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Capítulo 3 – A Adoção

Após divulgação pela mídia da intenção da socialite em adotar uma das crianças africanas houve uma grande oposição por parte dos fãs, amigos e até dos próprios pais quanto a ser certo ou não a decisão tomada pela filha em assumir tal compromisso. Tudo não passava de preconceito e puro racismo.

De repente Lorena se viu cercada por todos os lados de pessoas que condenavam sua atitude e exigiam que ela voltasse atrás, alegando que não ficaria bem para sua imagem cometer tamanho exagero.

Imediatamente após a repercussão negativa de seu feito pela mídia ela se dispôs a fazer uma declaração aos fãs e a toda a sociedade paulista e mundial sobre sua opção em adotar a pequena Inês num dos programas de entrevistas mais populares do país. Ao ser indagada sobre as razões que a levaram tomar tal decisão, respondeu:

— Primeiramente quero agradecer a oportunidade que me é concedida a explicar aos meus fãs, a sociedade brasileira e ao mundo as razões de ter adotado esta adolescente africana, apesar de negra e pobre, com quem muito me identifiquei e aprendi a amar de todo o meu coração. Logo que a conheci fui tomada de forte compaixão ao ver uma menina tão necessitada e carente, mas que lutava bravamente para conquistar sus sonhos e ideais, o que me deixou perplexa de admiração. Sua persistência em alcançar seus objetivos me impressionou, vi nessa menina eu mesmo décadas atrás, quando precisava apenas de uma oportunidade para vencer e recebi o apoio de meus pais adotivos a quem devo tudo o que sou e tenho conquistado. Assim, decidi estender as mãos e dar a ela a mesma oportunidade que deles recebi independentemente da opinião popular...

A conversa continuou, com a entrevistada sempre respondendo a todas as perguntas com confiança e firmeza em suas palavras. No final, após ter deixado satisfeita a entrevistadora todos os presentes a aplaudiram de pé e no país inteiro e em todo o mundo onde chegou aquela transmissão televisiva, seus fãs elogiaram sua atitude exemplar. Sua fama que já era enorme triplicou e se espalhou nos quatros cantos do planeta.

 Recebeu novos convites de trabalho em várias emissoras de TVs. Todas interessadas em tê-la como apresentadora de seus programas, interessados em colocá-la como âncora nos seus telejornais.

Marcas de grifes importantes a convidaram para comerciais, desfiles e muito mais. Porém, preferiu dar um tempo pro trabalho e dedicar-se inteiramente na organização do futuro de Inês.

Juntamente com seus advogados Lorena deu entrada na justiça com o pedido de adoção que não demorou muito tempo para ser aprovado — essa é uma vantagem de se ser milionário — e em pouco tempo a menina já estava devidamente reconhecida como sua filha legítima.

O próximo passo foi fazer um testamento, dando-lhe plenos poderes sobre seus bens após sua maioridade mesmo que ainda estivesse em vida, o que para muitos tratava-se de um erro gravíssimo. Com isso ela voltou atrás e deixou alguns bens não inclusos no documento, como as indústrias, fábricas e alguns imóveis.

 Mesmo assim a parte de sua fortuna na qual a herdeira teria acesso ainda era enorme. Lorena optou em não incluir no testamento nenhum de seus parentes por parte dos pais adotivos como possíveis herdeiros.

 Isso causou uma enorme revolta nos familiares que de imediato colocaram-se em oposição à menina adotada, acusando-a de oportunismo. Entretanto, por ser uma mulher independente e sem dívida alguma para com eles rebateu as críticas.

— O que lhes causa tanto incômodo? Afinal tudo o que possuo é resultado de muito trabalho e não tenho a menor obrigação de lhes dá satisfações de meus atos a vocês

— Acontece que grande parte dessa fortuna que hoje delega poderes à sua herdeira veio de nossos irmãos que a adotaram

— Tia Esmeralda, sempre me esforcei para ser respeitosa com todos vocês e sei ser está correta sua afirmação, porém eles passaram tudo o que tinham para mim ainda em vida legalmente e sem qualquer cobrança de minha parte. Desculpe, mas a ideia de não dividir suas fortunas com vocês partiu deles, ninguém os forçou a nada

— Não acreditamos numa só vírgula do que nos diz, eles foram influenciados a tomar uma decisão tão mesquinha ao ponto de não beneficiar um só dos parentes, possuindo milhões!

