Hazel puxa Hunter para seus braços, encarando seu olhar rapidamente, que parece lutar entre permanecer aberto ou se fechar. Ela sente um líquido quente escorrer pelo braço e fixa o olhar no ombro dele, identificando o local onde a bala o atingiu.— Ai meu Deus! — Grita Hazel, o pânico transbordando em sua voz enquanto apoia a cabeça dele em suas pernas. — Hunter, fique comigo, por favor! — Implora, a voz embargada pelo desespero.Hunter tenta falar, mas apenas gemidos de dor escapam de sua boca. Hazel pressiona desesperadamente a ferida com as mãos trêmulas, seus olhos arregalados de terror. O sangue continua a escorrer, tingindo suas mãos e roupas de vermelho, e o desespero em seu rosto cresce a cada segundo. — Não, não, não! — Murmura Audrey, caindo de joelhos, com lágrimas escorrendo livremente enquanto observa o sangue se espalhar pelo chão. — Eu… eu não queria. — Gagueja, arrastando-se até ele, o rosto contorcido em agonia e arrependimento.— Fique longe dele! — Vocifera Hazel,
No banheiro, Hunter ouve os gritos de Hazel, e o desespero rasga seu peito. Ele puxa uma das toalhas debaixo de sua cabeça e pressiona seu ferimento, arfando de dor. O chão está encharcado pela enorme quantidade de sangue que ele já perdeu. Com um impulso, ele se senta, levantando-se abruptamente quando os gritos dela cessam. Ele sente tudo rodar ao seu redor e se apoia na pia para se manter de pé. Se apoiando nas paredes, ele vai em direção ao quarto.Ao passar pela porta, seus olhos se arregalam, piscando freneticamente enquanto observa a cena diante dele, Hazel deitada na cama, com a barriga para cima, os olhos fechados e o lençol encharcado de sangue. Seu coração bate descompassado enquanto ele se esforça para chegar até ela.— Hazel. — Murmura, sua voz rouca de medo e dor. Ele se arrasta até a cama, cada passo um esforço monumental, sua visão turva e as forças se esvaindo rapidamente. — Por favor, não me deixe.Ao alcançar a cama, Hunter cai de joelhos ao lado de Hazel, suas mãos
Hazel abre os olhos lentamente, mas a luz forte a faz fechá-los novamente. Gradualmente, ela vai se acostumando à claridade e tenta entender onde está. As lembranças voltam rapidamente à sua mente, trazendo uma onda de preocupação e medo. Sente uma mão apertar a sua e, ao olhar para o lado, vê sua irmã Kristen com uma expressão de alívio e preocupação.Ao se dar conta de que está no hospital, Hazel se senta bruscamente na cama, arrancando os soros dos braços em um movimento desesperado.— Onde está o Hunter? — Pergunta, a voz cheia de urgência, enquanto fecha os olhos ao sentir a dor dos acessos sendo puxados.— Hazel, fique calma, ele está bem, a irmã está com ele. — Responde Kristen, tentando acalmar Hazel.Hazel sente uma mistura de alívio e dor percorrer seu corpo. O ambiente estéril do hospital, com suas paredes brancas e o som constante dos monitores, intensifica a realidade da situação. Ela respira fundo, tentando acalmar-se, enquanto sua mente é inundada por preocupações sobre
Durante o atendimento, Hunter recebeu via intravenosa uma solução de Ringer Lactato para auxiliar na reposição de líquidos devido à perda de sangue. Agora, ele observa a bolsa de soro fisiológico pingar lentamente, enquanto absorve a conversa com os investigadores que estiveram no seu quarto.— O que planeja fazer, Hunter? — Pergunta Owen, chamando sua atenção.— Sinceramente, não sei! — Responde Hunter, sentando-se na cama e sentindo a dor no ombro. — Ela ficará detida até quando? — Questiona, com seriedade no olhar.— Provavelmente até o início da noite. — Informa, acomodando-se na poltrona. — A apresentação de uma testemunha ajudou a suavizar a gravidade dos atos. O advogado que a representa solicitou, ainda durante a manhã, que ela responda em liberdade, alegando legítima defesa. — Declara, provocando uma risada amarga de Hunter.— Legítima defesa? — Repete, incrédulo com o desenrolar dos acontecimentos. — Audrey apareceu na minha casa, armada, ameaçou minha acompanhante, atirou e
