Betina — Eu não entendo porquê você ainda está indo na loja, Betina. — Cristian falou de manhã. Ainda estava deitado na cama, me vendo escolher uma roupa para ir ao trabalho. — Sei que vou embora logo, mas eu gosto muito das meninas e vou deixar tudo isso para trás. — Coloquei um vestido verde que eu já tinha usado tantas vezes que tinha praticamente virado um uniforme — E você, o que vai fazer hoje? — Preciso fazer algumas ligações para a empresa. Tem algumas mensagens da Lisa aqui me lembrando de prazos que estão para vencer. — Ah tá, a Lisa... — É minha secretária e só isso. — Eu vou acreditar em você porque você também acreditou em mim em relação ao Rick. — Eu disse e ele sorriu. Cristian sorria e meu coração disparava, como sou boboca! Olhei para ele deitado ainda na cama, coberto com meu edredom de flores azuis, o rosto ainda maroto apesar da força dos traços. Talvez em outra vida ele tivesse sido um príncipe… — Vou voltar mais cedo. Eu quero te levar para conhecer o Mir
Cristian Voltamos para a Selva de Pedra. Logo chegando em São Paulo pegamos trânsito intenso mesmo fora do horário do rush, mas eu permaneci tranquilo. Betina é que estava ansiosa ao meu lado; trocando as estações de rádio o tempo todo, mexendo no celular e roendo as unhas. Às vezes eu a via fazendo careta. — Você tem certeza de que está tudo bem? Não quer ir ao médico? Você está desde que acordou sentindo dores. — Eu mandei mensagem no celular do obstetra, ele disse que essas contrações são normais no final da gestação. É que seu filho é forte e está me maltratando. — Fica calma, vai dar tudo certo. — Apertei sua mão, com carinho. — Eu posso entrar com você na casa dos seus pais. — Obrigado, mas preciso fazer isso sozinha. Talvez tenha confusão e não quero que veja isso. Eu a deixei em frente à residência dos Toledo. Assim que o porteiro a avistou, abriu o portão com pressa e uma mulher que devia ser a empregada correu para abraçá-la. Com isso eu parti para a sede do Grupo RCS.
Betina O Cristian me deixou em frente a casa dos meus pais. Eu estava ansiosa e senti uma contração dolorida, mas ignorei. Aquelas contrações de testes eram horríveis, mas eu sabia que tinha alguns dias ainda para dar à luz. O segurança da residência logo me identificou e abriu o portão rapidamente. Rosita que estava voltando do jardim correu até mim, assim que me viu: — Menina Betina, que alegria te ver! — Oi Rosita, que saudades. Nos abraçamos e na sequência ela me ajudou a entrar. Eu trouxe comigo uma única mala, pois as coisas do bebê que eu já havia ganho ficaram no carro de Cristian. Assim que pisei dentro da sala, minha mãe, que estava sentada no sofá assistindo algo no celular, se levantou com os olhos arregalados. — Betina, minha bebê… Correu e me abraçou. Poucas vezes minha mãe tinha se mostrado emotiva comigo então fiquei admirada ao vê-la me receber com tanto entusiasmo, afinal eu esperava gritos. — Você está bem? Engordou bastante, mas parece saudável. Seus cabel
CristianEu sabia que essa hora já estava para chegar, mas quando aconteceu eu congelei.Trícia, que estava na sala, entendeu de imediato o que tinha acontecido e pegou a mochila dela.— Eu dirijo. Vamos no seu carro? — Perguntou Trícia.— Você não! — Escutei Betina falar para Tricia, enquanto se contorcia de dor.— Você é quem sabe Tina, mas eu posso dirigir enquanto o Cristian vai no banco de trás com você. Mas se prefere ir sozinha... — Trícia falou, sem se abalar.Betina apenas concordou com a cabeça enquanto eu a conduzia para o carro. A outra mulher tirou uma toalha da mochila e deu para a gestante sentar-se em cima. Saímos apressadamente para a maternidade. A cada curva ou buraco que o carro passava, eu via Betina ranger os dentes.— Calma, respira devagar. — Eu dizia, enquanto a deixava segurar minha mão, apertando-a. Quando chegamos ao hospital as coisas se desenrolaram muito rapidamente. Logo est
