É melhor fazer isso de longe por enquanto alertou Elton. Mesmo que menos letal também te coloca menos em risco. Precisamos fazer rápido.
Meus braços doeram somente de pensar em usar o bastão e logo essa dor tornou se realidade. Eles começavam a se aproximar e precisei deixar a formação para mantê-los longe. Puxei o bastão para trás buscando impulso e com força acertei o primeiro. Sangue e pedaços que eu preferi não pensar muito sobre voaram pelo ar. Logo precisei de outra batida para afasta o zumbi que se aproximava de mim sem muito preparo. Pó sorte o terceiro que certamente me pegaria foi interceptado por Elton.
Quando conseguimos limpar aquela leva de mortos começamos a acelerar o passo. Amanda e Cláudio constantemente ficavam em cima de Valentina perguntando como ela se sentia.
Quando finalmente chegamos, minhas pernas doíam e meu corpo estava suado. Sentia meu rosto e braços ardendo gracas ao incessante sol que permaneceu alto no céu pela maior parte do dia, mesmo que tivéssemos descansado sob a sombra da varanda de uma casa ao meio dia.É até estranho contar como o dia havia sido tranquilo, mesmo com a longa, quente e exaustivaa caminhada que dominou a maior parte dele. Ainda assim não era o suficiente para nos enganar: durante todo o caminho, estivemos cercados por, pelo menos, meia dúzia daquelas coisas. Algumas próximas o suficiente par exigir que fizéssemos esforço enquanto outros eram apenas vultos ao longe que vagavam, parecendo nos mimicar de maneira sádica. Embora persistentes, não nos causaram maiores problemas.O que também não nos fez ser descuidados. Mantivemo-nos a maior parte do caminho em silêncio, com passadas lenta
Confesso que por um momento eu senti o impulso de protestar para que de fato procurássemos nas casas por sobreviventes, mas apesar de minha empatia, o que Guga havia dito estava certo: que poderíamos fazer? E valeria a pena colocar as nossas próprias vidas em rico, entrando em casas escuras sem saber o que poderíamos encontrar?Vamos primeiro ficar em segurança depois nos concentramos em oferecer ajuda. Dessa vez Elton quem falou, a voz um pouco mais alta. Embora ele não estivesse dando nenhuma ordem, sua opinião acabou sendo a palavra final e seguimos andando, um pouco mais lentos agora.Meus braços já ardiam e minhas costas pareciam destruídas quando finalmente após precisarmos afastar provavelmente cerca de 10 zumbis, colocamos enfim nossos pés na curta faixa de areia da praia. O cenário mesmo com manchas de sangue na areia e barcos destru&iac
A paz passou a ser incomoda.Até alguns dias eu imaginava que nunca conseguiria me acostumar com a ideia de viver em fuga correndo pela vida ou precisando lutar fisicamente contra seres que queriam me devorar, porém imediatamente a ideia da calma passou a ser igualmente perturbadora.Perturbadora por que ela era boa, mas sempre havia aquele sentimento de que não duraria.E quando você está em paz, você pode pensar e pensar também pode ser perigoso. Nos dá a oportunidade de rever os nossos erros o que pode ser aprendizado, mas também um martírio.Se eu tivesse um pouco mais preparada naquela hora, se a Rute de alguns dias atrás fosse a mesma de agora, certamente Duda estaria a salva.Se eu tivesse sido um pouco mais corajosa, poderia ter saldo as duas garotas do banheiro.Se eu tivesse mais malícia, poderia ter percebido que
A primeira vez é a pior, depois você se acostumar, sério… Anny, falou um pouco menos animada. Mesmo que não se acostume, é importante que você não precise depender dos outros.É… eu sei… a loira disse apertando o botão que desligava a tela do celular, deixando-nos iluminadas somente pela lua cheia. Eu fiquei muito triste quando Elton me considerou como alguém que precisava ser protegida hoje… eu sei que não é mentira, mas eu queria me esforçar um pouco para começar a valer o meu próprio peso. Claro que não vou virar nenhuma Rute ou Cláudio, mas só… não ser um estorvo…Você não é um estorvo, interrompi… nem ouse pensar nisso… tudo o que você fez pela gente até agora é mais do que
Mayara segurava nos braços finos de Anny ajudando-a como podia a se içar para o trapiche, longe da água. A garota estava com o rosto vermelho e lágrimas escorriam em torrentes, mas era impossível que outra coisa não atraísse meu olhar: em sua cintura havia um buraco de carne viva, quase do tamanho do meu punho. Era possível ver uma mistura apavorante de carne e pele encharcada em um sangue aquoso e estranho. Eles ainda estavam lá.Os dentes. Somente três cravado em sua pele como pregos.Aquela incomoda visão dos dentes brancos sendo tingidos pelo sangue da minha amiga conseguiam arrancar de meu transe exausto. Nadei até ela e abracei seu quadril fazendo força ao erguê-la para que Mayara pudesse tirá-la da água. Ela gritou em protesto sua vo perdendo-se devido a dor porém conseguimos colocá-la sobr
Acordei com um salto, puxando com força o ar para os meus pulmões, como quem acorda de um afogamento. A simplesmente ideia de ter desmaiado em um momento tão terrível como aquele me dava náuseas. Eu não conseguia acreditar que meu corpo me abandonara na pior das horas, deixando Mayara sozinha a dor me dando boas vindas. Categoricamente ignorei essas sensações, sentando-me e olhando ao meu redor, atrás de Mayara.A garota loira estava sentada na ponta do cais, abraçada em seus próprios joelhos. Como estava de costas para mim, eu não conseguia ver absolutamente nada além de suas ondas loiras, que agora não mais pareciam hidratadas, somente úmidas e oleosas. Mayara estava quietinha talvez olhando para água, talvez chorando, porém completamente sozinha. Ao nosso redor não havia o menor sinal de Ann
Depois que Mayara se afastava tentei me recompor embora meu coração ainda cavalgando em ansiedade. Recuperei o meu bastão que a esta altura estava completamente ensopado de sangue enquanto observava os dois cadáveres que Mayara fizera na praia. Não que eu me sentisse nessa posição de superioridade, mas de certa forma eu estava orgulhosa.Limpei o sangue do bastão na água com cuidado de olhar bem ao meu redor. Era surpreendente que a criatura tivesse emergido da água do mais completo nada sem que qualquer um de nós estivesse esperando. Ela viera andando até nós sob a água? Essas criaturas não precisavam de ar?Eventualmente aproximei-me de Mayara acompanhando a em sua espera. Ela permanecia olhando fixamente para o horizonte esperando por Cláudio. Eu não era capaz de ler qualquer tipo d
Resmunguei fechando com mais força os olhos conforme e os raios de sol iluminaram minhas pálpebras fechadas, despertando-me do sono. Por impulso tentei mudar de posição a fim de esconder meu rosto do brilho, mas a dor avassaladora fez com que fosse expulso qualquer resquício de preguiça do meu corpo.Meus braços pareciam estar moídos, porém agora todo o meu corpo doía após passar a noite dormindo no chão. Com dificuldade ergui-me olhando ao redor. A maioria das pessoas ainda dormia, de maneira tão precária quanto eu, com as cabeças apoiadas em mochilas e um pedaço de pano ou um macaco sendo usado como cobertor. Somente Amanda e Valentina não estavam dormindo, mas encontravam se sentadas na outra extremidade daquele barraco, conversando baixo.Procurei Anny com os olhos, mas imediatamente a lembran&cced