— Bem, eles ainda estão vivos e podem ser interrogados quanto a isso.

Porque vocês não cobram uma explicação lógica para o que fizeram ao invés de se oporem a adoção desta criança? Eu sou a única detentora de toda a riqueza deles e darei a ela o mesmo que eles um dia deram a mim, concordem vocês com isso ou não!

Ela não tinha porque lhes dá satisfações, afinal tudo o que possuía recebeu de seus pais adotivos ou conquistou a partir de seu próprio trabalho na TV, cinema e nas passarelas da moda, onde fez enorme sucesso como modelo. Assim, não teria o porquê de importância às suas queixas e seguiu em frente com seus propósitos para com a africana, sua única filha.

Inês se expressava muitíssimo bem pelo fato de ter recebido instrução através do trabalho de vários outros voluntários que passaram por sua tribo, com eles ela aprendeu a falar fluentemente o inglês além de receber dicas de como se portar corretamente. Era dona de um carisma natural que herdou do pai biológico, um homem de atitudes dignas por natureza.

 Porém, ela não era totalmente alfabetizada e lia muito mal. Por essa razão Lorena contratou professores que a ensinaram por meses não só o idioma de sua nova pátria, mas também o francês, pois era de seu interesse capacitá-la ao extremo a fim de que pudesse estar pronta para atuar nos negócios.

Iria andar o mundo inteiro, tratando de assuntos relacionados às empresas que acabava de herdar como patrimônio, tomaria decisões e realizaria grandes mudanças caso fosse necessário. O que de fato veio a ser futuramente. Ao completar seus quinze anos, ter viajado por vários países ao lado de Lorena e conhecido o que jamais pensou existir, já bem instruída e falando fluentemente os três idiomas, tamanha era seu interesse e a facilidade de aprender, chegou a hora e escolher seu caminho profissional.

 Lorena tinha em mente que não bastava ser apenas uma milionária, tinha que ter instrução em todas as áreas nada vida. Dessa maneira, a menina prestou exames e após aprovada foi estudar na maior faculdade de modas da França, um curso de sua própria escolha.

 Fez essa opção porque se maravilhou com a atuação da sua protetora nas passarelas de lugares importantes como em Milão e outros, desejando seguir seus passos, porém com a mesma formação acadêmica que ela possuía e não apenas como uma simples modelo.

Afinal, o nome de Lorena Peixoto era uma grande referência entre os profissionais da moda, tanto nas tendências brasileiras como internacionais e isso encheu seus olhos.

Assim, dedicou-se em dar o melhor de si para seguir o belíssimo exemplo daquela a quem admirava acima de tudo. Quatro anos depois, após concluir os estudos superiores e estar pronta para atuar no mercado de trabalho, recebeu a chance de atuar no setor de criação das indústrias de modas pertencentes a Lorena, seria um estágio para o amadurecimento de seus conhecimentos sobre a produção de novos estilos de roupas e calçados em larga escala.

O desempenho da jovem aos dezenove anos de idade foi surpreendente, causou grande repercussão no mundo da moda brasileira e em pouco tempo também em redor do mundo, tornando-se uma designer bem mais excêntrica que Lorena, pois não apenas possuía originalidade em suas criações como era ousada ao extremo.

Deu vida a modelitos extravagantes na forma das mulheres se vestirem numa época onde o preconceito imperava e a liberdade feminina ainda era limitada a certas regras machistas. Suas criações foram usadas por importantes modelos nas principais passarelas do mundo. Em pouco tempo as grandes celebridades já usavam suas criações, divulgando sua arte ao pisarem no tapete vermelho da fama em Hollywood durante grandes eventos, no cinema, programas televisivos ou em aparições públicas diversas.