BetinaDar à luz é com certeza a experiência mais louca da vida de uma mulher. Enquanto o parto acontecia era como se eu fosse esfaqueada por dentro, não havia nada de bonito e eu apenas não via a hora daquele sofrimento acabar, mas quando o bebê nasceu, chorou e foi colocado ao meu lado, parece que minha memória falhou e eu esqueci do sofrimento anterior. Agora tudo fazia sentido. Eu tinha nascido para ser a mãe do Tobias. Tudo o que eu vivi até ali foi para que eu pudesse dar vida àquela pequena criança.E ter o Cristian ao meu lado, me apoiando e se colocando tão presente, foi importante para que eu me fizesse mais forte, que desse o melhor de mim e não desmaiasse naquela maca porque parecia que era isso que ia acontecer.Agora, já instalada no quarto do hospital com Tobias em seu berço ao meu lado, eu tentava assimilar as palavras daquele homem bonito que segurava minha mão com carinho e me encarava com devoção. Robert nunca me olhou assim, e nunca uso
CristianEu dormi no hospital com minha noiva e meu filho, mas na manhã seguinte fui substituído: minha futura sogra ficaria com Betina de manhã e minha mãe se ofereceu para ficar à tarde. Depois de passar em casa e tomar banho, eu fui para a empresa. Minha vontade era de ficar no Hospital, mas sabia que precisava dar espaço para os familiares também se mostrarem presentes naquele momento. Betina tinha passado meses fora de São Paulo e o tempo com os pais foi curto.Quando cheguei a RCS encontrei meu pai já instalado na minha sala. Eu havia fugido dele no dia anterior e agora o velho não me daria chance de ignorá-lo.— Bom dia, pai. A que devo a honra de sua visita à minha sala tão cedo? — Eu perguntei, depositando a maleta que eu costumava carregar, sobre a mesa.— Soube que meu neto nasceu. Parabéns. Tobias é um nome forte e combina com o sobrenome da nossa família.— Obrigado. — Eu respondi, feliz pelo cumprimento
Cristian — Vou sugar seus seios até formar o bico. Betina ficou perplexa com minha proposta. — Você está zuando comigo ou falando sério? — Estou falando sério. — Tem leite, não vai sentir nojo? — Nada em você me dá nojo. E eu estou hipnotizado pelos seus seios, parece que você colocou silicone, de tão firmes e redondos... — Nossa. — Betina parecia surpresa com tudo o que eu dizia. — Eu estou de resguardo, lembra? Nada de sexo para mim por uns dias. — Eu sei, não se preocupe. Minha intenção é nobre: ajudar o acesso do meu filho ao leite que é dele por direito. Vamos aproveitar que ele está dormindo. Então a peguei pela mão e a levei até o quarto que iríamos compartilhar. Coloquei alguns travesseiros escorados na cabeceira da cama para que se sentasse com mais conforto. — Tire a blusa. — Tem certeza? Minha barriga ainda está enorme. Nem parece que já dei à luz... — N
Betina Eu terminei de banhar o Tobias. No começo eu tinha um medo enorme de deixá-lo escorregar das minhas mãos e Cristian sempre me ajudava. Era noite e a babá já tinha ido embora, então eu estava orgulhosa de mim mesma por ter conseguido dar o banho sozinha. — Está vendo, Tobias? Até que sou uma mãe razoável. — O bebê fez uma carinha meiga. — Não seja severo comigo porque eu nunca lidei com crianças pequenas. O enrolei na toalha e cheirei os seus cabelos. Era um bebê cabeludo e loiro como os pais, pele rosada e olhos espertos. Eu escolhi uma roupinha confortável e o vesti com cuidado. Tobias era lindo assim mesmo, ou era meu amor de mãe que o tornava o bebê mais bonito da humanidade? Aquela casa à noite sem o Cristian era fria e vazia. As empregadas não dormiam no trabalho e agora eu contava apenas com os três seguranças que faziam a ronda e cuidavam do portão. Então me sentei no sofá da enorme sala, deixei apenas uma luz