No banheiro, Hunter ouve os gritos de Hazel, e o desespero rasga seu peito. Ele puxa uma das toalhas debaixo de sua cabeça e pressiona seu ferimento, arfando de dor. O chão está encharcado pela enorme quantidade de sangue que ele já perdeu. Com um impulso, ele se senta, levantando-se abruptamente quando os gritos dela cessam. Ele sente tudo rodar ao seu redor e se apoia na pia para se manter de pé. Se apoiando nas paredes, ele vai em direção ao quarto.Ao passar pela porta, seus olhos se arregalam, piscando freneticamente enquanto observa a cena diante dele, Hazel deitada na cama, com a barriga para cima, os olhos fechados e o lençol encharcado de sangue. Seu coração bate descompassado enquanto ele se esforça para chegar até ela.— Hazel. — Murmura, sua voz rouca de medo e dor. Ele se arrasta até a cama, cada passo um esforço monumental, sua visão turva e as forças se esvaindo rapidamente. — Por favor, não me deixe.Ao alcançar a cama, Hunter cai de joelhos ao lado de Hazel, suas mãos
Hazel abre os olhos lentamente, mas a luz forte a faz fechá-los novamente. Gradualmente, ela vai se acostumando à claridade e tenta entender onde está. As lembranças voltam rapidamente à sua mente, trazendo uma onda de preocupação e medo. Sente uma mão apertar a sua e, ao olhar para o lado, vê sua irmã Kristen com uma expressão de alívio e preocupação.Ao se dar conta de que está no hospital, Hazel se senta bruscamente na cama, arrancando os soros dos braços em um movimento desesperado.— Onde está o Hunter? — Pergunta, a voz cheia de urgência, enquanto fecha os olhos ao sentir a dor dos acessos sendo puxados.— Hazel, fique calma, ele está bem, a irmã está com ele. — Responde Kristen, tentando acalmar Hazel.Hazel sente uma mistura de alívio e dor percorrer seu corpo. O ambiente estéril do hospital, com suas paredes brancas e o som constante dos monitores, intensifica a realidade da situação. Ela respira fundo, tentando acalmar-se, enquanto sua mente é inundada por preocupações sobre
Durante o atendimento, Hunter recebeu via intravenosa uma solução de Ringer Lactato para auxiliar na reposição de líquidos devido à perda de sangue. Agora, ele observa a bolsa de soro fisiológico pingar lentamente, enquanto absorve a conversa com os investigadores que estiveram no seu quarto.— O que planeja fazer, Hunter? — Pergunta Owen, chamando sua atenção.— Sinceramente, não sei! — Responde Hunter, sentando-se na cama e sentindo a dor no ombro. — Ela ficará detida até quando? — Questiona, com seriedade no olhar.— Provavelmente até o início da noite. — Informa, acomodando-se na poltrona. — A apresentação de uma testemunha ajudou a suavizar a gravidade dos atos. O advogado que a representa solicitou, ainda durante a manhã, que ela responda em liberdade, alegando legítima defesa. — Declara, provocando uma risada amarga de Hunter.— Legítima defesa? — Repete, incrédulo com o desenrolar dos acontecimentos. — Audrey apareceu na minha casa, armada, ameaçou minha acompanhante, atirou e
Hunter sorri e leva a mão dela aos seus lábios, depositando um beijo suave, sentindo-se imensamente agradecido por ela estar bem.— Eu queria ir te ver, mas não me permitiram. — Declara Hazel, tentando se sentar na cama, mas ele a impede gentilmente.— Não se esforce, você precisa repousar. — Diz Hunter, sentando-se na beirada da cama, voltado para ela. — Digamos que também não me permitiram. — Confessa, se ajustando na cama. — Então pode ser que daqui a pouco me procurem no teu quarto. — Informa, inclinando-se para dar um leve beijo nos lábios dela.Hazel sorri contra os lábios dele, sentindo o toque reconfortante de Hunter.— Eu estava tão preocupada. — Sussurra, os olhos brilhando com lágrimas não derramadas.— Eu também estava. — Responde suavemente, a voz carregada de emoção. — Estou aliviado por saber que vocês estão bem.Hunter acaricia o rosto dela levemente, sua mão descendo pelo corpo dela até pousar na barriga, onde ele continua com carícias afetuosas. Seu olhar está cheio
