Após Julian ter dito aquilo, começou um conflito interno dentro de mim, meu subconsciente ainda normal, me dizia para voltar pra casa, pedir que ele me levasse de volta e nunca mais vê-lo, deixar ele juntamente com sua bagagem de sofrimentos e obscuridades para lá. Mas do outro lado, havia a parte que estava vencendo a guerra, meu coração desejava ele, aquele homem maldito de tão bonito, meu corpo pedia, e meu coração também. Pedia para que eu o escutasse e que o ajudasse seja lá com o que fosse.
"Chegamos." Disse Julian após dirigir por cerca de cinquenta minutos.
"Que lugar é esse?" Perguntei olhando em volta. Julian ainda em silêncio me tirou do carro.
O lugar era cercado por várias árvores, ao longe podia se ver uma casa, parecendo mais com um chalé. Era perfeita, toda de madeira escura e muito bem conservada. Em sua parte superior havia uma p
Estávamos ali, sentados naquele sofá em silêncio por alguns segundos antes dele começar a falar. Naquele momento eu já não sabia se queria realmente saber de tudo, se aquilo por um acaso pudesse nos afastar. Mas era importante saber, eu precisava ouvi-lo e ele também precisava falar. Julian deu um longo suspiro e começou: "Você já ouviu falar em casamentos arranjados?" Perguntou-me e eu assenti. "Foi como tudo começou, era duas famílias, os Vicenzo e os Roman's. Me ouça atentamente, agora vou contar-lhe uma história." "Estou ouvindo..." Respondi baixinho e lhe dei um olhar firme, ele tinha que saber que eu estava disposta a ouvi-lo. "No dia dezenove de fevereiro de 1980 em Billericay, Reino Unido, nascia dois bebês, um menino na família Vicenzo e uma menina na família Roman. Esse menino era eu e a menina era Brenda Roman. Nossos pais em um acordo de anos antes de nascermos ortogou um casamento para nós dois. Como éramos totalmente manipulados por eles, comple
Não sei em que momento, mas depois de ter dado alguns amassos com Julian no sofá, eu adormeci. Percebi quando abri meus olhos lentamente e senti seu corpo grande e quente junto ao meu, foi uma das melhores sensações que eu já sentira antes. Levantei minha cabeça lentamente e senti rapidamente os músculos do peito dele se enrijecer."Te acordei?" Perguntou ele com voz rouca."Não... Você não dormiu?" Perguntei me sentando no sofá."Não, hoje você não cantou a musiquinha dos amigos do Julian." Disse e deu um sorriso leve."Quer que eu cante?" Perguntei sorrindo."Se você quiser, sim. Mas eu queria aproveitar que você acordou." Disse ele se levantando também e vindo até mim."Ah é? E para que?" Perguntei em tom de provocação."Para isso." Falou e me puxou dando-me um beijo. Um beijo intenso e quen
Depois do avanço que eu e Julian tivemos, nada além daquilo aconteceu. Nós voltamos para o pequeno, porém perfeito, chalé dele."Acho que vou ligar meu celular, preciso saber o que está acontecendo. Se minha avó ligou, se João disse algo... Já está amanhecendo e eu tenho que voltar para casa, tenho aula e um trabalho para fazer." Falei enquanto Julian estava na cozinha fazendo café."Eu acho que está tudo bem." Disse Julian, mas eu ainda estava preocupada.Peguei meu celular encima da mesinha e o liguei. Após alguns minutos ele vibrou apenas duas vezes. Era uma mensagem de cada um, Florence e João.Vovó: tudo bem queria, desculpe não poder voltar para casa hoje. Mas sua avó merece um lazer. Tenho certeza que estará bem com seus amigos. Beijo, te amo.Como a minha avó conseguia ser tão maravilhosa? Eu n