 A marca INÊS AFRICAN tornou-se mundialmente conhecida e os principais meios de notícias da época queriam saber o motivo dela incluir o slogan “african” na marca, visto que agora havia se naturalizado brasileira. Sua resposta foi direta, firme e objetiva.

— Apesar de ter sido naturalizada brasileira e amar esse país não menosprezo minhas origens e quero poder honrar minha principal pátria através do meu trabalho. Hoje sou uma metade africana e outra brasileira, mas minha intenção é amar a nação que me acolheu sem esquecer daquela onde nasci. Sou a prova viva de que quem está embaixo na sua condição social poderá subir até o topo e que a cor da pele em nada irá influenciar nesta mudança. Poderão haver obstáculos que com tenacidade serão superados, dificuldades que com determinação podem ser vencidas e pedras pelo caminho que com um pouco de habilidade não machucarão os pés. Portanto, jamais esquecerei de onde vim e não me envergonharei disso. Portanto, honrarei minha amada África!

As palavras daquela jovem negra vinda de uma nação imensamente pobre e miserável impressionou até os mais críticos e preconceituosos que passaram a admirá-la devido seu enorme potencial e sua fama aumentava cada dia mais.

 Aquele discurso lhe proporcionou um brilho social nunca antes imaginado. Além de administrar o setor de designer das indústrias da moda de sua mãe adotiva ela também atuou como modelo em importantes passarelas na Europa, Estados Unidos e até no Japão. Lorena sentia imenso orgulho ao ver no que aquela antiga vendedora de bolos, que conheceu perdida entre o lixo numa pequena tribo na África havia se tornado.

Mas, apesar do enorme sucesso como designer, modelo e empresária de moda isso não ofuscou seu desejo de conhecer a cidade onde moraram seus avós e nasceu seu pai, localizada no Estado do Maranhão  e a seu pedido Lorena lhe acompanhou até lá, pois aquele era um detalhe que fazia parte de seus sonhos e não poderia ser descartado.

Ao chegarem ali e caminhar pelas ruas ela observava tudo com muita emoção, pois imaginava seu pai, brincando ainda criança por ali sem sequer imaginar que um dia sua filha caminharia pelo mesmo lugar onde ele viveu toda a sua infância pobre e sem muitas esperanças.

 Sempre cercada por seguranças que as protegiam do assédio louco dos fãs, que mesmo vivendo numa cidade pequena e longe das grandes metrópoles as conheciam pelos noticiários feitos na mídia, revistas e na TV.

 Ela pelas passarelas e Lorena das telenovelas nas quais participou ativamente por vários anos. Era enorme a quantidade dos que aproveitavam para vê-las e elas gentilmente cumprimentavam cada uma das pessoas que pronunciavam seus nomes em alta voz na esperança de poder chamar suas atenções.

A passeata das duas celebridades iniciou na rua principal e teve fim em frente à prefeitura da cidade onde foram recepcionadas pelo prefeito e uma grande comitiva formada por deputados e demais autoridades locais, num palanque construído especialmente para aquela ocasião. As duas foram convidadas a subir no tablado e Lorena foi quem primeiro tomou a palavra, dirigindo-se ao público presente.

— Queremos agradecer primeiramente a todos os nossos dedicados fãs por esta calorosa recepção que de certa maneira nos deixa bastante emocionadas. Pela forma como estamos sendo recebidas nesta cidade. Depois, agradecemos imensamente as autoridades aqui presentes pelo apoio que nos é dado ao visitarmos este lugar, quando é possível para minha filha se fazer presente e caminhar pelas mesmas ruas em que a muito tempo atrás seus antepassados africanos também pisaram, entre eles seu pai ainda criança.

Sem dúvida que nunca esqueceremos o calor humano que recebemos hoje de cada um de vocês em particular. Muito obrigada!