Hunter sorri e leva a mão dela aos seus lábios, depositando um beijo suave, sentindo-se imensamente agradecido por ela estar bem.— Eu queria ir te ver, mas não me permitiram. — Declara Hazel, tentando se sentar na cama, mas ele a impede gentilmente.— Não se esforce, você precisa repousar. — Diz Hunter, sentando-se na beirada da cama, voltado para ela. — Digamos que também não me permitiram. — Confessa, se ajustando na cama. — Então pode ser que daqui a pouco me procurem no teu quarto. — Informa, inclinando-se para dar um leve beijo nos lábios dela.Hazel sorri contra os lábios dele, sentindo o toque reconfortante de Hunter.— Eu estava tão preocupada. — Sussurra, os olhos brilhando com lágrimas não derramadas.— Eu também estava. — Responde suavemente, a voz carregada de emoção. — Estou aliviado por saber que vocês estão bem.Hunter acaricia o rosto dela levemente, sua mão descendo pelo corpo dela até pousar na barriga, onde ele continua com carícias afetuosas. Seu olhar está cheio
Audrey recobra a consciência lentamente, sentindo seu corpo pulsar de dor após a queda. Ela se senta com dificuldade, seus olhos ajustando-se à luz da sala, agora acesa. Ao olhar ao redor, ela vê Liam apoiado no bar, um copo na mão, degustando a bebida com um olhar de satisfação que a confunde, ela não consegue discernir se é pelo gosto da bebida ou pelo susto que ele acabou de lhe causar.— Pensei que fosse o Hunter! — Murmura Audrey, a voz trêmula, enquanto passa a mão pelo cabelo e tenta se levantar.— Sempre o Hunter, não é? Ele é a única coisa que ocupa essa sua maldita cabeça. — Explode Liam, sua voz gélida e carregada de fúria, enquanto arremessa o copo contra a parede com uma força que faz o vidro se estilhaçar. — Que inferno! O que diabos você estava pensando? Isso não era parte do plano! — Reclama, avançando até ela, os passos firmes e ameaçadores. Abaixando-se, ele a agarra pelos braços com brutalidade, puxando-a para cima violentamente. — Você enlouqueceu? — Vocifera, sacu
Evan levanta-se rapidamente, afastando-se para evitar que os respingos do vômito de Hazel o atinjam. Hazel limpa a boca com a palma da mão, o gosto amargo lhe causando náuseas. Ela se encolhe na cama, os olhos arregalados percorrendo o quarto até pararem em seu cunhado.— Você está bem? — Pergunta Evan, aproximando-se lentamente, a voz fria, contrastando com o sorriso tenso em seus lábios. — O que aconteceu? — Questiona, as mãos deslizando para dentro dos bolsos com uma calma perturbadora.— Fique longe! — Ordena Hazel, os dedos tremendo enquanto pressiona o botão de emergência ao lado da cama, o pânico evidente em cada palavra.— Hazel, o que está acontecendo? — Insiste, sua expressão se endurecendo enquanto para nos pés da cama, as mãos firmemente pousadas no apoio. — Você parece assustada.— Você estava tocando em mim, Evan! — Acusa, a voz trêmula, as palavras saindo em um sussurro quase sufocado. As lágrimas começam a escorrer pelo seu rosto, e o terror a consome, tornando o ar ao
No quarto do hospital, Hunter está completamente alheio às palavras de Owen, os olhos presos na paisagem além da janela, como se o mundo lá fora fosse a única coisa que importasse. A atmosfera está carregada, quase sufocante, mas ele parece imune, mergulhado em seus próprios pensamentos.— Hunter? — Chama Owen, a voz carregada de frustração. Ele percebe que o amigo está disperso. — Você está prestando atenção? — Insiste, a irritação crescendo ao notar que Hunter continua a olhar para fora. — Hunter! — Repete, dessa vez com a voz quase em um grito, uma tentativa desesperada de trazê-lo de volta ao presente.Hunter finalmente se vira, os olhos se encontrando com os de Owen, uma confusão visível em sua expressão.— Por que está gritando? — Pergunta Hunter, a voz firme, mas carregada de uma calma inquietante, como se o turbilhão dentro dele estivesse prestes a explodir.— Porque você não está prestando atenção! — Dispara, cruzando os braços diante do peito, o corpo tenso. — E depois, vai