O silêncio que se segue é denso, quase sufocante, e o olhar de Hunter se estreita perigosamente ao ouvir a resposta de Hazel. Ele odeia quando o cronograma não é seguido, e o fato de Hazel se recusar abertamente a cumprir o que ele designou, na frente de todos, é um golpe em seu orgulho e controle. A irritação cresce dentro dele, latejando como uma ferida aberta.— Como assim não vai? — Pergunta Hunter, sua voz baixa e ameaçadora. Ele se aproxima de Hazel, a raiva pulsando em cada passo, o corpo tenso, como se estivesse a um passo de explodir. — Acho que você me ouviu bem, senhor Hill. — Responde Hazel, sua voz firme e controlada, carregada com a irritação de alguém que se recusa a ser subjugada. O simples fato de ele ousar pedir que ela acompanhasse Chiara, a mulher que ele havia desfilado pelo coquetel, inflamava ainda mais seu desprezo. — Não quero ser acompanhante de ninguém. — Reafirma, com cada palavra dita como uma provocação deliberada.— Quero você em uma hora no escritório.
Hunter caminha lentamente pela sala, cada passo seu reverbera no chão como um prenúncio de confronto. Hazel espreita por entre os dedos, incapaz de afastar os olhos dele, mesmo enquanto tenta esconder seu nervosismo. Ele se move com uma precisão calculada, como um predador que sabe exatamente o impacto que sua presença tem. Quando finalmente para diante dela, apoiando as duas mãos com força na mesa, o som do contato ecoa no ambiente, aumentando a pressão no ar.Ele está tão perto que Hazel sente o calor da presença dele, mesmo sem olhar diretamente. Os olhos de Hunter cravam nela, e o silêncio que se instala é insuportável. O único som que preenche o espaço é o das respirações, ambas rápidas e pesadas, ecoando a tensão que pulsa entre eles.— Me explica o teu comportamento. — Ordena Hunter, sua voz muito mais suave do que no centro de eventos. Ele está claramente tentando manter a calma, cada palavra como uma linha tênue que ameaça romper a qualquer instante.— Não tem nada para expli
Hunter a segura mais forte, seus próprios olhos brilhando com uma dor que ele não consegue mais esconder. O silêncio entre eles é carregado, pesado demais, quase insuportável. Tudo o que está acontecendo agora é uma batalha silenciosa, um confronto de emoções que nenhum deles sabe como vencer.— Fiz escolhas erradas. — Sussurra Hazel, a voz quebrada pela dor, enquanto se afasta do abraço de Hunter. Ela se apoia na mesa atrás de si, como se o peso do que carrega fosse tão grande que seus próprios joelhos não pudessem mais sustentá-la. — Agora não sei como resolver sem magoar as pessoas que amo. — Confessa, soltando um suspiro pesado, o som de suas palavras misturado com as lágrimas que ainda escorrem pelo seu rosto.— Você me ama, Hazel? — Pergunta, a voz baixa, mas carregada de uma intensidade que a faz tremer. Ele busca seus olhos, ansioso pela resposta que sabe estar lá, mesmo que ela ainda não tenha coragem de dizê-la. — Por favor, responda minha pergunta. — Implora, observando a h
Hunter, incapaz de conter a decepção e a frustração que ferve dentro dele, dá um passo para trás, os olhos brilhando com um misto de desespero e traição. Ele se apoia pesadamente na mesa, buscando alguma âncora para não se afundar completamente, mas a dor que sente é avassaladora, esmagadora. Num momento de descontrole, ele desfere um soco violento na mesa, o som ecoando pela sala.O impacto reverbera entre eles, um grito mudo de tudo o que ficou enterrado, de tudo o que nunca foi dito, de todos os segredos que os corroeram por meses. Hazel abre os olhos lentamente, as lágrimas continuando a cair, e o som do soco de Hunter ecoa em sua alma, como uma sentença cruel, deixando claro que o que ela fez talvez jamais mereça perdão.Hunter, com os punhos ainda cerrados, sente o peso da realidade esmagar o que restava de sua esperança. A verdade que ele acaba de ouvir arranca uma parte dele, como se algo dentro de si tivesse sido irrevogavelmente destruído. Ele abaixa o olhar, incapaz de enca
