ISABELAAi. Meu Deus.Ter passado a noite com Henrique tinha sido um erro tremendo, mas tinha que admitir que tinha sido um erro muito, mas muito gostoso. Além de ter sido muito muito arriscado já que Nicolas estava dormindo no quarto em frente.Não tinha nada planejado para o dia, só queria ter um dia tranquilo, para descansar do agito da festa de aniversário do meu filho e, para minha sorte, Piper passou para buscar Nicolas porque iria levá-los para o parque de diversões que estava na cidade.Era tão bom poder tomar um café da manhã tranquilo, sem pressa, sem precisar me preocupar com horário e com trânsito. Decidi aproveitar o dia de folga para dormir bastante, assistir uma série na televisão, dar uma olhada na agenda da escola de Nicolas para ver se havia algum bilhete da professora. No início da tarde, aproveitei para ir ao mercado porque precisava fazer as compras do mês e sempre que levava Nicolas, ele ficava querendo um monte de porcarias.No caminho de volta para casa, meu ce
HENRIQUEPouco tempo depois de sair da casa de Gabriel, Mira acabou adormecendo com o balanço do carro e fiquei mais aliviado. Desde que ela permanecesse dormindo, eu não teria problemas. Mas minha tranquilidade acabou no segundo em que parei o carro na garagem do meu prédio e desliguei o motor. Mira simplesmente acordou aos berros.Meio sem jeito, a peguei no colo e subi para meu apartamento. Tinhas esperanças de que ela fosse parar, mas foi um tremendo engano meu. Ela só aumentou ainda mais o volume dos berros. Fiz uma pesquisa rápida na internet e recebi uma lista de motivos. Fome, fralda suja, calor ou frio, cólica. Como eu descobriria qual desses Mira estava sentindo?Lembrando do que a babá tinha falado, peguei a mamadeira que ela tinha deixado pronta do lado de fora da bolsa e tentei dar para a pequena chorona, mas ela recusou e continuou chorando, ainda mais alto. Hora verificar a fralda, mas como se fazia aquilo? Eu não tinha ideia e tive que assistir um vídeo para aprender.
ISABELAHenrique tinha me colocado sentada na bancada da cozinha e se colocado entre as minhas pernas, aproveitei para envolvê-lo com as pernas e o beijei. Por um momento, eu tinha me esquecido que não estávamos sozinhos, a pequena menininha dormia no bebê conforto ao nosso lado.Quando a campainha soou, foi o sinal que eu precisava para voltar a realidade, então soltei-o e desci da bancada, avisando que precisava atender enquanto elemtratava de acalmar a afilhada que tinha acordado e voltado a chorar . Uma olhada rápida no espelho só para garantir que estava apresentável e então fui abrir a porta.Piper estava parada na porta junto com os meninos e logo que abri, Nicolas me abraçou e começou a me mostrar, com aquele entusiasmo infantil, os brinquedos que eles tinha ganhado no parque. Piper foi entrando antes mesmo que eu a convidasse.— Nicolas se comportou?— Ele é um anjo, não deu trabalho nenhum.— Obrigada por ter levado ele com vocês.— Ah, esses dois se divertem muito quando es
OITO ANOS ATRÁSEu me apaixonei por Henrique Trovato.Henrique era um filho da puta sortudo. Um cara popular que vivia rodeado de garotas como todos os seus companheiros do time de hóquei, mas, que, por algum motivo, acabou se apaixonando por mim. Eu era Isabela, só uma garota comum e ele o melhor jogador do time da faculdade.Era comum ouvir pelos corredores que seu desempenho durante os jogos era notável, que ele tinha o mundo nos patins e uma carreira promissora se seguisse jogando depois da formatura. Eu tinha que admitir que ele era mesmo um ótimo jogador e totalmente diferente do estereótipo de jogador popular.Apesar clara diferença entre a gente, Henrique acabou me conquistando e se tornando o meu mundo em pouco tempo. Tentávamos passar o maior tempo possível juntos, já que a rotina dele era atribulada demais. Treinos, estudos extras, aulas e os jogos.Pensei que esse seria o meu final feliz, mas eu era jovem e tola. Depois da formatura, por conta de uma decisão errada, destru