O som do forte aplauso ao breve discurso da celebridade se fez ouvir à distância e uma multidão de curiosos aumentava ainda mais naquele que foi considerado o mais importante evento ocorrido nos últimos tempos na pequena e pouco desenvolvida cidade maranhense.

Em seguida foi a vez de Inês se pronunciar diante daqueles que a recepcionavam. Agora com mais de vinte anos de idade a menina que nasceu numa das diversas tribos pobres da África e que sonhou um dia se tornar uma mulher de grande sucesso havia mudado completamente sua aparência física.

Bastante alta, esbelta e com um corpo cujas curvas eram de causar inveja em muitas mulheres de pele clara era sinônimo de extrema beleza. Ao se aproximar do microfone suas palavras pareciam uma belíssima sinfonia, agradável aos ouvidos daqueles que se maravilhavam com o som de sua voz.

— Muito agradecida a todos vocês pela maravilhosa recepção, nem por um momento imaginamos que nossa vinda a este lugar pudesse nos trazer tamanha honra e ao mesmo tempo satisfação. Olho para cada um de vocês e os vejo como se fossem parte de mim e do meu passado, uma enorme família.

 Com meu mesmo sangue, mesma cor e raça. A séculos atrás escravos que ganharam o direito à liberdade aqui se refugiaram e formaram suas famílias. Uma das quais se encontravam meus avós paternos que geraram aquele que décadas depois trouxe ao mundo a mim e meus outros seis irmãos. Somos todos descendentes de um mesmo povo cujas raízes estão noutro continente, porém vivo e que jamais poderá ser esquecido. Sou africana e ao mesmo tempo brasileira, tão maranhense quanto cada um de vocês. Somos uma só carne, uma só gente, uma só raça. Somos todos irmãos.

Outra imensa onda de aplausos se fez ouvir e em seguida foi a vez das autoridades se manifestarem ao público e as duas mulheres receberam o título de pessoas de mais alta estima numa cidade com pouco mais de trinta mil habitantes naquela época.

Localizada a 243 quilômetros da capital do Estado, São Luís e Cercada por duas rodovias importantes, a BR-316 e a BR – 222, além da Ferrovia dos Carajás, infelizmente Santa Inês ainda não havia se tornado uma cidade desenvolvida e sua população permanecia vivendo da agricultura. Talvez por ter sido fundada por antigos escravos nunca recebeu o devido apoio dos governos Estaduais e Federais, continuando subdesenvolvida.

Na ocasião, as duas celebridades doaram uma grande quantia em dinheiro para o desenvolvimento de obras assistenciais para a melhoria da vida de seus habitantes, como educação, saúde e saneamento básico.

Aquela noite foi de festa e comemoração para todos os moradores da cidade que não pregaram os olhos até o amanhecer. Muitas comidas, bebida e diversão foi garantida gratuitamente.

 Durante os anos no Brasil ao lado de Lorena a jovem nunca mais retornou à África para visitar a família, porém, providenciou que fossem retirados da antiga tribo e passassem a morar na capital do país africano, Cidade do Cabo, numa ampla casa e com todo o conforto necessário.

O pai ADOWA não precisou mais ir toda semana procurar trabalho nas cidades próximas e nem sua mãe precisou continuar vendendo bolos de fubá pelas ruas, pois o sustento deles era garantido. Agora podiam comprar e comer de tudo o que lhes desse vontade.

Seus outros seis irmãos pararam de dá duro na vida e viviam só de estudar nas melhores escolas, pois em breve estariam vindo também ao Brasil para atuarem em vários setores das indústrias de tecelagem e na criação de modas da mais jovem empresária do país.

Lorena ainda era a dona de tudo, mas deu à filha adotada plenos poderes para administrar todos os seus bens. Depois de tanto tempo distante dos pais e sem rever os irmãos por tanto tempo ela aproveitou a viagem feita ao Maranhão para seguir até ao Continente africano e matar a saudade.

 Sempre contando com a companhia de sua melhor amiga, a quem aprendeu a chamar de mãe, partiu rumo a casa dos seus genitores que ansiavam em voltar a vê-la. O voo feito no jatinho particular foi tranquilo e em pouco espaço de tempo chegavam ao destino.

