Cristian
— Vou sugar seus seios até formar o bico.Betina ficou perplexa com minha proposta.— Você está zuando comigo ou falando sério?— Estou falando sério.— Tem leite, não vai sentir nojo?— Nada em você me dá nojo. E eu estou hipnotizado pelos seus seios, parece que você colocou silicone, de tão firmes e redondos...— Nossa. — Betina parecia surpresa com tudo o que eu dizia. — Eu estou de resguardo, lembra? Nada de sexo para mim por uns dias.— Eu sei, não se preocupe. Minha intenção é nobre: ajudar o acesso do meu filho ao leite que é dele por direito. Vamos aproveitar que ele está dormindo.Então a peguei pela mão e a levei até o quarto que iríamos compartilhar. Coloquei alguns travesseiros escorados na cabeceira da cama para que se sentasse com mais conforto.— Tire a blusa.— Tem certeza? Minha barriga ainda está enorme. Nem parece que já dei à luz...— NBetina Eu terminei de banhar o Tobias. No começo eu tinha um medo enorme de deixá-lo escorregar das minhas mãos e Cristian sempre me ajudava. Era noite e a babá já tinha ido embora, então eu estava orgulhosa de mim mesma por ter conseguido dar o banho sozinha. — Está vendo, Tobias? Até que sou uma mãe razoável. — O bebê fez uma carinha meiga. — Não seja severo comigo porque eu nunca lidei com crianças pequenas. O enrolei na toalha e cheirei os seus cabelos. Era um bebê cabeludo e loiro como os pais, pele rosada e olhos espertos. Eu escolhi uma roupinha confortável e o vesti com cuidado. Tobias era lindo assim mesmo, ou era meu amor de mãe que o tornava o bebê mais bonito da humanidade? Aquela casa à noite sem o Cristian era fria e vazia. As empregadas não dormiam no trabalho e agora eu contava apenas com os três seguranças que faziam a ronda e cuidavam do portão. Então me sentei no sofá da enorme sala, deixei apenas uma luz
Cristian Eu não gostava de ver a Betina preocupada daquele jeito. Apesar de ficar feliz por contar com o seu apoio, achei melhor que ela ficasse em casa com nosso filho. — Peça para alguém ficar em casa com você. Chame a Ana Clara, se quiser, só não fique sozinha. Vou ligar para a equipe de segurança reforçar a vigilância na Mansão. — Você tem certeza de que ficará bem aqui sem mim? — Não se preocupe comigo, fui atingido superficialmente. Logo só restará a cicatriz. Cuida do Tobias. Espero que me dêem alta amanhã cedo. — Certo, eu vou. Quando chegar em casa eu te ligo. — Beijou a ponta do meu nariz — Quem ia te querer mal? Logo você que não tem inimigos. — Deve ter pelo menos um: o que mandou me eliminar. Se o seu amigo Rick não tivesse dado o primeiro tiro, talvez eu estivesse morto agora. — Não gosto nem de pensar nisso. Espero que logo descubram o culpado. Betina se foi e logo eu tive que lidar com um
Betina Os dias passaram e a data da recepção na Mansão Toledo chegou. Eu achava estranho manter o nome da família Toledo na residência, uma vez que não lhes pertencia mais. Agora era a Mansão do Cristian, da Betina e do Tobias. Eu via claramente o esforço de Tricia em não sofrer por terem perdido aquele imóvel maravilhoso e me pegava pensando se no fundo ela não tinha raiva de nós. Com certeza ela era apegada àquele lugar para ter se oferecido tão prontamente para cuidar dele. A festa começou às dezoito horas em ponto. Apesar do local ser lindo por si só, as diversas flores espalhadas pela Mansão deram um charme ainda maior a tudo. Eu vi Rick chegar sozinho na festa, mas logo estava conversando com alguns dos meus primos. Ana Clara falava animadamente com meus pais enquanto meu irmão estava sentado no sofá com outros garotos da mesma idade, jogando no celular. Fiquei triste pelas meninas da loja da Pamela não puderem vir, mas prometeram me vis
Betina Apenas no dia seguinte relatamos os acontecimentos para nossos pais. Todos ficaram alarmados. Até então eles não acreditavam muito que Cristian foi vítima de um atentado, mas com o susto da noite anterior, onde alguém tentou levar o bebê tão descaradamente, eles passaram a entender que estávamos realmente em perigo. Seja lá quem fosse, era alguém que conhecia a casa e por isso tinha se aproveitado dos pontos cegos das câmeras externas.De manhã eu dividi com meu noivo o que Ana Clara me falou: — Tricia sumiu bem nessa hora e ele estava meio sorrateira ontem à noite. — Seu amigo Rick também sumiu e nem por isso ele é suspeito. — Cristian falou. — Mas ela pode ter motivos. Se eu perdesse minha casa talvez tivesse raiva de quem comprou. — Trícia não perdeu, ela vendeu. Estava ansiosa por um comprador. — E tem o fato de que ela não gosta de mim. — Insisti. — Façamos assim: eu vou chamá-la à tarde para