ATUALMENTEEu esperava ter um final de semana tranquilo com meu filho, mas bastou uma ligação de Cíntia às oito da manhã para bagunçar tudo. Uma reunião de última hora com um atleta que estava atrás de um patrocínio e como a responsável pela empresa, não tinha outra opção a não ser comparecer.Quando, finalmente, consegui chegar à empresa já passava das dez e meia da manhã. Tive que levar Nicolas junto comigo, afinal conseguir uma babá disponível de última hora era uma missão impossível e eu tinha dado folga à minha.Fui direto para a minha sala, onde deixei meu filho distraído com um joguinho no tablet e Cíntia apareceu logo atrás de mim, estava esbaforida.— Até que enfim você chegou, Isa.— Não tenho culpa se você me ligou em cima da hora.— Me desculpe por isso, mas o tal jogador de hóquei confirmou a presença de última hora ontem à noite.— E onde ele está?— Estão esperando na sala de reuniões.— Ok. Vou precisar que fique de olho em Nicolas para mim e não o deixe sair dessa sal
ISABELADepois que saí da sala de reuniões, voltei direto para a minha sala, onde encontrei Nicolas concentrado enquanto jogava no tablet enquanto usava fones de ouvido. Abracei meu filho tão apertado que ele reclamou para soltá-lo. Eu ainda não conseguia acreditar que meu pesadelo estava de volta.Ouvi duas batidas na porta e logo Cíntia colocou a cabeça para dentro. Sua expressão era de total arrependimento e eu estava mesmo furiosa com ela. Depois de tudo o que eu passei sozinha, me virando como dava para trabalhar e criar o meu filho, ela ainda teve a ousadia de trazer Henrique de volta para minha vida.— Isa, eu queria te pedir desculpas, eu...— Só preciso que você me responda uma pergunta. — Interrompi sua fala.— Tá bom.— Você sabia que era ele que estaria na reunião desde o início?— Sim, mas... Eu achei que seria bom esse reencontro entre vocês.— Bom para quem? Você é a única pessoa que sabe de toda a verdade, que acompanhou tudo o que eu tive que passar.— Eu... Só estava
HENRIQUEDepois que Gabriel e eu saímos da sala de reuniões da empresa, tinha meus pensamentos longe. Reencontrar Isabela depois de tantos anos mexeu com a minha cabeça e trouxe de volta sentimentos que estavam enterrados no fundo do meu coração.— Está tudo bem, cara? — Gabriel perguntou quando já estávamos dentro do elevador.— Sim.— Feliz por ter conseguido mais um patrocinador?— Pode apostar que sim.Estava parado junto ao carro esperando Gabriel voltar do caixa eletrônico quando vi Isabela sair pelo estacionamento, mas ela não estava sozinha, havia um garotinho com ela. Então ela havia tido um filho nesses oito anos que ficamos separados. Eu tinha muitas perguntas rodeando minha cabeça e faria de tudo para descobrir a resposta para todas elas.Como ela não tinha me visto, aproveitei para ficar espiando um pouco mais pelo vidro do restaurante. Isa parecia feliz com a vida que tinha. Eu precisava saber mais sobre ela e a vida que tinha. Peguei meu celular e procurei por ela nas re
ISABELAPoder desabafar com Cíntia me tirou um peso enorme das costas, mesmo que ela tivesse sido a responsável por trazer o problema de volta para minha vida. Ela era a única pessoa que sabia de tudo, por isso, podia contar tudo relacionado a Henrique, até mesmo os meus medos e as inseguranças.Depois que minha melhor amiga foi embora, recolhi as taças usadas e a garrafa de vinho vazia e levei tudo para a cozinha. A caminho do quarto, aproveitei para dar uma olhada no quarto de Nicolas. Meu filho dormia como um anjinho, não resisti e entrei no quarto, me aproximando da cama, depositei um beijo em sua cabeleira antes de sair e fechar a porta.Enchi a banheira com alguns sais de banho e me permiti um momento de descanso antes de finalmente ir para cama. O dia tinha sido complicado e eu precisava relaxar. Pego o romance que sempre deixo por ali e começo a folhear o livro.Algumas horas depois, quando, finalmente, fui para cama, já sentia os olhos pesados, então só me troquei e me aconch