Início / LGBTQ+ / Inês / Capítulo 6 – O Sequestro
Capítulo 6 – O Sequestro

Camila se estabilizou financeiramente e em seguida saiu da casa de seus pais pela segunda vez, porém, sem atritos. Seu objetivo era refazer sua vida da melhor forma possível e para isso comprou um confortável apartamento, mudando-se em seguida para o mesmo tão logo ficou pronta toda a decoração.

Naquele final de semana, após estar totalmente instalada em sua nova moradia enquanto preparava uma nova matéria que pretendia levar ao ar no próximo programa da emissora de TV onde voltou a trabalhar, ouviu o som do telefone e atende às pressas por acreditar ser alguém relacionado ao trabalho, ficando surpresa ao ouvir a voz do outro lado da linha.

— Alô?

— Como vai, meu bem, finalmente consegui te localizar

— Luciano? Como conseguiu meu número?

— Pois é, os vivos sempre aparecem! Depois daquele nosso primeiro e único encontro esperei que voltasse a me ligar, mas você desapareceu. Tenho acompanhado seu programa na TV e até estive por lá algumas vezes, mas não foi possível chegar até você, não me permitiram. Deixei recados, mas creio que não lhe repassaram então finalmente encontrei alguém disposto a me fornecer seu número por uma certa quantia em dinheiro

— Minha nossa, você subornou um funcionário da emissora para adquirir meu telefone?

— Na verdade foi uma funcionária, ela trabalha junto com você, mas não me pergunte de quem se trata

— Misericórdia, nesse país tudo se consegue com um pouco de dinheiro

— Pouco? Minha querida saiba que me saiu bem salgada a informação

— Bem, pelo menos soube valorizar o valor cobrado. Mas, quais as novidades?

— Além de ter corrido feito um louco, de um lado para o outro, tentando falar com você? Bem, que tal um programinha hoje?

— Olha, estou cheia de trabalhos para fazer, editando uma matéria nova que vai ao ar na segunda-feira, mas se você não se importar de passar aqui lá pelas dez...

— Fechado! Acho que não estou mesmo em condições de fazer exigências

— Combinado, então

— Ei, consegui seu número, mas preciso do endereço

— Sim, claro, me desculpe...

Depois de passar a ele os detalhes de onde se localizava sua nova residência ela conclui seus afazeres e no horário marcado ambos se reencontram e vão a uma finíssima boate no centro da capital. Neste interim, Inês sente um forte desejo de sair pela noite à fora na esperança de encontrar a antiga namorada em algum lugar da cidade e sai a visitar bares, restaurantes, chegando finalmente no mesmo ambiente onde o casal se divertia tranquilamente.

Apesar de bastante amplo, movimentado e com suas luzes coloridas que dificultavam a visão de quem adentrava no local, não foi difícil identificar Camila dançando meio a tantas outras mulheres ali presentes, pois sua beleza era inconfundível.

A princípio pensou ir lhe falar, entretanto logo percebeu estar ela acompanhada e preferiu manter-se distante. Após terem dançado sentaram-se junto à mesa reservada num determinado espaço

Inês já se encontrava acomodada num canto a observar os dois, sentindo-se tentada a agir bruscamente pelo imenso ciúme que sentia ao vê-los trocando carícias, mas com muito esforço manteve o controle. Ao amanhecer os seguiu até o apartamento de Camila e muito se indignou ao comprovar que os dois estavam mesmo mantendo um relacionamento sério que ia além de uma simples amizade.

Após identificar a nova residência daquela com quem manteve um caso íntimo no passado retorna para casa e passa a maquinar uma maneira de encarar o rival frente a frente, afim de exigir que o mesmo saísse da vida de sua amada, nem que para isso tivesse que ultrapassar seus limites.

O ciúme continuou a arder dentro do peito e isso a impedia de raciocinar claramente, levando-a ao cúmulo de planejar o pior caso Camila persistisse com a ideia de continuar o caso com aquele estranho. Iria confrontá-lo assim que possível e tentaria convencê-lo a se afastar dela a qualquer custo. Passou a observar a rotina dos dois e em pouco tempo sabia onde Luciano morava.