Cristian Eu estava trabalhando em um ritmo muito mais lento ultimamente, principalmente porque meu braço ainda doía um pouco, apesar da boa cicatrização do machucado. A dor, no entanto, servia para me lembrar que eu deveria me manter em constante alerta. Quando finalmente Betina e eu tínhamos aberto o coração um para o outro, quando poderíamos escrever nosso próprio conto de fadas, uma onda de medo e tensão nos cercava. A polícia era lenta em achar os outros participantes do atentado contra minha vida e mesmo com toda a boa vontade do Rick, ele tinha acabado de entrar na corporação paulista e ainda não tinha conexões. Achei que meu pai apelaria para os serviços de investigação do meu primo Augusto, mas acabei surpreendido ao saber que o seu segurança Alejandro tinha ligações com a máfia. Meu pai não deixava de me surpreender. Ainda me lembrava da nossa conversa: — O Alejandro não é um segurança qualquer, a família dele é da máfi
Betina O apartamento da minha amiga Ana Clara era pequeno, porém confortável e muito bem decorado. Minha mãe insistiu para que eu deixasse o Tobias com ela, já que o bebê tinha finalmente pego no sono e eu pretendia não demorar. — Que bom que veio. Estou tão feliz que você está conhecendo minha casa. Comprei comida mexicana para nós. — Me abraçou e depois passou o braço pelos meus ombros — Vou te mostrar tudo! Sua alegria por aquela conquista era contagiante, Ana Clara tinha terminado a universidade naquele semestre e pode voltar a morar em São Paulo. Além disso, estava empregada numa empresa importante de tecnologia. — Adorei, Clarinha! Eu vim aqui toda desanimada e você me deixou feliz. — Eu contei. Segui-a até o balcão da cozinha americana. — Como assim, desanimada? — Me entregou um copo de suco de uva e se serviu com vinho — Aconteceu algo com o bebê? — O Tobias está bem, apesar do acontecimento de ontem. Amig
Cristian Escutava o homem uniformizado com um terno preto falar o nome da pessoa que tinha tentado nos fazer mal e foi como levar um tapa na cara. A primeira coisa que me veio à cabeça foi a decepção que Betina sentiria ao saber que sua amiga mais querida era uma criminosa. — Então é a Ana Clara. Rick e Tricia escutaram a conversa e vieram até nós, curiosos. Alejandro demonstrou certo desconforto ao ver Rick, talvez porque soubesse que ele era policial e o trabalho que fizeram para encontrar os bandidos aconteceu fora dos limites da lei. — Você é o policial? — Alejandro perguntou. — Sim. — Respondeu o outro homem. — Vou fazer vista grossa para o seu trabalho, apenas me diga onde os caras estão que vou acionar outra viatura para efetuar as prisões. — Apenas não complique as coisas para os homens. Eles fizeram um trabalho excelente e encontraram os criminosos rapidamente. — Como eu disse, vou fazer vista grossa, ape
Betina Por que será que de repente minha amiga parecia outra pessoa? Os olhos amáveis estavam arqueados de maneira cruel e dura; os lábios formavam um sorriso cínico que eu não conhecia e o cheiro forte de vinho emanava dela. — Como foi que… — Com isso. — Mostrou o celular em sua mão. — Eu instalei um aplicativo espião no seu celular há muito tempo. Eu consigo acessar tudo do seu aparelho através do meu. Se você não tivesse jogado fora o seu celular quando fugiu, eu teria te encontrado antes do Cristian. — Meu celular sempre teve senha! — Pelo amor de Deus, Betina! Me formei em ciências da computação, saber espionar seu aparelho é tipo o básico do básico. — Riu. — Mas eu gosto da sua ingenuidade. Isso te deixa mais atraente, sabia? — Foi você quem pediu para o Robert me encontrar no restaurante com o Cristian? — Sim. — Confessou. — Sabia que você estava me escondendo que tinha dormido com o Cristian e percebi que