Hazel fecha os olhos com força, a pergunta de Hunter ecoando em sua mente, suas mãos trêmulas pousam sobre as dele em sua barriga, buscando um apoio que ela sabe que talvez não possa mais ter. O coração dela parece esmagado pelo peso do que está prestes a enfrentar. O medo da rejeição, o medo de perder tudo, consome cada parte de seu ser, e suas lágrimas silenciosas se transformam em um pranto descontrolado.— Sim! — Sussurra Hazel, a palavra escapando como um lamento, apertando os olhos ainda mais forte, como se pudesse se esconder da realidade que acaba de confessar. Ela não tem coragem de encará-lo, porque sabe que essa única palavra acaba de abrir a porta para o pior de seus temores. A dor e a insegurança a envolvem como um manto sufocante, arrastando-a para um abismo que parece não ter fim. Ela está sozinha com seu medo, e a única coisa que teme mais do que a verdade é a reação dele.Hunter absorve a resposta com o impacto de um golpe. Aquela palavra tão pequena carrega um peso a
O silêncio entre eles é sufocante, carregado de emoções que nenhum dos dois sabe como expressar. Então, de repente, Hunter pousa suas mãos sobre as de Hazel, desfazendo o abraço abruptamente. Ele se vira rapidamente, o rosto marcado por uma dor tão profunda que parece impossível de descrever. Seus olhos se fixam na barriga dela, como se toda a verdade estivesse ali, diante dele. Sem pensar, ele estende as mãos, hesitantes, e as coloca sobre a barriga de Hazel, os dedos trêmulos ao sentir os leves movimentos do bebê. O toque, tão sutil, traz consigo um peso devastador, como se todas as possíveis realidades para aquele momento se esmagassem em seu peito.Hunter sente o chute do bebê como um golpe direto no coração, uma mistura agridoce de alegria e tristeza o invade, arrebatando suas emoções por completo. As lágrimas, que já escorriam silenciosamente por seu rosto, agora caem com mais intensidade, carregadas de sentimentos que ele mal consegue entender. Naquele momento, algo dentro dele
Hunter caminha apressadamente em direção aos elevadores, seus dedos apertando os botões repetidamente, como se a força de sua ação pudesse trazer o elevador mais rápido. Cada segundo de espera parece uma eternidade. Enquanto aguarda, ele olha por sobre o ombro, de volta em direção à sala de Hazel, as palavras dela ainda reverberando em sua mente. A confissão que ela fez, misturada com o peso das suas próprias palavras, deixa uma dor aguda em seu peito. Ele sabe que a feriu, assim como ela o feriu, mas isso não torna a dor mais fácil de suportar. Seu coração bate freneticamente quando as portas do elevador finalmente se abrem, e ele entra apressado, querendo escapar da intensidade de suas emoções.Em sua sala, Hazel está sentada no chão, encostada na porta, os joelhos puxados contra o peito enquanto as lágrimas caem sem controle. Seu choro preenche o espaço, uma manifestação da dor que a atinge com crueldade. É uma dor que ela entende, uma dor que aceita, pois, em sua mente, cada palav
Brooke percebe a impulsividade de seus atos e, por um momento, hesita, tentando reunir seus pensamentos enquanto olha em direção à sala de Hazel. Ela caminha de volta lentamente, a cabeça cheia de emoções confusas, tentando encontrar as palavras certas. Ao abrir a porta, vê Hazel de pé, a bolsa pendurada no ombro, os olhos vermelhos, claramente pronta para ir embora. Com um movimento decidido, Brooke fecha a porta, deixando claro que essa conversa precisa acontecer.— Me desculpa pela minha reação. — Começa Brooke, a voz mais suave, mas ainda carregada de tensão. — Eu não estou aqui para te julgar, pois não sei o que te levou a fazer isso. — As palavras saem vacilantes, e a verdade é que ela está lutando contra o julgamento que tenta segurar. No fundo, a raiva pelo que Hunter está passando consome cada pedaço de calma que ela tenta demonstrar. — Só que eu precisava falar com o Hunter. Porque, conhecendo-o, eu sei o quanto ele deve estar destruído agora. — As palavras saem apressadas,