As duas olharam sorrindo para nós uma última vez antes de sair. Cobri o rosto com as mãos, sentindo a vergonha me consumir.
一 Estou com tanta vergonha. - murmurei, minha voz abafada pelas mãos.
Christian se aproximou, tirando minhas mãos do rosto e as beijando. Ele olhou nos meus olhos e disse com ternura:
一 Você não precisa sentir vergonha de nada.
Abri a boca para dizer algo, mas fechei novamente, incapaz de encontrar as palavras. Ele se inclinou e deixou um selinho nos meus lábios.
一 Vamos logo para o interrogatório. - O chamei, tentando recuperar minha compostura.
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Nova YorkJunho, 16 Cheguei em casa e me joguei no sofá, sentindo uma vontade de chorar e gritar para todos ouvirem. A pressão no meu peito era insuportável. — Amiga, aconteceu alguma coisa? — Jéssica, minha melhor amiga, perguntou, se aproximando com a expressão preocupada. Levantei o rosto, vendo-a terminar de arrumar o cabelo antes de voltar ao trabalho.— Fui demitida. — A resposta saiu como um sussurro, quase um lamento.A expressão de curiosidade de Jéssica se transformou em susto. Ela calçou os saltos e se sentou ao meu lado no sofá, com um olhar preocupado.— Foi o seu chefe? — Ela perguntou, a voz tremendo. — Sim. — Respirei fundo, sentando-me. — Ele disse que se eu não cooperasse com ele, iria me demitir. E quando ele veio com aquelas mãos imundas na minha perna, eu não aguentei e gritei, chamando a atenção do escritório inteiro. — Ele tocou em você? — A raiva dela era nítida.— Não deu tempo. Eu levantei e saí. Mas ele me alcançou e disse uma coisa que eu já sabia.— O
ArielAssim que cheguei em casa, joguei minha bolsa em um canto e deixei-me cair no sofá. Teddy, meu pequeno furacão peludo, não perdeu tempo. Ele correu em minha direção, pulando em meus braços como se eu fosse sua maior alegria. — Oi, meu amor! — disse, envolvendo-o com carinho. — Sentiu saudades? Ele balançou o rabinho, cheio de entusiasmo, e começou a lamber meu braço, como se estivesse me dando boas-vindas depois de um longo dia. — Vamos dar uma volta, então? — sugeri, levantando-me.Com um pulo animado, Teddy desceu do meu colo e correu até o lugar onde guardo sua coleira. Peguei-a, colocando-a com cuidado em seu pescoço, enquanto ele se contorcia de alegria. Saímos para o parque ali perto do apartamento. O sol estava começando a se pôr, e o céu estava pintado de laranja e rosa. Enquanto caminhava, minha mente se distraiu e fui levada de volta a todas as dificuldades que passei desde que deixei Thomaz. A vida não tinha sido fácil, mas agora que eu tinha um novo emprego, eu
ChristianEu estava numa correria total quando percebi que havia perdido a hora e perdido as reuniões da manhã. O coração disparou, mas não tinha como deixar de aproveitar a situação. Levantei da cama o mais rápido que pude e vi Katherine deitada ali, nua, depois da noite quente que tivemos.Ela me lançou um olhar sorridente, cheio de malícia, e rapidamente começou a se vestir.Chegamos na empresa e ela subiu comigo no elevador.— Vamos aproveitar os últimos segundos? — disse ela, com um brilho nos olhos.— Não custa nada aproveitar até os últimos segundos, né? — respondi, dando um meio sorriso. Não tinha como recusar aquela oferta. O elevador seria só nosso.Assim que entramos no elevador, eu a puxei para mim, envolvendo minha mão em sua cintura. A sensação de tê-la tão perto me deixou em um estado de euforia. — Você precisa ser silenciosa. - Disse, beijando seus lábios.Katherine sorriu, e eu não pude resistir. Comecei a explorar seu corpo, sentindo-a se derreter em meus braços. M
ArielEstava de boa no banho, relaxando com a água quente, quando a notificação do meu celular me tirou do meu momento zen. Com as mãos cheias de sabão, tentei pegar o celular, mas ele escorregou e caiu direto na banheira.— Não… — falei, horrorizada, olhando o aparelho afundar.Em um ato reflexo, estendi a mão e o puxei de volta, mas ao olhar para a tela, vi que estava toda azul escuro, com umas listras brancas dançando por ali. — Perfeito! — resmunguei, com uma pitada de sarcasmo.Respirei fundo, tentando não entrar em pânico. Saí da banheira e me enrolei em uma toalha, correndo para o computador. Comecei a pesquisar o que fazer com um celular molhado. As dicas eram variadas e bizarras: “coloque em um pote de arroz” e “não ligue o aparelho”. Fechei a tela do laptop e encarei o meu celular. Ótimo, só o que faltava.Me vesti rápido, sentindo a ansiedade aumentar, e quando olhei pela janela, percebi que a noite já estava caindo. Desci correndo as escadas, com o coração acelerado, em
ArielAssim que Alicia saiu, Jess a seguiu, me deixando sozinha com os outros funcionários. Eles começaram a se arrumar, mas três mulheres ficaram me encarando de maneira estranha, seus olhares julgadores faziam minha insegurança crescer. Tentei me concentrar em qualquer outra coisa até que uma mulher de pele negra, cabelos cacheados e olhos verdes veio até mim, exibindo um sorriso caloroso.— Não liga para elas, estão sempre com essa cara fechada — disse ela, estendendo a mão de maneira amigável. — Sou Emily, mas pode me chamar de Mily.Senti meu corpo relaxar um pouco diante de sua atitude gentil. Apertei sua mão, devolvendo o sorriso.— Prazer, sou Ariel.— Aquelas são Bethy e Maya. Nós três cuidamos da limpeza por aqui. Você é a nova contratada, certo? — perguntou Mily, seus olhos brilhando.— Sim — respondi, tentando soar mais confiante.— Ótimo! Você vai ser minha parceira. Vou te mostrar tudo o que precisa saber. Primeiro de tudo, os outros andares não são problema nosso, têm
A comida chegou, fumegante e perfumada, e tentei me concentrar no prato à minha frente, mas a conversa sobre o noivado do meu irmão e a sensação de desconfiança em relação à noiva dele ainda pairavam sobre mim como uma nuvem carregada. Tentamos mudar de assunto, mas a questão continuava ali, pendente, silenciosa, como algo prestes a eclodir.Enquanto eu mexia distraidamente na comida, ouvimos uma batida suave na janela ao nosso lado. Jess e eu viramos, curiosas, e encontramos Alicia acenando para nós com um sorriso caloroso. Ela fez um gesto com a mão, indicando que esperássemos, e logo a vimos entrando pela porta do restaurante. Ela parecia elegante e segura, como sempre, movendo-se com uma graça natural até se aproximar da nossa mesa.— Oi, meninas! — Alicia cumprimentou, com o tom leve e amigável de sempre.— Oi — respondi, um pouco surpresa com sua presença, mas feliz por vê-la.— Oi, senhora — Jess disse, tentando manter o tom formal, mas logo percebendo o erro quando Alicia er
ChristianEu estava indo até a copa pegar um café quando, para minha irritação e satisfação, vejo exatamente quem eu queria ver: Ariel. Ela estava reabastecendo as cápsulas da máquina de café. Isso me deu uma oportunidade perfeita.Aproximei-me devagar, cada passo calculado. Quando cheguei mais perto, minha voz saiu em um tom baixo e frio.— Por que você correu de mim mais cedo? — perguntei. — Ficou com medo?Ela se assustou e, em sua tentativa de manter o equilíbrio, quase escorregou no balcão. Ariel me olhou, visivelmente nervosa, sua pele começando a corar, e disse:— Eu... eu não corri, senhor. — Sua voz tremeu, revelando o desconforto.Eu sorri internamente. Adorava vê-la intimidada assim. Cheguei mais perto, a poucos centímetros dela, a prendendo contra a bancada. Ela prendeu a respiração e desviou o olhar, sem saber o que fazer.Enquanto ela estava ali, sem saída, eu peguei uma xícara, coloquei a cápsula de café na máquina e comecei a preparar o meu. Virei-me novamente para ela
(Ariel)Eu estava quase terminando de limpar o gabinete do pessoal de design gráfico quando percebi uma movimentação estranha. Vários deles se amontoavam, apressados, tentando caber no elevador de uma vez só. — Isso tem cara de reunião de emergência — comentou Emily. Antes que eu pudesse responder, ouvi alguém me chamar.— Ariel! — A voz era de Alicia, e ela parecia aliviada ao me ver. Me virei, sem entender muito bem o que estava acontecendo.— Oi, Alicia. Posso ajudar em algo? — perguntei, um pouco surpresa com a abordagem repentina.— Sim, por favor. Você é formada em Literatura Inglesa, certo? — perguntou, como se isso fosse uma informação importante naquele momento.— Sim, sou — respondi, ainda mais confusa.— E você gosta de ler, não é? — Alicia continuou, sem pausa.— Gosto... mas por que essas perguntas? pensei, mas não disse em voz alta. — Ótimo! — exclamou Alicia, me segurando pelo pulso com um brilho de alívio nos olhos. — Eu preciso de você, Ariel.— Para o quê? — perg