HENRIQUEQuando abri os olhos, a claridade da manhã invadia o quarto pelas frestas das cortinas, iluminando o ambiente com um leve brilho dourado, não estava no meu quarto. Ao tentar me mexer na cama, senti um peso ao meu lado e vi Isabela dormindo lindamente entre os lençóis amassados , com seu corpo parcialmente coberto. Não estava nos meus planos passar a noite com Isabela, mas não podia negar que tinha sido bom demais. A chama entre nós não tinha se apagado como eu pensava.Olhei o relógio em cima de sua mesinha de cabeceira e vi que já eram quase sete horas da manhã, eu precisava ir embora antes que Nicolas acordasse e acabasse me vendo deitado na cama da mãe dele. Mesmo que ficar ali fosse a coisa que eu mais queria, tinha que ter bom senso e entender que ainda era muito cedo para isso acontecer.Deslizei, gentilmente, minha mão pelo braço dela, acariciando sua pele macia. Ela se remexeu antes de, preguiçosamente, abrir os olhos. Logo que me viu, um sorriso se formou em seus lá
ISABELAAi. Meu Deus.Ter passado a noite com Henrique tinha sido um erro tremendo, mas tinha que admitir que tinha sido um erro muito, mas muito gostoso. Além de ter sido muito muito arriscado já que Nicolas estava dormindo no quarto em frente.Não tinha nada planejado para o dia, só queria ter um dia tranquilo, para descansar do agito da festa de aniversário do meu filho e, para minha sorte, Piper passou para buscar Nicolas porque iria levá-los para o parque de diversões que estava na cidade.Era tão bom poder tomar um café da manhã tranquilo, sem pressa, sem precisar me preocupar com horário e com trânsito. Decidi aproveitar o dia de folga para dormir bastante, assistir uma série na televisão, dar uma olhada na agenda da escola de Nicolas para ver se havia algum bilhete da professora. No início da tarde, aproveitei para ir ao mercado porque precisava fazer as compras do mês e sempre que levava Nicolas, ele ficava querendo um monte de porcarias.No caminho de volta para casa, meu ce
HENRIQUEPouco tempo depois de sair da casa de Gabriel, Mira acabou adormecendo com o balanço do carro e fiquei mais aliviado. Desde que ela permanecesse dormindo, eu não teria problemas. Mas minha tranquilidade acabou no segundo em que parei o carro na garagem do meu prédio e desliguei o motor. Mira simplesmente acordou aos berros.Meio sem jeito, a peguei no colo e subi para meu apartamento. Tinhas esperanças de que ela fosse parar, mas foi um tremendo engano meu. Ela só aumentou ainda mais o volume dos berros. Fiz uma pesquisa rápida na internet e recebi uma lista de motivos. Fome, fralda suja, calor ou frio, cólica. Como eu descobriria qual desses Mira estava sentindo?Lembrando do que a babá tinha falado, peguei a mamadeira que ela tinha deixado pronta do lado de fora da bolsa e tentei dar para a pequena chorona, mas ela recusou e continuou chorando, ainda mais alto. Hora verificar a fralda, mas como se fazia aquilo? Eu não tinha ideia e tive que assistir um vídeo para aprender.