 Findava o inverno e dava início a um intenso verão, condição propícia para uma bebida bem gelada. Um homem de aproximadamente uns quarenta anos, alto, musculoso, barba bem feita e cabelos grisalhos que tornava-o bastante atraente encontrava-se sentado na parte externa do bar por nome CANTINA, localizado numa área privilegiada da capital paulista, quando recebe em sua mesa uma visita inesperada.

— Boa noite, precisamos conversar

— Desculpe, mas nos conhecemos?

A mulher solicita ao garçom uma dose dupla de whisky e após consumi-lo de uma só vez se apresenta

— Ainda não, mas iremos nos conhecer agora. Muito prazer, Inês

— Olá, Inês, muito prazer. Fique à vontade...

— Por acaso está me confundindo com uma garota de programa que deseja lhe oferecer seus serviços? Pois saiba que não sou

— Luciano observa os detalhes físicos da jovem e fica fascinado com a imensa beleza daquela mulher negra, depois de alguns segundo responde a indagação que lhe foi feita pela mesma

— Sim, confesso que de fato foi justamente isso que pensei

— Bem, como disse está enganado. Vim lhe pedir que se afaste de minha namorada

Mais uma vez ele fica surpreso com a colocação feita pela estranha que ousou sentar-se a sua mesa sem ser convidada.

—  E quem é sua namorada?

— A pessoa com quem você anda saindo atualmente, ela tem um compromisso comigo e quero que você se afaste dela

— Por favor seja mais específica porque sou um homem livre e saio com várias mulheres

— Não se faça de idiota, sabe muito bem que me refiro à Camila

— A Mirtes? Camila Mirtes que possui um programa na TV?

— Creio que mesmo tratando de um conquistador barato você não deve estar indo pra cama com mais de uma Camila ao mesmo tempo, certo?

— Olhe aqui, primeiramente quero lhe informar que não estou ciente de qualquer envolvimento entre ela e você ou com qualquer outra pessoa

— Pelo visto sabe muito pouco sobre as mulheres com quem mantém um caso

— Confesso que não costumo bisbilhotar o particular das pessoas

— Nem mesmo quando as leva pra cama?

— Principalmente nestes casos, pretendo começar a fazer isso apenas quando decidir me casar com alguma delas, se é que algum dia isso irá acontecer

— Volúvel! — ela diz isso indignada — Todos vocês, homens, são iguais, usam e abusam das mulheres e depois jogam fora como se fossem um objeto totalmente descartável e sem valor

— Vejo que está profundamente decepcionada com os homens

— Isso não é da sua conta! — Exclama ao pedir ao garçom mais um duplo de bebida quente

— Se tentou uma vez e não foi muito feliz, tente novamente, engana-se ao acreditar que todas as pessoas possuem o mesmo caráter

— Quero distância de vermes como você

— Êpa, moça, vamos parando aí com as ofensas.

Pelo que me consta é a primeira vez que conversamos e nunca lhe causei mal algum, portanto, mais respeito com as palavras!

Ela vira o copo de whisky na boca e, fitando-o com o olhar de um animal feroz, replica-lhe a observação.

— Concordo plenamente com sua observação, realmente não nos conhecemos o bastante, mas você já me tirou a coisa mais importante de minha vida. Portanto, não me venha dizer que não tenho razões de sobra para lhe tratar dessa maneira!

— Tudo bem, admito saber da relação entre vocês duas. Aliás, não apenas eu, mas o país e o mundo inteiro ficaram ciente como você abriu mão de ser uma grande personalidade para se tornar um zero à esquerda em nome de uma relação imoral e sem futuro

— Isso nunca foi problema seu, desse país atrasado ou da puta que pariu o mundo inteiro, foi escolha minha e ninguém tem nada a ver com isso!

O som do ambiente impedia que suas palavras fossem ouvidas à distância, porém as pessoas mais próximas escutaram os palavrões, mesmo sem entender direito o que acontecia ali

— Vim aqui apenas deixar um recado para vocês dois e espero que conversem sobre isso. Essa relação termina ou não responderei pelas minhas atitudes, a decisão de como essa história irá terminar depende somente de vocês!