A mansão que deu aos familiares era digna de todo o glamour que aquelas importantes mulheres mereciam. Ali nenhuma multidão se formou para vê-las, pois nenhum anúncio foi dado sobre a presença das duas celebridades naquele local e puderam ficar em paz.

Os olhos molhados de lágrimas de ADOWA e ABEBA revelavam a inexplicável felicidade em rever a filha depois de tanto tempo, bem como a admiração de todos pela bela jovem na qual aquela negrinha de cabelos rebeldes e calcanhares rachados de tanto caminhar sob o escaldante sol, vendendo bolinhos de fubá se tornou. Após fortes abraços e beijos, ADOWA expressou seu encanto diante da enorme transformação da caçula.

— É realmente impressionante o que o dinheiro pode fazer na vida das pessoas, sua transformação foi total. Não há mais em você, minha filha, nada daquela menininha pobre que viveu entre nós naquele velho barraco de madeiras apodrecidas lá na nossa tribo. Agora se transformou nessa linda mulher, tão alta quanto uma árvore frondosa, linda e maravilhosa!

— Obrigada pelos elogios papai, me alegro que esteja feliz com tudo o que a vida nos presenteou

— Você é nosso maior orgulho, minha menina, Deus lhe escolheu para que através de seus esforços pudéssemos mudar de vida e estarmos hoje todos em paz

ABEBA era uma mulher tímida, reservada, mas naquele momento foi tomada por um forte sentimento de gratidão e se dirigiu a Lorena para lhe agradecer tudo o que fez pela filha. Segurando suas duas mãos expressou-se com humildade.

— Seremos eternamente gratos por tudo o que fez a nossa menina e também a nós. A senhora estava certa ao afirmar que seria através dela que nossas vidas iriam mudar. De fato, mudou e lhe agradecemos imensamente

 Lorena ficou perplexa ao perceber que ela sabia falar tão bem o português.

  Portanto, quis entender o porquê de ela não ter se expressado no seu idioma no dia em que conversaram pela primeira vez ao ir à procura de Inês. Foi Inês quem fez questão de responder a indagação.

— Mamãe é do tipo reservada, procura fugir de tudo e de todos para evitar que tenham acesso a sua vida pessoal. Fala pouco, mas é uma profunda observadora daquilo que acontece ao seu redor, aprende com facilidade e sabe ser bem expressiva, quando necessário. Ela fala muito bem o português porque aprendeu com papai, porém nunca nos ensinou e nem concordou que ele nos ensinasse. Era da opinião que esse idioma pertenceu aos nossos antepassados e deve ser deixado para trás. Agora que vivo no Brasil e falo fluentemente este idioma não sei se mudou de opinião

Todos passaram a rir e ABEBA deu as mãos à palmatória

— Sim, eu agi feito uma tola antes, mas agora entendo que todos nós temos um pouco de brasileiros. Afinal, a família de ADOWA e ele próprio vieram de lá. E olhem onde nossa filha conquistou tudo no que se tornou hoje, se não foi exatamente no Brasil?

— Bem, espero que não fiquem chateados por Inês me chamar de mãe

— De maneira alguma, depois de tudo que fez é o mínimo que ela poderia retribuir

— Que bom, assim fico mais aliviada

— Nós concordamos na adoção de nossa filha pela senhora, certo? Então não temos razão alguma para nos sentirmos diminuídos só porque ela lhe considera uma segunda mãe, isso é o dever dela para com alguém que lhe permitiu ir tão longe na vida

Durante vários dias as duas mulheres permaneceram reunidas ali e enquanto Inês fazia recomendações a cada um dos irmãos para que se esforçassem ao máximo nos estudos e se preparassem para seguir seus passos, Lorena se sentia como parte daquela família, pois era aceita e amada por todos. Encerrado o tempo de visitas retornaram para o Brasil juntamente com todos aqueles que faziam sua proteção pessoal por onde quer que andassem.

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