Audrey recobra a consciência lentamente, sentindo seu corpo pulsar de dor após a queda. Ela se senta com dificuldade, seus olhos ajustando-se à luz da sala, agora acesa. Ao olhar ao redor, ela vê Liam apoiado no bar, um copo na mão, degustando a bebida com um olhar de satisfação que a confunde, ela não consegue discernir se é pelo gosto da bebida ou pelo susto que ele acabou de lhe causar.— Pensei que fosse o Hunter! — Murmura Audrey, a voz trêmula, enquanto passa a mão pelo cabelo e tenta se levantar.— Sempre o Hunter, não é? Ele é a única coisa que ocupa essa sua maldita cabeça. — Explode Liam, sua voz gélida e carregada de fúria, enquanto arremessa o copo contra a parede com uma força que faz o vidro se estilhaçar. — Que inferno! O que diabos você estava pensando? Isso não era parte do plano! — Reclama, avançando até ela, os passos firmes e ameaçadores. Abaixando-se, ele a agarra pelos braços com brutalidade, puxando-a para cima violentamente. — Você enlouqueceu? — Vocifera, sacu
Evan levanta-se rapidamente, afastando-se para evitar que os respingos do vômito de Hazel o atinjam. Hazel limpa a boca com a palma da mão, o gosto amargo lhe causando náuseas. Ela se encolhe na cama, os olhos arregalados percorrendo o quarto até pararem em seu cunhado.— Você está bem? — Pergunta Evan, aproximando-se lentamente, a voz fria, contrastando com o sorriso tenso em seus lábios. — O que aconteceu? — Questiona, as mãos deslizando para dentro dos bolsos com uma calma perturbadora.— Fique longe! — Ordena Hazel, os dedos tremendo enquanto pressiona o botão de emergência ao lado da cama, o pânico evidente em cada palavra.— Hazel, o que está acontecendo? — Insiste, sua expressão se endurecendo enquanto para nos pés da cama, as mãos firmemente pousadas no apoio. — Você parece assustada.— Você estava tocando em mim, Evan! — Acusa, a voz trêmula, as palavras saindo em um sussurro quase sufocado. As lágrimas começam a escorrer pelo seu rosto, e o terror a consome, tornando o ar ao
No quarto do hospital, Hunter está completamente alheio às palavras de Owen, os olhos presos na paisagem além da janela, como se o mundo lá fora fosse a única coisa que importasse. A atmosfera está carregada, quase sufocante, mas ele parece imune, mergulhado em seus próprios pensamentos.— Hunter? — Chama Owen, a voz carregada de frustração. Ele percebe que o amigo está disperso. — Você está prestando atenção? — Insiste, a irritação crescendo ao notar que Hunter continua a olhar para fora. — Hunter! — Repete, dessa vez com a voz quase em um grito, uma tentativa desesperada de trazê-lo de volta ao presente.Hunter finalmente se vira, os olhos se encontrando com os de Owen, uma confusão visível em sua expressão.— Por que está gritando? — Pergunta Hunter, a voz firme, mas carregada de uma calma inquietante, como se o turbilhão dentro dele estivesse prestes a explodir.— Porque você não está prestando atenção! — Dispara, cruzando os braços diante do peito, o corpo tenso. — E depois, vai
O sangue de Hunter ferve com a confissão de Hazel, cada palavra dela acendendo um fogo incontrolável dentro dele. Seus olhos, antes sombrios, agora faíscam de ódio puro, e, sem conseguir se conter, ele dá um soco violento na porta, o impacto ecoando pelo quarto como um trovão. Mas o que ele realmente deseja é algo muito pior, algo que só as suas mãos sobre Evan poderiam satisfazer. Com a mente consumida pelo desejo de vingança, Hunter se vira bruscamente, ciente de que Evan está na recepção com Liam. Ele começa a caminhar com passos determinados, a visão se estreitando, focada unicamente no rosto do homem que ele quer destruir, como se tudo ao redor tivesse desaparecido em uma névoa de fúria.Hazel, ainda atordoada pela própria revelação, percebe o perigo iminente. Seus olhos se voltam para Kristen, que permanece estática, a expressão congelada de choque, como se seu mundo tivesse acabado de ser despedaçado. Sentindo a urgência da situação, Hazel age por impulso. Ela pula da cama, o c