Dario Marconi marcou uma reunião com os outros associados, precisavam discutir o que fariam com os policiais, que além de terem roubado a mercadoria e prejudicado Donatello, traíram a organização. Após verem o vídeo, todos concordaram que não só o policiais, mas a família deles também deveria sofrer. Não haveria piedade. — Como conseguiu o vídeo? — Fuzzari se reclinou na cadeira ao perguntar. — Procuramos por essas imagens, as câmeras estavam desligadas. — Tenho meus contatos. — Marconi respondeu somente.— Eu duvido que eles trabalharam sozinhos, temos que interrogá-los para descobrir quem está por trás disso. — Enzo continuou. Dario tinha um nome e essa pessoa estava na sala, mas ele pretendia que Donatello tomasse a decisão do que fazer com o traidor. — Eu concordo com Enzo e me ofereço para fazer o serviço. — Isaac tomou a palavra, Marconi o encarou, pensando na melhor resposta. — Sabem que eu não saio da sala sem uma resposta. — Sabemos, mas Donatello já te deu uma missão. El
Chegou o primeiro julgamento de Donatello e mesmo tendo feito tudo que podia, Flora estava ansiosa e com medo de que seu plano tivesse falhado. Precisava ter seu marido de volta e principalmente, contar sobre o que Enzo fez antes que ele inventasse alguma mentira ou que Branca contasse o que viu naquele noite. Ela saiu juntamente com Branca para o tribunal, a mulher a ignorou durante todo o trajeto e isso apenas a deixou mais nervosa. Tinha medo da reação de Donatello se ela mesma contasse e mais ainda se ele soubesse por outra pessoa. Ela se sentou sozinha para assistir o julgamento, mas logo mais pessoas chegaram e ocuparam todo o espaço. Um policial trouxe o réu e em seguida entrou o juíz. Flora percebeu que ele olhou rapidamente para ela antes de dar início a audiência. Enzo só tinha uma alternativa, montou toda a defesa baseada no vídeo entregue por Marconi, mas ciente que Flora conversou com o juíz, ele não tinha certeza da vitória. Ela poderia ter posto tudo a perder ao chan
Isaac Pasini tinha as mãos e pés amarrados à uma cadeira, o rosto inchado e com ferimentos abertos ainda era só o começo, Donatello tinha muitas armas para conseguir o que queria, mas Pasini não queria colaborar. — Vou perguntar pela última vez, para quem você está trabalhando? — Donatello perguntou num tom baixo e impassível, não podia perder muito tempo ali, pois tinha outras coisas para resolver. — Se eu contar, você não vai acreditar… — respondeu exibindo os dentes sujos do próprio sangue. — É melhor você me matar logo… não direi nada. — Pelo que eu sei, se não fosse pela minha prisão, eu poderia estar morto nesse momento. Se me der a resposta que eu quero, posso soltá-lo e dizer que te matei, você terá uma chance de escapar. — Quando descobrir a verdade, Don, verá que ninguém pode escapar. — Que verdade? — Donatello já estava perdendo a paciência e isso transpareceu em sua voz. Pasini ficou em silêncio e Donatello desferiu mais um soco no rosto do homem que considerou um ali
Flora acordou cedo para arrumar as malas e viajar com o marido, ele iria se encontrar com uma mulher e queria que ela fosse junto caso precisasse de uma abordagem feminina. Donatello lhe deu poucas informações sobre a mulher, seu nome era Lavínia Ortiz, uma traficante de drogas que mora em Paris e pode ter informações importantes. Isso não dizia muito sobre o que ela deveria esperar. Para evitar mais problemas, Donatello teve que avisar a justiça sobre a viagem e isso atrasou em três semanas os seus planos, um tempo precioso para quem necessitava estar um passo à frente. Quando finalmente recebeu a liberação para sair do país, não queria perder tempo e se preparou para pegar o próximo vôo. Esperava impaciente que Flora terminasse de se arrumar, em seu íntimo se arrependeu de levá-la, os dias estavam intensos demais, andava estressado e se irritava facilmente. Sua mente estava sendo sua maior inimiga, pois o tempo todo acreditava que seria traído por todos a sua volta. Flora realiza
