Mavie Neumann BlakeO vapor do banho o seguiu, como se fosse uma extensão do próprio magnetismo que ele exalava. Aquele sorriso despreocupado ainda estava lá, e o jeito como ele me olhou, como se sempre informasse algo que eu não sabia, fez algo se acender em mim.— Está nervosa, Florzinha?Ele perguntou, jogando uma toalha em direção ao cesto de roupa suja, acertando perfeitamente o local.— Não.Respondi rápido demais, cruzando os braços acima do peito enquanto negava com a cabeça.— Só estou curiosa para saber o que você quis dizer com um novo integrante da Ghost Mafia.Ele deu uma risada curta, aquela que sempre me deixou com um misto de confiança e fascinação.— Você vai descobrir em breve.Ele disse, caminhando até o armário como se não tivesse acabado de lançar uma bomba no meio do quarto. Abriu a porta com uma calma irritante, começando a mexer nas roupas como se estivesse decidindo o que vestir.Eu o observava, tentando decifrar o que aquilo tudo significava. Havia sempre um
Mavie Neumann BlakeMeu coração acelerou, mas eu mantive meu olhar firme no dele. Ghost era o tipo de homem que testava limites, e eu não estava disposta a recuar tão facilmente. Eu queria muito saber o que estava prestes a acontecer, e se de fato eu queria ter o controle que estava tanto pedindo para ele, eu deveria me manter firme diante dele.— Você fala como se eu não tivesse escolha.Desafiei, mantendo a voz baixa, mas cheia de determinação, tentando afastar ao maximo as evidencias das minhas proprias inseguranças.Ele sorriu de canto, aquele sorriso que sempre carregava algo entre diversão e desafio.— Talvez não tenha mesmo.A voz dele era suave, quase perigosa. Uma mistura que era altamente viciante para mim.— Mas, acredite, você vai querer fazer parte disso.Erguendo o rosto, eu o analisei por alguns segundos, nem me importando por estar nua e desafiando o mais letal da Ghost máfia. Esse homem era tão meu quanto eu era dele, e por isso eu não o temia. Fixando minha atenção
Mavie Neumann BlakeEu não sabia para onde estávamos indo, mas Ghost me pediu para que prendesse o cabelo o mais alto possível e que usasse minhas roupas de treino, e isso já foi o suficiente para que meu sinal de alerta fosse emitido em minha mente.A verdade é que desde que entramos no carro escoltado por duas equipes de segurança tenho me sentido aflita. Nada parecido com medo, no entanto, confesso que iria me deixar mais calma se eu tivesse uma ideia do que está prestes a acontecer.No instante em que o carro estacionou em um local desconhecido, Vincent olhou para mim e pegou em minha mão, levando-a até seus lábios, depositou um beijo em meu dorso e murmurou rouco. — Chegamos, minha vida.Eu inspirei seu perfume lentamente, tentando acalmar tempestade que estava crescendo em meu ventre e assenti com um gesto silencioso e abrindo a porta, ele desceu e estendeu a mão para mim.Conforme fomos entrando naquela mansão desconhecida, fui observando atentamente os detalhes. Ap
Mavie Neumann Blake— Ele veio mesmo. Disse alguém próximo a mim, e a frase carregava um misto de respeito e medo.Antes que pudesse processar completamente o que estava acontecendo, um homem surgiu da multidão, alto e robusto, seus punhos já cerrados. Ele era quase uma montanha, com cicatrizes que contavam histórias de batalhas antigas.— Você demorou, Vincent Blake.O homem disse, sua voz grave ecoando pelo salão. Carregada de desafio.Ghost deu um meio sorriso, aquele que eu conhecia bem. Ele não estava intimidado. Pelo contrário, parecia até se divertir e estava gostando muito.— Achei que precisava de tempo para se preparar, Luke. Não queria acabar com isso rápido demais.Antes que qualquer resposta fosse dada, Viktor avançou, e o salão explodiu em gritos e assobios.A luta foi rápida e brutal desde o início.Ghost esquivava-se com uma agilidade que parecia impossível, enquanto Luke atacava com força bruta, seus golpes pesados ecoando pelo espaço. O som dos socos e o impacto d
