Estado de choque. Eu estava em estado de choque. Sabe aquela negação dentro do seu cérebro e coração, que diz que não, que não é nada daquilo que dizem e que você necessita ouvir da boca da pessoa que tudo não passa de um mal entendido? Eu estava assim. Não sei por quanto tempo fiquei daquela forma, só sei que quando me dei conta eu estava deitada na minha cama com minha avó e João conversando num canto do quarto.
Eu devo ter desmaiado pela onda de nervosismo que senti, ao lembra-me novamente eu podia sentir uma agonia imensa, eu não podia ser normal, uma pessoa normal ligaria para a polícia, contaria o que sabia. Mas eu não era normal, eu não iria fazer isso, eu precisava encontrá-lo novamente, mesmo que eu fosse sua próxima vítima, não acreditava que ele teria coragem de me machucar. Aliás, foi por esse motivo ele n&
Voltei para onde estava, quando em alguns segundos depois Harry saiu. Suponho que ele tenha mentido para mim quando disse que era vizinho do João. Da última vez que me viu com Harry, Julian teve um surto que eu ainda não entendia o que tinha havido. Foi quando então eu tive uma idéia estupidamente brilhante; beijaria o Harry. Naquele momento eu não sabia o que estava fazendo, era errado, Harry não merecia, aliás ninguém merecia ser usado. Mas só eu saberia.Meu coração ainda estava acelerado e minhas mãos suando, adrenalina passava em minhas veias. Desde quando eu havia me tornado aquilo? Desesperada pela atenção de um homem, de Julian exatamente. Disposta até a beijar o Harry Barriere para despertar nele a raiva que sentiu outro dia. Mas desde o momento em que pus meus olhos naquele homem, naqueles olhos, naquele sorriso, piorou tudo depois que nos beijamos intensa
A roupa que eu vestia estava completamente amassada, meus cabelos bagunçados como se eu tivesse acabado de sair de uma briga, meus lábios inchados e minha respiração ofegante. Julian não estava diferente, seu belo terno e sua camisa estavam amassados e alguns botões soltos para fora da calça. Seus cabelos também estavam bagunçados e sua boca molhada por mim.Ambos paralisados olhando um para o outro, e eu sem ter noção do que falaria para a minha avó caso ela me perguntasse o que aconteceu comigo ali dentro. Uma outra batida me fez respirar novamente e voltar a mim. Empurrei Julian para dentro do banheiro e fechei a porta. Olhei para o espelho que ficava colado atrás da porta e arrumei o cabelo rapidamente, me cobri com um lençol e abri a porta."Oi vovó." Falei sorrindo de nervoso."Você está bem?" Perguntou ela me examinando com os olhos.<
Após Julian ter dito aquilo, começou um conflito interno dentro de mim, meu subconsciente ainda normal, me dizia para voltar pra casa, pedir que ele me levasse de volta e nunca mais vê-lo, deixar ele juntamente com sua bagagem de sofrimentos e obscuridades para lá. Mas do outro lado, havia a parte que estava vencendo a guerra, meu coração desejava ele, aquele homem maldito de tão bonito, meu corpo pedia, e meu coração também. Pedia para que eu o escutasse e que o ajudasse seja lá com o que fosse."Chegamos." Disse Julian após dirigir por cerca de cinquenta minutos."Que lugar é esse?" Perguntei olhando em volta. Julian ainda em silêncio me tirou do carro.O lugar era cercado por várias árvores, ao longe podia se ver uma casa, parecendo mais com um chalé. Era perfeita, toda de madeira escura e muito bem conservada. Em sua parte superior havia uma p