Cheguei em casa com a respiração ofegante. O dia estava nublado mas eu senti calor por conta da pedalada rápida que eu dei. O que eu levava quinze minutos todos os dias, eu levara onze naquele dia. Eu estava estranhamente ansiosa para entrar naquela casa e descobrir mais sobre a família do Harry.Eu realmente tinha a intenção de ser amiga dele, eu não sabia muito sobre ele mas ele parecia alguém instável emocionalmente, pude perceber por algumas coisas que ele dizia sem querer. Talvez ele não tivesse a atenção de seus pais ou de sua família."Tem alguém em casa?" Perguntei assim que entrei após guardar minha bicicleta."Estou aqui, querida." Minha avó gritou da cozinha. Fui até lá e me deparei com um senhor, aparentemente mesma idade da vovó."Olá." Cumprimentei."Olá, tudo bem?" Perguntou ele."T
"Ficou muito bom!" Exclamei admirando nossa maquete da torre Eiffel montada do jeitinho que queríamos."Ficou muito melhor do que eu imaginava." Harry concordou sorrindo."Ainda bem que concluímos isso." Suspirei cansada mentalmente. Olhei para meus dedos e estavam todos sujos de tinta e cola colorida."Estava sendo torturante assim?" Perguntou ele."O que?" Perguntei confusa por estar distraída."Fazer o trabalho comigo. Foi tão ruim assim, ficar em minha companhia?" Perguntou ele, eu achei tão fofa a cara que ele fez que tudo que eu fiz foi rir."Claro que não Harry. No início você era bem rabugento, vamos ser sinceros né. Mas agora você está razoável..." Admiti."Então... Será que você aceita sair comigo?" Eu arregalei meus olhos, totalmente surpresa com a proposta dele. Harry coçou a cabeça, e olhou para o lado, pare
Julian ainda me encarava como quem não acreditava no que eu acabara de dizer. Eu dei de ombros de desviei os olhar, estava chateada pelo modo que ele havia agido comigo minutos atrás."Isso só pode ser brincadeira!" Exclamou ele visivelmente irritado."Mas não é. Quando cheguei lá fui apresentada a uma mulher alta, de cabelos escuros e muito bonita, Brenda. Logo depois perguntei a Harry o nome do pai dele, e ele me disse que era Antônio." Expliquei."Você quer, pelo amor de Deus olhar para mim?" Esbravejou irritado."Qual o seu problema Julian? Você acha que pode gritar com as pessoas e fingir que nada aconteceu? As pessoas tem coração!" Exclamei com lágrimas nos olhos e cruzei os braços olhando para fora."Você é tão linda!" Disse ele dando algumas risadas. Eu havia percebido que suas risadas eram raras.Ele começou a chegar ma
Eu sempre soube das intenções daquela nossa noite juntos, eu sabia que ela nos traria consequências no futuro, eu sabia que eu queria tanto quanto ele. Talvez eu queria até mais, nunca me senti tão desesperada por algo, naquele lindo caso, por alguém.No fundo tinha aquele medo se ser apenas uma aventura. De que depois daquela noite ele sumiria e me deixaria, mas ele disse que não o faria.Julian parou o beijo bruto e começou um calmo. Minha pele ardia com seu toque, era um ardor impossível de controlar gemidos.Ele me deitou sobre a cama com cautela, ficou parado em pé me olhando por alguns segundos sem dizer nada. Eu não queria que ele dissesse nada. Eu não diria nada. Não era preciso, não naquela hora.Ele desabotoou sua camisa pacientemente, sem nunca desviar os olhar do meu. Nossos olhos se comunicavam e não precisava ser dito qualquer palavra naqu
JulianAinda podia lembrar-me dos choques, da dor infinita e insuportável que me fazia desmaiar e senti-la até a próxima cessão. Era agoniante e horrível, eu não sabia o que havia feito para merecer aquilo, muitas vezes eu me pegava condenando-me e me achando culpado pelo ato a qual fui incriminado injustamente.Eu nunca disse que não havia feito. Não queria ser tolo e acreditar que alguém levasse em conta o que eu diria. Um maníaco assassino e estuprador.Cospiam na minha cara como eu tinha matado toda a minha família e estuprado várias jovens, era tanta pressão psicológica e física, que eu comecei a acreditar que havia mesmo feito tudo aquilo.Haviam vezes em que eu questionava minha própria saúde mental, aquele lugar fazia aquilo comigo, era um inferno viver lá. Até que um tempo eu adormeci para