Evan cruza os braços e encara Hazel de cima a baixo, a vontade de ignorá-la queimando em seu peito. Ele solta um longo suspiro frustrado e enfia as mãos nos bolsos.— Você saberia se tivesse atendido o celular. — Afirma Evan, o desprezo transbordando em seu olhar. — Mas, como sempre, o trabalho vem em primeiro lugar para você. — Acusa, suas palavras uma tonelada de culpa esmagando os ombros de Hazel.— Pare de me culpar pelo acidente dela. — Rebate Hazel, as lágrimas brotando incontrolavelmente. — Você é um idiota, Evan. — Grita, virando as costas e caminhando até a recepção. — Senhorita, boa noite, preci…— Pare com esse show patético. — Ordena Evan, agarrando-a pelo braço e puxando-a para longe da recepção.— É melhor você tirar essa mão de mim, se não quer ficar internado aqui. — Vocifera Hazel, seu tom irritado e ameaçador.Ela sente a adrenalina correr por seu corpo, finalmente retomando sua essência, voltando a ser a mulher que não se deixava intimidar por nada e nem ninguém. Ha
O chão parece desaparecer sob seus pés, e uma dor avassaladora a envolve, esmagando-a. Hazel sente as lágrimas queimarem em seus olhos, mas está paralisada, incapaz de processar a realidade cruel que lhe foi imposta. Cada segundo é um tormento, uma luta para respirar, enquanto a verdade a consome.Ela fecha os olhos e começa a se debater na poltrona, tentando afastar aquelas palavras que acabou de ouvir, como se pudesse apagá-las de sua mente.— Não, não, não! — Vocifera, sentindo braços fortes agarrarem os seus. Seu corpo responde instintivamente, tentando se soltar. — Me solta! — Grita, seus olhos fechados ardendo pelas lágrimas incessantes.Hazel escuta vozes distantes chamando-a, mas tudo parece um borrão. Ela balança a cabeça, recusando-se a abrir os olhos para a dura realidade. Cada chamada, cada toque é um lembrete da dor, e ela quer apenas fugir, desaparecer.— Hazel, por favor! — Uma voz implora, mas Hazel se debate ainda mais, seus gritos ecoando pelo espaço. — Hazel, estou
Hazel vira-se rapidamente e volta a caminhar em direção às poltronas. Seus olhos fixam-se na porta do banheiro que está se abrindo, e um alívio intenso a invade ao ver Hunter. Aproxima-se, sentindo seu coração quase explodir no peito.— Tudo be… — Hunter interrompe sua própria fala ao avistar Liam se aproximando. Instintivamente, agarra sua mão e a puxa para trás, como se quisesse protegê-la com cada fibra do seu ser.Liam encara-os com um sorriso sarcástico nos lábios, os olhos brilhando com uma malícia perturbadora. Passa por eles como se fossem invisíveis, dirigindo-se a Evan e envolvendo-o em um abraço caloroso.— Como está sua irmã? — Pergunta Hunter, sua voz carregada de preocupação, chamando a atenção de Hazel, que estava hipnotizada pela interação entre Liam e Evan.— Está bem, graças a Deus. — Responde, enquanto olha para as mãos deles entrelaçadas. — É apenas um resfriado. — Acrescenta, sentindo-se um pouco mais segura ao ser conduzida por Hunter até as poltronas, o calor da
Hunter puxa a mão dela até seus lábios e deposita um beijo suave na palma, absorvendo cada palavra de Hazel. Ela segura as lágrimas que teimam em escapar, nunca, em toda a sua vida, se sentiu tão frágil como agora, durante a gravidez.— Por que isso agora? — Questiona Hunter, acariciando suavemente a mão dela, seu toque transmitindo uma ternura reconfortante.— Essa não é minha melhor versão. — Murmura, abaixando o olhar, a voz cheia de insegurança.— Tem uma versão melhor? — Questiona, com um tom descontraído que arranca uma leve risada dela. — Hazel, não permita que as palavras de terceiros definam quem você é! — Declara, fazendo-a levantar a cabeça e encará-lo. — Sei a complexidade que envolve nós dois, entendo teus receios, mas se realmente não deseja continuar com isso, ao menos faça pelos motivos certos.Hazel suspira, sentindo o calor das palavras dele aquecer seu coração. Os dedos de Hunter desenham círculos suaves na pele dela, um toque que a envolve em uma sensação de confor