ISABELAHenrique tinha me colocado sentada na bancada da cozinha e se colocado entre as minhas pernas, aproveitei para envolvê-lo com as pernas e o beijei. Por um momento, eu tinha me esquecido que não estávamos sozinhos, a pequena menininha dormia no bebê conforto ao nosso lado.Quando a campainha soou, foi o sinal que eu precisava para voltar a realidade, então soltei-o e desci da bancada, avisando que precisava atender enquanto elemtratava de acalmar a afilhada que tinha acordado e voltado a chorar . Uma olhada rápida no espelho só para garantir que estava apresentável e então fui abrir a porta.Piper estava parada na porta junto com os meninos e logo que abri, Nicolas me abraçou e começou a me mostrar, com aquele entusiasmo infantil, os brinquedos que eles tinha ganhado no parque. Piper foi entrando antes mesmo que eu a convidasse.— Nicolas se comportou?— Ele é um anjo, não deu trabalho nenhum.— Obrigada por ter levado ele com vocês.— Ah, esses dois se divertem muito quando es
HENRIQUEDepois que eu saí da casa de Isabela, Mira passou o restante da tarde tranquila, tomou a mamadeira que Isa tinha preparado, brincou e até dormiu. O problema veio quando ela acordou, eu estava devorando o yakisoba que tinha pedido no delivery quando um cheiro terrível chegou ao meu nariz.— Você só pode estar de brincadeira comigo, garotinha.Tirei-a do bebê conforto e levei até o meu quarto, mas logo que eu a deitei, ouvi barulhos de pum, que mais parecia uma metralhadora. Quando o barulho terminou, tirei sua calça e dei uma espiada para dentro da fralda, o que foi uma péssima ideia, o cheiro era tão terrível que eu quase acabei vomitando tudo o que tinha comido.— O que eu vou fazer com você, hein? — perguntei enquanto ia até o banheiro e pegava uma toalha de banho.Eu não fazia ideia de como dar banho naquele ser tão pequeno, ainda mais sem uma banheira apropriada para um bebê. Olhei o relógio em cima da mesa de cabeceira e vi que já era muito tarde para ligar para Isabela,
ISABELAVer Henrique, um homem alto e forte, segurando uma bebê era uma visão um pouco controversa e engraçada. Ele não tinha jeito nenhum com crianças, quase deixou a menina escorregar umas duas vezes, fazendo meu coração ficar preso na garganta de apreensão. Por outro lado, não podia deixar de reparar em Henrique seminu no box do meu banheiro, era tentador.Quando ele terminou de dar o banho, peguei uma toalha limpa e enrolei a menina antes de sair do banheiro. Coloquei ela deitada sobre a cama e comecei a enxugá-la antes de vesti-la com uma fralda e roupas limpas.Mira já estava quase dormindo quando terminei de arrumá-la, então só esquente a mamadeira e voltei para o quarto, onde já tinha a meia luz. Comecei a caminhar pelo ambiente enquanto cantarolava uma canção de ninar para Mira terminar de mamar e dormir. Não vi quando Henrique saiu, mas vi que o banheiro já estava desocupado, ou seja, ele devia estar na sala ou na cozinha.Quando a menina finalmente parou de lutar contra o so
HENRIQUEO sofá da casa de Isabela até que era muito confortável para dormir, mas teria sido ainda melhor dormir na cama com ela. Pela manhã quando acordei, notei que estava sozinho. Não sabia em que momento ela tinha conseguido se desvencilhar e ido embora do sofá.Fiquei por mais alguns minutos deitado até que comecei a ouvir um leve resmungo então tive que me levantar e fui até o quarto de Isabela. A porta entreaberta, o que facilitou minha entrada no ambiente ser menos barulhenta. Peguei o bebê conforto com Mira e voltei para a sala.— Bom dia, bomba de cocô do padrinho.Mira sorriu e deu um gritinho como estivesse entendendo o que eu estava falando. Entreguei a ela o mordedor de borracha que a babá tinha colocado na bolsa e logo fui surpreendido pela chegada repentina de Nicolas.— Tio Henrique?— Oi, campeão.— Por que você tá nosso sofá?— É que ontem eu precisei da ajuda da sua mãe.— De quem é esse neném?— Ela é filha do meu amigo.— Então porque você está com ela?— A mãe e
ISABELADepois que Henrique saiu da cozinha para trocar a fralda da pequena afilhada, continuei tomando, tranquilamente, meu café da manhã. Só quando terminei de comer as deliciosas panquecas é que fui ao meu quarto para ver se ele tinha conseguido e, foi inevitável não rir da situação. Ele estava assistindo um vídeo para trocar a fralda da criança.— O que há de tão engraçado? — Ele quis saber assim que notou minha presença.— Se você dependesse de trocar fralda de criança para viver, seria um homem morto.— O que eu fiz de errado?Entrei no quarto, peguei a menina do braços deles e a coloquei deitada de novo enquanto tirava as tiras adesivas trocadas e colei-as no lugar certo. Aproveitei para fazer cócegas na barriga de Mira, que gargalhou enquanto mexia as perninhas gorduchas.— Saudade do tempo que Nicolas era desse tamanho — comentei.— Mesmo com toda a dificuldade que passou?— Sim. Apesar das dificuldades, foi uma época boa.— Nicolas também era uma bomba de cocô? Chorão?— Às