Antony chamara o filho para se sentar ao seu lado e começara a lhe mostrar as anotações com evidências de vários crimes, alguns de anos atrás, outros mais recentes e entre eles, aqueles que eram notícia naqueles dias.
Os incidentes na cidade em que moravam e nas cidades vizinhas estavam em destaque na pequena mesa. Por fim, o jovem compreendera parte do que o pai queria dizer, mas não tudo. O garoto o encarara.
—Serei direto. Vamos ver se entendi, está querendo dizer que esse vampiro qual está investigando realmente existe? Temos uma criatura dessas de verdade andando por aí? – indagara o menino, mal acreditando que dizia aquilo.
—A menos que uma pessoa normal tenha adquirido dotes sobrenaturais, não vejo qualquer explicação sã para isso. Há várias evidências diferentes em vários crimes, mas em todos os casos s&atil
Como que levado por um furacão o homem fora levantado ao ar por uma força invisível. O vento soprava com força e o mesmo fora lançado contra uma das paredes do quarto, caindo ao chão em seguida junto de dois quadros e alguns bichinhos de pelúcia da filha.A porta por onde entrara se fechara numa batida estrondosa.Do lado de fora do quarto, após ouvir o barulho, Adrian pela primeira vez contrariando as ordens do pai, saíra da sala e correra em meio à escuridão até o corredor para onde dava o quarto da irmã. Chegando à porta, tentara abrir, mas era impossível, estava emperrada e ele não tinha energia para arrombá-la. O garoto gritava querendo saber como estava o pai, mas suas palavras estavam mudas do lado de dentro do aposento.Antony se ajoelhara no local onde caíra, ainda atordoado, mas consciente. Agora tinha certeza de que havia chega
Nathalie espreguiçara enquanto o som de toc toc lhe despertava.Abrira os olhos devagar, a luz da manhã entrava pela janela e ela sentia pelo frescor do ar um dia úmido e nublado. Um dia perfeito para um passeio – pensara – caso se inspirasse a sair de casa antes de anoitecer. O som de toc toc voltara com novas batidas na porta, que horas ainda eram afinal de contas? Impaciente para conversas matinais, a menina perguntara quem era. A voz que respondera era masculina e rouca, uma voz que conhecia bem havia anos.—Aquele garoto, Adrian, está à porta. Veio lhe ver – dissera ele.—Jeremy, sabe que não posso me levantar agora. Diga que estou dormindo. Faça com que vá embora e diga que ligarei mais tarde. Ainda são sete horas… – resmungara olhando para os números verdes do relógio no criado mudo.—Eu sei sobre seus horários, senho
Um sujeito muito alto viera recebê-los. Era um senhor que provavelmente já passara de cinquenta verões, tinha um grande bigode branco ao estilo inglês e cabelos apenas dos lados da cabeça, igualmente grisalhos. Vestia-se com um fraque branco, como se estivesse em uma festa e imediatamente estendera a mão direita para cumprimentar Adrian. Seu sotaque e maneiras denunciavam sua naturalidade europeia.—Adrian, meu amigo. Bons ventos o trazem. Meus sentimentos por seu pai, a notícia veio até mim essa manhã com grande pesar. Quem são essas divindades que o acompanham hoje? Devo dizer que deveria trazer tais beldades mais vezes à minha humilde loja.—Senhor Enzo. Obrigado. Ainda estou tentando compreender o que houve essa noite, mas acredito que o melhor nesse momento seja ficar calmo… minha mãe precisará de mim ao seu lado em breve, preciso ser forte. Essas são
