústia e colocando uma máscara de normalidade, fingindo que nada mudou. Ao sair do escritório, segue diretamente para o seu apartamento, com a mente inquieta, se perguntando se a mensagem que ele enviou foi mais do que uma simples pergunta. Será que ele tinha a intenção de aparecer?— Amiga, você está horrível! — Exclama Cassie, encontrando Hazel parada em frente à porta. — O que aconteceu? — Pergunta, os olhos captando imediatamente os sinais de lágrimas secas e cansaço no rosto de Hazel.— Foi uma manhã longa demais. — Responde Hazel, com um suspiro pesado, destrancando a porta. — Eu só preciso do conforto da cama e de ficar sozinha com meus pensamentos. — Acrescenta, a voz vazia de emoção, como se qualquer
Assim que a porta se abre, Hunter sorri confiante, escondendo habilmente todos os sentimentos que o atormentam por dentro.— Senhor Hill, que surpresa! — Declara Eva com um sorriso gentil nos lábios, imaginando o motivo da visita. — A Hazel não está aqui. — Dispara, assumindo que ele estaria ali para vê-la.— Boa tarde, Eva. — Cumprimenta Hunter, mantendo o sorriso, o tom leve e casual. — Eu sei, não estou aqui para vê-la. — Responde com suavidade, cruzando o limiar da porta assim que ela abre espaço para ele.— Me acompanhe, por favor. — Solicita, gesticulando para que ele o acompanhasse até a sala. — Kristen, você tem visitas. — Anuncia ao entrar, com Hunter logo atrás.— Que surpresa! — Exclama Kristen, enquanto Hunter se aproxima, seus olhos brilhando com a inesperada visita.— Você está linda com esse novo visual. — Elogia Hunter, segurando delicadamente a mão dela e depositando um beijo gentil. — Como você está? — Pergunta, mantendo-se em pé à sua frente.— Obrigada. — Responde,
O silêncio se prolonga entre eles, pesado e carregado de significados. Hunter, sem saber exatamente como oferecer conforto a Kristen, sente o impacto das palavras dela reverberando dentro de si. Cada detalhe revelado sobre Hazel começa a clarear aspectos que ele não havia percebido antes. Embora ainda não consiga aceitar as escolhas de Hazel, pequenos fragmentos de compreensão começam a se formar, o medo dela de dirigir, o amor feroz que sente pela irmã, suas inseguranças profundamente enraizadas. Isso, de alguma forma, começa a suavizar a raiva que fervilhava dentro dele.— Não vim aqui para te deixar triste. — Murmura Hunter, quebrando o silêncio, sua mão envolvendo a de Kristen num gesto suave, quase protetor. — Só queria ver como você está. — Sua voz é baixa, mas firme, enquanto ele enxuga delicadamente as lágrimas que ainda escorriam pelo rosto dela.— Estou bem. — Responde Kristen, forçando um sorriso que carrega toda a dor e esperança que a situação exige. — Estou respondendo b
Hunter coloca as duas mãos nos bolsos e caminha lentamente em direção à mesa, parando em frente a ela, os olhos fixos em Owen, que permanece sentado. Ambos sabem que a conversa não será tranquila, Owen conhece Hunter o bastante para perceber a irritação contida em cada gesto.— Senhor Smith, você está realmente fazendo o seu trabalho? — Pergunta Hunter, a voz firme, mas cheia de sarcasmo, quebrando o silêncio incisivamente.— Sim, eu sempre faço o meu trabalho. — Responde Owen, tentando manter a compostura, mas o desconforto é evidente, principalmente quando uma risada curta e irônica escapa dos lábios de Hunter.— É mesmo? — Rebate, pousando as duas mãos na mesa e inclinando-se ligeiramente para frente, seus olhos fixos nos de Owen. — Então por que eu não fui notificado sobre o mandado de prisão contra o senhor Potter? — Pergunta, a surpresa evidente no rosto de Owen. — Acredito que, sendo ele um fugitivo, isso deva ter algum impacto no processo que ele está movendo contra mim, não a
No apartamento de Audrey, ela está encolhida no sofá, o rosto latejando, ainda sentindo o calor do tapa brutal que Liam lhe deu. Sua pele queima, mas o que mais dói é o medo, profundo e paralisante. Ela luta para segurar as lágrimas, enquanto o assiste em mais um dos seus surtos de raiva, destruindo tudo à sua volta, jogando objetos pelo chão com uma violência que se tornou o novo normal entre eles.— Não estou me recusando, Liam, só estou pedindo alguns dias. — Declara Audrey, sua voz saindo num sussurro frágil, o pavor evidente em cada palavra. Ela observa, encolhida, enquanto ele para a sua frente, o olhar furioso e incontrolável. — Não quero enfrentar o Hunter sozinha. Daqui a alguns dias, meu pai estará de volta e poderá me acompanhar. — Afirma, mal conseguindo esconder o desespero, uma tentativa inútil de acalmar a fera à sua frente.— Quantos dias? — Pergunta Liam, a voz subindo de tom, sua fúria crescendo, as mãos tremendo enquanto ele luta contra o impulso de machucá-la mais.