— Você por acaso está louca?

— Nem tente descobrir!

— Você tem noção do que acaba de fazer? Está nos ameaçando e podemos lhe denunciar a polícia

— Ótimo, então façam isso, Camila é a pessoa que mais amo nessa vida e se ela não pode ser minha não será de ninguém!

— Deus do céu, você precisa procurar ajuda

— Quem precisa se cuidar é você, amigo, ou vai se dar muito mal!

Ela saiu enfurecida pela larga calçada repleta de pessoas que bebiam e conversavam naquele ambiente ao céu livre, aproveitando a primeira noite de verão acompanhada de um luar magnífico que a tornava ainda mais romântica diante do contraste daquele triste episódio. Luciano ligou imediatamente para Camila e contou todos os detalhes do ocorrido.

Em poucos minutos os dois já se encontravam juntos para esclarecer melhor todos os pormenores, deixando-a desesperada ao saber das ameaças sofridas por Luciano.

— Mas como é que ela veio a saber de nosso envolvimento?

— A única explicação é considerar que ela esteve seguindo você esse tempo todo

— Meu Deus, ela é uma louca

— Disso não tenho a menor dúvida, pois vi em seus olhos o desejo de tirar minha vida ali mesmo diante de todos os presentes

— Sim, ela é muito violenta, descobri isso logo que decidi pela separação

— Ela lhe agrediu?

— Moral e fisicamente, levei uma surra daquelas que não se esquece nunca mais

— Mas porque você não denunciou essa desvairada às autoridades?

— Tive pena. Na verdade, foi por minha causa que ela jogou tudo pro ar, abriu mão da carreira, da fama e do prestígio que possuía

— Isso não justifica a violência praticada contra você

— Sim, eu sei. Mesmo assim me compadeci de seu sofrimento e nada fiz a respeito

— Acontece que agora ela voltou, nos ameaçou e pelo que acabou de contar ela é capaz do pior para pôr fim no nosso relacionamento

— E o que faremos?

— Me diga você, afinal ficou com peninha dela depois da surra que te deu

— Não me venha com ironias a essa altura da situação

— Meu bem, por mim levamos tudo ao conhecimento das autoridades, desde a violência doméstica até as ameaças feitas a mim horas atrás

— Mas assim ela será presa

— Não, mas receberá uma advertência formal e deverá se manter distante de você por motivos de segurança

— Não sei, talvez ela só tenha sido dominada por um intenso ciúme e acabou extrapolando

— Ainda defendendo aquela negra imundas depois de tudo o que ela lhe fez?

— Por favor não a trate dessa maneira

— Quer saber, não vou ficar aqui vendo você defende-la. A vida é sua, tome a decisão que achar mais apropriada

Ele sai chateado com a moça que tenta acalmar os ânimos, entretanto sem resultados. Decidiu nada fazer sobre as ameaças sofridas pela ex namorada, pois como ficou patente na conversa que teve com Luciano ainda tinha sentimentos por ela. O que foi seu maior erro.

Inês permanecia inconformada por tê-la perdido e decidida a recuperar seu amor a qualquer custo, trazendo em mente o maligno plano de não permitir que ela continuasse o romance com outra pessoa mesmo que para alcançar tal objetivo fosse necessário tirar-lhe a vida.

Naquela manhã a jornalista e apresentadora Camila Mirtes dirigia-se ao canal de TV apresentar seu programa matinal, onde estaria entrevistando algumas celebridades. No entanto, antes mesmo que tivesse acesso ao interior do prédio foi abordada por Inês que lhe fez ameaças, ordenando que entrasse em seu carro localizado nas proximidades do local.

Tudo ocorreu rapidamente e devido um alto fluxo de pedestres na principal avenida da metrópole paulista tudo passou despercebido pelos que ali transitavam sempre às pressas.

Já no interior do veículo Camila tentava convencer Inês a desistir daquela ideia, advertindo que seu sequestro poderia lhe trazer sérios problemas, no entanto nada a convencia de prosseguir com seus planos.