Donatello retornava sem as informações que esperava, mas ganhou boas lembranças com Flora, não era exatamente o que ele precisava, mas foi fundamental para acalmar sua mente. Na última noite, conseguiu dormir e recuperar a energia que faltava, além de diminuir o stresse que sentia. Agora ele podia pensar melhor em seus próximos passos. Devido a instabilidade no tempo, o piloto precisou fazer um pouso de emergência próximo a Veneza. Um risco, a cidade era território de Santini. Donatello temia o que poderia acontecer se o rival descobrisse que ele estava ali sozinho e por precaução, eles esperaram ali mesmo.Aproveitando que estavam em terra, Donatello ligou para Marconi, o sinal da ligação não estava boa, mas conseguiu pedir que ele que avisasse o motorista e Branca sobre o atraso, para que não esperassem por muito tempo. Caiu uma forte chuva por cerca de 40 minutos e aos poucos começou a diminuir juntamente com as rajadas de vento. O piloto avisou que poderiam partir em 10 minutos e
A garotinha brincava em um balanço no jardim, usava um vestido branco com flores amarelas e sapatos novos. Era um dia especial, a família estava toda reunida no interior da casa da vovó e ela podia sentir o cheiro do pernil recém saído do forno. A mãe da garota chamou por ela à distância, mas ela queria balançar mais um pouco, então a mãe foi até ela e com um sorriso gentil disse um nome... que Flora não conseguiu entender, isso a deixou aflita e a fez acordar. Era o rosto da sua mãe, os mesmo olhos verdes e sorriso contagiante que ela se lembrava, o cheiro do pernil era tão real quanto o frio na barriga que sentia ao balançar. Seria uma memória? Se sim, por que não conseguia ouvir o próprio nome? Donatello acordou com a agitação dela, sempre em alerta, ele pensou que poderia ser alguém e pegou a arma que guardava perto da cama, mas logo reparou que não era nada demais e relaxou. — Teve um pesadelo? — perguntou. — Não... Acho que foi uma memória. — Don se sentou e acendeu a luz do
Com o nome de Angelo Santini em mãos, Donatello precisava tomar uma decisão arriscada. Ele estaria apoiado pela lei da vendetta, mas não podia se esquecer que Santini era aliado de um inimigo que ele não conhecia. Um suposto tio que ele nunca ouviu falar e uma mulher misteriosa. Não conhecer o inimigo era uma desvantagem. A péssima notícia chegou cinco dias após o atentado. Dario Marconi não resistiu e morreu no hospital. Donatello perdia o seu mais importante capo, um dos poucos homens que ele confiava. Isso o forçou a tomar a arriscada decisão. O velório teve poucas pessoas, a maioria familiares e membros da máfia. Donatello estava quieto e Flora ficou ao lado da viúva, que chorava copiosamente. O enterro teve ainda menos pessoas, um padre disse algumas palavras e rezou, antes do caixão ser enterrado. — Teremos um destino semelhante, não é? Vamos morrer sozinhos. — Flora comentou com Donatello antes de jogar uma rosa no recém túmulo. — É provável. — Já pensou em ter uma vida co
Flora andava de um lado ao outro dentro do quarto com o telefone em mãos, estava apavorada com a notícia da gravidez e percebeu que o marido também ficou. Não estava nos planos, não era o melhor momento e mesmo Donatello garantindo que daria tudo certo, ele não podia ter certeza.Seu desespero se tornou ainda maior quando um pensamento a atingiu, ela sequer sabia quem era, como iria gerar outro ser? — O que eu faço, Don? — perguntou sentindo as lágrimas molharem seu rosto.— Por enquanto, não conte a ninguém, vamos manter isso em segredo o tempo que pudermos para que fique segura e depois… nós vemos o que vamos fazer, mas fique tranquila, não vou deixar nada acontecer com você. Ela concordou e assim que finalizaram a ligação, ela fez outra, dessa vez para Diego perguntando se ele poderia localizar a mulher que ela chamava de tia, Regina LeBlanc. Ele afirmou que faria o possível e ela se deitou para tentar dormir, porém a cama estava vazia e ela se sentiu sozinha mais uma vez. Na ma