Hunter sente a raiva ferver dentro de si e, sem pensar, esquecendo completamente onde está, acerta um soco no rosto de Liam. O impacto é forte o suficiente para derrubá-lo sobre uma das poltronas, assustando as pessoas ao redor. Liam se levanta, dominado pela raiva, mas antes que ele e Hunter possam se enfrentar novamente, um segurança se coloca entre eles.— Senhores, se acalmem. — Pede o segurança, tentando mantê-los afastados.— Vou te matar, Hunter. — Ameaça Liam, tentando acertar Hunter, mas sendo contido pelo segurança.— Até me preocuparia se fosse outra pessoa me ameaçando. — Rebate Hunter, provocando Liam, ciente de que ele tem o ego frágil.Antes que Liam possa responder, outro segurança se aproxima e, como nenhum dos dois está disposto a ceder, ambos são conduzidos para fora do hospital. Na entrada, eles se encaram, o olhar de Hunter tranquilo, enquanto sustenta o olhar furioso de Liam.— Por que você está sendo burro, Hunter? — Pergunta Liam, encarando-o com seriedade. — V
Hazel leva a mão ao peito, tentando acalmar o coração acelerado. Um arrepio percorre sua espinha quando sente os lábios dele roçarem suavemente seu pescoço. Ela sorri, inalando o perfume inconfundível dele, e se vira, encarando o sorriso encantador de Hunter, que a toma nos braços e a beija prolongadamente.— Você precisa parar com isso. — Adverte Hazel, ofegante, recebendo outro beijo nos lábios. — Por que continua aqui? — Pergunta, afastando-se levemente para encarar o olhar dele.— Estou te esperando, para te levar para casa. — Responde Hunter, pegando-a pela mão e guiando-a em direção ao estacionamento.— Por que não me esperou na recepção? — Questiona, a curiosidade misturada com uma ponta de preocupação.— Bom, me colocaram para fora. — Responde, fazendo-a parar bruscamente e se virar para encará-lo.— O quê? Por quê? — Pergunta, tentando entender a situação.— Digamos que o Liam bateu acidentalmente o rosto na minha mão. — Responde, de forma descontraída, soltando uma leve risa
Hazel aperta os olhos, incomodada com a claridade que invade o ambiente. Ela tateia ao redor, sentindo algo macio, antes de se levantar abruptamente. Ao se dar conta de que está no quarto e já amanheceu, levanta o lençol e percebe que está vestindo uma camiseta dele. Com um suspiro incrédulo, joga-se para trás, cobrindo o rosto com o travesseiro.— Não acredito que eu dormi! — Resmunga, lembrando-se da última coisa que se recorda, estar nos braços dele na hidromassagem.O som da porta se abrindo a faz afastar o travesseiro do rosto e se sentar na cama. Seu coração dispara ao ver Hunter entrando no quarto, impecavelmente vestido e segurando uma bandeja nas mãos.— Bom dia. — Cumprimenta Hunter, sentando-se à sua frente e indicando com um olhar para ela se ajeitar na cama.— Bom dia. — Responde Hazel, encostando-se na cabeceira da cama. Ela observa enquanto ele coloca a bandeja entre suas pernas, e um sorriso admirado escapa de seus lábios, emocionada pela atenção e cuidado que ele demo
Hazel afasta lentamente as mãos do rosto, encarando o olhar impassível da amiga. Suas próprias palavras ecoam em sua mente enquanto seu coração bate desesperado em seu peito. O medo de se entregar a essa relação se torna insignificante diante da intensidade do que sente por ele.— Diga alguma coisa. — Pede Hazel, a voz trêmula de ansiedade, sentindo-se vulnerável e exposta.— Era para eu ficar surpresa? Qual é, amiga? Você estava apenas se enganando. Percebi naquela manhã que você estava apaixonada. — Afirma, puxando-a para um abraço reconfortante. — O sentimento é recíproco? — Pergunta, enquanto acaricia o cabelo dela com ternura.— Amiga, eu não posso garantir os sentimentos dele, mas a maneira como ele me olha, como me toca, como me cuida. — Faz uma pausa, sentindo as lembranças arderem em seu peito. — Faz eu acreditar que sim, que ele também está apaixonado por mim. — Sua voz quebra com a emoção. — Eu tentei resistir, juro que tentei, mas cada momento ao lado dele, meu coração se