— Será possível que você nunca aprende? Segue cometendo uma loucura atrás da outra mesmo depois de tantas perdas na vida?

— A única perda que tive foi você o resto pouco me importa

— Desista dessa ideia absurda, pois nada me fará querer conviver ao seu lado

— Acho quer vai mudar de opinião depois que ouvir o que tenho a lhe propor

— Nem que me ofereça o paraíso irei voltar a me relacionar com você, eu não te amo mais! Aliás, nem sei se o sentimento que um dia senti era mesmo amor ou uma paixão desenfreada que nos jogou de cabeça no fundo do poço de onde eu consegui sair, mas pelo visto você insiste em permanecer nele

— Chega, não fale mais nada! Por acaso quer me enlouquecer?

— Você já está louca, não vê o que está fazendo neste momento? Por favor pare esse carro e me deixe sair, não complique mais sua vida por minha causa

— Então você admite que tudo de pior que me aconteceu nestes últimos anos foi por sua causa?

— Sim, admito que fui a causadora de toda essa desgraça que caiu sobre você e sua família, por minha causa seu teto ruiu e o chão sob seus pés cederam, mas não foi a única que perdeu com aquela relação proibida que vivemos eu também me ferrei e muito! Entretanto resolvi dá um basta e retrocedi, corrigi meus erros e recuperei minha dignidade. Já você continua insistindo nessa insanidade que só te destruirá mais ainda. Por favor Inês, pare!

Após alguns minutos as duas mulheres chegam numa área distante do centro da cidade, na periferia, e a sequestradora leva sua vítima para o interior de uma casa antiga e sem o menor conforto, obrigando que a mesma se acomode num lugar qualquer para conversarem.

— Você não retornará mais ao trabalho nem para casa nós iremos para uma propriedade que possuo na Argentina. Passei muitos momentos agradáveis por lá com Lorena, foi a única que me restou depois que aquela doida vendeu tudo

— Vendeu para saudar as dívidas que adquiriu depois que você se apoderou de toda a sua fortuna e deixou a coitada em maus lençóis

—  Agora vai ficar aí dando uma de compadecida?

Esquece que também contribuiu com o plano de tirarmos tudo dela?

— Não, como me esqueceria da forma covarde que agimos contra a pobre coitada que te fez o bem?

— Dane-se, o que importa é ter você comigo e nada mais. Aluguei esse espaço na periferia porque aqui ninguém vem te procurar. O proprietário vai cuidar de sua alimentação e as demais necessidades até que eu volte com tudo pronto para nossa partida

— Sua louca, quem disse que pretendo ir com você para algum lugar?

— Não me trate dessa forma, não estou louca!

— É claro que está. Basta observar as suas atitudes e verá que tenho razão, onde já se viu querer forçar alguém a viver a seu lado contra a própria vontade?

— Mas não estou lhe forçando a nada, estamos de pleno acordo nisso, meu bem, iremos curtir nosso amor num país lindo

— Essa sua insanidade me assusta, precisa urgentemente da ajuda médica

—  Pela última vez, pare de me tratar como se eu tivesse perdido o juízo, nós nos amamos e vamos viver esse sentimento lindo juntas! Vou preparar nossas passagens e depois retorno para que possamos viajar.

Fique tranquila que até o final do dia estarei de volta. Ah, e vê se não dá trabalho pros donos do lugar, pois já recomendei que se tentar fugir eles podem tomar medidas bem rígidas para impedi-la.

Na emissora de TV todos sentiram a falta de pontualidade da apresentadora e por já tardar em excesso, não atender os telefonemas e ser constatado que ela não se encontrava em sua residência, a polícia foi acionada. Como se tratava de uma pessoa pública seu desaparecimento virou notícia imediatamente em todos os telejornais e as autoridades se esforçavam para encontrar respostas do misterioso desaparecimento da jornalista.

Nesse interim, depois de ter comprado as passagens aéreas para que as duas pudessem viajar na manhã seguinte com destino ao outro país, Inês retorna e passa todo o tempo insistindo na ideia absurda de que ainda pudesse existir qualquer chance de viver um romance ao lado de Camila, que refutava em definitivo tal pensamento.

