"Vamos abóbora, não fique com o focinho virado pra mim para sempre vai." João disse tentando me fazer cócegas.
"Você é um falso João Pedro. Eu sei que você está todo alegrinho por seu nome ter saído junto com o nome da Antonella!" Exclamei tirando as mãos dele de mim.
"Eu não tive culpa, meu nome saiu pra fazer o trabalho com ela, e você que vai fazer o trabalho com o novato? Você acha que não vi você olhando pra ele e ele te comendo com os olhos não é? A reação dele ao saber que seria seu companheiro de trabalho foi nítida que ele já ficou afim de você." Disse ele enquanto caminhavamos para o carro dele.
"Obrigatoriamente irei fazer o trabalho com o tal do Harry, mas você sabe que eu não gosto. Só consigo me sair bem nos trabalhos quando faço com você ou com a Liv. Você
Olhei para os lados vendo se tinha algum vizinho bisbilhotando como a senhora do lado, por sorte ela não estava do lado de fora, mas com certeza estava nos vendo, precisava acalmar aquela situação estranha e constrangedora."Acho melhor entrarmos." Disse apenas e dei sinal para ele entrar. Pisando duro ele entrou em casa.No momento em que fechei a porta, Julian subitamente me prendeu contra a porta atrás de mim, ficando a pouquíssimos sentimentos do meu rosto, mesmo que para isso ele tivesse que abaixar a cabeça um pouco. Me estudando e me queimando com aquele olhar azul penetrante, me senti levemente tonta ao sentir seu hálito quente e agradável contra o meu rosto."Eu não estou brincando! Quem era ele?" Grunhiu com o maxilar enrijecido, eu só conseguia me concentrar no calor que eu estava sentindo, com o olhar preso em seus lábios eu tentei falar."E-ele se chama Harry Barrier
Após fechar aquela porta, eu andei bem devagar em direção a escada que levava ao andar de cima onde se encontrava o meu quarto. Olhei para o canto da sala onde eu e Julian havíamos nos beijado a pouco. Senti-me quente na mesma hora, lembrei-me dele tocando o meu corpo, a forma como ele tocou, a forma como levou meus lábios num beijo delicioso. Senti uma umidade se acumular no meio das minhas pernas, um vento frio entrou pela janela e eu senti um arrepio como se ele estivesse respirando em mim.Subi para o meu quarto e tentei esquecer aquele pequeno momento. Deitei em minha cama e fiquei quieta não querendo pensar em nada. Minutos depois acabei pegando no sono. Quando acordei mais tarde, ouvi uma conversa lá embaixo, eu conhecia bem aquela voz. Olívia. Me levantei rápido e desci as escadas correndo, quando cheguei lá ela me olhou e abriu um enorme sorriso, nos abraçamos como se estivéssemos a u
Eu andei por todos os cantos do meu quarto sem conseguir dormir, coloquei algumas séries para ver mas não conseguia me concentrar em nenhuma, então eu tirava. Pegava meu celular várias vezes para ver se tinha alguma ligação de Julian, alguma mensagem. Mas nada, não havia nada. Eu estava tão ligada a ele em tão pouco tempo que aquilo me assustava, e muito. As vezes eu parava para pensar no que estava acontecendo e era estranho demais.A minha janela era a que eu mais visitava naquela madrugada, cheguei a ficar alguns minutos abraçada com a toalha que ele se secou outro dia, ainda tinha seu cheiro único. Quando me dei conta, joguei-a dentro do cesto de roupa suja e me olhei no espelho. Furiosa comigo mesma eu parei para analisar a verdade. Eu estava obcecada.Quando finalmente consegui pregar os olhos, advinha quem estava por lá, dominando os meus sonhos? Exatamente ele, Julian.Na
Estado de choque. Eu estava em estado de choque. Sabe aquela negação dentro do seu cérebro e coração, que diz que não, que não é nada daquilo que dizem e que você necessita ouvir da boca da pessoa que tudo não passa de um mal entendido? Eu estava assim. Não sei por quanto tempo fiquei daquela forma, só sei que quando me dei conta eu estava deitada na minha cama com minha avó e João conversando num canto do quarto.Eu devo ter desmaiado pela onda de nervosismo que senti, ao lembra-me novamente eu podia sentir uma agonia imensa, eu não podia ser normal, uma pessoa normal ligaria para a polícia, contaria o que sabia. Mas eu não era normal, eu não iria fazer isso, eu precisava encontrá-lo novamente, mesmo que eu fosse sua próxima vítima, não acreditava que ele teria coragem de me machucar. Aliás, foi por esse motivo ele n&