Estávamos ali, sentados naquele sofá em silêncio por alguns segundos antes dele começar a falar. Naquele momento eu já não sabia se queria realmente saber de tudo, se aquilo por um acaso pudesse nos afastar. Mas era importante saber, eu precisava ouvi-lo e ele também precisava falar. Julian deu um longo suspiro e começou: "Você já ouviu falar em casamentos arranjados?" Perguntou-me e eu assenti. "Foi como tudo começou, era duas famílias, os Vicenzo e os Roman's. Me ouça atentamente, agora vou contar-lhe uma história." "Estou ouvindo..." Respondi baixinho e lhe dei um olhar firme, ele tinha que saber que eu estava disposta a ouvi-lo. "No dia dezenove de fevereiro de 1980 em Billericay, Reino Unido, nascia dois bebês, um menino na família Vicenzo e uma menina na família Roman. Esse menino era eu e a menina era Brenda Roman. Nossos pais em um acordo de anos antes de nascermos ortogou um casamento para nós dois. Como éramos totalmente manipulados por eles, comple
Não sei em que momento, mas depois de ter dado alguns amassos com Julian no sofá, eu adormeci. Percebi quando abri meus olhos lentamente e senti seu corpo grande e quente junto ao meu, foi uma das melhores sensações que eu já sentira antes. Levantei minha cabeça lentamente e senti rapidamente os músculos do peito dele se enrijecer."Te acordei?" Perguntou ele com voz rouca."Não... Você não dormiu?" Perguntei me sentando no sofá."Não, hoje você não cantou a musiquinha dos amigos do Julian." Disse e deu um sorriso leve."Quer que eu cante?" Perguntei sorrindo."Se você quiser, sim. Mas eu queria aproveitar que você acordou." Disse ele se levantando também e vindo até mim."Ah é? E para que?" Perguntei em tom de provocação."Para isso." Falou e me puxou dando-me um beijo. Um beijo intenso e quen
Depois do avanço que eu e Julian tivemos, nada além daquilo aconteceu. Nós voltamos para o pequeno, porém perfeito, chalé dele."Acho que vou ligar meu celular, preciso saber o que está acontecendo. Se minha avó ligou, se João disse algo... Já está amanhecendo e eu tenho que voltar para casa, tenho aula e um trabalho para fazer." Falei enquanto Julian estava na cozinha fazendo café."Eu acho que está tudo bem." Disse Julian, mas eu ainda estava preocupada.Peguei meu celular encima da mesinha e o liguei. Após alguns minutos ele vibrou apenas duas vezes. Era uma mensagem de cada um, Florence e João.Vovó: tudo bem queria, desculpe não poder voltar para casa hoje. Mas sua avó merece um lazer. Tenho certeza que estará bem com seus amigos. Beijo, te amo.Como a minha avó conseguia ser tão maravilhosa? Eu n
Cheguei em casa com a respiração ofegante. O dia estava nublado mas eu senti calor por conta da pedalada rápida que eu dei. O que eu levava quinze minutos todos os dias, eu levara onze naquele dia. Eu estava estranhamente ansiosa para entrar naquela casa e descobrir mais sobre a família do Harry.Eu realmente tinha a intenção de ser amiga dele, eu não sabia muito sobre ele mas ele parecia alguém instável emocionalmente, pude perceber por algumas coisas que ele dizia sem querer. Talvez ele não tivesse a atenção de seus pais ou de sua família."Tem alguém em casa?" Perguntei assim que entrei após guardar minha bicicleta."Estou aqui, querida." Minha avó gritou da cozinha. Fui até lá e me deparei com um senhor, aparentemente mesma idade da vovó."Olá." Cumprimentei."Olá, tudo bem?" Perguntou ele."T
"Ficou muito bom!" Exclamei admirando nossa maquete da torre Eiffel montada do jeitinho que queríamos."Ficou muito melhor do que eu imaginava." Harry concordou sorrindo."Ainda bem que concluímos isso." Suspirei cansada mentalmente. Olhei para meus dedos e estavam todos sujos de tinta e cola colorida."Estava sendo torturante assim?" Perguntou ele."O que?" Perguntei confusa por estar distraída."Fazer o trabalho comigo. Foi tão ruim assim, ficar em minha companhia?" Perguntou ele, eu achei tão fofa a cara que ele fez que tudo que eu fiz foi rir."Claro que não Harry. No início você era bem rabugento, vamos ser sinceros né. Mas agora você está razoável..." Admiti."Então... Será que você aceita sair comigo?" Eu arregalei meus olhos, totalmente surpresa com a proposta dele. Harry coçou a cabeça, e olhou para o lado, pare