— Não irei a parte alguma com você, sua desiquilibrada!

— Já pedi que não me fale dessa maneira!

— E o que vai fazer, me espancar como fez da última vez?

— Posso fazer o que quiser, pois você me pertence!

— Sua débil mental, vai procurar tratar dessa tua loucura e me deixa em paz!

— Falei para não me falar assim, não estou louca! — Corrigiu a outra, espancando-a na face com grande violência que a mesma foi atirada no piso daquele lugar imundo

— Maldita, africana dos infernos, prefiro morrer a ser sua novamente!

As palavras de Camila acenderam ainda mais a ira da negra com seus quase dois metros de altura e uma força física admirável que suspendeu a oponente pelas argolas de suas roupas, fitando nela um olhar de ódio jamais visto antes

— Sua infeliz, como ousa criticar minhas origens? Quem te dá o direito de citar meu país e menosprezá-lo quando sequer o conhece?

Ela a joga sobre alguns poucos móveis existentes no cubículo que media apenas oito metros quadrados, ferindo-a em várias partes seu corpo frágil e delicado

— Você conquistou meu coração com falsas promessas de amor!

 Num momento em que eu me encontrava carente e desprovida de felicidade, depois me convenceu a jogar fora todos os meus sonhos, conquistas e até aqueles que verdadeiramente me amavam para ficar ao teu lado. Em seguida me abandona, me trai com um verme qualquer e agora diz que prefere a morte a viver do meu lado? É assim que agradece tudo o que fiz por acreditar na falsa paixão que me deu enquanto estávamos juntas?

— Já admiti que errei, mas não quero continuar a seu lado. Compreenda que não quero mais ser vista pelas outras pessoas como um monstro, uma extraterrestre, alguém diferente e contagiosa. Quero viver normalmente, ser aceita pelos que me cercam e não ser uma vergonha para meus familiares — Camila dava explicações enquanto suportava a dor do espancamento.

Sem dizer mais nada Inês sai enfurecida para preparar o plano de viagem e horas depois retorna com as novidades

— As passagens já foram compradas e amanhã cedo partiremos

— Já disse que não vou alugar nenhum com você

— Ah, vai sim, caso contrário meto uma bala na sua cara!

— Então faça isso agorinha mesmo, porque só pego esse voo ao seu lado se for morta!

— Desgraçada, como ainda ousa me desafiar?

— Não te quero mais sua lunática!

— Infeliz! — outra vez lhe espanca o rosto, lançando-a no piso revestido de cerâmica barata — vai mudar de ideia nem que para isso tenha que continuar te quebrando a cara!

O barulho das agressões feitas contra a jornalista se fazia ouvir na parte superior da casa e um dos idosos começou a ficar incomodados

— Você disse que alojar essas duas mulheres em nossa casa não nos traria problemas, homem

— Ela pagou um mês de aluguel para ficar apenas vinte e quatro horas, nós precisamos desse dinheiro mulher

— Mas faz horas que as duas estão se agredindo lá embaixo, e se acontecer algo pior?

— Não se preocupe meu bem, moramos longe de tudo e de todos. Aqui ninguém irá ouvir nada, elas que se matem!

O homem só se interessava pelo que estava a ganhar ao alugar o pequeno espaço de sua casa, mas a idosa ficou preocupada com toda aquela violência e decidiu tomar providencias por conta própria.

Sem que o esposo percebesse ela liga para a polícia e denuncia aquela situação. Àquela altura Luciano já havia ficado ciente do desaparecimento de Camila e compareceu espontaneamente a delegacia mais próxima, revelando às autoridades toda a história envolvendo as duas mulheres. Inclusive as agressões sofridas pela jornalista ao anunciar seu desejo em separar-se da agressora e as recentes ameaças feitas ao próprio pela acusada.

Dessa maneira ficou claro que tudo tratava-se de um sequestro e diligencias passaram a ser feitas por todo o Estado no propósito de localizá-las. O telefonema da idosa foi crucial para que os policiais localizassem o cativeiro. Entretanto não seria nada fácil resgatar a vítima nem prender a sequestradora.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo