Sem revisão— Se não a quer perto de Dionísio, deve superar essa merda e ficar ao lado dele. O garoto está sedendo por qualquer migalha de carinho. — Demétrio disse do outro lado da linha. — Só quero saber se o garoto pode passar uns dias com você — Dimitri lembrou a razão de ter ligado para seu irmão idiota. — Só quer afastá-lo da tia que por sinal, está fazendo muito bem a ele, então a resposta é não. — Klines xingou o filho da mãe que desligou o telefone na sua cara após sua recusa. Uma batida soou na porta do escritório. Klines se trancou no escritório depois de devolver os diários para Amélia. Eram cinco diários no total escritos no decorrer de um pouco mais de um ano. Ele leu todos repetidas vezes durante esses dez anos. Eles eram uma lembrança constante da promessa que fez a esposa na sua morte. A culpa por usar o que leu neles naquela manhã o atingiu em cheio. Culpa era algo que vinha sentido há muito tempo, culpa em relação a Amanda, ao filho, ao irmão e agora Amélia. Ca
sem revisãoAmy sorriu diante da ansiedade do sobrinho ao escolher a roupa perfeita para ir ao cinema com o pai. Ele estava ansioso. Feliz. Sentiu um aperto no peito ao notar que era a primeira vez que o garoto sairia com o pai. A reação dele quando contou que Klines mandou eles se apressarem porque ele iria junto foi a mesma, surpresa e descrença, porém, o homem Insistiu duas vezes para que ela fosse atrás do filho. Também estava surpresa por ele ter ido ao seu resgate numa breve conversa difícil com os pais. Enfrentar a mãe era difícil, mas o fazia, agora o pai, sempre via o homem que soprava seu machucado quando caía.Talvez, ver como os sogros tratavam a filha fez o homem impiedoso de coração frio rever seu comportamento em relação ao filho. Aquele pensamento acendeu uma centelha de esperança em Amy. — Vamos, seu pai disse para nos apressarmos. — Disse ao sobrinho que não conseguia escolher a camisa que ia usar. Ele queria parecer legal para o pai.Dionísio sorriu. Correu para se
sem revisãoAs luzes do palco se apagaram quando Mackenna entoou a última nota da música e se acenderam novamente quando os aplausos explodiram por toda a boate. Amy também aplaudiu a colega que havia dado um show de talento e simpatia. A cantora apontou para ela, reconhecendo o talento da colega. Desceram do palco sorrindo, o show foi incrível e divertido. Chegaram ao bar, onde Pietro e Max, o bartender que substituiu Amy, estavam com as bebidas para as garotas prontas. Amélia não bebia, por isso Pietro preparou um drink de manga sem álcool. Mas naquela noite, a mulher ainda precisava esquecer o que havia feito naquela tarde que o show não foi capaz de fazê-lo.— Com álcool — ela surpreendeu o antigo colega com o pedido. Mack gritou surpresa, mas logo se animou ao ver que finalmente a amiga estava começando a sair da concha. Ao invés de inventar uma desculpa e ir embora, ela estava pedindo um drink com álcool e não dava sinal de que iria embora. E a cantora estava certa, no momento
sem revisãoAmy teve dificuldade para abrir os olhos quando o despertador tocou naquela manhã de segunda-feira. Resmungou, sentindo todo o seu corpo dolorido como se tivesse sido atropelado por uma frota de caminhões. Sua cabeça latejava com força, sua garganta estava seca e estava sem nenhuma disposição para levantar. Nunca havia se sentido daquela forma antes. Sem abrir os olhos começou a tatear pelo mesa ao lado da sua cama pelo celular até que o encontrou e o levou para debaixo das cobertas, planejava dormir mais cinco minutos até que percebeu que já estava 40 minutos atrasada. Não era o despertador, era o seu chefe ligando.— Merda! — gritou sentindo todo o seu corpo estremecer pelo mínimo esforço. Xingou quando pulou da cama, ia apenas trocar de roupa mas quando levantou os braços e os cheirou, torceu o nariz, além de estar um caco de ser humano, ainda estava fedida e muito fedida, cheirava a álcool, cigarro e vômito, aquela mistura de odores fez seu estômago vazio revirar, corr
sem revisãoO sorriso de Polly foi o suficiente para acalmar seu coração aflito. Depois de tomar a decisão de se demitir da Glover e Time, ela sentiu-se perdida e acabou indo para a casa da babá. Polly a recebeu de braços abertos juntamente com sua família, passou o dia com eles, no fim da tarde, se sentou com a mulher na varanda da casa, cada uma com uma xícara de café fresquinho e uma fatia de bolo. Aqueles momentos que lembravam a casa da tia Poliana era um dos mais que Amy sentia falta.— Tomou a decisão certa, você não precisa mais do emprego e agora pode se dedicar a fazer o que realmente quer ao invés de ocupar a vaga de alguém que realmente precisa. — A babá sempre dava um jeito de fazer as coisas parecer melhor. Mesmo sabendo que fez o certo, estava sendo difícil para Amy ter se desligado do emprego que foi seu sustento por muito tempo. Ela também adorava o chefe e a esposa, temia perder o contato agora que estava fora da loja. — Eu sei, só que… — Amy pensou um pouco antes d
sem revisão— Não sei o que tem de tão desesperador ir passar uns dias em Nova Iorque, eu estaria vibrando de alegria, e faria o meu tio fazer todas as minha vontades. — Amy disse ajeitando a coberta do seu sobrinho. Dionísio ficou surpreso pela tia ter achado uma ótima ideia ele passar uns dias com o tio em outro país. — Além do mais, é uma ótima oportunidade para treinar o seu inglês. Polly disse que o internato é bilíngue. Seu pai precisa saber se o investimento dele está tendo retorno. — A tranquilidade na voz de Amélia, estranhamente começou a surtir efeito em Dionísio. Ele não havia pensado que poderia ser divertido viajar sem a tia. — Mas ele só tá me obrigando a viajar para eu ficar longe da senhora. — O garoto disse em protesto. Amy sorriu, sua covinha se destacando e tornando seu sorriso mais bonito. Desde que conheceu a tia, sempre que ela sorria, parecia que as coisas se tornavam melhores. Mesmo que nada tenha mudado. — Seu pai precisa se esforçar um pouco mais para n
sem revisãoDimitri estava perdendo o controle da situação. Sabia disso. O irmão andava de um lado para o outro, aflito, angustiado e sem conseguir respirar. Puxava seus cabelos com força. Tentou se aproximar de novo mas Demétrio se afastou. Aquilo doeu mais se tivesse levado um soco na cara. — Não quero que me toque. — Ele disse em completa angústia. — Fica longe. — Pediu como se estivesse se afogando num mar de dor e desespero. Ele sabia que estava perdendo o controle de si, o irmão queria ajudar, mas ele não poderia deixá-lo se aproximar, Dimitri sempre foi o seu herói, sua família. Aquele que ficou ao seu lado e sempre assumiu a responsabilidade por seus erros. Tudo o que passaram o moldou a ser quem é hoje, o que teve que suportar e abrir mão para cumprir a promessa que fez quando era apenas um garoto que tentou salva-lo mas que foi em vão. Viu seu irmão gentil e obstinado, se tornar frio, implacável, até impiedoso. Mas nunca passou pela sua cabeça que fosse se tornar que nem ele
sem revisão— Está tudo bem senhora? — o segurança perguntou pelo retrovisor para a patroa, que estava em silêncio desde que saiu do salão de festas. — Sim — Amy respondeu sem desviar a atenção de onde quer que sua mente estivesse. Tadeu tinha uma regra clara, não só ele, mas todos os seguranças que serviam a Dimitri Klines. Manter Dionísio seguro e relatar quando algo estivesse errado com Amélia. Nunca ninguém questionou essas regras, tão pouco entendiam. Afinal, o que importava o que a mulher que ele supostamente odeia fazia? Sabia que teria uma grande dor de cabeça se não relatasse o que aconteceu naquele fim de tarde. Porque mesmo que ele optasse por não contar, o homem com certeza acabaria sabendo e ele seria responsabilizado por não manter o patrão atualizado. — Vamos na casa da Polly? — Dionísio pediu alheio ao comportamento silencioso da tia. — Outro dia, estou cansada. — Ela recusou forçando um pequeno sorriso. — Mas a senhora nem ficou pra fazer o show, não pode está c