Adrian chegara ao final das escadas e se virando, a vira, o mesmo cabelo, as mesmas roupas. Molly! – gritara enquanto alcançava a menina na corrida. Ao se aproximar e tocar no ombro da garota, a mesma voltou-se para ele.Não era Molly, era uma garota da escola que se chamava Deborah. A altura, o cabelo, o perfil de corpo e as roupas eram realmente semelhantes aos da irmã desaparecida do rapaz, no entanto, não era a mesma. Adrian explicara o ocorrido e a garota entendera imediatamente do que se tratava. Lamentara não poder ajudar e por fim fora uma corrida em vão.No local onde estivera antes, uma pessoa se aproximara para falar com a menina na cadeira de rodas. Nathalie sequer se virara para ver a pessoa.—Você não deveria estar aqui. Não posso ser vista com você – dissera ela – E sabe disso. Tenha paciência.—Preciso de você – resp
Nathalie ponderara alguns segundos.—Você a viu – confirmara a menina – Ela não deveria estar lá. Quando ela apareceu naquele lugar, admito que fiquei surpresa e tentei fazer com que fosse embora logo. Suspeitei que havia nos visto e sabia que isso o deixaria confuso, cheguei a imaginar que viria correndo como fizera antes e para minha surpresa, você foi totalmente indiferente. Sabe que pensei que pudesse ter me enganado e você não tivesse visto nada? Você surpreende mais do que parece, querido.—Onde ela está? – persistira o rapaz.A menina se movera com tamanha velocidade que parecera desaparecer de onde estava para reaparecer na frente do rapaz.—Quando quiser, ela irá aparecer. Ela não é uma prisioneira, não se engane. Molly não foi forçada a me seguir, foi a vontade dela. N
—O que acontecerá com Molly? Não há porque não dizer agora.—Por que não pergunta a ela?Adrian olhara para o lado e vira a irmã. Estava há poucos centímetros dele e estava diferente. Usava uma camisola rosa transparente que deixava todos seus detalhes íntimos à mostra. A pele estava clara como leite, diferente do tom corado de sempre. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo no alto da cabeça e ela também tinha os olhos vermelhos, como a mulher que ele vira antes ao entrar na casa. Seus olhares se encontraram em choque.—Olá, irmãozinho. Como você está? Não deveria estar confortando mamãe?O rapaz finalmente recuperara o controle de seu corpo, se libertando das amarras mentais de Nathalie e abraçando a irmã. O corpo da menina estava frio como gelo, assim c
O som do piano enchia os corredores do colégio Santa Helena com sua doce melodia. Havia no ar um sentimento de paz e tranquilidade tão grande que por aqueles breves momentos todos se esqueciam das tragédias pelas quais a cidade vinha sendo notícia nos jornais da mídia local.A pianista era uma jovem estudante e seu talento para as artes era algo nato. Não apenas referente ao instrumento, mas suas outras habilidades destacavam-se, fosse na pintura ou na escrita. Nathalie Osbourne era uma flor que ainda nem havia desabrochado, mas apenas o botão já causava inveja em todo o jardim.Seus dedos corriam pelas teclas do velho piano de cauda do salão de música da escola enquanto a mesma mantinha os olhos fechados. Costumava dizer que a música não era algo para ser decorado ou aprendido, mas sim para se sentir. Os grandes músicos de todas as épocas – dizia ela &ndash
Os olhos de Nathalie pareciam brilhar mais do que as estrelas naquela noite. Então música era parte da alma daquele garoto? Ela jamais esperara ouvir algo tão profundo de algum menino das várias bandas de rock, estilo único adotado pelas bandas naquele colégio. O garoto permanecera em silêncio aguardando pela resposta. As palavras não saíam direito e a menina engasgou. Ainda mais envergonhada, bebera um gole do suco que pedira. Então o encarara.—C-claro… – respondera – Se os outros estiverem de acordo, podemos falar sobre isso qualquer hora. Mas sinceramente, não sou tão boa. Espero que não se decepcione – emendara.Adrian segurara a mão da menina sobre a mesa. Aquela mão pequena e branca que parecia tão frágil estava fria como gelo. Nervosismo? – pensara ele. Talvez devesse a ter abordado de outra forma, mas era ta