Mavie Neumann BlakeO salão ficou em silêncio novamente, e então, como se nada tivesse acontecido, Ghost caminhou até mim com toda a sua postura carregada de arrogância, como se nunca tivesse rolado no chão por causa de uma luta tão suja igual a essa.O cachorro estava com seu corpo encostado ao meu, e se ergueu quando Ghost parou ao nosso lado e com um gesto sutil com a cabeça, disse em meio a um sorriso de lado.— Bom garoto.Depois, seus olhos se voltaram para mim, e dessa vez havia algo diferente neles. Não era só intensidade ou mistério, mas um brilho visceral, quase feroz, como se ele estivesse me enxergando de uma forma que ninguém mais conseguia. Ghost abaixou-se devagar, até ficar de frente para mim, e suas mãos ásperas e quentes tomaram meu rosto com uma delicadeza que parecia contradizer todo o caos ao nosso redor.— Está tudo bem, minha vida?Sua voz saiu rouca, carregada de preocupação genuína, mas havia algo que eu não conseguia nomear.Seus polegares deslizaram suavemen
Lian BlakeAbri os olhos com desespero quando minha mente me despertou, fazendo-me lembrar do que houve a horas atrás. Estremecendo, sinto o cheiro de sangue pútrido de algum corpo se decompondo nesse mesmo ambiente em que estou. Fechei meus olhos à medida que tentava controlar a vontade de vomitar que só crescia em meu estômago. Consigo distinguir o meu suspiro de desespero no meio de tantos outros que estão perdidos por entre a escuridão assim como eu. Não sou o único a estar nesse inferno, mas a diferença é que eu realmente não queria estar aqui. Não sou a pessoa certa para esse tipo de vida. Minha respiração pesada atravessa meu peito de um jeito dolorido. A onda de vertigem pesa e cria um bolo em minha garganta depois de sentir o cheiro fétido de dias em uma sala fechada, sem qualquer ventilação, parece que a sensação só faz aumentar ainda mais aquela angustia.Em minha boca aumenta o sabor de desgosto. O desespero por não ter escolha. Eu nem queria estar aqui.Não gosto nada d
Vincent BlakePuxando a porta que dá acesso ao interior do calabouço, adentrei o ambiente que já tem um cheiro particular de sangue e brasa impregnados em cada parede deste local. E isso não me incomoda nenhum pouco.Apesar de calabouço estar sempre em funcionamento, hoje foi um dia atípico. Por onde olho, encontro corpos sem vidas, espalhados e até mesmo destroçados pelos cantos. As paredes sujas de sangue demonstram o quanto foi sangrento essa ultima seção. Através dos corredores, é possivel ver marcações de mãos e dedos ensanguentados e muitos projéteis de munição que se perdem através do longo galpão.A brincadeira realmente rendeu e eu não participei.. Atravessando o corredor principal, levantei meu pé para desviar de um corpo atravessado no caminho. Há alguns metros de mim, tem soldados puxando pelos pés cada corpo sem vida para o local correto. Cada soldado levando seu cadáver para ser incinerado. Ao meu ver, serrá um longo trabalho. Assim que cheguei na última sala do cor
Vincent BlakeArqueando a sobrancelha, me aproximei dele e perguntei me interessando no rumo que a conversa havia tomado.— Quem é esse homem? Ele sorriu com dificuldade e respondeu após descansar por longos segundos. — Alguém que vai tirar a sua paz por completo. De repente ele olhou para mim, esboçou um sorriso e em questão de segundos, ele franziu a testa como se sentisse dor, e de repente, os seus olhos se reviraram, e logo começou a espumar pela boca. Seu corpo começou a convulsionar diante de mim e logo me afastei dele, vendo que seria questão de segundos para ele morrer. Esse homem que está convulsionando até a morte, é culpado de muitas transgressões dentro da Ghost, mas o que me chamou a atenção foi o fato de que uma mensagem criptografada havia sido enviada do celular dele. Uma mensagem que deixava claro a informação de que um homem havia entrado no nosso quarto na Rússia, entretanto, Diego foi envenenado e deixado para ser pego propositalmente. Ele já sabia o que iria l