Voltei para onde estava, quando em alguns segundos depois Harry saiu. Suponho que ele tenha mentido para mim quando disse que era vizinho do João. Da última vez que me viu com Harry, Julian teve um surto que eu ainda não entendia o que tinha havido. Foi quando então eu tive uma idéia estupidamente brilhante; beijaria o Harry. Naquele momento eu não sabia o que estava fazendo, era errado, Harry não merecia, aliás ninguém merecia ser usado. Mas só eu saberia.Meu coração ainda estava acelerado e minhas mãos suando, adrenalina passava em minhas veias. Desde quando eu havia me tornado aquilo? Desesperada pela atenção de um homem, de Julian exatamente. Disposta até a beijar o Harry Barriere para despertar nele a raiva que sentiu outro dia. Mas desde o momento em que pus meus olhos naquele homem, naqueles olhos, naquele sorriso, piorou tudo depois que nos beijamos intensa
A roupa que eu vestia estava completamente amassada, meus cabelos bagunçados como se eu tivesse acabado de sair de uma briga, meus lábios inchados e minha respiração ofegante. Julian não estava diferente, seu belo terno e sua camisa estavam amassados e alguns botões soltos para fora da calça. Seus cabelos também estavam bagunçados e sua boca molhada por mim.Ambos paralisados olhando um para o outro, e eu sem ter noção do que falaria para a minha avó caso ela me perguntasse o que aconteceu comigo ali dentro. Uma outra batida me fez respirar novamente e voltar a mim. Empurrei Julian para dentro do banheiro e fechei a porta. Olhei para o espelho que ficava colado atrás da porta e arrumei o cabelo rapidamente, me cobri com um lençol e abri a porta."Oi vovó." Falei sorrindo de nervoso."Você está bem?" Perguntou ela me examinando com os olhos.<
Após Julian ter dito aquilo, começou um conflito interno dentro de mim, meu subconsciente ainda normal, me dizia para voltar pra casa, pedir que ele me levasse de volta e nunca mais vê-lo, deixar ele juntamente com sua bagagem de sofrimentos e obscuridades para lá. Mas do outro lado, havia a parte que estava vencendo a guerra, meu coração desejava ele, aquele homem maldito de tão bonito, meu corpo pedia, e meu coração também. Pedia para que eu o escutasse e que o ajudasse seja lá com o que fosse."Chegamos." Disse Julian após dirigir por cerca de cinquenta minutos."Que lugar é esse?" Perguntei olhando em volta. Julian ainda em silêncio me tirou do carro.O lugar era cercado por várias árvores, ao longe podia se ver uma casa, parecendo mais com um chalé. Era perfeita, toda de madeira escura e muito bem conservada. Em sua parte superior havia uma p
Estávamos ali, sentados naquele sofá em silêncio por alguns segundos antes dele começar a falar. Naquele momento eu já não sabia se queria realmente saber de tudo, se aquilo por um acaso pudesse nos afastar. Mas era importante saber, eu precisava ouvi-lo e ele também precisava falar. Julian deu um longo suspiro e começou: "Você já ouviu falar em casamentos arranjados?" Perguntou-me e eu assenti. "Foi como tudo começou, era duas famílias, os Vicenzo e os Roman's. Me ouça atentamente, agora vou contar-lhe uma história." "Estou ouvindo..." Respondi baixinho e lhe dei um olhar firme, ele tinha que saber que eu estava disposta a ouvi-lo. "No dia dezenove de fevereiro de 1980 em Billericay, Reino Unido, nascia dois bebês, um menino na família Vicenzo e uma menina na família Roman. Esse menino era eu e a menina era Brenda Roman. Nossos pais em um acordo de anos antes de nascermos ortogou um casamento para nós dois. Como éramos totalmente manipulados por eles, comple